Você está na página 1de 23

CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DE

DOURADOS – CEEJA/MS
ATIVIDADE PEDAGÓGICA
PENITENCIARIA ESTADUAL DE DOURADOS-PED

Módulo Inicial A: ( ) Módulo Inicial B: ( ) Módulo Inicial C: ( ) Módulo Inicial D: ( )

Módulo Final A: ( ) Intermediário A: ( ) Fundamental EAD: ( ) Médio EAD: ( )

Turno: Matutino ( ) Vespertino ( )

Componente Curricular:

Professor:

Estudante:

Data / / Nota

Texto I

DIFERENTES FORMAS DE LINGUAGEM (adaptado)

FIGURA 1 - Comunicação

FONTE: Disponível em: http://momentodoadm.blogspot.com.br/2014/02/espaco-do-


administrador-comunicacao.html: Acesso em: set. 2019.
É importante que os estudantes desenvolvam competências de leitura não só quanto a
textos em linguagem verbal, jornais, revistas e livros, mas também de filmes, fotografias,
histórias em quadrinhos, cartazes publicitários, canções, entre outros.
Tudo é linguagem: palavras, imagens (paradas ou em movimento), sons, corpo… E toda
linguagem é usada com diferentes razões: comunicação, persuasão, arte. Por isso é importante
ensinar, praticar e discutir toda essa diversidade das diferentes formas de linguagem.
As diferentes formas de linguagem se manifestam nas distintas circunstâncias
comunicativas. No espaço social onde vivemos temos a oportunidade de conviver com as muitas
formas de linguagem, materializadas, sobretudo, pela intenção a que se presta o interlocutor ao
se colocar em tal condição. Dada essa razão, nós também nos dispomos a levar até você algumas

1
informações acerca das características, dos aspectos mais relevantes que demarcam as distintas
formas de linguagem, sejam elas no plano verbal ou no plano não verbal.
Texto II

COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL – O QUE É ISSO? (adaptado)

Muito se ouve falar de Coesão Textual e de Coerência Textual, mas, afinal, o que é
isso? Para que um texto tenha o seu sentido completo, ou
seja, transmita a mensagem pretendida, é necessário que esteja coerente e coeso. Na
construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a
compreensão do que é dito ou
lido.
Em resumo, podemos dizer que a COESÃO trata da conexão harmoniosa entre as partes
do texto, do parágrafo, da frase. Ela permite a ligação entre as palavras e frases, fazendo com que
um dê sequência lógica ao outro. A COERÊNCIA é a relação lógica entre as ideias, fazendo com
que umas complementem as outras, não se contradigam e formem um todo significativo que é o
texto.
Coesão Textual
Quando falamos de COESÃO textual, falamos a respeito dos mecanismos linguísticos
que permitem uma sequência lógico-semântica entre as partes de um texto, sejam elas palavras,
frases, parágrafos, etc. Entre os elementos que garantem a coesão de um texto, temos:
Conectores: esses elementos coesivos estabelecem as relações de dependência e ligação
entre os termos, ou seja, são conjunções, preposições e advérbios conectivos.
Exemplo:
Correto: As crianças foram passear no parque. Elas foram acompanhadas de seus pais.
Errado: As crianças foram passear no parque. As crianças foram acompanhadas de seus
pais.
Coerência Textual
Quando falamos em COERÊNCIA textual, falamos acerca da significação do texto e
não mais dos elementos estruturais que o compõem. Um texto pode estar perfeitamente coeso,
porém incoerente. É o caso do exemplo: “As ruas estão molhadas porque não choveu.”
Há elementos coesivos no exemplo acima, como a conjunção, a sequência lógica dos
verbos, enfim, do ponto de vista da COESÃO, o texto não tem nenhum problema.
Contudo, ao ler o que diz o texto percebemos facilmente que há uma incoerência, pois se
as ruas estão molhadas é porque alguém molhou, ou a chuva, ou algum outro evento. Não ter
chovido não é o motivo de as ruas estarem molhadas. O texto está incoerente, assim como a tira
abaixo, em que tampar a boca com uma rolha não constitui cura.

2
FIGURA 2 - História em quadrinho

FONTE: Disponível em: http://dicasdeestudodacarol.blogspot.com.br/2013/07/coerencia-e-coesao-coerencia


repeticao.html Acesso em: set. 2019.
Texto III

VOCÊ SABE USAR CORRETAMENTE MAL OU MAU?

Estas duas palavras existem na Língua Portuguesa e estão corretas. Como os seus
significados são diferentes, devem ser usadas em situações diferentes.

- Mal é o contrário de bem.


