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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 - COMUNICAÇÃO: AS DIFICULDADES DE SE ESCREVER

Esta Situação de Aprendizagem propõe uma observação quanto à escrita através de bilhetes com problemas
estruturais, ortográficos e gramaticais, sendo assim proposta uma reescrita fazendo-se o uso da norma padrão da
língua.
O Bilhete I
José Carlos era um garoto muito esperto, tinha acabado de completar dezessete anos e já havia arrumado
um emprego em uma lanchonete. Senhor Raimundo, o patrão de Zeca, como ele gostava de chamar o rapaz, era
um homem muito ocupado, portanto deixava a lanchonete sobre os cuidados dele enquanto ia resolver outros
assuntos.
Zeca sempre foi muito esforçado com o trabalho, tinha um espírito impressionante de liderança e muita
boa vontade de ajudar as pessoas, porém ele estava passando por uma situação bastante triste, pois sempre que
fechava a lanchonete, Zeca deixava um bilhete para o senhor Raimundo que abriria a lanchonete no dia
seguinte, logo pela manhã.
O fato é que apesar de gostar muito do Zeca, o senhor Raimundo ficava bastante constrangido ao pegar
o bilhete deixado por ele e durante a leitura perceber que havia bastante problemas de escrita, isso fazia com
que o senhor Raimundo quisesse demitir o Zeca. A seguir, leia um dos bilhetes deixados pelo Zeca ao senhor
Raimundo e procure reescrevê-lo, consertando os problemas encontrados nele para que o garoto não seja
demitido pelo patrão:
Seu Raimundo:
Tudo blz? A cadela da sua muiér causou prejuízos na lanchoneti ontem, porque ela queria brincar com
a cadela da sua filha que não tava pra brincadeira, depois, nu fechamento da lanchoneti, promovi uma
reuniaum cos funsionário. A ekipi dos atendente naum estavão motivados. Eu dei sujestão e orientasões de
como atendê blz os crientis. Um terso, pelo menos, da ekipi tava mau-preparada.
Listrei uns lenbreti pra elis ficá mais melhor:
- Prima, keru sempre um sorrizo no rosto dos atendenti.
- Segundo, keru sempre q se use “brigado” e “pur favor”.
- Três, keru sempre boa educaçaum.
- Quatro, criente as veis não tem educaçaum, mas agente não seje mau-educados cum elis.
Gostou? Entaum tá! Chefia, tu é mó da hora véio.
Zeca
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O Bilhete II
Rita acabou de fazer dezoito anos e já é assistente de Samantha, a secretária de um importante
neurocirurgião. Rita sempre ajuda Samantha em sua rotina de trabalho. Samantha gosta muito de Rita, mas ela
nota que falta a ela bastante postura profissional ao escrever bilhetes informando-lhe o que ocorreu em sua
ausência, os bilhetes sempre têm sérios problemas de ortografia, gramática e vários vícios de linguagem.
Diversas vezes Samantha pensou em trocar Rita de posto de trabalho e colocá-la em um cargo mais
inferior, mas em nome da amizade das duas, jamais fez isso. A seguir há uma cópia do último bilhete emitido
por Rita, reescreva-o, estruturando-o e retirando todos os problemas que encontrar afim de ajudá-la a manter-se
no emprego:
O Sá:
Belê? Eu saí pra fora pra almossá Meio dia e meio e volto duas e meia. Tenho dois recado urgente pra
vc:
Primeiramente, o seu Euclides ligô e pidiu pra vc cancelá as sua passaje pra Goiânia. É que sua mulher
tá com uma dor que dói muito e ele decidiu ñ i +.
Segundamente, a tua mãe diz que é pra vc ligá pra ela, mais até as duas.
Me desculpe-me por qualqué coisa.
Beijuis!
RRRRRRRRRRRRRRRRRRRRita
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SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 - Vício de linguagem: Falar é fácil. Difícil é escrever. Ambiguidade

