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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Administração Escolar
Esmeraldo Jaime Vilanculo
708206500

Licenciatura em ensino de História

Tutor:
3oano

Maputo, Julho, 2021


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Classificação
Not
Categorias Indicadores Padrões Pontuaçã a do Subtota
o máxima tuto l
r
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos
 Introdução 0.5
Estrutura organizacionai
s  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara 1.0
do problema)
 Descrição dos
1.0
Introdução objectivos
 Metodologia
adequada ao
2.0
objecto do
trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada,
coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento
entre linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências
6ª edição em das
Bibliográfica 4.0
citações e citações/referênci
s
bibliografia as bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Introdução..........................................................................................................................1
Objectivos do trabalho.......................................................................................................1
Objectivo Geral.................................................................................................................1
Objectivos Específicos......................................................................................................2
Metodologia do trabalho....................................................................................................2
Recolha Bibliográfica........................................................................................................2
Análise e discussão............................................................................................................4
Administração escolar.......................................................................................................4
Função da Administração Escolar.....................................................................................4
Importância da administração escolar...............................................................................5
Elementos que compõe administração escolar..................................................................5
Director da Escola.............................................................................................................6
Professor............................................................................................................................8
Tipo de liderança para administrar uma escola.................................................................9
Participação dos pais e encarregados de educação na escola..........................................10
Conclusão........................................................................................................................11
Referências Bibliográficas...............................................................................................12
Introdução
Muito além da sala de aula, uma instituição de ensino de qualidade é formada por diferentes
agentes e processos que têm impacto direto no aprendizado dos alunos. Para garantir que todos
os setores estejam alinhados, é importante entender a diferença entre gestão e administração
escolar para criar uma educação cada vez melhor.
Cada setor da escola tem suas próprias necessidades que devem ser levadas em consideração
para manter o funcionamento da instituição como um todo e oferecer serviços de excelência.
Entender a diferença entre gestão e administração escolar ajuda o gestor a planejar e executar
ações visando a melhoria constante do ensino.
Como campo de práticas, inclui os aparelhos organizacionais e administrativos da educação
escolar em seus distintos níveis: nacional, estadual, municipal, ou outros, consoante a
organização de cada país, e os serviços que produzem políticas e orientações normativas para a
educação escolar, incluindo ainda as escolas. Aos distintos níveis de intervenção, do ministério
da educação a cada escola concreta, a Administração Escolar compreende as estruturas legais,
organizacionais e administrativas, e também os atores e as ações com intervenção nos processos
de utilização racional de recursos, ou meios, para a realização de determinados fins. Como
decorre do conceito de administração (DUNSIRE, 1973), também a Administração Escolar
envolve sentidos aparentemente contraditórios: por um lado, de governo, direção, definição de
políticas e de filosofias de educação, planos de ação, normas e recursos; por outro lado, de
serviço, apoio e execução detalhada das orientações políticas.

Objectivos do trabalho
Segundo Cervo & Bervian (2002, p25), os objectivos definem a natureza do trabalho, o tipo de
problema e o material a coletar.
“A especificação do objectivo de uma pesquisa responde às questões para quê? E para quem?”
(LAKATOS & MARCONI, 1992, p.102).

Objectivo Geral
O objectivo geral refere-se a uma visão global e abrangente do tema de pesquisa. Ele está
relacionado com o conteúdo intrínseco dos fenómenos, dos eventos ou das ideias estudadas

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(LAKATOS & MARCONI 1992, p.105). Diante deste conceito apresentamos o nosso objectivo
que é:
 Compreender o papel da Administração Escolar.

Objectivos Específicos
De acordo com Lakatos e Marconi (1992, p.106), os objetivos específicos apresentam um
carácter mais concreto. A sua função é intermediária e instrumental porque auxilia no alcance do
objetivo geral e, ainda, permite aplicá-lo em situações particulares.

