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LÍNGUA PORTUGUESA
Linguagem Verbal e Não Verbal
Linguagem Verbal
Existem várias formas de comunicação. Quando o homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou
escrita,dizemos que ele está utilizando uma linguagem verbal, pois o código usado é a palavra. Tal código
está presente, quando falamos com alguém, quando lemos, quando escrevemos. A linguagem verbal é a
forma de comunicação mais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita, expomos aos
outros as nossas idéias e pensamentos, comunicando-nos por meio desse código verbal imprescindível em
nossas vidas. ela está presente em textos em propagandas; em reportagens (jornais, revistas, etc.);
em obras literárias e científicas;
na comunicação entre as pessoas;
em discursos (Presidente da República, representantes de classe, candidatos a cargos públicos, etc.);
e em várias outras situações.
Linguagem Não Verbal

Observe a figura abaixo, este sinal demonstra que é proibido fumar em um determinado local. A linguagem
utilizada é a não-verbal pois não utiliza do código "língua portuguesa" para transmitir que é proibido fumar.
Na figura abaixo, percebemos que o semáforo, nos transmite a idéia de atenção, de acordo com a cor
apresentada no semáforo, podemos saber se é permitido seguir em frente (verde), se é para ter atenção
(amarelo) ou se é proibido seguir em frente (vermelho) naquele instante.
Como você percebeu, todas as imagens podem ser facilmente decodificadas. Você notou que em nenhuma
delas existe a presença da palavra? O que está presente é outro tipo de código. Apesar de haver ausência da
palavra, nós temos uma linguagem, pois podemos decifrar mensagens a partir das imagens. O tipo de
linguagem, cujo código não é a palavra, denomina-se linguagem não-verbal, isto é, usam-se outros códigos (o
desenho, a dança, os sons, os gestos, a expressão fisionômica, as cores).
Comunicação é o processo de troca de informações entre um emissor e um receptor. Um dos aspectos que
podem interferir nesse processo é o código a ser utilizado, que deve ser entendível para ambos.
Quando falamos com alguém, lemos um livro ou revista, estamos utilizando a palavra como código. Esse tipo
de linguagem é conhecido como linguagem verbal, sendo a palavra escrita ou falada, a forma pela qual nos
comunicamos. Certamente, essa é a linguagem mais comum no nosso dia-a-dia. Quando alguém escreve um
texto, por exemplo, está usando a linguagem verbal, ou seja, está transmitindo informações através das
palavras.
A outra forma de comunicação, que não é feita nem por sinais verbais nem pela escrita, é a linguagem não-
verbal. Nesse caso, o código a ser utilizado é a simbologia. A linguagem não-verbal também é constituída por
gestos, tom de voz, postura corporal, etc. Se uma pessoa está dirigindo e vê que o sinal está vermelho, o que
ela faz? Pára. Isso é uma linguagem não-verbal, pois ninguém falou ou estava escrito em algo que ela deveria
parar, mas como ela conhece a simbologia utilizada, apenas o sinal da luz vermelha já é suficiente para ela
compreender a mensagem.
Ao contrário do que alguns pensam, a linguagem não-verbal é muito utilizada e importante na vida das
pessoas. Quando uma mãe diz de forma áspera, gritando e com uma expressão agressiva, que ama o filho,
será que ele interpretará assim? Provavelmente não. Esse é apenas um exemplo entre muitos, para ilustrar a
importância da utilização da linguagem não-verbal.
Outra diferença entre os tipos de linguagens é que, enquanto a linguagem verbal é plenamente voluntária, a
não-verbal pode ser uma reação involuntária, provindo do inconsciente de quem se comunica.
Com relação às mensagens verbais e não verbais, ou conscientes e inconscientes, vale ressaltar que para a
PNL ambas são reais e igualmente importantes. Porque cada uma delas é a expressão de uma parte da pessoa.
Se alguém lhe diz que gosta de você e a nível não verbal expressa o contrário, é possível que esteja dividido a
seu respeito. É como se um lado desta pessoa tivesse ressalvas em relação a você e outro lado realmente
gostasse (ou quisesse gostar) de sua companhia.
Há alguns contextos onde a incongruência pode ser útil. Por exemplo, uma mãe não desejará que seu filho,
que acabou de se ferir com certa gravidade, perceba que ela está apavorada. Ao contrário, neste momento a
criança precisa de alguém que possa lhe dar apoio e segurança. Nesta situação, como em muitas outras, é
melhor ser incongruente do que causar danos ainda maiores.
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Existem várias maneiras de se lidar com as incongruências. A menos eficaz é comentar a incongruência
observada, pois isto costuma colocar a outra pessoa na defensiva. Imagine o que acontece se alguém comenta
que você parecia não estar falando o que sentia quando disse algo. É possível que você passe a tentar
convencer esta pessoa, e para isto você defenderá o que disse. Comentários dão bons resultados quando
existe um relacionamento muito próximo entre duas pessoas, quando elas têm liberdade para isto Uma outra
forma seria acompanhar a incongruência. Se alguém lhe diz "Estou muito empolgado com este projeto "e
olha para baixo, suspira, cruza os braços, etc., você poderia dizer "Fico feliz", enquanto também olha para
baixo, suspira e cruza os seus braços. Esta estratégia inicialmente fará com que a pessoa fique um pouco
pensativa e confusa, passando depois a perceber a sua incongruência e possivelmente a querer falar sobre ela.
Algumas incongruências são devidas a divisões internas muito fortes, a conflitos internos significativos, que
costumam causar sofrimento a quem os experimenta. Como o pai que fica sem jeito ao abraçar o filho porque
tem dificuldades para dar e receber afeto. Neste caso, é necessário um trabalho de integração das partes
envolvidas (da parte que gostaria de expressar afeto e da parte que acha que não deveria fazê-lo). Outras
incongruências deste tipo são expressas através da fórmula "Eu gostaria de poder X mas Y me impede".