- Mau é o contrário de bom.
A forma mais fácil e eficaz de entendermos a diferença entre mal e mau e usarmos
corretamente estas palavras é pela oposição, ou seja, utilizando seus antônimos e vendo qual está
correto na frase:
- Você está sendo mau! (antônimo: sendo bom)
- Estou me sentindo mal! (antônimo: sentindo bem)

MAL
Mal é uma palavra frequentemente utilizada pelos falantes, possuindo vários significados.
Como advérbio, mal se refere a alguma coisa feita de modo errado, de modo insuficiente,
com dificuldade, de modo indelicado ou cruel, sendo sinônimo de erradamente, incorretamente,
de leve, insuficientemente, dificilmente, grosseiramente, severamente, jamais, nunca, entre
outros.
Como conjunção temporal, mal tem sentido de assim que e logo que.
Como substantivo, mal se refere a uma desgraça, calamidade, dano, doença, enfermidade,
pesar, aflição, sofrimento, defeito, problema, maldade.
Exemplos com mal:
- Você não entendeu o exercício? Você fez tudo mal. (advérbio)
- Você nem imagina o mal que você me faz. (substantivo comum)
- Mal saí da escola, já estavam esperando por mim do outro lado da rua. (conjunção
subordinativa temporal)

3
Curiosidade: Mal tem sua origem na palavra em latim male.

MAU
Mau é um adjetivo. Indica alguém ou alguma coisa que: não é de boa qualidade, faz
maldades, traz infortúnio, faz grosserias, não tem competência, é pouco produtivo, é
inconveniente e impróprio, é travesso e desobediente, é difícil de superar e é contrário aos bons
costumes.
Mau é sinônimo de malvado, cruel, desumano, ruim, ordinário, imperfeito, malfeito,
prejudicial, maligno, grosso, desagradável, incompetente, impróprio, inadequado, indisciplinado,
desobediente, árduo, indecente, imoral, entre outros.
Exemplos com mau
- Você é um mau amigo.
- Esse cachorro é mau.
- Ele seguiu por maus caminhos.

Curiosidade: Mau tem sua origem na palavra em latim malu.

PRONÚNCIA DE MAU E MAL: HOMÓFONOS


As palavras mau e mal são pronunciadas da mesma forma, porque habitualmente a
consoante l atua como uma semivogal, assumindo o som de u e não como uma consoante
velarizada. Apresentam, contudo, escritas e significados diferentes. A esse tipo de palavras
chamamos palavras homófonas.

Na Língua Portuguesa existem diversas palavras homófonas:


- mau e mal;
- asar (colocar asas em) e azar (má sorte);
- senso (característica de sensato) e censo (pesquisa realizada periodicamente para
calcular número de pessoas de um país);
- concelho (seção administrativa ou parte de um distrito) e conselho (recomendação);
- cozer (cozinhar) e coser (unir com linha, ou qualquer fio, e agulha, dando pontos);
- cinto (faixa ou fita que cinge o meio do corpo com uma só volta, presa por uma fivela
ou outro objeto usado para fechar) e sinto (ação de sentir, de possuir a sensação ou de perceber
através dos sentidos).

1. Leia o texto e responda:

A Incapacidade de ser verdadeiro (Carlos Drummond de Andrade)


“Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois
dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na

4
semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de
buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem
sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara
de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe
decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
– Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.

1. O parecer do médico “Este menino é mesmo um caso de poesia.”, sugere que Paulo:
a) agia dessa forma pelo excesso de castigo.
b) brincava com coisas verdadeiras.
c) era um menino imaginativo e criativo.
d) estava precisando do carinho familiar.

2. O texto sugere que:


a) mentira e teimosia andam juntas.
b) mentira e fantasia são sinônimos.
c) mentira e sonho parecem brincadeiras.
d) mentira e imaginação são diferentes.

3. Comente a afirmação seguinte: Em relação à coerência, a manutenção da mesma referência


temática, pode-se afirmar que o texto “A Incapacidade de ser verdadeiro” apresenta-se coerente a
partir do título?

4. Assinale a afirmação verdadeira em relação a coerência que o texto apresenta.


a) ( ) Não apresenta contradições entre as ideias.
b) ( ) A mãe o colocou de castigo pois achava que ele estava mentindo.
c) ( ) Paulo brincava com coisas verdadeiras.
d) ( ) O médico quis dizer que Paulo era poeta.

3. Assinale a alternativa em que as formas completam corretamente as lacunas das frases


abaixo, pela ordem:
- Quando assessorado, o governante comete muitos erros.
- O Chapeuzinho Vermelho conseguiu escapar do lobo .
- Devemos praticar o bem e evitar o .
- Quando está de humor, ninguém o suporta.
a) mal, mau, mau, mau;

5
b) mau, mal, mal, mal;
c) mal, mau, mal, mau;
d) mau, mau, mal, mal;
e) mal, mal, mau, mau.

4. De acordo com a imagem abaixo, relacione os diferentes tipos de linguagens

EJA / ENSINO MÉDIO


Orientação: Após a leitura do Texto I - Arte Naïf, anote as dificuldades, faça o seu
glossário.
Observe as relações sociais produtivas e éticas para o trabalho,
favorecendo a cooperatividade nas pinturas.

