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Instituto Estadual de Educação Espírito Santo

Material de Língua Portuguesa

8º B

Profª: Nathana Valli da Silveira

Nome do aluno(a):___________________________________
Aula 1: Variações linguísticas e os diferentes contextos de comunicação:

As variações linguísticas são as mudanças que a língua apresenta dentro do seu


próprio sistema. Ocorrem variações na língua porque a língua é usada por falantes inseridos
numa sociedade complexa, formada por diferentes grupos sociais, com diferentes hábitos
linguísticos e diferentes graus de escolarização. O uso faz a regra e os falantes usam a língua
de modo a suprir suas necessidades comunicativas, adaptando-a conforme suas intenções e
necessidades. Assim, a língua portuguesa encontra-se em constante alteração, evolução e
atualização, não sendo um sistema estático e fechado.

Variações diatópicas (Regionais)


As variações diatópicas, também chamadas de variações regionais ou geográficas, são
variações que ocorrem de acordo com o local onde vivem os falantes, sofrendo sua
influência. Este tipo de variação ocorre porque diferentes regiões têm diferentes culturas, com
diferentes hábitos, modos e tradições, estabelecendo assim diferentes estruturas linguísticas.
Exemplos de variações diatópicas:

Diferentes palavras para os mesmos conceitos: Aipim, mandioca, macaxeira; Abóbora,


jerimum, moranga; sacolé, dindim, geladinho. Ex:

Responda a seguinte questão:

a) Você conhece palavras que apresentam variações linguísticas de acordo com a região em
que você mora? Quais?

Variação estilística, diafásica ou situacional:

Essa variação diz respeito a mudanças que estão de acordo com a situação em que o
indivíduo se encontra. Ela ocorre porque, em certas ocasiões, fala-se com registros mais
formais e em outras utilizam-se informalidades.

Por exemplo, quando estão em contato com amigos, as pessoas usam gírias,
estrangeirismos e vícios de fala, como o famoso “tipo isso, tipo aquilo”. Quando em
situações sérias e falando com um público maior, como em palestras ou apresentações de
trabalho, tentam se aproximar o máximo possível da linguagem padrão.
Atividade:

Você está doente e precisa cancelar alguns compromissos. Escreva um e-mail explicando o
motivo de sua ausência:

Passeio com os amigos:

Entrevista de emprego:

Jantar na casa da tia:

Aula 2: Variação Histórica

Variação Histórica - Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Como por
exemplo, a palavra “Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida
no meio eletrônico, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como
era o caso de pharmácia, agora, farmácia.

Ex: “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito


prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo
sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses
debaixo do balaio”. (Carlos Drummond de Andrade)

Atividade:

a) No fragmento do texto de Drummond, há expressões que atualmente não são mais


utilizadas, pesquise o significado de cada uma dessas expressões:
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b) Substitua as expressões encontradas por palavras que você utiliza em seu dia a dia:

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Variedades sociais ou diastráticas

São as variedades linguísticas que não dependem da região em que o falante vive, mas
sim dos grupos sociais em que ele se insere, ou seja, das pessoas com quem ele convive.
São as variedades típicas de grandes centros urbanos, já que as pessoas dividem-se em grupos
em razão de interesses comuns, como profissão, classe social, nível de escolaridade,
esporte, tribos urbanas, idade, gênero, sexualidade, religião etc.
Para gerarem sentimento de pertencimento e de identidade, os grupos desenvolvem
características próprias, que vão desde a vestimenta até a linguagem. Os surfistas, por
exemplo, falam diferentemente de skatistas; médicos comunicam-se diferentemente de
advogados; crianças, adolescentes e adultos possuem vocabulário bastante diferente entre si.
Os grupos mais escolarizados tendem a ser mais formais, enquanto os grupos de menor
formação normalmente são mais informais, ou seja, há diferentes registros de linguagem.

