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1.

UNIDADE 01
Linguagem
É a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias,
opiniões e sentimentos.

A Linguagem está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há


comunicação, há linguagem. Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para
estabelecermos atos de comunicação, tais como: sinais, símbolos, sons,
gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem
mímica, por exemplo).

Num sentido mais genérico, a Linguagem pode ser classificada como qualquer
sistema de sinais que se valem os indivíduos para comunicar-se.

Tipos de Linguagem
A linguagem pode ser:

Verbal: a linguagem verbal é aquela que faz uso das palavras para comunicar
algo.

As figuras acima nos comunicam sua mensagem através da linguagem verbal


(usa palavras para transmitir a informação).

Não Verbal: é aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são
as palavras. Dentre elas estão a linguagem de sinais, as placas e sinais de
trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a expressão facial, um gesto, etc.

Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que


representam.
Língua
A língua é um instrumento de comunicação, sendo composta por regras
gramaticais que possibilitam que determinado grupo de falantes consiga
produzir enunciados que lhes permitam comunicar-se e compreender-se. Por
exemplo: falantes da língua portuguesa.

A língua possui um caráter social: pertence a todo um conjunto de pessoas, as


quais podem agir sobre ela. Cada membro da comunidade pode optar por esta
ou aquela forma de expressão. Por outro lado, não é possível criar uma língua
particular e exigir que outros falantes a compreendam. Dessa forma, cada
indivíduo pode usar de maneira particular a língua comunitária, originando a
fala.

A fala está sempre condicionada pelas regras socialmente estabelecidas da


língua, mas é suficientemente ampla para permitir um exercício criativo da
comunicação. Um indivíduo pode pronunciar um enunciado da seguinte
maneira: A família de Regina era paupérrima.

Outro, no entanto, pode optar por: A família de Regina era muito pobre.

As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às diversas


manifestações da fala de cada um. Note, além disso, que essas manifestações
devem obedecer às regras gerais da língua portuguesa, para não correrem o
risco de produzir enunciados incompreensíveis como:Família a paupérrima de
era Regina.

Língua falada e língua escrita


Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de
comunicação distintos. A escrita representa um estágio posterior de uma
língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a comunicação linguística
em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas
vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a
representação da língua falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido,
uma vez que não conta com o jogo fisionômico, as mímicas e o tom de voz do
falante.

No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos
diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:

Fatores regionais: é possível notar a diferença do português falado por um


habitante da região nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de
uma mesma região, também há variações no uso da língua. No estado do Rio
Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um
cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do
estado.
Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um
indivíduo também são fatores que colaboram para os diferentes usos da língua.
Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa
que não teve acesso à escola.

Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em


que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos
os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma solenidade de
formatura.

Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de


certas formas de língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos
específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico
de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da informática,
biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.

Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores


naturais, como idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma
maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta.
2. UNIDADE 02

Funções da Linguagem
As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem segundo a
intenção do falante.
Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função
poética, função fática, função conativa e função metalinguística.

Cada uma desempenha um papel relacionado com os elementos presentes na


comunicação: emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto. Assim,
elas determinam o objetivo dos atos comunicativos.

Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem podem
estar presentes num mesmo texto.

Função Referencial ou Denotativa


Também chamada de função informativa, a função referencial tem como
objetivo principal informar, referenciar algo.
Voltada para o contexto da comunicação, esse tipo de texto é escrito na
terceira pessoa (singular ou plural) enfatizando seu caráter impessoal.

Como exemplos de linguagem referencial podemos citar os materiais didáticos,


textos jornalísticos e científicos. Todos eles, por meio de uma linguagem
denotativa, informam a respeito de algo, sem envolver aspectos subjetivos ou
emotivos à linguagem.

Exemplo de uma notícia


Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, o real teve a maior
desvalorização da sua história. Nesse dia foi preciso desembolsar R$ 4,0538
para comprar um dólar. Recorde-se que o Real foi lançado há mais de 20 anos,
mais precisamente em julho de 1994.