A polissemia das palavras


Uma palavra é um signo linguístico, para ser válido na língua corrente, todo signo linguístico precisa
conter um significante (palavra escrita e o som dela) e um significado (imagem/ conceito). Quando um mesmo
significante nos traz mais que um ou vários significados ocorre um fenômeno linguístico que na língua
portuguesa, recebe o nome de POLISSEMIA. Uma palavra polissêmica pode apresentar uma multiplicidade
de significados, mediante o contexto no qual se encontra inserida. A polissemia faz parte da semântica e ocorre
na maior parte dos vocábulos. Exemplos:

Cebolinha cebolinha cebolinha cebolinha


O que é meme?
Meme é um termo grego que significa imitação. O termo é bastante conhecido e utilizado no "mundo da
internet", referindo-se ao fenômeno de "viralização" de uma informação, ou seja, qualquer vídeo, imagem,
frase, ideia, música e etc, que se espalhe entre vários usuários rapidamente, alcançando muita popularidade.
Atividades sobre palavras polissêmicas
1)- Observe atentamente as imagens que representam várias celebridades nacionais e internacionais de diversos
setores do entretenimento, cada uma delas possui o nome ou o sobrenome possível de se haver polissemia
conforme o contexto em que são inseridos com o apoio da ambiguidade. Crie frases sobre as imagens,
utilizando-se de ‘memes’ recorrendo ao uso da polissemia e da duplicidade de sentido:
Estudando a ambiguidade
A semântica é uma divisão da linguística dentro da língua portuguesa que estuda a ambiguidade ou anfibologia
que é a duplicidade de sentidos, ou seja, alguns termos, expressões ou sentenças apresentam mais de uma acepção ou
entendimento possível.
Ainda dentro do campo de estudos da semântica, a ambiguidade se divide entre duas compreensões: ambiguidade
lexical e ambiguidade estrutural:
- Ambiguidade estrutural ocorre quando temos uma má interpretação por conta do mau posicionamento dos
termos, em outras palavras, ocorre quando, faz-se o uso inadequado ou a má colocação de elementos
como pronomes, adjuntos adverbiais, expressões ou até mesmo enunciados inteiros, acarretando falta de clareza,
causando duplicidade de entendimento na frase, ou seja, é causada por sua má construção, comprometendo o seu
significado.
- Ambiguidade lexical ocorre quando uma palavra tem dois significados ou mais, sugerindo significados diversos
para uma mesma mensagem. Exemplo:
A ambiguidade, apesar de ser um recurso aceitável dentro da linguagem poética ou literária, deve ser na maioria
das vezes, evitada em construções textuais de caráter técnico, informativo ou pragmático. Um texto que se utiliza desse
tipo de construção e que será avaliado, jamais deverá utilizar-se desse recurso.
A AMBIGUIDADE COMO VÍCIO DE LINGUAGEM E FIGURA DE LINGUAGEM
A ambiguidade, quando surge por descuido, é considerada vício de linguagem, que é quando a palavra ou
construção frasal vai de encontro às normas gramaticais, e, na maioria das vezes, costuma ocorrer por desatenção, ou
ainda por desconhecimento das regras por parte do emissor.
No entanto, a ambiguidade também é um recurso muito utilizado nos textos
poéticos e literários, uma vez que oferece maior expressividade ao texto. Além
disso, também é usada nos textos publicitários onde observamos o uso e o abuso da
linguagem plurissignificante, por meio de trocadilhos e jogos de palavras para
garantir o humor, procurando chamar a atenção do interlocutor para a mensagem .