Atividade:
O compositor Adoniran Barbosa retratou em suas canções alguns tipos populares que
habitavam bairros italianos de São Paulo no século XX. Observe um trecho de uma de suas
canções mais famosas:
Saudosa Maloca
Si o senhor não "tá" lembrado
Dá licença de "contá"
Que aqui onde agora está
Esse "edifício arto"
Era uma casa veia
Um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construímo nossa maloca
Mais, um dia
Nóis nem pode se alembrá
Veio os homi c'as ferramentas
O dono mandô derrubá
Peguemo todas nossas coisas
E fumos pro meio da rua
Aprecia a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada táuba que caía
Duia no coração
Mato Grosso quis gritá
Mas em cima eu falei:
Os homis tá cá razão
Nós arranja outro lugar
Só se conformemo quando o Joca falou:
"Deus dá o frio conforme o cobertor"
E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim
E prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,
Dim dim donde nóis passemos os dias feliz de nossas vidas
Saudosa maloca,maloca querida,
Dim dim donde nóis passemos os dias feliz de nossas vidas.

http://letras.mus.br/adoniran-barbosa/43969/

1) Na letra, o locutor lamenta o problema que ele e seu amigo estão enfrentando.
a)Que tipo de problema enfrentam?
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b) Pela linguagem, qual é o provável perfil socioeconômico e cultural do locutor e de seus


amigos?
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2) Identifique no texto:
a) Duas palavras que se associam ao dialeto caipira:
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b) Variação linguística ocasionada por baixa escolaridade:
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Aula 3: Efeitos de sentido

Um dos assuntos mais recorrentes em vestibulares é a análise dos efeitos de sentido.


Compreender um texto é mais do que reconhecer as palavras. É preciso compreender qual o
significado do que está escrito. Principalmente em textos de humor e tirinhas, compreender
qual o sentido pretendido é imprescindível.
Há quatro efeitos de sentido essenciais a serem compreendidos para a interpretação de
textos: ambiguidade, duplo sentido, ironia e humor.
Ambiguidade
A ambiguidade ocorre quando um mesmo vocábulo ou expressão pode ser interpretado de
mais de uma maneira. Ela pode aparecer de duas formas:
● como recurso expressivo, principalmente no caso da publicidade ou dos textos humorísticos;
● como um defeito na construção, prejudicando a clareza da mensagem.
Ou seja, ela pode ser intencional ou não.
Em textos argumentativos, didáticos, jornalísticos e outros de função informativa, a
ambiguidade é considerada um defeito. Nesses tipos de texto, a mensagem deve ser o mais
clara e objetiva possível.
Por isso, deve-se evitar expressões que possam gerar algum tipo de ambiguidade. Um
exemplo de ambiguidade intencional pode ser visto na tirinha abaixo:

A ambiguidade aqui é proposital. O objetivo é explorar as duas possibilidades da palavra


“paciente”:
● substantivo, significando pessoa que será atendida pelo médico;
● ou adjetivo, significando característica de pessoa que tem paciência. É nessa
ambiguidade que reside o humor da tirinha.

Duplo sentido
O duplo sentido é um recurso expressivo em que as palavras e expressões utilizadas
possuem diferentes interpretações. A diferença do duplo sentido para a ambiguidade é que
muitas vezes a ambiguidade não é intencional, enquanto que o duplo sentido é planejado,
principalmente visando o humor.
Aparece muitas vezes na publicidade. Além disso, piadas, anedotas e outros textos
humorísticos também trabalham com o duplo sentido.
Costuma-se falar em duplo sentido principalmente para construções em que há duas
interpretações possíveis: o sentido literal, mais ingênuo; e o segundo sentido, com fundo
sarcástico, remetendo a referências sexuais ou ofensivas.
Normalmente, depende do conhecimento de mundo do leitor ou ouvinte para que a
dupla referência seja compreendida.  Além disso, ela depende do contexto: uma frase com
potencial duplo sentido pode ser entendida de modos diferentes dependendo dos participantes
da conversa.

