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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Estudo de proficiência em interpretação de texto cedido pela Faculdade Unicesumar aos graduandos de
Pedagogia do 1º semestre/2020.
Decodificação
Você sabia que uma das formas de interpretação se dá por meio da compreensão de um contexto geral?
Notou que o vídeo não expõe nenhum diálogo ou texto que indique objetivamente a que fim ele se
destina? Ao realizar essa análise para chegar a uma conclusão, estamos desenvolvendo um processo de
decodificação, que parte da interpretação de uma mensagem, de um signo, símbolos e ou sinais. O próprio
ato de decodificar é destrinchar um código presente em textos majoritariamente não escritos. Para
entender melhor esse processo e realizar uma leitura mais assertiva, é importante que o leitor consiga aliar
o que é posto à sua frente ao seu conhecimento de mundo. Isso significa que todas as suas experiências
acumuladas ao longo de sua vida são a base fundamental para compreender contextos assim, em que
estamos dispostos diante de uma situação ou uma imagem emblemática. Exemplo: quando você observa a
imagem de uma mulher conversando com um homem, pode inferir sua própria interpretação. Porém, ao
avaliar o contexto em que ambos estão expostos, pode-se fazer a interpretação (decodificação). Se
estiverem abraçados, podem ser amigos ou um casal; se trocarem apenas um aperto de mão, pode ser
uma reunião de negócios; e assim por diante. Portanto, a dica para o processo de decodificação é sempre
analisar o contexto em que está exposto tal imagem ou signo, não somente seus objetos individualmente.
Assim, será possível compreender a mensagem deixada em cada um desses contextos. Não se esqueça de
que sua experiência será sua melhor aliada neste trajeto.

Diferenciação
Você já se deparou com uma situação que gerou dupla interpretação? Sabia que essa característica está
relacionada a uma propriedade de interpretação denominada diferenciação? A diferenciação está
relacionada ao processo de desambiguação, ou seja, encontrar o contexto correto a partir de um sentido
duplo, ambíguo. A própria palavra ambiguidade significa duplicidade de sentido em palavras. Portanto, é
necessário diferenciar termos em busca da resposta correta. Na prática, significa que o leitor precisa estar
atento às formas como foram construídos os textos ambíguos. Muitos deles trazem palavras que
apresentam mais de um significado e, na língua portuguesa, isso é muito comum. Outro ponto importante
é o contexto em que se apresenta tal situação. Frases ambíguas por si só podem não contribuir para uma
leitura efetiva. Por fim, devemos considerar, também, a pontuação do texto, que pode contribuir
para que uma frase mude de sentido. Dessa forma, pode parecer complexo praticar a diferenciação, porém
é mais comum do que se possa imaginar e realizamos esta prática a todo tempo. Exemplo: Um famoso
jornal publica a seguinte manchete: “O Brasil vence a Rússia em jogo histórico na sua casa”. Vamos supor
que o contexto desse jogo seja a Copa do Mundo na Rússia. Se você não sabe dessa informação, é provável
que fique confuso, sem saber aonde o jogo ocorreu. Porém, se já estiver imerso nesse contexto,
conseguirá fazer a diferenciação e identificar que o jogo ocorreu na Rússia. Existem muitas outras formas
de praticar a desambiguação, não somente em textos escritos. Uma delas é pela análise situacional, pois
diversas situações do nosso cotidiano nos colocam frente à ambiguidade, seja em um telefonema, uma
demanda de trabalho ou até mesmo comportamentos. Portanto, é muito importante ter em mente que o
seu conhecimento, atrelado aos contextos em que se colocam a ambiguidade, conduzem
instantaneamente a solução para a diferenciação. A prática de leitura se torna fundamental para realizar

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uma interpretação efetiva na diferenciação. Portanto, leia, observe situações e procure sempre entender
os sentidos em que são postas as palavras.