Texto I
Arte Naïf – Definição

FIGURA 3 - Arte Naif


FONTE: Disponível em: https://www.infoescola.com/artes/arte-naif/ Acesso em: set. 2019.

6
O termo arte naïf aparece no vocabulário artístico, em geral, como sinônimo de arte
ingênua, original e/ou instintiva, produzida por autodidatas que não têm formação culta no
campo das artes. Nesse sentido, a expressão se confunde frequentemente com arte popular, arte
primitiva.e art brüt, por tentar descrever modos expressivos autênticos, originários da
subjetividade e da imaginação criadora de pessoas estranhas à tradição e ao sistema artístico.

FIGURA 4 - Arte Naif

FONTE: Disponível em: www.todamateria.com.br/arte-naif/ Acesso em: set. 2019


A pintura naïf se caracteriza pela ausência das técnicas usuais de representação (uso
científico da perspectiva, formas convencionais de composição e de utilização das cores) e
pela visão ingênua do mundo. As cores brilhantes e alegres - fora dos padrões usuais, a
simplificação dos elementos decorativos, o gosto pela descrição minuciosa, a visão idealizada da
natureza e a presença de elementos do universo onírico, são alguns dos traços considerados
típicos dessa modalidade artística.
A história da pintura naïf liga-se ao Salon des Independents [Salão dos Independentes],
de 1886, em Paris, com exibição de trabalhos de Henri Rousseau (1844 - 1910), conhecido como
"Le Douanier", que se torna o mais célebre dos pintores naïfs. Com trajetória que passa por um
período no Exército e um posto na Alfândega de Paris (1871-1893), de onde vem o apelido "Le
Douanier" (funcionário da alfândega), Rousseau dedica-se à pintura como hobby.
Pintor, à primeira vista, "ingênuo" e "inculto", pela falta de formação especializada, dos
temas pueris e inocentes, é responsável por obras que mostram minuciosamente, de modo
inédito, uma realidade ao mesmo tempo natural e fantasiosa, como em A Encantadora de
Serpentes, 1907. Seu trabalho obtém reconhecimento imediato dos artistas de vanguarda do
período - como Odilon Redon (1840 - 1916), Paul Gauguin (1848 - 1903), Robert Delaunay
(1885 –1941), Guillaume
Apollinaire (1880 - 1918), Pablo Picasso1941), Guillaume Apollinair (1880 - 1918), Pablo
Picasso (1881 - 1973), entre outros -, que veem nele a expressão de um mundo exótico, símbolo
do retorno às origens e das manifestações da vida psíquica livre e pura. Em 1928, o
colecionador e teórico alemão Wilhelm Uhde (1874-1947) - um dos descobridores do artista -
organiza a primeira exposição de arte naïf em Paris, reunindo obras de Rousseau, Luis Vivin
(1861 - 1936), Séraphine de Senlis (1864 - 1942), André Bauchant (1837 - 1938) e Camille
Bombois (1883 - 1910). Mais tarde, o Museu de Arte Moderna de Paris dedica uma de suas salas

7
exclusivamente à produção naïf.
FIGURA 5 - Arte Naif

FONTE: Disponível em: https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-19/arte-naif/ Acesso em: set.


2019.
No século XX, a arte naïf é reconhecida como uma modalidade artística específica e se
desenvolve no mundo todo, sobretudo nos Estados Unidos, na ex-Iugoslávia e no Haiti. Em solo
norte-americano, as inúmeras cenas da vida rural pintadas por Anna Mary Robertson (1860 -
1961)
- conhecida como Vovó Moses - adquirem notoriedade quando a artista, autodidata, descoberta
por um colecionador, completa 80 anos. Oriunda da tradição de retratistas amadores, a arte naïf
norte-americana encontra expressão nas obras de J. Frost (1852 - 1929), H. Poppin (1888 - 1947)
e J. Kane (1860 - 1934). Na Inglaterra, o nome de Alfred Wallis (1855 - 1942) associa-se a
navios à vela e paisagens. Descoberto em 1928 pelos artistas ingleses Ben Nicholson (1894 -
1982) e Christopher Wood (1901 - 1930), Wallis pinta com base na memória e na imaginação,
em geral com tinta de navio sobre pedaços irregulares de papelão e madeira. Na ex-Iugoslávia, a
arte naïf faz escola, na qual se destaca, por exemplo, Ivan Generalic (1914 - 1992).
FIGURA 6 - Arte Naif

FONTE: Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_na%C3%AFf Acesso em: set. 2019.