 Identificar o papel da Administração Escolar;


 Compreender até que ponto os pais encarregados de educação participam na
Administração Escolar;
 Descrever e Propor a importância da Administração Escolar no processo educativo dos
Alunos

Metodologia do trabalho
Lakatos e Marconi (2003: p221), consideram as técnicas de colecta de dados, um conjunto de
processos de que se serve uma ciência e para se efectuar a pesquisa, foram utilizadas diversas
técnicas de recolha de dados como forma de obter maior número de informação, através da
compilação de dados provenientes de diferentes vias.
Segundo Bogdan e Biklen (1994, p149), dados são “materiais em bruto que os investigadores
recolhem do mundo que se encontram a estudar; são os elementos que formam a base da
análise”. Conforme os mesmos autores a agenda de um investigador desenvolve-se a partir de
várias fontes que nos darão o maior número de informação significativa para o estudo. Sendo que
a colecta de dados para Lakatos e Marconi (2003: p221), é a fase do método de pesquisa cujo
objectivo é obter informações da realidade. As técnicas a usar para a colecta de dados as que a
seguir descrevemos:

Recolha Bibliográfica
Para Manzo (1971), apud Lakatos e Marconi, (2009, p.198), a bibliografia oferece meios para
definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas onde
os problemas não se cristalizaram suficientemente e tem por objectivo permitir ao cientista o

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reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações. Com a
recolha documental de pretende-se consultar documentos oficiais da escola como regulamento e
outros documentos administrativo-normativos da escola. Tem como finalidade o uso desta
técnica perceber os vários registos de aspectos pragmáticos da actividade desenvolvida pela
escola.

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Análise e discussão
Administração escolar
Teixeira (1961) “A administração escolar é o planejamento, organização e aplicação dos recursos
essenciais para o funcionamento da instituição. Assim, sua principal função é garantir o
alinhamento dos diversos setores de modo que tenham as condições necessárias para alcançar os
objetivos gerais da escola.” (p.84)
Por isso, é função da administração escolar controlar recursos como profissionais que trabalham
na instituição, equipamentos e materiais necessários, recursos financeiros e o tempo de todos os
envolvidos, por exemplo.
Durand- Prinborgne (1989) As atividades realizadas envolvem o plano e coordenação de
estratégias administrativas, definição de orçamentos, metas e objetivos, organização e
monitoramento de cronogramas e calendários, delegação de atividades, entre outros.
Assim, é responsabilidade desta área lidar com as questões técnicas e de planificação estratégica,
controlando os processos internos e externos para que as ações sejam executadas com a melhor
qualidade possível.
Esse trabalho é realizado pelo diretor da escola, que tem a missão de atuar junto aos professores
e alunos, além de liderar as equipes administrativas que fazem parte da instituição.
Assim, por meio da administração escolar, o diretor consegue mobilizar pais, alunos,
professores, equipe pedagógica e membros da comunidade escolar para aprimorar cada vez mais
o processo de ensino e aprendizagem.

Função da Administração Escolar


Além de ser o responsável legal e administrativo pelo estabelecimento, o administrador escolar
tem a missão de atuar junto ao corpo de professores e discente da sua instituição de ensino,
coordenando as práticas pedagógicas, bem como acompanhando e analisando o desenvolvimento
do currículo.
De um modo geral, este tem a função de diretor da instituição, que normalmente é um
pedagogo com uma especialização incorporada ou não à licenciatura em pedagogia.
A discussão acerca da administração escolar ganhou força depois da Constituição de 1994, e
posteriormente com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96, que
preconiza a gestão democrática da escola.

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Neste contexto, as administrações de ensino passaram a precisar definir normas para a realização
da gestão democrática, em acordo com as peculiaridades de cada sistema, que envolve:
 O favorecimento da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
pedagógico
 A participação da comunidade escolar e local em órgãos de representação, como conselhos
de escola e/ou equivalentes.
Importância da administração escolar
O objetivo principal da administração escolar é garantir que todos os setores da instituição de
ensino funcionem em harmonia. Sendo assim, é por meio dela que os objetivos das áreas
financeira, pedagógica, de marketing, entre outras, podem convergir para um ponto em comum
ao invés de apresentarem-se de forma dispersa. Unesco (2004)
Dessa maneira, uma boa administração reflete em uma boa qualidade de ensino, já que todos os
agentes da instituição educacional trabalham alinhados.

Elementos que compõe administração escolar


Unesco (1988) A Gestão escolar é um sistema de organização da escola que envolve todos os
setores que se relacionam com as práticas escolares.
Seu foco principal está no desenvolvimento socioeducacional eficaz da instituição, com
orientação voltada para atingir resultados, motivar equipes e lideranças, e alcançar os objetivos
com ênfase na qualidade do currículo.
A seguir, vamos falar dos seis principais pilares que constituem a gestão das escolas e cursos,
cujas atuações visam autonomia administrativa, financeira, pedagógica e optimização de tempo e
processos nas instituições de ensino.
1. Gestão pedagógica: nada mais é que a organização, planificação e administração da área
educativa. Uma vez que se relaciona diretamente à atividade fim do setor educacional, é o
pilar mais importante da gestão de escolas e cursos. Sejam eles profissionalizantes, cursos
livres, cursos de idiomas ou de ensino superior. Bush (2003)
2. Gestão administrativa: cuida da instituição como estrutura física, como o prédio, os
equipamentos, materiais necessários para o funcionamento das aulas e dos projetos
propostos pela gestão pedagógica. Esta parte tem também a missão de zelar pelos bens e
garantir que sejam bem utilizados em prol do ensino.

