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Turma:Bacharel emTeologia

Polo: Teófilo Otoni


Coord. Pr. José Maria
 Disciplina: Português Instrumental
o Prof. João
o Data: 19 Fevereiro 2022
o Horário- 09:00 h às 17:00 h

o Ementa

Concepção da leitura. Desenvolvimento de leitura e compreensão dos vários gêneros textuais.


Aquisição de conceitos relativos à escritura. Estratégia de planejamento de texto escrito.
Desenvolvimento da prática de escrita.

ORALIDADE E ESCRITA

Oralidade e escrita compõem formas de expressão de linguagem/fala. A oralidade, comumente,


utiliza uma forma mais coloquial de expressão. Enquanto isso, a escrita segue a linguagem
formal (culta), indo paralelo às normas padrão da língua portuguesa. Cada variação linguística
apresenta suas regras, portanto devem ser alocadas da forma que melhor se adéquam.

É por esse motivo que, em muitos casos, há aviso em propostas de redação, como: “Proibido

uso de oralidade”. Ou seja, é um aviso para que o candidato não utilize uma linguagem

coloquial em sua redação. A exigência, portanto, será pela linguagem formal/culta. A escrita,

dessa forma, segue normas pontuais, é mais rígida e apresenta uma estrutura de função.

Por outro lado, a oralidade compõe uma linguagem mais regionalizada. Sem o uso de regras

gramaticais básicas e, em várias, oportunidades sem preocupação com a estrutura (sujeito-

verbo-predicado).
Oralidade e escrita: dos diálogos à redação

Ao dialogar com parentes ou amigos, não há a preocupação de falar o que se dita como

correto. A norma padrão da língua portuguesa é deixada de lado. Afinal, ninguém vai se

importar com próclise, ênclise e mesóclise durante um papo descontraído, certo? A oralidade

tem uma marcação muito pontual. Ela utiliza de gírias, abreviações, erros de concordância,

prosódias e expressões desprestigiadas.

Com o advento da internet, até mesmo uma forma de escrita angariou as características da

oralidade. Se no percurso inicial da internet os emails tinham um caráter mais formal, tal como

uma carta, as conversas por rede social ignoram-na. Por se tratar de um momento de completa

descontração, a oralidade se soma à “escrita”. No entanto, caem as normas, eleva-se a

informalidade.

Características da oralidade

A linguagem oral, de forma alguma, pode ser considerada errada. Ela é uma variação

linguística. Utilizada sob determinados contextos, a fala é um recurso mais prático, rápido e seu

objetivo é um só: transmitir uma mensagem. Dessa maneira, a oralidade explora algumas

características próprias, tais como:

• Ideia de maior proximidade entre locutor e receptor;

• Relação direta entre falantes;

• Contexto interfere;

• Uso de recursos extralinguísticos, tais como: gestos, expressões faciais, postura,

entonação;

• Possibilidade de refazer a mensagem, caso não seja interpretada adequadamente;

• Transmissão maior de ideias, reflexões e emoções;

• Preocupação maior com a assimilação da mensagem do que a forma que ela será

transmitida;
Características da escrita

A linguagem escrita se poda na formalidade e no caráter culto. Seguindo as normas padrão da


língua portuguesa ela não pode, jamais, ser considerada “mais certa” que a oralidade. A
verdade é que ambas apresentam características próprias, situações ideais de uso e contextos
a serem adotadas. A oralidade e escrita são necessárias sempre. Dessa forma, a escrita terá
as seguintes características:

• Segue as normas cultas de linguagem padrão do idioma;

• Objetividade e clareza nas ideias;

• Registro documental;

• Rigor gramatical;

• Apuração do vocabulário;

• Exigência de elaboração e esforço de apresentação;

• Busca evitar a ambiguidade;

• Prevê questionamentos e explora abrangência nas ideias para sanar dúvidas;

Referências

Novíssima Gramática da Língua Portuguesa – Domingos Paschoal Cegalla

SOBRE A GRAMÁTICA

A Gramática tem como finalidade orientar e regular o uso da língua, estabelecendo um padrão de
escrita e de fala baseado em diversos critérios, tais como:

- Exemplo de bons escritores;

- Lógica;

- Tradição;

- Bom senso.

Em se tratando de Gramática, tem-se como matéria-prima um sistema de normas, o qual dá estrutura à


língua. Tais normas definem a língua padrão, também chamada língua culta ou norma culta. Assim,
para falar e escrever corretamente, é preciso estudar a Gramática.
Por ser um organismo vivo, a língua está sempre evoluindo, o que muitas vezes resulta num
distanciamento entre o que se usa efetivamente e o que fixam as normas. Isso não justifica, porém, o
descaso com a Gramática. Imprecisa ou não, existe uma norma culta, a qual deve ser conhecida e
aplicada por todos.

Quem desconhece a norma culta acaba tendo acesso limitado às obras literárias, artigos de jornal,
discursos políticos, obras teóricas e científicas, enfim, a todo um patrimônio cultural acumulado durante
séculos pela humanidade.

Tipos de Gramática
1. Gramática Normativa

É aquela que busca a padronização da língua, estabelecendo as normas do falar e escrever


corretamente. Costuma ser utilizada em sala de aula e em livros didáticos. É também o tipo adotado
no Só Português.