8
Soluções da arte naïf são incorporadas a diversas tendências da arte moderna, seja
pelo simbolismo (em busca da essência mística das cores), seja pelo pós-impressionismo de Paul
Gauguin, que vai para o Taiti em 1891, e faz pesquisas em direção à cultura plástica das
chamadas sociedades primitivas, o que se revela no uso de cores vibrantes e na simplificação do
desenho como em Ta Ma Tete - Mulheres Taitianas Sentadas num Banco, 1892, e Te Tamari
no Atua
- Natividade, 1896. Os trabalhos realizados sob a égide do Blauer Reiter (O Cavaleiro Azul) -
grupo do qual participam August Macke (1887 - 1914) e Paul Klee (1879 - 1940) - e a obra de
Wassili Kandinsky (1866 - 1944), em defesa da orientação espiritual da arte, também se
beneficiam de sugestões da arte naïf.
Se em sua origem essa modalidade é definida como aquela realizada por amadores ou
autodidatas, o processo de reconhecimento e legitimação obtidos nos circuitos artísticos leva a
que muitos pintores, com formação erudita, façam uso de procedimentos caros aos naïfs. Além
disso, a arte naïf desenha um circuito próprio e conta com museus e galerias especializados em
todo o mundo. No Brasil, especificamente, uma série de artistas aparece diretamente ligada à
pintura naïf, como Cardosinho (1861 - 1947), Luís Soares (1875 - 1948), Heitor dos Prazeres
(1898 - 1966), José Antônio da Silva (1909 - 1996) e muitos outros. Entre eles, ganham maior
notoriedade: Chico da Silva (1910 - 1985) - menção honrosa na 33ª Bienal de Veneza - e Djanira
(1914 - 1979). Aluna do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, Djanira completa sua
formação com aulas de Emeric Marcier (1916 - 1990) e Milton Dacosta (1915 - 1988), seus
hóspedes na Pensão Mauá, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Nos anos 1950, ela é
artista consagrada e uma das lideranças do Salão Preto e Branco. A arte popular do Nordeste
brasileiro - as xilogravuras que acompanham a literatura de cordel e as esculturas de Mestre
Vitalino (1909 - 1963) - figura em algumas fontes como exemplos da arte naïf nacional.
FIGURA 7 - Arte Naif

FONTE: Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo5357/arte-naif Acesso em: set. 2019.

9
Henri Rousseau - "Salão dos Independentes". Foto: Everett - Art / Shutterstock.com

FONTE: Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_na%C3%AFf

Arquivado em: Artes, Movimentos Artísticos.

1. Após a leitura sobre Arte Naïf escreva o que você entendeu.

2. A partir da observação da imagem da obra de Henri Rousseau - "Salão dos Independentes".


Crie uma releitura de imagem que te remeta a uma festa popular de sua cidade. Destaque o uso
das cores estudadas na aula anterior - Círculo cromático – círculo das cores. Olhe o tema, faça
um esboço de sua ideia e realize sua atividade final.

10
Texto I
Tipos Textuais (adaptado)
Além dos Gêneros Textuais existem também os chamados “Tipos Textuais”, que são, na
maioria das vezes, confundidos com os gêneros. As diferenças entre gêneros e tipos textuais
existem e são bem importantes.

FIGURA 8 - Gêneros Textuais

FONTE: Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/diferencas-entre-generos-tipos-


textuais.htm Acesso em: set. 2019.

Podemos afirmar que a tipologia textual está relacionada com a forma como um texto
apresenta-se e é caracterizada pela presença de certos traços linguísticos predominantes. O
gênero textual exerce funções sociais específicas, que são pressentidas e vivenciadas pelos
usuários da língua. Saber as diferenças elencadas no quadro acima é fundamental para a correta

11
distinção entre gêneros e tipos textuais, pois quando conhecemos as características de cada um
desses elementos fica muito mais fácil interpretar um texto. A interpretação está relacionada não
apenas com a construção de sentidos, mas também com os diversos fatores inerentes à
estruturação textual.
O que é Tipologia Textual?
Como dito anteriormente, são as classificações recebidas por um texto de acordo com as
regras gramaticais, dependendo de suas características. São as classificações mais clássicas de
um texto: A narração, a descrição e a dissertação. Hoje já se admite também a exposição e a
injunção. Ao todo são 5 (cinco) tipos textuais.

NARRAÇÃO
Ao longo de nossa vida estamos sempre relatando algo que nos aconteceu ou aconteceu
com outros, pois nosso dia a dia é feito de acontecimentos que necessitamos contar/relatar. Seja
na forma escrita ou na oralidade, essa é a mais antiga das tipologias, vem desde os tempos das
cavernas quando o homem registrava seus momentos através dos desenhos nas paredes.

Regra gramatical para esse tipo de texto (NARRAÇÃO):


Narrar é contar uma história que envolve personagens e acontecimentos. São
apresentadas ações e personagens: O que aconteceu, com quem, como, onde e quando.

Segue a seguinte estrutura:


Narração/narrar (contar)
Personagens (com quem/ quem vive a história – reais ou imaginários).
Enredo (o que/como – fatos reais ou imaginários).
Espaço (onde?/quando?).