Função Emotiva ou Expressiva


Também chamada de função expressiva, na função emotiva o emissor tem
como objetivo principal transmitir suas emoções, sentimentos e
subjetividades por meio da própria opinião.

Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está voltado para o emissor,
uma vez que possui um caráter pessoal.

Como exemplos podemos destacar: os textos poéticos, as cartas, os diários.


Todos eles são marcados pelo uso de sinais de pontuação, por exemplo,
reticências, ponto de exclamação, etc.

Exemplo de e-mail da mãe para os filhos


Meus amores, tenho tantas saudades de vocês … Mas não se preocupem, em
breve a mamãe chega e vamos aproveitar o tempo perdido bem juntinhos. Sim,
consegui adiantar a viagem em uma semana!!! Isso quer dizer que tenho muito
trabalho hoje e amanhã.... Quando chegar, quero encontrar essa casa em
ordem, combinado?!?

Função Poética
A função poética é característica das obras literárias que possui como marca a
utilização do sentido conotativo das palavras.

Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será


transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das figuras de
linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunicativo é a mensagem.
Note que esse tipo de função não pertence somente aos textos literários.
Também encontramos a função poética na publicidade ou nas expressões
cotidianas em que há o uso frequente de metáforas (provérbios, anedotas,
trocadilhos, músicas).

Exemplo de uma história sobre a avó


Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um poço de
sabedoria. Falava de tudo e sobre tudo e tinha sempre um provérbio debaixo
da manga.
Função Fática
A função fática tem como objetivo estabelecer ou interromper a
comunicação de modo que o mais importante é a relação entre o emissor e o
receptor da mensagem. Aqui, o foco reside no canal de comunicação.
Esse tipo de função é muito utilizada nos diálogos, por exemplo, nas
expressões de cumprimento, saudações, discursos ao telefone, etc.

Exemplo de uma conversa telefônica


— Consultório do Dr. João, bom dia!
— Bom dia! Precisava marcar uma consulta para o próximo mês, se possível.
— Hum, o Dr. tem vagas apenas para a segunda semana. Entre os dias 7 e 11,
qual a sua preferência?
— Dia 8 está ótimo.

Função Conativa ou Apelativa


Também chamada de apelativa, a função conativa é caracterizada por uma
linguagem persuasiva que tem o intuito de convencer o leitor. Por isso, o
grande foco é no receptor da mensagem.
Essa função é muito utilizada nas propagandas, publicidades e discursos
políticos, de modo a influenciar o receptor por meio da mensagem transmitida.

Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na terceira pessoa


com a presença de verbos no imperativo e o uso do vocativo.

Exemplos
 Vote em mim!
 Entre. Não vai se arrepender!
 É só até amanhã. Não perca!

Função Metalinguística
A função metalinguística é caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou
seja, a linguagem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor
explica um código utilizando o próprio código.
Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um documentário
cinematográfico que fala sobre a linguagem do cinema são alguns exemplos.

Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem destaque são as


gramáticas e os dicionários.

Exemplo
Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é escrita, bem
como exemplifica a função metalinguística.
UNIDADE 03

Elementos da Comunicação
A comunicação está associada à linguagem e interação, de forma que
representa a transmissão de mensagens entre um emissor e um receptor.
Derivada do latim, o termo comunicação (“communicare”) significa “partilhar,
participar de algo, tornar comum”, sendo, portanto, um elemento essencial da
interação social humana.

Os elementos que compõem a comunicação são:

 Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que


emite a mensagem para um ou mais receptores, por exemplo, uma pessoa,
um grupo de indivíduos, uma empresa, dentre outros.
 Receptor: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem recebe a
mensagem emitida pelo emissor.
 Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o
conteúdo, o conjunto de informações transmitidas pelo locutor.
 Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem.
 Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem será
transmitida, por exemplo, jornal, livro, revista, televisão, telefone, dentre
outros.
 Contexto: também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa
em que estão inseridos o emissor e receptor.
 Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a mensagem não é decodificada
de forma correta pelo interlocutor, por exemplo, o código utilizado pelo locutor,
desconhecido pelo interlocutor; barulho do local; voz baixa; dentre outros.