Veja o exemplo:
Perceba que a escolha do adjetivo prudente remete-nos ao uso do creme dental para
o dente, construindo um duplo sentido.

Aula 4: Ironia

A ironia é uma figura de linguagem por meio da qual se enuncia algo que é o
oposto ao que se quer dizer. Podemos considerá-la implícita, pois para saber quando essa
figura de linguagem está sendo empregada é necessário observar o contexto no qual a frase
ou expressão é enunciada ou escrita e, a partir da análise da situação, interpretar o que ela
quer dizer. 
Esse recurso estilístico tem um certo tipo de humor característico, utilizado para
enfatizar uma opinião crítica. Geralmente, a ironia está ligada a uma quebra de
expectativa, pois o seu sentido é justamente o contrário do que foi dito. Ela aparece,
principalmente, em expressões cujo objetivo é fazer críticas, gozar de alguma situação ou
pessoa, fazer denúncias. 

Humor: A maioria dos efeitos de sentido de textos citados até então tem um objetivo
comum: o humor. Situações cômicas ou potencialmente humorísticas compartilham da
característica do efeito surpresa. O humor reside em ocorrer algo fora do esperado numa
situação.
Há as tirinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; há
anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente acessadas como forma de
gerar o riso.

Atividades:
1) Explique a seguinte tirinha e responda qual o efeito que ela causa?
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______

2) (CEFET/PR) Assinale a única frase em que a ordem de colocação das palavras NÃO


produz ambiguidade.
a) Rossi pede ao STF processo por calúnia contra Motta.
b) É só colocar as moedas, girar a manivela e ter a escova já com a pasta embalada nas mãos.
c) Casal procura filho sequestrado via Internet.
d) Câmara torna crime porte ilegal de armas.
e) Regressou a Brasília depois de uma cirurgia cardíaca com cerimonial de chefe de Estado.

3) Identifique a ambiguidade de cada frase e depois reescreva a frase de maneira que seja
compreensível:
1. Proibido entrar na loja de boné.
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2. A moça viu o incêndio do prédio ao lado.
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3. O policial prendeu o ladrão em sua casa.
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4) Analise:
O efeito de humor que se obtém no cartum decorre, principalmente,
a) da expressão facial da personagem.
b) do uso de uma ferramenta fora de contexto.
c) da situação rotineira exposta pela imagem.
d) da ambiguidade presente na expressão “quebre a cara”.
e) do emprego de linguagem popular.

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Aula 5: Texto informativo - Notícias

Você já deve ter aprendido sobre as notícias e os jornais nos anos anteriores de escola.
A leitura de textos jornalísticos é importante para nos informarmos sobre o que está
acontecendo em nossa cidade, no nosso país e no mundo. Além disso, é necessário
“dialogarmos” criticamente com esses textos, percebendo segundas intenções e formando
opiniões com base em uma comparação entre diferentes fontes.
As notícias, geralmente, apresentam a seguinte estrutura:
Manchete ou título principal: Geralmente é grafado de forma bastante evidente (negrito,
caixa alta) e tem o objetivo de chamar a atenção do leitor.
Título auxiliar: Título um pouco maior, o qual auxilia o entendimento do título principal, ou
seja, é um recorte do assunto que será explorado.
Lide (lead): Corresponde ao primeiro parágrafo da notícia e nele são expostas as informações
que mais despertam a atenção do leitor para continuar com a leitura do texto.
Busca responder às questões: Quem? Onde? O que? Como? Quando? Por quê?.
Corpo da Notícia: Trata-se da informação propriamente dita, com a exposição mais
detalhada das informações necessárias para entendimento do fato noticiado.