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3. Gestão financeira: ela organiza o orçamento da instituição e se responsabiliza em
distribuir de forma ordenada a verba para os diferentes setores da escola. Cuida da parte
financeira da instituição, como o cálculo de custos, o fluxo de caixa e a inadimplência
sob controle. Ela deve andar de mãos dadas com a gestão administrativa para que todos
os gastos sejam dimensionados de maneira correta.
4. Gestão de recursos humanos: é responsável pela organização e distribuição de tarefas
de pessoal, e por manter o bom relacionamento entre todas as partes. A principal missão
da gestão de recursos humanos é motivar as equipes e garantir que todos estejam
satisfeitos. Consequentemente, terão um bom rendimento de suas atividades.
5. Gestão da comunicação: Está diretamente relacionada com a gestão escolar de recursos
humanos, mas ela não se basta apenas em garantir que os colaboradores estejam
satisfeitos e motivados. Ela se projeta para além dos muros das instituições e envolve
toda a comunidade escolar, como os responsáveis dos alunos. É também competência
desta área mantê-los informados sobre as atividades da instituição. Sander (1995)
6. Gestão de tempo e eficiência dos processos: Todos os setores da escola funcionam
como uma engrenagem de um relógio. Se algo não funciona ou funciona mal, gera
atrasos ou até a parada dos ponteiros. Manter os olhos e ouvidos bem atentos, prestar
atenção e planejar todas as etapas dos processos é importante para os gestores
conseguirem identificar quais engrenagens atrasam ou prejudicam cada setor. A gestão de
tempo e eficiência dos processos está diretamente relacionada com a produtividade dos
setores. Barroso (1995)
Vale lembrar que todas essas gestões são interdependentes. O bom funcionamento entre cada
uma dessas esferas é vital para o sucesso de toda instituição de ensino. Assim sendo, os gestores
devem sempre acompanhar de perto todas as diferentes áreas de atuação.

Director da Escola
Liderar um sistema de administração escolar de qualidade e eficiente requer uma série de
medidas que, combinadas, resultam em excelência no ensino. Mas engana-se quem pensa que a
administração escolar deve focar seus esforços apenas nas atividades relativas à  direção.
Uma boa administração deve buscar, como objetivo central, realizar os fins educativos e isso
envolve desde as atividades meio até as atividades fim.

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O segredo, dizem os especialistas, está em mediar a busca dos objetivos de todos da comunidade
escolar: alunos, professores e escola. Assim, o administrador precisa procurar fazer uma
utilização racional dos recursos que dispõe para a realização de todos os fins.
Mas como conciliar tantos interesses em uma só administração escolar? É mesmo possível
atender a todos os envolvidos de maneira exitosa, ou essa seria uma utopia?
A seguir, vamos mostrar como é possível criar e manter este caráter mediador no cotidiano
escolar. E, assim conseguir dar um enfoque mais “macro” para  as necessidades dos alunos, dos
professores e da escola.
O administrador é homem que dispõe dos meios e dos recursos necessários para obter alguns
resultados. Resultados certos, e isto é um administrador. Logo, determinados, propositais,
estabelecidos pela ação intentada. Não há função mais constante nem mais geral. A vida está
completamente saturada dela. Sem administração, a vida não se processaria. Mas há dois tipos de
administração: e daí é que parte a dificuldade tôda. Há uma administração que seria, digamos,
mecânica, em que planejo muito bem o produto que desejo obter, analiso tudo que é necessário
para elaborá-lo, divido as parcelas de trabalho envolvidas nessa elaboração e dispondo de boa
mão-de-obra e boa organização, entro em produção. É a administração da fábrica. É a
administração, por conseguinte, em que a função de planejar é suprema e a função de executar,
mínima. E há outra administração - à qual pertence o caso da Administração Escolar - muito
mais difícil. Seu melhor exemplo é o da Administração dos hospitais, em que a grande figura é,
digamos, a do cirurgião; o administrador é apenas o homem que dispõe o hospital nas condições
mais favoráveis possíveis para que o cirurgião exerça com a maior perfeição possível a sua
função. Êste é também o caso da educação. Administração da escola é também aquela na qual o
elemento mais importante não é o administrador, mas o professor. Enquanto na fábrica o
elemento mais importante é o planejador, o gerente, o staff, na educação, o elemento mais
importante é o professor. Se êste professor é homem de ciência, de alta competência, e a sua
escola é pequena, pode realizar a função de ensinar e a de administrar. Organiza a sua classe,
administra a sua classe, faz os trabalhos necessários para que o ensino se faça bem. Além disto,
ensina aos alunos, e, mais, guia e dirige os estudos dos alunos. Estão reunidas nas
atividades dêsse professor as três grandes funções que vão passar para a Administração. A
função de administrar pròpriamente a classe; a função de planejar os trabalhos e a função de
orientar o ensino. Se o professor fôr sumamente competente, a Administração fica sumamente