A comunicação somente será efetivada se o receptor decodificar a mensagem


transmitida pelo emissor.
Em outras palavras, a comunicação ocorre a partir do momento que o
interlocutor atinge o entendimento da mensagem transmitida.

Nesse caso, podemos pensar em duas pessoas de países diferentes e que não
conhecem a língua utilizada por elas (russo e mandarim).

Sendo assim, o código utilizado por elas é desconhecido e, portanto, a


mensagem não será inteligível para ambas, impossibilitando o processo
comunicacional.

Importância da Comunicação
O ato de comunicar-se é essencial tanto para os seres humanos e os animais,
uma vez que através da comunicação partilhamos informações e adquirimos
conhecimentos.

Note que somos seres sociais e culturais. Ou seja, vivemos em sociedade e


criamos culturas as quais são construídas através do conjunto de
conhecimentos que adquirimos por meio da linguagem, explorada nos atos de
comunicação.

Quando pensamos nos seres humanos e nos animais, fica claro que algo
essencial nos distingue deles: a linguagem verbal.

A criação da linguagem verbal entre os seres humanos foi essencial para o


desenvolvimento das sociedades, bem como para a criação de culturas.

Os animais, por sua vez, agem por extinto e não pelas mensagens verbais que
são transmitidas durante a vida. Isso porque eles não desenvolveram uma
língua (código) e por isso, não criaram uma cultura.

Linguagem Verbal e Não Verbal


Importante lembrar que existem duas modalidades básicas de linguagem, ou
seja, a linguagem verbal e a linguagem não verbal.

A primeira é desenvolvida pela linguagem escrita ou oral, enquanto a outra


pode ocorrer por meio de gestos, desenhos, fotografias, dentre outros.
UNIDADADE 04

Tipos textuais
Tipo textual é um conceito que se refere às
estruturas linguísticas dos textos, ou seja, define a
predominância de expressões e estruturas sintáticas
presentes, os elementos que caracterizam e
permanecem em cada tipo, além de indicar o objetivo
comunicativo de cada um. Os tipos textuais mais
conhecidos são:
 narrativo
 descritivo
 dissertativo
 expositivo
 injuntivo
Na prática social, utilizamos determinados gêneros
textuais que podem apresentar um ou mais tipo textual.

Texto narrativo
O texto narrativo é aquele que se propõe a relatar
acontecimentos e situações, verídicos ou fictícios.
Para apresentar a história, o tipo utiliza personagens de
determinado tempo e espaço, que são os “atores” dos
fatos. Muitos gêneros utilizam a tipologia narrativa para
diferentes propósitos, sendo assim, os textos
apresentam diferentes formas de mobilizar os elementos
da narrativa.

 Características e estrutura dos textos


narrativos
Os textos narrativos caracterizam-se por seu aspecto
factual e performático, pois relatam acontecimentos
por meio da utilização de personagens, que, no texto,
“encenam” as experiências vividas ou imaginadas.
Assim, são presentes, nos textos de caráter
narrativo, personagens principais e secundários, e
espaço(s) e tempo(s). O espaço pode referir-se a
espaços físicos (como um país, estado, cidade) ou
sociais (como as elites, as classes populares, os
intelectuais etc.).
O tempo pode referir-se à contagem cronológica ou a
um tempo psicológico. O tempo psicológico não é
contado por horas, dias ou anos, e sim pelo conteúdo
subjetivo e mental que as personagens expressam, por
isso ele pode se deslocar por diferentes tempos
cronológicos por meio da memória, por exemplo.
Ainda há um elemento importante, principalmente para
os textos com predominância do tipo narrativo:
o narrador. O narrador é o ponto de vista pelo qual a
história é contada, por isso não é o mesmo que o autor.
Primordialmente, o narrador se divide em:
 1ª pessoa: quem narra é quem vive os fatos;
 3ª pessoa: quem narra assiste de fora os fatos.