LEIA O TEXTO E RESPONDA ÀS QUESTÕES:

OMS declara pandemia de coronavírus


Apesar do novo status, os países não devem mudar a forma como estão operando
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, no dia 11 de março, que o Covid-19 é
uma pandemia. Esse termo é usado quando uma doença infecciosa se espalha e afeta muitas
pessoas de vários continentes ao mesmo tempo.
Por enquanto, a declaração não altera o que os governos devem fazer para conter a circulação
do vírus. “Isso não muda o que a OMS está fazendo nem o que os países devem fazer”, disse
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
Ele ainda reforçou que os países devem investir recursos para controlar a situação. “Todos os
países devem encontrar um bom equilíbrio entre proteger a saúde, minimizar problemas
econômicos e sociais e respeitar os direitos humanos”, declarou.
O ministro da Saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, disse que a declaração já era
esperada e que ela não muda nada para o Brasil.

Entenda a diferença entre surto, epidemia, pandemia e endemia:

Surto: quando acontecem mais casos do que o esperado de certa doença em um local
específico. Por exemplo, um bairro que tem muitos casos de dengue de uma só vez.
Epidemia: quando uma doença infecciosa se espalha pelo país. Alguns países, por exemplo,
têm epidemias de gripe todos os anos.
Pandemia: quando a doença infecciosa se espalha para vários continentes e provoca grande
número de casos simultâneos ao redor do mundo. Um exemplo recente foi a gripe H1N1,
declarada pandemia em 2009.
Endemia: os casos de endemias não são classificados levando em conta o número de
ocorrência. A doença é endêmica quando aparece com frequência em um local, não se
espalhando por outras comunidades, a chamada endêmica típica. A endemia também é
classificada de modo sazonal. A febre amarela, comum na região amazônica, é uma doença
endêmica.

Disponível em:
https://www.jornaljoca.com.br/oms-declara-pandemia-de-coronavirus/.

Responda:

a) Segundo o texto, por que a OMS declarou a Covid-19 como uma pandemia?
b) Por que não podemos considerar a Covid-19 com um “surto” ou “endemia”?

c) Qual outra pandemia é citada no texto? Quando ela ocorreu?

Identifique no texto:
Manchete:

Título auxiliar:

Lide:

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Aula 6: Artigo de Opinião

O que é artigo de opinião?


O artigo de opinião é um tipo de texto dissertativo-argumentativo onde o autor apresenta seu
ponto de vista sobre determinado tema e, por isso, recebe esse nome.
A argumentação é o principal recurso retórico utilizado nos textos de opinião, que tem como
característica informar e persuadir o leitor sobre um assunto.
Geralmente os artigos de opinião são veiculados nos meios de comunicação de massa -
televisão, rádio, jornais ou revistas - e abordam temas da atualidade.

As características do artigo de opinião


● Textos escritos em primeira e terceira pessoa;
● Uso da argumentação e persuasão;
● Geralmente são assinados pelo autor;
● Produções veiculadas nos meios de comunicação;
● Possuem uma linguagem simples, objetiva e subjetiva;
● Abordam temas da atualidade;
● Possuem títulos polêmicos e provocativos;
● Contém verbos no presente e no imperativo.

A estrutura do artigo de opinião


Geralmente os artigos de opinião seguem o padrão da estrutura dos textos dissertativos-
argumentativos:

● Introdução (exposição): apresentação do tema que será discorrido durante o artigo;


● Desenvolvimento (interpretação): momento em que a opinião e a argumentação são os
principais recursos utilizados;
● Conclusão (opinião): finalização do artigo com apresentação de ideias para solucionar os
problemas sobre o tema proposto.

Como fazer um artigo de opinião - passo a passo

1. Escolha e definição do tema


Para fazer um artigo de opinião, o tema deve estar definido. Ele é o assunto sobre o qual o
autor dissertará. Para isso, o artigo será feito para um meio de comunicação; já existe uma
pauta definida, ou é um tema livre de um trabalho escolar?