Exemplo:

Minha vida de menina


Faço hoje quinze anos. Que aniversário triste! Vovó chamou-me cedo, ansiada como
está, coitadinha e disse: "Sei que você vai ser sempre feliz, minha filhinha, e que nunca se
esquecerá de sua avozinha que lhe quer tanto". As lágrimas lhe correram pelo rosto abaixo e eu
larguei dos braços dela e vim desengasgar-me aqui no meu quarto, chorando escondida.
Como eu sofro de ver que mesmo na cama, penando com está, vovó não se esquece de
mim e de meus deveres e que eu não fui o que deveria ter sido para ela! Mas juro por tudo, aqui
nesta hora, que eu serei um anjo para ela e me dedicarei a esta avozinha tão boa e que me quer
tanto.
Vou agora entrar no quarto para vê-la e já sei o que ela vai dizer: "Já estudou suas
lições? Então vá se deitar, mas antes procure alguma coisa para comer. Vá com Deus". Helena
Morley.

DESCRIÇÃO
A intenção desse tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma imagem
do que está sendo descrito. Podemos utilizar alguns recursos auxiliares da descrição. São eles:

12
A. A enumeração:

Pela enumeração podemos fazer um “retrato do que está sendo descrito, pois dá uma
ideia de ausência de ações dentro do texto.
B. A comparação:

Quando não conseguimos encontrar palavras que descrevam com exatidão o que
percebemos, podemos utilizar a comparação, pois esse processo de comparação faz com que o
leitor associe a imagem do que estamos descrevendo, já que desperta referências no leitor.
Utilizamos comparações do tipo: o objeto tem a cor de ..., sua forma é como ..., tem um
gosto que lembra ..., o cheiro parece com ..., etc.

C. Os cinco sentidos:

Percebemos que até mesmo utilizando a comparação para poder descrever, estamos
utilizando também os cinco sentidos: audição, visão, olfato, paladar e o tato, como auxílio para
criação dessa imagem, proporcionando que o interlocutor visualize em sua mente o objeto, o
local ou a pessoa descrita.

Por exemplo:

Se você fosse descrever um momento de lazer com seus amigos numa praia. O que você
perceberia na praia utilizando a sua visão (a cor do mar neste dia, a beleza das pessoas à sua
volta, o colorido das roupas dos banhistas) e a sua audição (os sons produzidos pelas pessoas ao
redor, por você e pelos seus amigos, pelos ambulantes). Não somente esses dois, você pode
utilizar também os outros sentidos para caracterizar o objeto que você quer descrever.

Regra Gramatical para esse tipo de texto (Descrição):

Descrever é apresentar as características principais de um objeto, lugar ou alguém.

Pode ser:

Objetiva: Predomina a descrição real do objeto, lugar ou pessoa descrita. Nesse tipo de
descrição não há a interferência da opinião de quem descreve, há a tendência de se privilegiar o
que é visto, em detrimento do sujeito que vê.
Subjetiva: aparecem, nesse tipo de descrição, as opiniões, sensações e sentimentos de
quem descreve pressupondo que haja uma relação emocional de quem descreve com o que foi
descrito.

Características do texto descritivo

- É um retrato verbal.
- Ausência de ação e relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases.
- As classes gramaticais mais utilizadas são: substantivos, adjetivos e locuções adjetivas.
- Como na narração há a utilização da enumeração e comparação.
- Presença de verbos de ligação.
- Os verbos são flexionados no presente ou no pretérito (passado).
- Emprego de orações coordenadas justapostas.

13
A estrutura do texto descritivo

A descrição apresenta três passos básicos:

1 - Introdução: apresentação do que se pretende descrever.


2 - Desenvolvimento: caracterização subjetiva ou objetiva da descrição.
3 - Conclusão: finalização da apresentação e caracterização de algo.

Exemplo:
Alguns dados sobre Rudy Steiner “Ele era oito meses mais velho do que Liesel e tinha
pernas ossudas, dentes afiado, olhos azuis esbugalhados e cabelos cor de limão. Como um dos
seis filhos dos Steiner, estava sempre com fome. Na rua, Himmel, era considerado meio maluco
...”

Dissertação
Podemos dizer que dissertar é falar sobre algo, sobre determinado assunto; é expor; é
debater. Esse tipo de texto apresenta a defesa de uma opinião, de um ponto de vista, predomina a
apresentação detalhada de determinados temas e conhecimentos.
Para construção desse tipo de texto há a necessidade de conhecimentos prévios do
assunto/tema tratado.

Regra gramatical para esse tipo de texto (Dissertação):


Dissertar é expor os conhecimentos que se tem sobre um assunto ou defender um ponto
de vista sobre um tema, por meio de argumentos.

Estrutura da dissertação:

FIGURA 9 - Tipologia Textual

FONTE: Disponível em: http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/tipologia-textual Acesso em:


set. 2019.