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insignificante. Daí, à medida que passamos do ensino primário para o secundário, e dêste para o
superior, reduzir-se, teòricamente, a função da Administração, tanto mais importante quanto
mais tenha a escola professôres de nível, digamos, mais modesto. No ensino superior a
Administração é quase mínima, no secundário, é média, e no primário, é máxima.

Professor
Podíamos antigamente ter o grande professor primário que sòzinho dirigia a sua classe, hoje,
tendo que dar educação à população inteira, sou forçado a buscar um magistério em camadas
intelectuais mais modestas. Quanto mais imperfeito fôr o magistério, mais preciso de melhorar as
condições de Administração. Quer dizer: entre os dois grandes tipos de Administração - a fabril
ou material e a do tipo humano em que o Administrador é apenas um auxiliar de pessoas
supremamente competentes - a Administração Escolar se situa como caso intermediário, sendo a
função administrativa tanto mais importante, quanto menos preparado fôr o professor. Por que
insinuo a tendência de que o professor está a ficar cada vez menos preparado?
Porque sòmente quando o ensino é reduzido em quantidade posso eu fazer uma alta seleção dos
educadores. Como tenho de educar tôda a população, terei de escolher os professôres em tôdas as
camadas sociais e intelectuais e, a despeito de todo o esfôrço de prepará-los, trazê-los para a
escola ainda sem o preparo necessário para que dispensem êles administração. Esta se terá de
fazer altamente desenvolvida, a fim de ajudá-los a realizar aquilo que faziam
se fôssem excepcionalmente competentes. A ingratidão de nossa cadeira, Professor Querino, é
que temos de criar tais conceitos todos novos. Por que somos hoje tão necessários, e antigamente
não o éramos? Por que antes não se cogitava de preparar o Administrador Escolar, e hoje
precisamos fazê-lo? Porque o problema se fêz agora extremamente complexo, sobretudo
nesta civilização paulista, que está cèleremente atingindo níveis avançados, sem passar gradual e
lentamente pelas fases por que deveria passar, o que a obriga a esfôrço maior e especial.
São sobretudo aqui especialmente importantes os estudos de Administração Escolar. Tais estudos
e o preparo do administrador é que irão permitir organizar o ensino em rápido desenvolvimento e
criar a consciência profissional necessária, pela qual aquêle antigo pequeno sistema escolar, com
o professor onicompetente, precisando apenas de um guardião para sua escola, hoje transformado
no grande sistema moderno, no qual não se encontra mais aquêle tipo de professor e as escolas
complexas e fluidas não dispõem sequer de estabilidade do magistério, possa conservar as