Dentro desses dois grupos, há muitas possibilidades de


explorar essa ferramenta e criar diferentes efeitos.

 Exemplos de textos narrativos


 Notícia
 Biografia
 Autobiografia
 Conto
 Romance
 Filme
 Teatro
 Novela
 Parábola
 Mito
 Lenda
 Anedota
 Piada
 Fofoca

Texto descritivo
O tipo textual descritivo é aquele que se caracteriza por
expor as características ou propriedades de algum
objeto, seja ele material (como uma paisagem, um
produto físico etc.), seja imaterial (uma sensação, um
serviço, um produto digital etc.).
O propósito da descrição consiste em fornecer
uma apresentação consistente com o objetivo do
apresentador, de modo que o leitor ou ouvinte possa ter
uma visualização mental do objeto apresentado.

 Características e estrutura dos textos


descritivos
O texto descritivo se caracteriza por uma forte
presença de verbos de ligação e adjetivos ou outros
qualificadores, que servem ao intuito de construir-se
uma imagem mental do objeto apresentado. É muito
comum a esse tipo textual uma forte presença
da descrição visual, desse modo, a observação
criteriosa do objeto faz-se uma ação fundamental.

 Exemplos de textos descritivos


 Listas de compras
 Anúncios de classificados
 Currículos
 Resenha

Texto dissertativo
O tipo textual dissertativo é aquele em que o autor se
propõe a apresentar um determinado tema ou
assunto, posicionando-se sobre ele, baseado em uma
argumentação consistente, com avaliações,
justificativas, conceitos e exemplos.

 Características e estrutura dos textos


dissertativos
A dissertação fundamenta-se na apresentação de uma
tese ou uma opinião sobre determinado tema ou
assunto. Essa tese baseia-se em argumentos
fundamentados em dados, pesquisas, conceitos,
pesquisas científicas etc.
Desse modo, uma boa dissertação precisa apresentar
uma estratégia de convencimento. Assim, estrutura-se
em:
 Apresentação do tema por meio de uma exposição
inicial
 Constatação inicial que conduzirá o
desenvolvimento do texto
 Problematização do tema e da constatação inicial
 Resolução dos questionamentos
 Conclusão e avaliação final
Para facilitar a elaboração dessa estrutura, o tipo textual
dissertativo ampara-se em reflexões, explicações e
exposição de ideias, no intuito de se dar a conhecer a
tese inicial.

 Exemplos de textos dissertativos


 Artigo de opinião
 Dissertação acadêmica
 Tese
 Artigo acadêmico-científico
 Editorial de jornal
 Monografia
 Conferência
 Artigo de divulgação científica

Texto expositivo
O tipo textual expositivo caracteriza-se por apresentar
saberes consensuais de diferentes áreas, sem inserir
nenhuma problematização ou argumentação a respeito
do tema. Dessa forma, esse tipo objetiva apresentar
conhecimentos de mundo, organizados em uma
estrutura lógica, que contribua para a compreensão do
leitor.

 Características e estrutura dos textos


expositivos
O texto expositivo pode organizar-se de diferentes
formas para apresentar o assunto ou saber. A estrutura
básica pode ser em:
 Método dedutivo - generalização -
especificação: parte-se de um saber abrangente
para apresentar saberes específicos.
 Método indutivo - especificação - generalização:
parte-se de um saber específico para apresentar
generalizações.
 Método dedutivo-indutivo - generalização -
especificação - generalização: parte-se de um
saber geral, apresenta-se especificações, conclui-
se com uma nova generalização.
 Exemplos de textos expositivos
 Verbete de dicionário
 Enciclopédia
 Entrevista
 Seminários
 Palestras
 Conferências

Texto injuntivo
O tipo textual injuntivo caracteriza-se por fornecer
instruções para a realização de uma ação desejada,
logo, esse texto incita o leitor a realizar algo. Sua
aplicação é presente em manuais de instruções,
pedidos, prescrição etc.