Interpretação de texto
Para interpretar um texto você precisa saber os passos a serem dados, ter cuidados com os vícios e
conhecer os níveis da leitura. Você sabe ler eficientemente? Identifica as idéias do texto facilmente?
Confira a seguir e tire suas dúvidas.
Um primeiro passo - Para você interpretar um texto, é saber como ler. Veja três questões básicas.
O entendimento de um texto, ainda o elemento básico da comunicação humana, implica uma análise: a
sua decomposição em partes. Só assim, o seu entendimento é possível. Como analisar um texto e
interpretá-lo é o objetivo do vestibular1 - Interpretação de texto.
Como ler um texto - O aprendizado da leitura
Interessa a todos saber que procedimento se deve adotar para tirar o maior rendimento possível da
leitura de um texto. Mas não se pode responder a essa pergunta sem antes destacar que não existe para
ela uma solução mágica, o que não quer dizer que não exista solução alguma. Genericamente, pode-se
afirmar que uma leitura proveitosa pressupõe, além do conhecimento lingüístico propriamente dito, um
repertório de informações exteriores ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de mundo. A
título e ilustração, observe a questão seguinte, extraída de um vestibular da UNICAMP:
Às vezes, quando um texto é ambíguo, é o conhecimento de mundo que o leitor tem dos fatos que lhe
permite fazer uma interpretação adequada do que se lê. Um bom exemplo é o texto que segue:
"As video-locadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas de sexo explícito. A decisão atende a
uma portaria de dezembro de 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo aluguem,
exponham e vendam fitas pornográficas a menores de 18 anos. A portaria proíbe ainda os menores de
18 anos de irem a motéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais. (Folha Sudeste, 6/6/92)"
É o conhecimento lingüístico que nos permite reconhecer a ambigüidade do texto em questão (pela
posição em que se situa, a expressão sem a companhia ou autorização dos pais permite a interpretação
de que com a companhia ou autorização dos pais os menores podem ir a rodeios ou motéis). Mas o
nosso conhecimento de mundo nos adverte de que essa interpretação é estranha e só pode ter sido
produzida por engano do redator. É muito provável que ele tenha tido a intenção de dizer que os
menores estão proibidos de ir a rodeios sem a companhia ou autorização dos pais e de freqüentarem
motéis.
Como se vê, a compreensão do texto depende também do conhecimento de mundo, o que nos leva à
conclusão de que o aprendizado da leitura depende muito das aulas de Português, mas também de todas
as outras disciplinas sem exceção.