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condições equivalentes àquelas anteriores e produzir ensino com a mesma eficácia.
O nôvo administrador terá pois de substituir algumas funções daquele antigo professor, ou
melhor fazer o necessário para que o nôvo professor, tanto quanto possível, tenha a mesma
eficiência daquele antigo professor. Quando no comêço dizia que o grande
professor administra a sua classe, ensina e guia o aluno, estava a indicar as três grandes funções
que agora deverão ser selecionadas, para constituir as grandes funções da administração da
escola. Aquêle professor que revele maior capacidade administrativa deverá orientar-se
naturalmente para a especialização de administrador da escola. Aquêle que tem grandes
qualidades de magistério, isto é, as de sobretudo saber ensinar, transmitir a matéria, deve
especializar-se para ser o supervisor, ou seja o professor de professôres, que, no staff da
administração da escola, trabalha para que métodos e processos de ensino melhorem cada vez
mais. E aquêle outro professor, que revele singular aptidão para guiar alunos,
para compreender alunos, para entender os problemas de alunos, vai transformar-se no
futuro orientador.
De maneira que, da célula da classe, onde está o professor realizando a obra completa de
educação, saem as três grandes especialidades da Administração Escolar: o administrador da
escola, o superviso do ensino e o orientador dos alunos. E à medida então que a nossa tarefa
aumenta e passamos a ter que educar tôda a gente, será êste pugilo de homens, a presidir a
escola, que irá dar aos professôres das classes aquêle saber que êles antigamente tinham por si
mesmos, as condições necessárias para que possam fazer nas classes o mesmo que faziam
antigamente os professôres onicompetentes e de longa e contínua experiência. Por conseguinte,
se antigamente era o professor a figura principal da escola, hoje num grande sistema escolar,
com a complexidade moderna, complexidade que agora chega a atingir a própria Universidade -
a escola terá que depender do administrador e de seus staffs altamente especializados, que
elaborem especìficamente todo o conjunto de ensinamentos e de experiências, que antigamente
constituía o saber do próprio professor da antiga instituição pequena e reduzida, a que servia com
sua longa experiência e sua consumada perícia. Ao participar desta cerimônia inicial do I
Simpósio Brasileiro de Administração Escolar, julguei dever fazer estas observações para marcar
quanto tais estudos são novos, quanto não têm êles precedentes.

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Tipo de liderança para administrar uma escola
Como em qualquer gestão de um grupo social, ingredientes como autoridade, obediência,
liderança, disciplina e autonomia podem vir em maior ou menor proporção. A maior parte das
gestões escolares, porém, têm preferido adotar modelos que dão voz à toda a comunidade
envolvida. Félix (1984) e Paro (1986) Como o exemplo a seguir:
Gestão democrática e participativa: lima (2009) essa gestão é um princípio definido na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional pressupõe a participação efetiva dos vários segmentos
da comunidade escolar pais, professores, estudantes e funcionários em todos os aspectos da
organização da escola. Ela parte do entendimento de que a democratização da gestão é condição
estruturante para a qualidade e efetividade da educação. Seus princípios-base são a
Descentralização, a Participação e a Transparência. De uma maneira simplificada, é uma parceria
entre a instituição e a comunidade em que está inserida. Alunos, famílias, professores e
funcionários cooperam e opinam diretamente nos processos de gestão da escola de maneira
inclusiva e democrática. (p11)

Liderança Participativa
Este tipo de liderança se apresenta de maneira mais forte na década de 80, momento em que
ocorrem alguns movimentos, os quais estariam preocupados com o sistema educacional, o ensino
e a forma em que ocorria a gestão nas escolas. A intenção era de colocar ideias dentro das
escolas, ilustrando um novo modelo de gestão que deveria ser seguido. De acordo com Libâneo
(2008) nesse modelo, seria possível ter uma escola com “uma mentalidade de organização
escolar instituída a partir das percepções, modos de pensar e agir, práticas, próprias da cultura
existente entre os integrantes da equipe escolar”. A proposição nesse período é de a gestão seja
realizada com o envolvimento da comunidade escolar como um todo, tendo a participação do
corpo docente, discente, pais e demais organizações que estejam ligadas de forma direta ou
indireta à escola. Com a compreensão do modelo de gestão participativa, são trazidos novos
conceitos de forma de gerir, tentando excluir as características individualistas e autoritárias
presentes nas escolas por muito tempo. Ou seja, por muito tempo a escola é tida como uma
empresa, fora do caráter público, o que justifica a dificuldade de inserção de um modelo
participativo. Para a gestão da participação, de acordo com Ribeiro et al. (2005) “é preciso ter
clareza de que a tarefa principal da instituição escolar é a qualidade dos processos de ensino e