Obs.: tema e título são duas coisas diferentes. O primeiro está relacionado com o assunto, e o
segundo é o nome que será dado ao texto.
2. Pesquisa e busca de argumentos
Não basta saber qual o tema, e não possuir argumentos sobre ele. Sendo um texto opinativo, é
importante sustentar o ponto de vista baseado em argumentos. Por isso, a pesquisa profunda e
atualizada, seja nos livros da biblioteca, ou nos sites da internet, deve ser o próximo passo
para escrever um artigo de opinião.
Anote tudo o que for interessante e vá, gradualmente, construindo e dando corpo ao texto.
Mas, não se esqueça: você deve formar sua opinião sobre o assunto e não copiar a de outros,
pois isso é considerado plágio!
3. Recorte do tema
Imagine que o artigo de opinião para fazer é um tema dado pela professora e que é super
abrangente: racismo no Brasil. Note que podemos falar muitas coisas sobre o racismo no
Brasil, por exemplo, a origem, a história, alguns casos, o racismo na atualidade, etc. Assim, é
essencial fazer um “recorte” para focar somente em alguns aspectos do tema. Isso facilita a
escrita do texto, evitando se perder em tanta informação.

4. Seleção do material
Agora que o “recorte” já foi definido, a seleção do material que será utilizado fica mais
clarificada. Não se esqueça de selecionar tudo para depois utilizar, se necessário, a
bibliografia, no final do texto. Importante ressaltar que a seleção feita deve conter dados
atualizados sobre o tema.

5. Produção de texto
De acordo com a estrutura do texto de opinião - introdução, desenvolvimento e conclusão - é
a hora de produzir o texto em linguagem formal. A coesão e a coerência são dois mecanismos
fundamentais na construção de um texto inteligível.
A coesão está relacionada com a utilização correta das palavras na ligação entre frases,
períodos e parágrafos, os chamados conectivos. Já a coerência, faz referência à lógica das
ideias expostas no texto.

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Aula 7: Leia o texto para responder às questões:


Artigo de opinião: GERAÇÃO DO CELULAR

Inaê Soares da Silva

O uso do celular é considerado atualmente o maior entretenimento dos brasileiros,


tem ocupado quase a metade das horas vagas da população e especialistas confirmam que as
pessoas estão viciadas. Os usuários não usam o celular ou a internet apenas para olhar uma
mensagem ou outra, e sim, ficam vidrados o dia inteiro, seja na rua, na praça, com os amigos
e até mesmo no trabalho. As pessoas precisam aprender ter mais contato com o mundo real.
As crianças estão passando horas do seu tempo livre em frente ao computador ou no
celular em jogos que poderiam ser utilizadas para uma leitura de bons livros ou para uma
conversa com os amigos. Adultos chegam do trabalho já vão conferir as últimas atualizações
dos aplicativos de relacionamentos e até idosos estão aderindo à nova tecnologia. A cultura
da população está mudando e isso preocupa.
Acredito que as redes sociais foram criadas para que nós tivéssemos mais contato com
as pessoas, mas está totalmente ao contrário. O que veio para aproximar, acabou afastando.
As redes sociais estão fazendo as pessoas antissociais umas com as outras. A comunicação
que prevalece é a virtual e a prática de boas atitudes humanas, como o “bom dia”, “por
favor”, são raros.
Temos que incentivar às crianças, aos adolescentes e até aos adultos a se
desconectarem do mundo virtual para se conectarem com o mundo real. Deixar o celular
desligado quando estiver em família, curtir um passeio sem tantas selfies e dar preferência ao
bate-papo olho-no-olho são situações que fortalecerão o relacionamento e o amor.
Da Silva, Inaê Soares. Escola João Moreira Barroso.

1ª) Qual o assunto do artigo de opinião?

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2ª) A finalidade do texto é

a) informar sobre o avanço das tecnologias.


b) apresentar dados históricos sobre as redes sociais.
c) apresentar um ponto de vista para convencer o leitor.
d) informar sobre a importância do celular na comunicação.