Compreensão
Quando você lê um texto, consegue mensurar se compreendeu, de fato, o que está sendo dito? Sabia que
compreensão é uma das categorias de interpretação? A compreensão parte de uma das premissas básicas
na interpretação de textos, que nada mais é do que o entendimento de algo, atribuindo significado. Muitas
das vezes a compreensão está relacionada aos conhecimentos anteriores do leitor a um texto. Por isso, é
muito comum que o leitor tenha uma reação de estranheza com termos ou situações as quais não teve um
contato anterior. Vale ressaltar que a compreensão pode, muitas vezes, ser subjetiva. Por mais que os
textos tenham intenções muito claras para quem os escreve ou os verbaliza, eles podem ter novos
significados atribuídos a partir de quem os lê. Isso porque o conhecimento de mundo e as vivências de
cada pessoa são individuais. Portanto, o melhor caminho para compreender é buscar, primordialmente, a
objetividade e qual é o cerne de determinado texto. Exemplo: Leia o texto a seguir: A “beleza” parece
caminhar em uma linha tênue entre as escolhas do indivíduo e a imposição coletiva. Se, por um lado, cada
um pode “buscar a beleza” da maneira que considerar melhor para si, por outro, cuidar da beleza torna-se
um imperativo. Modelos funcionam como fonte de comparação social e a - exposição às imagens
idealizadas da mídia- tem como efeito uma redução no nível de - satisfação dos indivíduos com relação à
própria imagem - . Este processo de comparação social também influencia fortemente a autoestima do
indivíduo. Se o primeiro caminho para a compreensão é encontrar o cerne de determinado texto, podemos
dizer que no exemplo anterior o nosso cerne é a busca pela beleza, como colocado entre aspas. Porém,
para saber o que, de fato, o autor está abordando sobre a beleza, precisamos caminhar para um patamar
mais aprofundado de compreensão, que nada mais é do que analisar as consequências do tema central. Os
trechos destacados por travessões refletem essa consequência. Logo, é possível compreender que o texto
expõe a busca do indivíduo em se sentir belo, porém ele está sujeito às imposições sociais de beleza,
fortemente relacionadas aos padrões estéticos. Os caminhos de leitura de um texto sempre partirão do
entendimento de um contexto geral para uma conclusão do leitor. Portanto, compreender é uma
habilidade natural, que pode cada vez mais ser aprimorada a partir da prática por meio da leitura objetiva.

Interpretação
Poética Luís de Camões, Shakespeare, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade. Provavelmente
você já ouviu falar de pelo menos um deles. Esses são poetas reconhecidos por seus famosos poemas que
até hoje se mantêm atuais. Os poemas fazem parte de um tipo textual que reflete em grande parte as
sensações e percepções do seu autor. Por isso, são muito marcados de subjetividade e necessitam da
sensibilidade do leitor para compreender seu sentido. Quando lemos um poema a fim de compreender
esse sentido, estamos realizando a interpretação poética. Tal prática procura estimular a criatividade de
interpretação a partir da sensibilidade do autor. Porém ela não se reduz apenas aos poemas. As músicas ou
frases filosóficas, por exemplo, também refletem sentimentos e mensagens por seus compositores.
Portanto, consideramos que textos que possuem um lirismo fortemente relacionado ao seu autor e
procuram comunicar algo apresentam uma conotação poética. Veja o poema e a música a seguir: POEMA -
Amor é fogo que arde sem se ver (Luís de Camões) Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não
se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; MÚSICA – Monte Castelo
(Legião Urbana) Ainda que eu falasse a língua dos homens E falasse a língua dos anjos Sem amor eu nada
seria Note que ambos os textos representam uma intenção do autor em transmitir uma mensagem a partir

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de sua sensibilidade. Se você compreendeu que os dois tratam da percepção do autor sobre o amor,
efetuou a interpretação poética. Portanto, considere que, para fazer a interpretação de textos desta
categoria, é muito importante que o leitor esteja atento à intenção do autor e ao jogo de palavras posto.
Assim, ficará muito mais simples compreender qual é a mensagem presente nestes textos.

Análise
Você já esteve em contato com dados ou, em algum momento, se deparou com um texto repleto de
informações? É bem provável que sim. Os textos informativos ou estatísticos requerem do leitor uma
habilidade de intepretação fundamental: a análise. Tal ação pressupõe o entendimento da parte a partir do
todo. Isso significa que é necessário correlacionar as informações de um texto de forma analítica e sintética
para se chegar a uma conclusão. Geralmente os textos de análise trazem um conteúdo geral, fragmentado
por informações objetivas. Podem ser comparações estatísticas anuais ou por grupos, ou até mesmo textos
jornalísticos, com o intuito de informar. Por isso, o primeiro passo para se efetuar a análise é separar as
informações e encontrar seu contexto geral. Depois disso, será possível fazer as inferências a partir dos
objetivos do leitor. Exemplo: A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou dados alarmantes sobre a
poluição no mundo – 92% de todas as pessoas do planeta vivem em lugares onde a qualidade do ar está
fora dos padrões da OMS. Nove em cada dez pessoas respiram ar de qualidade ruim e 6,5 milhões morrem
todos os anos por causa daquilo que a gente respira nas ruas. A partir do exemplo, é possível notar que o
texto traz um dado: “92% de todas as pessoas do planeta vivem em lugares onde a qualidade do ar está
fora dos padrões”. Além disso, “nove em cada dez pessoas respiram ar de qualidade ruim e 6,5 milhões
morrem todos os anos por causa daquilo que a gente respira nas ruas”. O contexto geral fica claro: os
dados estão relacionados à poluição. Portanto, um leitor atento precisará relacionar esses dois dados e o
contexto geral para compreender as informações postas no texto e tirar suas conclusões. A análise
depende claramente de uma capacidade leitora objetiva e relacional. Não parte apenas de uma
observação ou uma atribuição ao conhecimento de mundo do leitor. Por isso, é muito importante
considerar a fragmentação de informações para desenvolver sua capacidade leitora analítica.

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