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aprendizagem, que, mediante as práticas pedagógico-didáticas e curriculares, propiciam
melhores resultados de aprendizagem”. Outro aspecto a ser mencionado é que a escola com
modelo de liderança participativa deve proporcionar maior interação das comunidades escolar
com as informações da parte administrativa e pedagógica, bem como dos aspectos pedagógicos.
No entanto, é perceptível isso na maioria das vezes não acontece, visto que há uma dificuldade
de acesso por parte das pessoas no que se refere a vida escolar. Assim, “participação é o
principal meio de assegurar a gestão democrática da escola, possibilitando envolvimento de
profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização
escolar” (RIBEIRO et al., 2005). A partir disso, é possível pensar que quando as pessoas têm
acesso ao envolvimento escolar, nas pessoas do corpo docente, por exemplo, pode ser perceptível
um trabalho mais autônomo e dinâmico. Contudo, as pessoas começam a se identificar com os
objetivos da escola e fazer um trabalho preocupado com os resultados, no que se refere a
qualidade de ensino. Outra sensação que favorece para o bom desenvolvimento do trabalho, é a
sensação de pertencimento, está motiva a todos a realizar um trabalho mais efetivo. “Também, a
equipe de pedagogos, professores, funcionários deve ser valorizada nesse ambiente, assim sentir-
se-ão motivados a contribuir para atingir as metas traçadas pela mesma [...]” (PAULA et al.,
2008). Contudo, é perceptível que a liderança participativa traz a proposição de que as pessoas
que estão executando suas funções consigam ser líderes do seu próprio trabalho, observando
dentro do seu próprio desenvolvimento pedagógico os pontos positivos e negativos, conseguindo
fazer uma autorreflexão, o que enriquecerá o trabalho e trará mais resultados. Contudo, “por
parte dos diretores e coordenadores pedagógicos, é preciso capacidade de liderar e gerir práticas
de cooperação em grande grupo, de modo a criar outra cultura organizacional” (LIBÂNEO,
2008).

Liderança Instrucional
Este modelo aparece como uma tentativa de apontar o que não estava certo dentro das ações do
gestor, como por exemplo, sua conduta de forma tradicional, a qual ocorre por décadas nos
espaços escolares. Esse modelo apresenta e crítica “a ideia de um grupo (os líderes) que exerce
hegemonia e dominação sobre outro (os seguidores) é, de certo modo, anti educativa” (SMYTH,
1994). Assim, deixando para trás esse cenário, os diretores podem fazer uma liderança
influenciando pela instrução, “buscando criar um novo entendimento do papel do líder mais

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ligado às questões culturais e simbólicas e aos processos de influência (COSTA, 2003)”,
consideradas fundamentais para que se dê o processo de ensino com mais dinamismo e
qualidade. No modelo instrucional, outro aspecto considerado como importante, é o de construir
ou adaptar um currículo voltado a realidade daquela clientela escolar. Essa instrução estaria
ligada também aos demais setores da escola, desde a gestão, a orientação pedagógica até o
trabalho em sala de aula. Assim modelo de gestão escolar adotado será “baseado na combinação
de formas de planejamento e controle central na formulação de políticas, associado à
descentralização administrativa na implementação dessas políticas” (OLIVEIRA, 2004). É
possível acrescentar ainda, que a preocupação desse modelo está na maneira com que este ocorre
na esfera docente e discente, ou melhor, nas relações que ocorrem entre ambas. Pois esta relação
deve ser boa já que “em uma escola democrática não pode faltar o comum acordo entre os
diferentes membros da comunidade escolar”, e que, “através, justamente, da participação ativa na
construção de propostas e alternativas que fortaleçam a união em torno da gestão do ensino”
(STÜRMER, 2013). É perceptível que a liderança instrucional busca contemplar um trabalho que
ocorra de forma coletiva, onde todos devem seguir um propósito. Assim, de acordo com Luck
(2000) no trabalho proposto diante das pessoas do grupo mencionado, aparecerá “o
estabelecimento de associações internas e externas; a valorização e maximização de aptidões, as
competências múltiplas e diversificadas dos participantes; o desenvolvimento de processo de
comunicação aberta, ética e transparente”. Isto favorecerá para a execução do currículo, dentro
das competências e habilidades esperadas, tornando a escola, um ambiente prazeroso para todos
que fazem parte deste espaço.