3ª) Segundo a autora, como os usuários do celular estão se comportando atualmente em


relação aos aplicativos de relacionamento?
a) Eles estão passando todo o seu tempo livre nas redes sociais.
b) Os usuários usam o celular excessivamente.
c) Os usuários usam todos os dias o celular, mas conseguem limitar o tempo que passam nas
redes sociais.
d) Usam as redes sociais apenas para se relacionar amorosamente.

4ª) Há uma opinião da autora em


a) “O uso do celular é considerado atualmente o maior entretenimento dos brasileiros...”
b) “... especialistas confirmam que as pessoas estão viciadas.”
c) “Adultos chegam do trabalho já vão conferir as últimas atualizações dos aplicativos de
relacionamentos...”
d) “Acredito que as redes sociais foram criadas para que nós tivéssemos mais contato com as
pessoas...”

5ª) No trecho: “...e sim, ficam vidrados o dia inteiro...”, a expressão grifada significa que os
usuários
a) passam muito tempo no celular.
b) ficam bastante tempo na internet e isso causa problemas na visão.
c)podem prejudicar o vidro do celular durante o toque com os dedos.
d)são obrigados a usarem o celular.

6ª) A tese que a autora Inaê Soares defende está em:

a) “Os usuários não usam o celular ou a internet apenas para olhar uma mensagem ou outra, e
sim, ficam vidrados o dia inteiro...”
b) “As crianças estão passando horas do seu tempo livre em frente ao computador ou no
celular em jogos que poderiam ser utilizadas para uma leitura de bons livros...”
c) “As pessoas precisam aprender ter mais contato com o mundo real.”
d) “... seja na rua, na praça, com os amigos e até mesmo no trabalho.”
7ª) No trecho: “Adultos chegam do trabalho já vão conferir as últimas atualizações...” , a
palavra em destaque revela circunstância de
a) modo.
b) tempo.
c) lugar.
d) intensidade.

8ª) O que a autora quis dizer ao escrever “A comunicação que prevalece é a virtual”?
a) Com a chegada da tecnologia, a comunicação virtual está diminuindo.
b) Que a comunicação real (olho-no-olho) está se tornando mais frequente.
c) Que todos os dias as pessoas estão comprando mais celular.
d) Que a comunicação por meio de aplicativos de celulares está se tornando mais frequente.

9º) No trecho: “...e isso preocupa.”, o termo em destaque se refere


a) aos adultos que chegam do trabalho e já vão para o celular.
b) aos idosos que aderiram à nova tecnologia.
c) à mudança da cultura da população.
d) às últimas atualizações dos aplicativos de relacionamento.

10ª) Qual a proposta de solução apresentada pela autora para minimizar os problemas
causados pelo celular?
a) “Temos que incentivar às crianças, aos adolescentes e até aos adultos a se desconectarem
do mundo virtual para se conectarem com o mundo real.”
b) “A comunicação que prevalece é a virtual e a prática de boas atitudes humanas, como o
“bom dia”, “por favor”, são raros.”
c) “O que veio para aproximar, acabou afastando.”
d) “As redes sociais estão fazendo as pessoas antissociais umas com as outras.”

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Lembre-se: o texto opinativo é aquele que o autor apresenta sua opinião e seus pontos de
vista sobre determinado assunto. O objetivo do autor é demonstrar sua opinião e influenciar
seu leitor. Assim, o autor deve apresentar argumentos que o ajudem a fundamentar sua
opinião.

Aula 8 - Atividade: Escolha uma das seguintes charges e escreva um texto opinativo:
a)

Disponível em: http://aquarelasculturais.blogspot.com/2017/02/blog-post.html

b)

Disponível: http://kdimagens.com/imagem/sem-sacola-plastica-224

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Aula 9: O que é crônica?

A crônica é um gênero textual muito presente em jornais, revistas, portais de internet


e blogs. Esse tipo de texto se destaca por abordar aspectos do cotidiano. Ou seja, questões
comuns do nosso dia a dia. Quais as características da crônica?

