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LINGUAGEM E ARGUMENTAÇÃO

AULA 6
PADRÃO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
O TEXTO ARGUMENTATIVO

“De instrumento que ajudava a nomear as coisas, a


linguagem passou a ser identificada como elemento
de constituição dos sentidos, capaz de não apenas
representar como também de criar realidades,
exercendo um forte papel direcionador e
redirecionador das relações sociais.”
Adilson Citelli
FORMAS DISSERTATIVAS – GÊNEROS
• Presentes cotidianamente na vida das pessoas:

– discursos de publicidade, do jornalismo, da política,


das aulas, dos conselhos dos amigos, das polêmicas
nos times de futebol, artigos de opinião, dissertações,
teses.
– Entre todas estas formas está o fato de que ideias
estão sendo veiculadas, pontos de vista debatidos,
concepções atacadas e/ou defendidas.
[...] Se for entendido que o texto realiza o discurso, será
possível admitir que o texto/sermão do padre está afeito
ao discurso religioso; o texto/processo do advogado tem
a ver com o discurso jurídico; o texto/laudo médico
relaciona-se ao discurso da saúde e da doença; o
texto/aula do professor vincula-se ao discurso
pedagógico, e assim por diante.
“A PENA DE MORTE É UMA VOLTA À
BARBÁRIE.”

ROCCO, Maria Tereza Fraga, (1981).


Considerando o método discursivo, a estrutura
persuasiva do texto publicitário está baseada em
princípios estabelecidos por Aristóteles há mais de 2 mil
anos na retórica. São eles: o apelo à emoção, o
oferecimento da prova e o apelo à credibilidade do
comunicador.
Analise de redação

• A introdução é o parágrafo de
contextualizar o tema e apresentar
um ponto de vista, uma tese em cima
da discussão proposta pela banca;
• O desenvolvimento é o espaço de
convencimento. Nele, o aluno precisa
apresentar ideias e fundamentá-las com o
objetivo de mostrar a relevância de sua
tese nessa discussão;
• A conclusão precisa retomar a tese,
parafraseando a abordagem mostrada na
introdução, e apresentar propostas de
intervenção detalhadas e que tentem
solucionar cada um dos pontos
apresentados no desenvolvimento.
PUBLICIDADE INFANTIL EM QUESTÃO NO
BRASIL (ENEM 2014)
O VERDADEIRO PREÇO DE UM BRINQUEDO

É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com a


existência de personagens famosos, músicas para crianças e
parques temáticos, a indústria de produtos destinados a essa faixa
etária cresce de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista
a idade desse público, surge a pergunta: as crianças estariam
preparadas para o bombardeio de consumo que as propagandas
veiculam?
Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios
de comunicação. No entanto, tais artifícios já foram
responsáveis por mudar o curso da História. A imprensa, no
século XVIII, disseminou as ideias iluministas e foi uma das
causas da queda do absolutismo. Mas não é preciso ir tão
longe: no Brasil redemocratizado, as propagandas políticas e
os debates eleitorais são capazes de definir o resultado de
eleições. É impossível negar o impacto provocado por um
anúncio ou uma retórica bem estruturada.
O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público
infantil. Comerciais para essa faixa etária seguem um certo
padrão: enfeitados por músicas temáticas, as cenas mostram
crianças, em grupo, utilizando o produto em questão. Tal
manobra de “marketing” acaba transmitindo a mensagem de
que a aceitação em seu grupo de amigos está condicionada ao
fato dela possuir ou não os mesmos brinquedos que seus
colegas. Uma estratégia como essa gera um ciclo interminável
de consumo que abusa da pouca capacidade de discernimento
infantil.
Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da
legislação atual a fim de limitar, como já acontece em
países como Canadá e Noruega, a propaganda para esse
público, visando à proibição de técnicas abusivas e
inadequadas. Além disso, é preciso focar na
conscientização dessa faixa etária em escolas, com
professores que abordem esse assunto de forma
compreensível e responsável. Só assim construiremos um
sistema que, ao mesmo tempo, consiga vender seus
produtos sem obter vantagem abusiva da ingenuidade
infantil.
REFERÊNCIAS

Publicidade infantil em questão no Brasil (ENEM 2014)


Disponível em:< http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/enem-e-vestibular/enem-2014-
leia-exemplos-redacao-nota-1000-15050154>

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