Liderança Interpessoal
Nesse modelo de liderança é perceptível uma ruptura maior em relação aos demais, visto que
neste, o sujeito é reconhecido como detentor de diferentes pensamentos, e que só ele reconhece,
uma vez que deve estar dentro dele mesmo. Seu pensamento interior será despertado pelo seu
ambiente de trabalho, ou seja, este depende do ambiente escolar para se desenvolver. Para Leite
(2012) o desenvolvimento humano pode ser entendido como “um processo de apropriação dos
elementos culturais, ocorrendo no sentido do externo (relações interpessoais) para o interno
(relações intrapessoais), mediado pela ação do outro (pessoas físicas ou agentes culturais)”.
Contudo, neste modelo, o sujeito é caracterizado pela necessidade de que outros indivíduos

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colaborem para o desenvolvimento das suas habilidades. Há uma preocupação que leva em conta
a cooperação entre as pessoas, bem como alguns fatores ligados a afetividade, como por
exemplo, a necessidade de harmonia e integração. Maximiano (2002), diz que “liderança é a
realização de metas por meio da direção de colaboradores. A pessoa que comanda com sucesso
seus colaboradores para alcançar finalidades específicas é líder”. Essa ajuda que deve ocorrer
dentro desse modelo, deve ser mediada e organizada pelo líder, o qual deve ter cautela e
favorecer o desenvolvimento de todos. Então, “cabe ao Gestor atuar com segurança e
transparência, envolvendo e motivando todos os membros da escola e da comunidade”
contribuindo para desenvolverem um trabalho “coletivo em prol do crescimento dos educandos,
proporcionando-os condições para atuarem como cidadãos, em uma sociedade democrática,
crítica e reflexiva”.

Liderança Distribuída
Na liderança distribuída, é possível ter a percepção de vem contrariar o modelo que se vê muito
na gestão escolar. Este modelo pode ser mencionado também como democrático, visto que tem a
compreensão de que a gestão deve ocorrer com a participação de todos os envolvidos dentro do
ambiente escolar. Esta leva em consideração duas vertentes, ou seja, uma mais individualizada,
onde o indivíduo apresenta um desenvolvimento mais focado e outra onde o indivíduo apresenta
suas ideias de forma que favoreça o ambiente, “tornando o trabalho um vínculo de satisfação,
realização e crescimento pessoal” (CAVALCANTI, 2009). Assim, todos têm responsabilidades,
um objetivo dentro da unidade escolar, o qual organizará a escola, já que “vivemos em uma
sociedade de organizações, pois nascemos nelas, aprendemos nelas, servimo-nos delas,
trabalhamos nelas e passamos a maior parte de nossas vidas dentro delas” (CHIAVENATO,
2004). Nessa liderança, vista tamanha preocupação com a distribuição de tarefas e a organização
do espaço, é possível compreender que serão aproveitadas de forma mais elevada e significativa
as habilidades e as competências do corpo docente, que ajudarão o gestor escolar nas tarefas,
deixando mais leves, pois, “não existem organizações sem pessoas que detenham poder e algum
tipo de autoridade. No entanto, isso não significa que todos aqueles que detenham o poder sejam
necessariamente líderes, embora a recíproca seja verdadeira” (CHIAVENATO, 2004). Nesse
sentido não é possível deixar de lado a função a figura de um líder mais firme, no entanto, este
deve estar longe da função individualista, que existe em algumas escolas. Assim, pode-se dizer

13
que a cooperação é criadora, e, quando ela se desenvolve, “as regras interiorizam-se, os
indivíduos colaboram verdadeiramente e os líderes só continuam sendo reconhecidos, se
encarnarem, por seu valor pessoal, o ideal do próprio grupo” (SCHLEMMER, 2001). É possível
concluir que a liderança distribuída não leva em conta somente a participação no processo
pedagógico existente nas escolas, mas também nas demais tarefas e decisões que são feitas
dentro da escola. Seu valor está considerado como importante dentro do grupo, já que cada um
traz diferentes conhecimentos, habilidades e competências, inclusive experiências, as quais
ajudam a tornar possíveis os objetivos.

Participação dos pais e encarregados de educação na escola


Segundo Silva (2003, p.28), uma maior co-responsabilização dos pais no processo educativo dos
seus educandos, tem resultados positivos para estes, daí advenientes, para além de uma
valorização social das famílias, sobretudo as de meios populares, a partir da imagem que lhes é
devolvida pela instituição escolar.
Para Sousa e Sarmento (2010, p.147) após vários estudos publicados por diversos autores, existe
uma correlação forte e positiva entre os resultados escolares, a assiduidade e o comportamento
dos alunos e a existência e qualidade do envolvimento das famílias, é hoje consensual a
necessidade vital de se estabelecer e desenvolver uma cooperação estreita entre a escola e a
família, sob pena de se não cumprirem os objectivos esperados da função educativa.
Assim sendo, o envolvimento parental é crucial para o processo de ensino-aprendizagem das
crianças e estudos realizados nas últimas três décadas mostram que, quando os pais se envolvem
na educação dos filhos, eles obtêm melhor aproveitamento escolar (Marques, 2001, p.19).
Segundo Sousa e Sarmento (2010, p, 148) “o sucesso educativo está positivamente relacionado
com a forma como a escola e a família encaram e desenvolvem essa missão comum”. Pedro
Silva (2009) afirma que “quanto mais estreita a relação entre escolas e famílias, maior o sucesso
educativo das crianças e jovens” (Ibidem 2010, p.149).
Alves e Leite (2005, p.9) partilham da mesma opinião a cooperação escola – família – escola
exige vontade, tempo, perseverança é uma das condições essenciais para que os processos de
ensino aprendizagem sejam mais ricos para que sejam melhores os resultados dos alunos.