EXPOSIÇÃO
Aqueles textos que nos levam a uma explicação sobre determinado assunto, informa e
esclarece sem a emissão de qualquer opinião a respeito, é um texto expositivo.
Regras gramaticas para esse tipo textual (Exposição):
Nesse tipo de texto são apresentadas informações sobre assuntos e fatos específicos;
expõe ideias; explica; avalia; reflete. Tudo isso sem que haja interferência do autor, sem que haja

14
sua opinião a respeito. Faz uso de linguagem clara, objetiva e impessoal. A maioria dos verbos
está no presente do indicativo.

Exemplos: Notícias Jornalísticas

INJUNÇÃO
Os textos injuntivos estão presentes em nossa vida nas mais variadas situações, como por
exemplo quando adquirimos um aparelho eletrônico e temos que verificar o manual de instruções
para o funcionamento, ou quando vamos fazer um bolo utilizando uma receita, ou ainda quando
lemos a bula de um remédio ou a receita médica que nos foi prescrita.
Os textos injuntivos são aqueles textos que nos orientam, nos ditam normas, nos instruem.

Regras gramaticais para esse tipo de texto (Injunção):


Como são textos que expressam ordem, normas, instruções tem como característica
principal a utilização de verbos no imperativo. Pode ser classificado de duas formas:

- Instrucional: o texto apresenta apenas um conselho, uma indicação e não uma ordem.
- Prescrição: o texto apresenta uma ordem, a orientação dada no texto é uma imposição.

Exemplo:

BOLO DE CENOURA

Ingredientes:
Massa:
3 unidades de cenoura picadas
3 unidades de ovo
1 xícaras (chá) de óleo de soja
3 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 xícaras (chá) de açúcar
1 colheres (sopa) de fermento químico em pó
Cobertura
1/2 xícara (chá) de leite
5 colheres (sopa) de achocolatado em pó
4 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de Margarina
Como fazer:
Massa:
Coloque os ingredientes no liquidificador, e acrescente aos poucos a farinha.
Leve para assar em uma forma untada.
Depois de assado cubra com a cobertura.
Cobertura
Misture todos os ingredientes e leve ao fogo e deixe ferver até engrossar.
Atividades:
1. Preencha os parênteses com os números correspondentes com suas características.
a) Narração
b) Descrição

15
c) Dissertação
d) Exposição
d) Injunção

( ) Explicação sobre determinado assunto, informa e esclarece sem a emissão de qualquer


opinião a respeito.
( ) Contar uma história que envolve personagens e acontecimentos.
( ) Apresenta a defesa de uma opinião, de um ponto de vista, predomina a apresentação
detalhada de determinados temas e conhecimentos.
( ) Aqueles textos que nos orientam, nos ditam normas, nos instruem.
( ) A intenção deste tipo de texto é que o interlocutor possa criar em sua mente uma imagem do
que está sendo descrito.
2. O trecho que segue foi extraído do conto “Lâmpadas e Ventiladores”, de Humberto de
Campos.
A tarde estava quente, abafada, ameaçando tempestade. Na sala da sorveteria onde
tomávamos chá, os ventiladores ronronavam, como gatos, refrescando o ambiente. Lufadas
ardentes, fortes, brutais, varreram, lá fora, o asfalto da Avenida. O céu escureceu, de repente, e
um

trovão estalou, rolando pelo céu. Nesse momento, as lâmpadas do salão, abertas àquela hora,
apagaram-se todas, ao mesmo tempo em que, dependendo da mesma corrente elétrica, os
ventiladores foram, pouco a pouco, diminuindo a marcha, até que pararam, de todo, como aves
que acabam de chegar de um grande voo.

Sobre a tipologia textual dessa passagem do conto, pode-se dizer a organização predominante
é:
a) Argumentativa
b) Descritiva
c) Expositiva
d) Narrativa
3. Identifique cada texto abaixo de acordo com sua tipologia textual: descrição, injunção,
narração, dissertação e exposição.

a) “[...] No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como
eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia
emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta,
saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar
pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-
me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida
inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí

16
nenhuma vez [...]”. (Fragmento do conto Felicidade clandestina, de Clarice Lispector.)

b) “Corpo de baleia encalhada atrai curiosidade de banhistas em praia do Rio. Os frequentadores


da Praia do Arpoador, em Ipanema, na zona sul do Rio, foram surpreendidos esta manhã com
uma baleia morta, encalhada, perto da área de arrebentação da praia. Eles acionaram o Corpo de
Bombeiros, que deslocou uma equipe do Grupamento Marítimo de Copacabana (Gmar), que está
no local fazendo o trabalho de prevenção, isolando a área.” (Fragmento de uma reportagem
jornalística da agência Brasil.)

c) “[...] Em Poá, região metropolitana de São Paulo, quatro mulheres desenvolvem a difícil e
honrosa missão de comandar, cada uma, uma casa com nove crianças. Chamadas de mães-
sociais, elas são cuidadoras permanentes de crianças.[...]”. (Fragmento de uma reportagem
publicada na revista Carta Capital.)

d) “[...] Não instale nem use o computador em locais muito quentes, frios, empoeirados, úmidos
ou que estejam sujeitos a vibrações. Não exponha o computador a choques, pancadas ou
vibrações, e evite que ele caia, para não prejudicar as peças internas [...]”. (Manual de instruções
de um computador.)

e) “[...] Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados.
Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse
enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer
criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. [...]”. (Fragmento do
conto Felicidade clandestina, de Clarice Lispector.)