A crônica se situa entre o jornalismo e a literatura. Além da narração de situações banais, ela
é caracterizada por:

- Textos curtos e de fácil compreensão


- Linguagem simples e descontraída
- Poucos (ou nenhum) personagens nas histórias
- Análise crítica sobre contextos e circunstâncias
- Humor crítico, irônico e sarcástico
- Linha cronológica estabelecida.
Para que serve uma crônica?

Embora as crônicas retratem acontecimentos do dia a dia, elas não têm a finalidade
exclusiva de informar. O objetivo da narrativa é, na verdade, provocar uma reflexão sobre o
assunto abordado. Os cronistas costumam identificar aspectos que, muitas vezes, passam
despercebidos pelo restante da sociedade, mas que merecem observação e análise.

Leia com atenção:

Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.


A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que
não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E
porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não
abre as cortinas logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E à medida que se acostuma,
esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o
café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo
da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é
noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter
vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra aceita
os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números aceita não acreditar
nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz aceita ler todo dia da guerra, dos
números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A
sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto
ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para
ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais
trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios.
A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser
instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas, de ar condicionado e cheiro de
cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às
bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se
acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando
não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o
cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está
contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente
se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a
gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma
para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A
gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto
acostumar, se perde de si mesma.

COLASANTI, Marina. A casa das palavras e outras crônicas.São Paulo: Ática, 2002. p. 67-
68. (Coleção Para gostar de ler, v. 32). © Marina Colasanti

1) Inicialmente publicada em um jornal, como acontece em geral com esse gênero,


essa crônica traz uma série de reflexões.

a) Em sua opinião, ela pode atingir um público restrito ou mais amplo? Explique sua
resposta.

b) Que sensação a leitura provocou em você? Justifique sua resposta.

c) Após a leitura da crônica, sua hipótese sobre o assunto foi confirmada? Explique.

2. Uma crônica pode ser escrita em 1a ou 3a pessoa. Nesta, a cronista escreve em 1a


pessoa, enumerando e descrevendo fatos que presencia em seu cotidiano.

a) Em sua opinião, qual foi o ponto de partida dela ao escrever sobre esse tema?

b) De que forma a escolha do foco narrativo contribui para aprofundar essas


reflexões?
3. Agora, reflita sobre a relação entre o título da crônica e seu conteúdo.
a) Qual é a reflexão que a cronista faz em torno dos atos cotidianos das pessoas que,
na atualidade, vivem em zonas urbanas e das consequências que isso traz?

b) Analise o título da crônica: “Eu sei, mas não devia”. Em sua opinião, o que o
narrador sabe, mas não devia fazer/sentir? Explique sua resposta

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Aula 10: Texto narrativo:

O texto narrativo é aquele que narra uma história através da sequência de fatos. A
sucessão de acontecimentos é contada por um narrador que apresenta os principais elementos
da narração. A estrutura básica de um texto narrativo é formada pela introdução, pelo
desenvolvimento e pela conclusão, ou seja, ele tem começo, meio e fim.
Ao longo de uma estrutura narrativa são apresentados os principais elementos da
narração: espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. Geralmente escrito em prosa, o
texto narrativo encontra destaque nos seguintes gêneros: romance, novela, conto, crônica e
fábula.

Principais elementos da narrativa:

Os principais elementos da narrativa são espaço, tempo, enredo, personagem e narrador.


Esses elementos são fundamentais para desenvolver uma narrativa interessante e coerente.

Espaço: trata-se do local onde se passa a narrativa. As ações podem se desenrolar em um


espaço físico, em um espaço social ou em um espaço psicológico.

Tempo: o tempo se refere à duração das ações da narrativa e desenrolar dos fatos na história.
Ele pode ser cronológico, quando se trata de acontecimentos marcados pelas horas, dias e
anos, ou pode ser psicológico, quando se refere às lembranças e às vivências das
personagens.

Enredo: trata-se da trama onde as ações se desenrolam. O enredo é formado pelos


acontecimentos ocorridos em determinado tempo e espaço que são vivenciados pelas
personagens.