 Características e estrutura dos textos


injuntivos
Os textos injuntivos apresentam,
predominantemente, orações com o uso de formas
verbais no imperativo, indicando ordem ou pedido,
organizadas em uma ordem que favoreça a realização
da ação solicitada.
Desse modo, um texto injuntivo que faz uma súplica ou
um pedido pode, anteriormente, utilizar o tipo expositivo
para apresentar uma determinada situação ou o
dissertativo para defender um ponto de vista e, em
seguida, fazer a solicitação.
Diferentemente, nos manuais de instrução, por exemplo,
o tipo injuntivo pode se organizar em uma ordem
cronológica das ações instruídas. Desse modo, o
leitor obedece não apenas às solicitações como também
à ordem na qual estão estruturadas.

 Exemplos de textos injuntivos


 Mensagem religiosa doutrinária
 Instruções
 Manuais de uso e/ou montagem de aparelhos e
outros
 Receitas de cozinha e receitas médicas
 Textos de orientação comportamental

Diferença entre tipos textuais e


gêneros textuais
Os tipos textuais definem as características
estruturais e gramaticais dos textos, ou seja, definem
as estruturas sintáticas mais utilizadas, as classes de
palavra com maior evidência, os elementos que
compõem os tipos e o objetivo linguístico de cada
categoria, o que cada tipo deseja expressar ao seu
leitor. São os tipos narrativo, descritivo, expositivo,
dissertativo e injuntivo, por exemplo.
Os gêneros textuais definem as formas de agir no
mundo por meio dos textos, ou seja, caracterizam os
modelos convencionalmente aceitos para exercerem
algum tipo de ação social. Desse modo, definem o
contexto de uso, o tipo de interlocutor, a função social,
os tipos de linguagem etc. São exemplos de gêneros
textuais: carta de solicitação, ata, publicidade, notícia,
reportagem.
Gêneros e tipos se relacionam, pois, para materializar
os textos em gêneros, é necessário mobilizar o tipo
ou tipos textuais adequados para o objetivo. Desse
modo, um texto pode apresentar a predominância de um
tipo, como num romance predomina-se o tipo narrativo,
ou apresentar uma mescla de tipos, como uma
apresentação de PowerPoint, que pode utilizar textos
expositivos, narrativos, argumentativos e injuntivos, a
depender da necessidade do autor.
Para diferentes situações da vida, utilizamos textos
como ferramenta de comunicação.

Exercícios
Questão 1 – (Enem 2018)