4. (UFPR) Observe o quadro informativo a seguir, extraído da revista Veja, de 5 de julho de


2000. Escolha um dos oito objetos mencionados e componha um texto de até 10 linhas,
manifestando sua satisfação ou tristeza pelo destino que Bruce Sterling prevê para ele.

17
FONTE da imagem: livro Português Língua e Literatura. Editora Moderna. 2003. São Paulo. Página 322.

18
Texto I
A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS IMPLICAÇÕES (adaptado)
A importância da Língua Portuguesa e suas implicações são evidentes, mormente*, na
vida profissional. Basta refletir acerca da principal razão de eliminação de candidatos às vagas de
emprego em determinados setores. A linguagem é o cartão de visita. Ao ouvir alguém, por cinco
minutos, já temos a ideia formada da formação da pessoa que está falando.

QUANTO AO PROFISSIONAL
A capacidade de comunicação, seja ela por domínio da linguagem falada, escrita ou
corporal, sempre nos traz consequências positivas.
O profissional que sabe se comunicar, sempre se diferencia. Quem domina a norma culta
da língua, e é apto a escrever e falar corretamente, está sempre à frente, diferencia-se da maioria,
que incorre em erros banais e basilares*.
A maioria dos brasileiros - e digo maioria, sem exagero - não tem capacidade de
expressar- se. Faltam competências fundamentais, como: concatenar* as ideias, aplicar a coesão
e coerência em um texto, dissertar com introdução, argumentação e conclusão, bem como o
domínio da ortografia.
A falta de capacidade de escrever, falar e ler corretamente decorre, por vezes e vezes, da
falta do hábito de ler, pois quem lê com frequência escreve melhor, tem melhor raciocínio,
melhor interpretação e melhor organização de ideias.
Em uma reunião na empresa ou em uma apresentação destacam-se os que sabem
defender seus argumentos de forma clara, convencer o auditório de forma válida, expor e
fundamentar suas ideias de modo conciso* e, claro, para tanto, é necessário o domínio das
expressões.
Ao enviar um e-mail, elaborar um memorando, dirigir uma carta a um cliente,
colaboradores ou superiores hierárquicos, o profissional revela a sua personalidade, demonstra a
sua formação e grau de inteligência.
Não é possível entendermos por apto e qualificado um profissional que não é capaz de
escrever um texto corretamente. Também não é possível aceitarmos a ideia de que tal
profissional gere uma boa imagem à empresa se este não sabe falar de forma correta.

19
Para exemplificarmos, basta lembrarmos da sensação ruim e imagem negativa que
formamos da empresa quando somos atendidos por um profissional que diz coisas como: "vamos
estar verificando", ou "vamos estar retornando". Isso, sem mencionar outros erros mais absurdos
e grotescos, como o "mim fazer"; "mim ver", etc.
Destarte*, infere-se que o investimento em profissionais qualificados e aptos a falar a
própria língua é indispensável a uma empresa que deseja ter uma imagem positiva perante seus
clientes.
Segundo o Professor Luiz Antonio Sacconi, existem basicamente duas modalidades de
língua, ou seja, duas línguas funcionais:

1 - a língua funcional de modalidade culta, língua culta ou língua-padrão, que compreende a


língua literária, tem por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo segmento mais culto
e influente de uma sociedade. Constitui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de
comunicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.),
cuja função é a de serem aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colaborando na
educação, e não justamente o contrário;

2 - a língua funcional de modalidade popular (informal); língua popular ou língua cotidiana, que
apresenta gradações as mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão. Cabe a nós brasileiros
entendermos o momento próprio do uso de cada modalidade, tanto o momento formal, quanto o
momento informal, para, assim, não nos depararmos em situações inconvenientes.
Falar e escrever bem gera admiração, apreço e projeta uma boa imagem para os nossos
ouvintes e interlocutores.

QUANTO ÀS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Basicamente, é necessário entendermos que a comunicação verbal é imprescindível para


conseguirmos externar uma ideia, ilustrar uma reflexão, fazer enxergar aquilo que outros não
conseguem ver. E claro, todas essas situações são perfeitamente aplicáveis no cotidiano, seja na
família, com amigos, com o cônjuge ou filhos.
As relações são beneficiadas quando sabemos interpretar o que o interlocutor diz, quando
sabemos trilhar os caminhos das ideias, pintando a imagem do raciocínio com as palavras
cabíveis e apropriadas.