Neste caso, quando seu uso é intencional, a ambiguidade é considerada uma figura
de linguagem, que é uma ferramenta à disposição do usuário da língua, e que dá
realce e beleza às mensagens emitidas.
Ao contrário das figuras de linguagem, a ambiguidade quando colocada
no grupo das espécies de vícios de linguagem, deve ser evitada a todo custo. É
importante lembrar que toda comunicação estabelece uma finalidade, uma intenção
para com o interlocutor, e para que isso ocorra, a mensagem tem de estar clara,
precisa e coerente.
Caso o autor não se julgue preparado para utilizar corretamente a ambiguidade, é preferível uma linguagem
mais objetiva, com vocábulos ou expressões que sejam mais adequados às finalidades requeridas.
Os tipos mais comuns de ambiguidade, como vício de linguagem são:
 Uso indevido de pronomes possessivos. Exemplo:
A mãe pediu à filha que arrumasse o seu quarto.
- Qual quarto? O da mãe ou da filha? Para evitar ambiguidade:
A mãe pediu à filha que arrumasse o próprio quarto.
Outro exemplo:
Vi o João andando com seu carro.
- O carro em questão pode ser do próprio João, ou da pessoa a quem a mensagem foi dirigida. Corrigindo:
Vi o João andando com o carro dele. Ou Vi o João andando com o seu próprio carro.
 Colocação inadequada das palavras. Exemplo:
A criança feliz foi ao parque.
- A criança ficou feliz ao chegar no parque, ou estava assim antes? Evitando-se a ambiguidade:
Feliz, a criança foi ao parque.
 Uso de forma indistinta entre o pronome relativo e a conjunção integrante. Exemplo:
A estudante falou com o garoto que estudava enfermagem.
- Quem estuda enfermagem? A estudante ou o garoto? Eliminando a ambiguidade:
A estudante de enfermagem falou com o garoto. Ou O garoto falou com a estudante de enfermagem.
A moça reconheceu a amiga frequentando a academia.
- Quem estava na academia? A moça ou a amiga?
A moça reconheceu a amiga que estava frequentando a academia. Ou A moça, na academia, reconheceu a
amiga.
Atividade sobre ambiguidade:
1)- Identifique o tipo de ambiguidade expresso nas figuras abaixo:
A ambiguidade e os meios de comunicação
Muitos meios importantes de comunicação, publicidade e até mesmo aqueles de relação direta com o
público, acabam empregando mal o sentido das palavras e cometem ambiguidade sem perceberem. Esse fato
pode comprometer a compreensão do leitor e até mesmo do ouvinte, causando desconforto e deselegância. Veja
abaixo alguns exemplos:
Manchete de jornal – O Estado de São Paulo:
“O lateral Silvinho, do Corinthians, torceu o tornozelo ontem e foi cortado”
Manchete de jornal – Folha de São Paulo:
“Campanha contra a violência do Governo do Estado entra em nova fase”
Aviso na universidade:
No dia 04 de março não haverá aula somente no período noturno.
Nas três situações, fica claro que o problema está relacionado ao sentido. Ou seja, os textos apresentam
problema de ambiguidade.
Na manchete do jornal “Estadão”, quem foi cortado? O lateral ou o tornozelo?
Na manchete do jornal “Folha”, a campanha é contra o governo do estado que é violento ou o governo
criou uma campanha contra a violência?
No aviso da universidade, há uma grande confusão: ninguém deve ir à universidade? Ou seja, não
haverá aula somente no período noturno, mas também no matutino e no vespertino? Complicado. Ao escrever é
preciso tomar sempre cuidado com o que se quer dizer.
Atividades sobre Ambiguidade
1)- A seguir estão alguns textos publicados em diferentes mídias, comente o sentido ambíguo e desfaça a ambiguidade:

2)- Identifique a ambiguidade contida em cada uma das charges e tirinhas e procure comentar porque elas ocorrem:
a)- __________________________________________________________ b)-
_______________________

c)- ___________________________________________ d)- ___________________________________________


f)- ___________________________________________
e)- ____________________________________________

g)- _____________________________________________

h)- _______________________ i)- ________________

Considerando os elementos visuais e verbais que constituem o texto do cartaz, identifique nele:

3)- Qual é a tipologia textual utilizada na produção do cartaz?


4)- Quem é o patrocinado e o patrocinador expresso no texto?
5)- Qual é a palavra que estabelece de modo mais eficaz uma relação entre patrocinado e patrocinador?
Justifique sua resposta.
6)- Elabore duas possíveis leituras da frase "E você tem um papel muito importante nesta história":
7)- Faça um comentário relacionando a imagem do cartaz ao texto expresso nele:
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 - Vício de linguagem: Falar é fácil. Difícil é escrever. Pleonasmo
Estudando o pleonasmo:
Nós brasileiros temos que ter orgulho de nossa língua e devemos defendê-la a qualquer custo, para fazer
essa defesa, precisamos conhecê-la bem e melhor. Todos nós sabemos que ela possui diversos segredos, mas
vale a pena estudar e aprender sobre eles para que não caiamos nas armadilhas da língua.
Uma das armadilhas que muitos falantes da nossa língua caem, é o pleonasmo, também conhecido como
tautologia ou redundância, que é o emprego de palavras ou termos desnecessários ou excessivos numa frase, com o fim de
reforçar ou enfatizar a expressão, em outros termos, c onsiste na repetição de uma ideia, de maneira viciada, com
palavras diferentes, mas com o mesmo sentido. Trata-se de uma proposição dada como explicação ou como
prova, mas que, na realidade, apenas repete o que foi dito.
O PLEONASMO COMO FIGURA E VÍCIO DE LINGUAGEM
Quando o pleonasmo é utilizado como um recurso para oferecer realce, maior expressividade aos textos
poéticos e literários, ele é considerado uma figura de linguagem. Sendo assim, torna-se um tipo de pleonasmo
estilístico, exemplo:
«Ó mar salgado...»
«Ele viu com os seus próprios olhos...»
Quando o pleonasmo surge por descuido ou falta de conhecimento das regras, ele é considerado um vício de
linguagem. Contudo, por serem viciosos, são condenáveis e considerados do tipo evitáveis os pleonasmos: «descer
para baixo, subir para cima, entrar para dentro, sair para fora, entre outros. »
Leia a frase a seguir:
Foi o que vi com meus próprios olhos.
Veja que a expressão “vi com meus próprios olhos” é uma expressão redundante que reforça o ato de ver, pois se
vemos, só poderia ser pelos nossos próprios olhos.
Acompanhe outros exemplos de pleonasmo:
Sorriu para Carlos com um sorriso ainda marcado de pavor.
A mim retrata-me a independência para chorar.
Perdoe-me pelo divino amor de Deus.
Para facilitar nossa vida, na tabela abaixo estão alguns exemplos em que você deverá excluir das frases
ou expressões, quaisquer redundâncias que sejam encontradas.

TABELA DE EXPRESSÕES REDUNDANTES


A razão é porque Conviver juntos Expressamente proibido Planejar antecipadamente
A seu critério pessoal Criação nova Fato real Possivelmente poderá ocorrer
A última versão definitiva De sua livre escolha Grande maioria Prefeitura Municipal
Abertura inaugural Demasiadamente excessivo Gritar bem alto Quantia exata
Acabamento final Detalhes minuciosos Há anos atrás Retornar de novo
Amanhecer o dia Elo de ligação Há anos (meses, dias,etc.) atrás Sintomas indicativos
Certeza absoluta Em duas metades iguais Juntamente com Superávit positivo
Comparecer em pessoa Empréstimo temporário Meio ambiente Surpresa inesperada
Continua a permanecer Encarar de frente Multidão de pessoas Surpresa inesperada
Anexo junto à carta Escolha opcional Nos dia 8, 9 e 10, inclusive Todos foram unânimes
A seu critério pessoal Exceder em muito Outra alternativa Vereador da cidade
A tabela acima inclui alguns exemplos cuja classificação como pleonasmo é muito discutível, pois trata-
se de expressões em que existe a redundância, tem intuitos de ênfase ou de associações lexicais fixadas pelo uso
e já aceitas pela norma culta padrão da língua portuguesa. Entre estes casos, contam-se: «certeza absoluta»,
«quantia exata», «juntamente com», «expressamente proibido», «a razão é porque», «conviver junto»,
«amanhecer o dia», «gritar bem alto», «exceder em muito» e «meio ambiente».'
ATIVIDADE SOBRE REDUNDÂNCIA

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