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A

ARGUMENTAÇÃO
A argumentação é um recurso que tem como
propósito convencer alguém, para que esse tenha
a opinião ou o comportamento alterado.
Sempre que argumentamos, temos o intuito de
convencer alguém a pensar como nós.

No momento da construção textual, os


argumentos são essenciais, esses serão as provas
que apresentaremos, com o propósito de
defender nossa ideia e convencer o leitor de que
essa é a correta.

Há diferentes tipos de argumentos e a escolha


certa consolida o texto.
Argumentação por raciocínio lógico

A criação de relações de causa e efeito é


um recurso utilizado para demonstrar que
uma conclusão (afirmada no texto) é
necessária, e não fruto de uma interpretação
pessoal que pode ser contestada.
EXEMPLOS:
Causa:

O boom da tecnologia no final dos anos 1990 não fez


somente com que a informação pertencesse a todos, mas
também com que houvesse informações demais, rápido
demais.

Consequência:

As pessoas se acostumaram com as soluções


instantâneas e se tornaram mais imediatistas e
incapazes de lidar com as frustrações.

Extraído do texto: Angústia grátis, de


Mayra Dias Gomes
Causa:
Dia após dia, convivemos com a ideia de que certas
compras são verdadeiros investimentos e, ao realizá-las,
tornaremo-nos seres humanos mais completos.

Consequência:
Deixamos nos enganar pelas abordagens inteligentes
que mexem com nossas inseguranças. Caímos de boca no
anzol e nos sentimos cada vez menos felizes.

Extraído do texto: Angústia grátis, de


Mayra Dias Gomes
Causa:

Há algum tempo atrás, as pessoas utilizavam-se dos


meios mais íntimos de relacionar-se com familiares,

Consequência:

pois tendo apenas o rádio e o correio como meio de


comunicação, davam-se ao prazer de visitar seus parentes
mesmo em terras mais distantes, proporcionando-se o
prazer e a alegria do convívio familiar.

Extraído do texto: A Tecnologia e as Relações Humanas,


de Nilva Michelon
Causa:

Com o passar dos anos começam a surgir ínfimos


meios de comunicação e com eles tecnologias
avançadas,

Consequência:

que vieram proporcionar conforto e


distanciamento entre as pessoas. Muitas máquinas
frias surgiram para substituir as relações humanas.

Extraído do texto: A Tecnologia e as Relações Humanas,


de Nilva Michelon
ARGUMENTAÇÃO POR CITAÇÃO
Sempre que queremos defender uma ideia, procuramos
pessoas “consagradas”, que pensam como nós acerca do
tema em evidência. Apresentamos no corpo de nosso texto
a menção de uma informação extraída de outra fonte.
A citação pode ser apresentada assim:
Assim parece ser porque, para Piaget, “toda moral consiste
num sistema de regras e a essência de toda moralidade
deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por
essas regras” (Piaget, 1994, p. 11). A essência da moral é o
respeito às regras. A capacidade intelectual de
compreender que a regra expressa uma racionalidade em si
mesma equilibrada.
O trecho citado deve estar de acordo com as ideias do
texto, assim, tal estratégia poderá funcionar bem.
Exemplo em texto já trabalhado:

Angústia grátis – Mayra Dias Gomes (oitavo


parágrafo/ p. 4 do Módulo): “(...) Segundo o
filósófo alemão Schopenhauer, “o prazer nada
mais é do que o momento fugaz de ausência de
dor.” Não há satisfação durável. É desse princípio
pessimista que se alimenta a indústria do
consumo. O que importa não é encher a casa de
bens, mas jogá-los fora quando deixarem de
trazer emoções novinhas em folha.”
ARGUMENTAÇÃO POR
COMPROVAÇÃO

A sustentação da argumentação se dará a


partir das informações apresentadas
(dados, estatísticas, percentuais) que a
acompanham.
Esse recurso é explorado quando o
objetivo é contestar um ponto de vista
equivocado. Nesse tipo de citação o autor
precisa de dados que demonstrem sua tese.
Exemplo 1:
O ministro da Educação, Cristovam Buarque, lança
hoje o Mapa da Exclusão Educacional. O estudo do Inep,
feito a partir de dados do IBGE e do Censo Educacional do
Ministério da Educação, mostra o número de crianças de
sete a catorze anos que estão fora das escolas em cada
estado. Segundo o mapa, no Brasil, 1,4 milhão de crianças,
ou 5,5 % da população nessa faixa etária (sete a catorze
anos), para a qual o ensino é obrigatório, não frequentam
as salas de aula.
O pior índice é do Amazonas: 16,8% das crianças do
estado, ou 92,8 mil, estão fora da escola. O melhor, o
Distrito Federal, com apenas 2,3% (7 200) de crianças
excluídas, seguido por Rio Grande do Sul, com 2,7% (39 mil)
e São Paulo, com 3,2% (168,7 mil).
(Mônica Bergamo. Folha de S. Paulo, 3.12.2003)
Exemplo 2:
No caso do Brasil, homicídios estão
assumindo uma dimensão terrivelmente grave.
De acordo com os mais recentes dados
divulgados pelo IBGE, sua taxa mais do que
dobrou ao longo dos últimos 20 anos, tendo
chegado à absurda cifra anual de 27 por 100 mil
habitantes. Entre homens jovens (de 15 a 24
anos), o índice sobe a incríveis 95,6 por 100 mil.
Esses números colocam o Brasil entre os
campeões mundiais de homicídios.
(Folha de S. Paulo. 14/04/2004)
TIPOS DE ARGUMENTO
Autoridade
• Baseado no consenso: quando o autor usa
algo que todos já sabem;

• Baseado em provas concretas: prova


concretamente o que está sendo exposto;

• Baseado em raciocínio lógico: o autor coloca


causa e consequência no seu texto para
convencer o leitor.
Exemplo 1:
Exemplo 2:
Argumento baseado na competência linguística

Exemplo:
“É a obsolescência planejada, ou, em outras
palavras, tática de marketing. É preciso fazer
com que os renegados da sociedade de
consumo sintam-se como fracassados. Só
assim permanecerão sensíveis o suficiente
para acreditar em tantas falsas promessas.”

Angústia grátis – p.5 do Módulo


Estratégias argumentativas

• - Baseada no EMISSOR (uso comum em discursos eleitorais,


suplicatórios e didáticos. No geral usa-se o argumento de
autoridade);
• - Baseado no RECEPTOR (em discursos publicitários e de autoajuda.
No geral usa-se o argumento baseado em raciocínio lógico);
• - Baseado no REFERENTE (exige um conhecimento de mundo
prévio. No geral vem com argumento baseado em consenso);
• - Baseado na MENSAGEM (Convence pelo texto em si);
• - Baseado no CÓDIGO (Explora o jogo linguístico);
• - Baseado no CANAL (Usa o veículo de circulação da mensagem
para convencer. Ex.: Falou na TV. Argumento de autoridade).

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