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Conclusão
Apenas com organização é possível conseguir avanços socioeducacionais dentro da escola e o
aprendizado dos estudantes de forma efetiva.
Mais do que estar bem a par do seu mercado, os gestores das escolas precisam conhecer a fundo
todas as áreas que envolvem o bom e correto funcionamento de sua instituição.
Usar as tecnologias disponíveis e os potenciais humanos da comunidade escolar serão aliados
neste processo. Eles promovem uma ação conjunta e integrada que permite à escola atingir
resultados satisfatórios para todos!
O ensino e a pesquisa foram influenciados por abordagens legalistas, assentes na interpretação
jurídica e, mais tarde, pela transferência de teorias e princípios da “administração industrial e
geral”, proposta por autores da “Administração Científica” como F. Taylor e H. Fayol, para a
Administração Escolar. Félix (1984) e Paro (1986) destacam-se na crítica à sobredeterminação
teórica exercida pela administração empresarial capitalista sobre a administração escolar,
tendo recusado uma definição de Administração Escolar como aplicação de uma
“administração geral” ao caso concreto das escolas, a partir de uma “pretensa universalidade de
princípios” (PARO, 1986: 11). A deslocação do campo das abordagens normativistas /
pragmáticas para as abordagens de vocação analítica/interpretativa (LIMA, 2009) tem
permitido que, ao longo das últimas duas décadas, a formação e a pesquisa em
Administração Escolar tenham adquirido um pendor pluriparadigmático sem precedentes,
com destaque para os contributos da Ciência Política, da Sociologia das Organizações, das
Ciências da Administração, entre outros, e no domínio dos estudos educacionais, com relevo
para os contributos da investigação em Sociologia da Educação e Políticas Educacionais.
Trata-se de um movimento de refundação teórica, em boa parte conduzido através do
ensaio de perspectivas críticas, em que as análises sociológicas e organizacionais, as
abordagens sociopolítica e histórico-crítica têm revelado protagonismo e suportado novas
investigações teóricas e empíricas, valorizando especialmente o estudo organizacional das
escolas e das práticas dos atores escolares, bem como as articulações entre políticas públicas e
administração das escolas.

Referências Bibliográficas
BARROSO, J. Para uma abordagem teórica da reforma da administração escolar: a distinção
entre “direcção” e “gestão”. Revista Portuguesa de Educação, Braga, v. 8, n. 1, p. 33-56, 1995.
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BUSH, T. Theories of educational leadership and management. 3. ed. Londres: Sage, 2003.
DUNSIRE, A. Administration: the word and the science. Londres: Martin Robertson, 1973.
DURAND-PRINBORGNE, C. L´administration scolaire. Paris: Sirey, 1989.
FÉLIX, M. F. C. Administração escolar: um problema educativo ou empresarial? São Paulo:
Cortez; Campinas: Autores Associados, 1984.
LIMA, L. C. A escola como organização educativa: uma abordagem sociológica. 3. ed. São
Paulo: Cortez, 2009.
TEIXEIRA, Anísio. Que é administração escolar? Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos.
Rio de Janeiro, v.36, n.84, 1961. p.84-89.
PARO, V. H. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo: Cortez; Campinas:Autores
Associados, 1986.
LIMA, L.C.V.S. Administração escolar. In:OLIVEIRA, D.A.; DUARTE, A.M.C.; VIEIRA,
L.M.F. DICIONÁRIO: trabalho, profissão e condição docente. Belo Horizonte:
UFMG/Faculdade de Educação, 2010. CDROM
SANDER, B. Gestão da educação na América Latina: construção e reconstrução do
conhecimento. Campinas: Autores Associados, 1995.
UNESCO. As funções da administração da educação. Lisboa: UNESCO; Ministério da
Educação, 1988.

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