Ganhou nova versão, revista e ampliada, o livro lançado


em 1988 pelo galerista Jacques Ardies, cuja proposta é
ser publicação informativa sobre nomes do “movimento
arte naïf do Brasil”, como define o autor. Trata-se de um
caminho estético fundamental na arte brasileira,
assegura Ardies. O termo em francês foi adotado por
designar internacionalmente a produção que no Brasil é
chamada de arte popular ou primitivismo, esclarece
Ardies. O organizador do livro explica que a obra não
tem a pretensão de ser um dicionário. “Falta muita
gente. São muitos artistas”, observa. A nova edição veio
da vontade de atualizar informações publicadas há 26
anos. Ela incluiu artistas em atividade atualmente e
veteranos que ficaram de fora do primeiro livro. A arte
naïf no Brasil 2 traz 79 autores de várias regiões do
Brasil.
WALTER SEBASTIÃO. Estado de Minas, 17 jan. 2015
(adaptado).
O fragmento do texto jornalístico aborda o lançamento
de um livro sobre arte naïf no Brasil. Na organização
desse trecho, predomina o uso da sequência
A. injuntiva, sugerida pelo destaque dado à fala do
organizador do livro.
B. argumentativa, caracterizada pelo uso de adjetivos
sobre o livro.
C. narrativa, construída pelo uso de discurso direto e
indireto.
D. descritiva, formada com base em dados editoriais
da obra.
E. expositiva, composta por informações sobre a arte
naïf.
Questão 2 – (Enem 2016)
Fraudador é preso por emitir atestados com erro de
português
Mais um erro de português leva um criminoso às mãos
da polícia. Desde 2003, M.O.P., de 37 anos,
administrava a empresa MM, que falsificava boletins de
ocorrência, carteiras profissionais e atestados de óbito,
tudo para anular multas de trânsito. Amparado pela
documentação fajuta de M.O.P., um motorista poderia
alegar às Juntas Administrativas de Recursos de
Infrações que ultrapassou o limite de velocidade para
levar uma parente que passou mal e morreu a caminho
do hospital.
O esquema funcionou até setembro, quando M.O.P. foi
indiciado. Atropelara a gramática. Havia emitido, por
exemplo, um atestado de abril do ano passado em que
estava escrito aneurisma “celebral” (com l no lugar de r)
e “insulficiência” múltipla de órgãos (com um I
desnecessário em “insuficiência” — além do fato de a
expressão médica adequada ser “falência múltipla de
órgãos”).
M.O.P. foi indiciado pela 2a Delegacia de Divisão de
Crimes de Trânsito. Na casa do acusado, em São
Miguel Paulista, zona leste de São Paulo, a polícia
encontrou um computador com modelos de documentos.
Língua Portuguesa, n. 12, set. 2006 (adaptado)
O texto apresentado trata da prisão de um fraudador
que emitia documentos com erros de escrita. Tendo em
vista o assunto, a organização, bem como os recursos
linguísticos, depreende-se que esse texto é um(a)
A. conto, porque discute problemas existenciais e
sociais de um fraudador.
B. notícia, porque relata fatos que resultaram no
indiciamento de um fraudador.
C. crônica, porque narra o imprevisto que levou a
polícia a prender um fraudador.
D. editorial, porque opina sobre aspectos linguísticos
dos documentos redigidos por um fraudador.
E. piada, porque narra o fato engraçado de um
fraudador descoberto pela polícia por causa de
erros de grafia.
Gêneros textuais
Gênero textual é um conceito que busca compreender
e explicar a materialização dos inúmeros textos que
utilizamos na vida diária, desde mensagens
telefônicas e posts em redes sociais até entrevistas de
emprego, artigos científicos e outros.
Os gêneros e tipos textuais relacionam-se, pois aqueles
se utilizam destes na sua estrutura. Além disso, outros
elementos caracterizam os gêneros, como interlocutor,
contexto, função social e linguagem.