DIAGNOSTICANDO E REMEDIANDO AS DEFICIÊNCIAS.


É muito difícil conhecermos alguém que não erre. Podemos nos aproximar da perfeição,
caminhar objetivando o mais alto grau de conhecimento e competência, mas é quase impossível
conhecermos o que domina a língua em sua excelência.
Mesmo porque, até mesmo entre os mestres e doutores há divergências técnicas quanto
ao emprego de algumas formas de expressão. A título de exemplo, percebi bastante divergência
no que diz respeito à expressão "segue em anexo".
Notei que mesmo professores da Língua Portuguesa têm opiniões divergentes na sua
aplicabilidade.
É louvável, mas não imprescindível, que alguém conheça profundamente a etimologia
das palavras, a semântica e todas as regras complexas e que a maioria dos brasileiros ignora.

20
Em contrapartida, defendo que deveríamos, por sermos brasileiros, conhecer a língua
pátria de forma plena e excelente, pois se não sabemos falar a nossa própria língua não
poderíamos nos entender por seres inteligentes.
Os erros de concordância, por exemplo, são os mais percebidos, desde os mais grotescos,
como os mais imperceptíveis aos leigos.
Para ilustrar, podemos citar que muitos não sabem que o correto é escrever: "Tenho
bastantes livros" e não "tenho bastante livro”. Erros como estes são encontrados até mesmo nos
vocabulários de alguns professores. Outrossim*, erros grotescos como: "hoje estou com menas
paciência" ou "estou meia triste" são mais decorrentes dos menos cultos.

Erros comuns:
ERRADO CERTO
Concerteza Com certeza
Bem vindo Bem-vindo
Seje Seja
Nada haver Nada a ver
Derrepente De repente
Porisso Por isso
Menas Menos
Haja visto Haja vista

Significado das palavras em asterisco no (Texto I):


- Mormente: principalmente, acima de tudo.
- Basilares: fundamental; que pode ser utilizado como base ou nela tem origem.
- Concatenar: ligar, unir de modo lógico e homogêneo; manter ligação ou conexão entre.
Conciso: resumido ao essencial; sintetizado em poucas palavras.
- Destarte: desta maneira; feito deste modo.
- Outrossim: da mesma maneira; do mesmo jeito ou da mesma forma; idem, igualmente.
Texto II

VOCÊ SABE USAR CORRETAMENTE A CRASE?

Crase é a contração da preposição a com o artigo feminino a (as) e com os


pronomes demonstrativos aquela (s), aquele (s), aquilo.

QUANDO FOR NOME PRÓPRIO DE LUGAR: troque a preposição a por de, usando o
verbo voltar.
Se a transformar-se da-----------há crase.
Se a transformar-se de-----------não há crase.
Exemplos: Fui à Bolívia. Fui a Brasília.
(voltei da) (voltei de)

ANTES DOS NUMERAIS QUE INDICAM HORAS:


Saiu às duas horas. Saiu à uma hora.
- Obs: Se hora estiver indeterminada não se usa crase.

21
QUANDO A PALAVRA MODA OU MANEIRA ESTIVER SUBENTENDIDA NA FRASE:
Vestir-se à Clodovil. (Vestir-se à moda de Clodovil). Escrever à Machado de Assis.
(escrever à maneira de Machado de Assis).
* Sempre que usar:
à noite - às escuras - às vezes - à direita - à procura de - à medida que

NÃO SE EMPREGA CRASE


- Antes de verbos: Estava disposta a colaborar conosco.
- Antes de palavras masculinas: Andar a cavalo. Pedir a Deus.
- Antes de palavras de sentido indefinido: Foi a uma cidade distante.
- Antes de numerais em que a preposição a significa até: De 20 a 30 de maio. De
segunda a sexta-feira.
- Nas expressões com palavras repetidas: Gota a gota, frente a frente, cara a cara.

Casos especiais:
Palavra casa: no sentido de lar – sem crase. Ex: Voltei cedo a casa.
Com qualificativo – com crase. Ex: Voltarei cedo à casa de meu pai.
Palavra terra: no sentido de estar a bordo – sem crase. Ex: O navio regressou a terra.
No sentido de chão – com crase. Jonas voltou à terra onde nasceu.
Palavra distância: quando indeterminada – sem crase. Ex: Leonardo não enxerga a
distância.
Quando determina – com crase. Ex: Leonardo não enxergava à distância de 3 metros.
Atividade
1. Releia o e-mail acima, em que os interlocutores são colegas de trabalho e responda: quem é o
remetente do texto? Qual é o motivo do envio?

22
2. Que tipo de linguagem foi usada neste e-mail? Justifique sua resposta.

3. Agora responda o e-mail de Joana como se você fosse o Henrique.

4. Leia esta anedota:

23

Você também pode gostar