Personagens: existem as personagens principais que são essenciais para o enredo. Elas
podem ser protagonistas que desejam, tentam, conseguem algo, ou antagonistas que
dificultam, atrapalham e impedem que algo aconteça. As personagens secundárias
desempenham papéis menores, podendo ser coadjuvantes, quando ajudam as personagens
principais em ações secundárias, ou figurantes, ajudam na caracterização de um espaço
social.
Narrador: O narrador é quem conta a história. Existem três tipos de narrador: narrador
observador, narrador personagem e narrador onisciente.

• Narrador observador – o narrador observador narra os fatos em 3ª pessoa e mantém uma


narrativa imparcial e objetiva. Ele conhece os fatos, mas não participa das ações, de modo
que conta a história sem se envolver diretamente com ela. Embora tenha conhecimento das
ações, o narrador observador não conhece o íntimo das personagens.

• Narrador personagem – o narrador personagem conta a história na 1ª pessoa, a partir do


seu ponto de vista enquanto personagem, transmitindo suas emoções e deixando a narrativa
mais subjetiva. Esse tipo de narrador tem conhecimentos limitados sobre as outras
personagens e sobre o enredo como um todo. Ele conhece apenas os próprios pensamentos e
as ações que também faz parte.

• Narrador onisciente – o narrador onisciente usa tanto a narração em 3ª pessoa quanto em


1ª pessoa. Há momentos na narrativa em que a voz do narrador se confunde com a voz dos
personagens, pois esse tipo de narrador conhece as personagens e o enredo como um todo,
nos mínimos detalhes.

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Aula 11: Atividades sobre Texto Narrativo

1) Um escritor destaca-se pela produção dos gêneros conto, crônica e romance. A sua
produção está relacionada com o gênero:

a) épico.

b) lírico.

c) narrativo.

d) poético.

e) dramático.

2) São características do gênero narrativo:

a) No gênero narrativo, há sempre um eu que se expressa, elemento que é responsável


pelo subjetivismo atribuído a esse tipo de composição.

b) O gênero narrativo é marcado pela afetividade e pela emotividade do clima lírico,


sempre relacionado com o íntimo e a introspecção.
c) O gênero narrativo apresenta um enredo, no qual existe uma situação inicial, a
modificação da situação inicial, um conflito, o clímax e o epílogo. Os elementos que
compõem o gênero narrativo são: narrador, tempo, lugar, enredo ou situação e as
personagens.

d) O gênero narrativo faz referência à narrativa feita em forma de versos, contando


histórias e fatos grandiosos e heróicos sobre a história de um povo. O narrador fala do
passado, o que justifica os verbos sempre empregados no tempo pretérito.

3) Leia o texto a seguir e classifique-o de acordo com o gênero:

O lobo e o leão

Um Lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de refletir por um instante, chegou à
conclusão que o melhor seria levá-la para longe do curral, para que enfim fosse capaz de
servir-se daquela merecida refeição, sem o indesejado risco de ser interrompido por alguém.

No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente mudaram de rumo,


quando, no caminho, ele cruzou com um poderoso Leão, que sem muita conversa, de um só
bote, lhe tomou a ovelha.

O Lobo, contrariado, mas sempre mantendo uma distância segura do seu oponente, disse em
tom injuriado, com uma certa dose de ironia: "Você não tem o direito de tomar para si
aquilo que por direito me pertence!"

O Leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu concorrente, olhou em volta,
mas como o Lobo estava longe demais e não valia a pena o inconveniente de persegui-lo
apenas para lhe dar uma merecida lição, disse com desprezo: "Como pertence a você? Você
por acaso a comprou ou, por acaso, terá o pastor lhe dado como presente? Por favor, me
diga, como você a conseguiu?"

a) Gênero lírico – crônica.

b) Gênero épico – anedota.

c) Gênero narrativo – conto.

d) Gênero lírico – poema.

e) Gênero narrativo – fábula.

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