2. Gramática Descritiva

Ocupa-se da descrição dos fatos da língua, com o objetivo de investigá-los e não de estabelecer o que
é certo ou errado. Enfatiza o uso oral da língua e suas variações.

3. Gramática Histórica

Estuda a origem e a evolução histórica de uma língua.

4. Gramática Comparativa

Dedica-se ao estudo comparado de uma família de línguas. O Português, por exemplo, faz parte da
Gramática Comparativa das línguas românicas.

Divisão da Gramática
Sabe-se que a língua é um sistema tríplice: compreende um sistema de formas (mórfico), um sistema
de frases (sintático) e um sistema de sons (fônico). Por essa razão, a Gramática tradicionalmente
divide-se em:

Morfologia - abrange o sistema mórfico.

Sintaxe - enfoca o sistema sintático.

Fonologia/Fonética - focaliza o sistema fônico.

Funções da Linguagem
As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem segundo a intenção do falante.
Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função poética, função fática,
função conativa e função metalinguística.

Cada uma desempenha um papel relacionado com os elementos presentes na comunicação: emissor,
receptor, mensagem, código, canal e contexto. Assim, elas determinam o objetivo dos atos
comunicativos.

Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem podem estar presentes num mesmo
texto.
Função Referencial ou Denotativa
Também chamada de função informativa, a função referencial tem como objetivo principal informar,
referenciar algo.
Voltada para o contexto da comunicação, esse tipo de texto é escrito na terceira pessoa (singular ou
plural) enfatizando seu caráter impessoal.

Como exemplos de linguagem referencial podemos citar os materiais didáticos, textos jornalísticos e
científicos. Todos eles, por meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo, sem
envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.

Exemplo de uma notícia


Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, o real teve a maior desvalorização da sua história.
Nesse dia foi preciso desembolsar R$ 4,0538 para comprar um dólar. Recorde-se que o Real foi
lançado há mais de 20 anos, mais precisamente em julho de 1994.

Função Emotiva ou Expressiva


Também chamada de função expressiva, na função emotiva o emissor tem como objetivo principal
transmitir suas emoções, sentimentos e subjetividades por meio da própria opinião.

Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está voltado para o emissor, uma vez que possui um
caráter pessoal.

Como exemplos podemos destacar: os textos poéticos, as cartas, os diários. Todos eles são marcados
pelo uso de sinais de pontuação, por exemplo, reticências, ponto de exclamação, etc.

Exemplo de e-mail da mãe para os filhos


Meus amores, tenho tantas saudades de vocês M Mas não se preocupem, em breve a mamãe chega e
vamos aproveitar o tempo perdido bem juntinhos. Sim, consegui adiantar a viagem em uma semana!!!
Isso quer dizer que tenho muito trabalho hoje e amanhã.... Quando chegar, quero encontrar essa casa
em ordem, combinado?!?

Função Poética
A função poética é característica das obras literárias que possui como marca a utilização do sentido
conotativo das palavras.

Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será transmitida por meio da
escolha das palavras, das expressões, das figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento
comunicativo é a mensagem.
Note que esse tipo de função não pertence somente aos textos literários. Também encontramos a
função poética na publicidade ou nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas
(provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).

Exemplo de uma história sobre a avó


Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um poço de sabedoria. Falava de tudo e
sobre tudo e tinha sempre um provérbio debaixo da manga.

Função Fática
A função fática tem como objetivo estabelecer ou interromper a comunicação de modo que o mais
importante é a relação entre o emissor e o receptor da mensagem. Aqui, o foco reside no canal de
comunicação.
Esse tipo de função é muito utilizada nos diálogos, por exemplo, nas expressões de cumprimento,
saudações, discursos ao telefone, etc.

Exemplo de uma conversa telefônica


— Consultório do Dr. João, bom dia!
— Bom dia! Precisava marcar uma consulta para o próximo mês, se possível.
— Hum, o Dr. tem vagas apenas para a segunda semana. Entre os dias 7 e 11, qual a sua preferência?
— Dia 8 está ótimo.
Função Conativa ou Apelativa
Também chamada de apelativa, a função conativa é caracterizada por uma linguagem persuasiva que
tem o intuito de convencer o leitor. Por isso, o grande foco é no receptor da mensagem.
Essa função é muito utilizada nas propagandas, publicidades e discursos políticos, de modo a
influenciar o receptor por meio da mensagem transmitida.

Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na terceira pessoa com a presença de verbos
no imperativo e o uso do vocativo.

Exemplos
• Vote em mim!
• Entre. Não vai se arrepender!
• É só até amanhã. Não perca!

Função Metalinguística
A função metalinguística é caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a linguagem que se
refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um código utilizando o próprio código.
Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um documentário cinematográfico que fala sobre a
linguagem do cinema são alguns exemplos.

Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem destaque são as gramáticas e os


dicionários.Exemplo:

Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é escrita, bem como exemplifica a função
metalinguística.

Funções da Linguagem e Comunicação


Abaixo, você encontra um diagrama com as funções da linguagem e sua relação com os elementos da
comunicação:

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