Tipos e gêneros textuais


Existem duas grandes categorias no estudo dos textos:
 tipos textuais
 gêneros textuais
Ambas existem de modo paralelo, mas partem de
posicionamentos distintos, por isso contemplam
aspectos diversos e complementares para categorizar
e organizar a variedade de textos que existe em nossas
sociedades.
A tipologia textual é uma categoria que se refere aos
aspectos sequenciais e composicionais dos textos,
como suas características sintáticas, lexicais e
estruturais. Desse modo, o que se pretende, com essa
categoria, é analisar a forma como os textos organizam-
se linguisticamente para cumprirem suas funções
comunicativas.
O gênero textual, por sua vez, é outra categoria que
prioriza os traços comunicativos, contextuais e
sociais que influenciam, também, na organização dos
textos. Essa categoria classifica os textos por suas
funções sociocomunicativas, considerando-se, além da
estrutura linguística, os aspectos extralinguísticos.
Os gêneros textuais são fluidos e mutáveis, sempre se
adequando às novas necessidades sociais, entretanto,
todos eles obedecem às regras de natureza linguística e
textual que se apresentam em todos os gêneros, ou
seja, os tipos textuais são aplicados na construção e
modificação dos gêneros textuais.
Por meio dessa relação, é possível estabelecer-se
combinações entre tipos e gêneros textuais. É
importante ressaltar que um único gênero pode conter
diversos tipos textuais, com predominância de um ou
mais. Em alguns casos, é possível encontrar gêneros
com uma tipologia específica.
Relação entre tipos e gêneros textuais.
Um mesmo gênero pode abarcar mais de um tipo
textual, isso demonstra que utilizamos diversas
sequências linguísticas para construir nossos textos,
sempre as mesclando para potencializar a nossa escrita.
Além disso, é importante lembrar que, a depender da
intenção do autor, os tipos textuais podem ser utilizados
em hierarquias e arranjos diversos.
Por exemplo, uma notícia pode ter predominância do
tipo narrativo, pois conta um fato. Entretanto, a
depender do fato a ser contado, o autor pode utilizar o
tipo expositivo para explicar contextos prévios ao
acontecimento em questão, ou ainda utilizar o tipo
descritivo para apresentar uma cena do ocorrido ou
acrescentar detalhes a alguma informação.
Diferenças entre tipo e gênero textual
Como mencionado, as categorias tipo e gênero, no
tocante aos estudos do texto, referem-se a
classificações distintas e, em certa medida,
complementares. É importante, assim, saber distinguir
os limites que cada classificação possui para analisar
melhor os textos e, com isso, amadurecer os domínios
de produção e interpretação textual.
Tipo textual é uma categoria da organização
estrutural dos textos, fornecendo classificações de
sequências disponíveis para construir-se os variados
gêneros textuais existentes. Em outras palavras, o autor,
a depender do seu contexto comunicativo, vai escolher
lançar mão do tipo narrativo, descritivo, expositivo,
argumentativo ou outro, no intuito de alcançar seu
objetivo.
Os gêneros textuais, por sua vez, classificam os
textos com base em suas condições de uso bem
como na influência dessas condições na estrutura do
texto.Sendo assim, ao falarmos de gênero textual,
buscamos identificar aspectos contextuais,
características dos interlocutores, função social do texto,
tipo e adequação da linguagem, canal de transmissão,
entre outros. Ao considerarmos esses elementos, é
sempre importante estabelecermos a relação deles com
a caracterização do gênero.
A seguir, um modelo de possíveis modos de analisar-se
determinado gênero e relacioná-lo com seus tipos
textuais.
Elementos pré-textuais
Chama-se de elementos pré-textuais aqueles que precedem o texto dos
trabalho acadêmicos, auxiliando sua apresentação, de acordo com padrões
pré-estabelecidos.
A preparação de um trabalho acadêmico, seja ele uma lição de casa, uma
pesquisa encomendada por um professor, um artigo, uma monografia,
uma dissertação ou uma tese, não pode prescindir de sua apresentação
gráfica. O aspecto visual dos trabalhos apresentados, a estética e a correta
utilização de capas, papel, impressão, margens, diagramação, espaçamento e
numerações constituem elementos importantes para a avaliação do trabalho
tanto quanto o conteúdo propriamente dito.
É importante observar que, não obstante as normas padronizadas da ABNT,
instituições de ensino, de pesquisa, editoras, órgãos de governo e agências
internacionais, por vezes, possuem suas próprias normas para apresentação
de trabalhos devendo nesses casos ser consideradas por quem se interesse
em lhes apresentar trabalhos escritos. Os elementos pré-textuais precisam ser
considerados em suas duas dimensões, uma que diz respeito à estética do
trabalho e outra que se refere à divisão estrutural das partes do mesmo
trabalho.
 Aspectos gráficos do trabalho acadêmico
1. Papel
2. Impressão do texto
3. Formatação do texto
4. Numeração
5. Títulos, subtítulos, divisões e parágrafos
 Estrutura do trabalho acadêmico
 Elementos Pré-textuais
o Capa
o Folha de Rosto
o Folha de Aprovação
o Dedicatória
o Agradecimento
o Folha de Dedicatória
o Epígrafe
o Resumo
o Lista de figuras
o Lista de tabelas
o Lista de abreviaturas e siglas
o Lista de símbolos

 Sumários
4. Elementos Textuais

 1. Introdução
 2. Desenvolvimento
 3. Conclusão
5. Elementos pós-textuais

o Referências
o Apêndice
o Anexos
INSTITUIÇÃO:|____________________________________________________

PROFESSOR ESPECIALISTA ANTÔNIO WAGNER NUNES DE SOUSA MORENO

CURSISTA:______________________________________________________

CURSO:_________________________________ TURMA:_______________

COLINAS-MA

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