- Três questões básicas


Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem compreendido é a resposta a três questões básicas:
I - Qual é a questão de que o texto está tratando? Ao tentar responder a essa pergunta, o leitor será
obrigado a distinguir as questões secundárias da principal, isto e, aquela em torno da qual gira o texto
inteiro. Quando o leitor não sabe dizer do que o texto está tratando, ou sabe apenas de maneira genérica
e confusa, é sinal de que ele precisa ser lido com mais atenção ou de que o leitor não tem repertório
suficiente para compreender o que está diante de seus olhos.
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II - Qual é a opinião do autor sobre a questão posta em discussão? Disseminados pelo texto, aparecem
vários indicadores da opinião de quem escreve. Por isso, uma leitura competente não terá dificuldade
em identificá-la. Não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de leitura desatenta e dispersiva.
III - Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a opinião dada? Deve-se entender
por argumento todo tipo de recurso usado pelo autor para convencer o leitor de que ele está falando a
verdade. Saber reconhecer os argumentos do autor é também um sintoma de leitura bem feita, um sinal
claro de que o leitor acompanhou o desenvolvimento das idéias. Na verdade, entender um texto
significa acompanhar com atenção o seu percurso argumentativo.

Linguagem

Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a


interação entre as pessoas. -Linguagem verbal: é aquela que tem por unidade a palavra. -Linguagem
não verbal: tem outros tipos de unidade, como gestos, o movimento, a imagem e etc. -Linguagem
mista: como as histórias em quadrinhos, o cinema e a tv que utilizam a imagem e a palavra. Língua É o
tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e
interagem entre si. Variedades lingüísticas: São as variações que uma língua apresenta, de acordo com
as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. -Norma culta: é a língua
padrão, a variedade lingüística de maior prestígio social. -Norma popular: são todas as variedades
lingüísticas diferentes da língua padrão. Dialetos: São variedades originadas das diferenças de região,
de idade, de sexo, de classes ou de grupos sociais e da própria evolução histórica da língua (ex.: gíria)
Intencionalidade discursiva: são as intenções, explícitas ou implícitas, existentes na linguagem dos
interlocutores que participam de uma situação comunicativa. Conceituado: Texto: É uma unidade
lingüística concreta, percebida pela audição (na fala) ou pela visão (na escrita), que tem unidade de
sentido e intencionalidade comunicativa. Discurso: É a atividade comunicativa capaz de gerar sentido
desenvolvido entre interlocutores. Além dos enunciados verbais, engloba outros elementos do processo
comunicativo que também participam da construção do sentido do texto. Coesão textual são as
articulações gramaticais existentes entre palavras, orações, frases, parágrafos e partes maiores de um
texto que garantem sua conexão seqüencial. Coerência textual é o resultado da articulação das idéias de
um texto; é a estruturação lógica- semântica que faz com que numa situação discursiva palavras e
frases

Funções de Linguagem

No ato da fala, pode-se observar: o emissor: aquele que diz algo a alguém o receptor: aquele com quem
o emissor se comunica a mensagem: tudo o que é transmitido do emissor para o receptor o código: a
convenção que permite ao receptor compreender a mensagem. Ex: Língua Portuguesa o canal: o meio
que conduz a mensagem ao receptor. Ex: a língua oral o referente: o assunto da mensagem Sendo
assim temos as FUNÇÕES DA LINGUAGEM: Função Referencial Ocorre quando o referente é posto
em destaque, ou seja, o objetivo do emissor é simplesmente o de informar o seu receptor. A ênfase é
dada ao conteúdo, às informações veiculadas pela mensagem. Os textos desta linguagem são dotados
de objetividade, uma vez que procuram traduzir ou retratar a realidade. Bons exemplos da função
referencial são os textos jornalísticos e científicos. Função Conativa (ou Apelativa) Ocorre quando o
receptor é posto em destaque, ou seja, a linguagem se organiza no sentido de convencer o receptor.
Neste tipo de função é comum o emprego de verbos no imperativo e verbos e pronomes na 2° ou na 3°
pessoas. Bons exemplos da função conativa são os textos de publicidade e propaganda. Função
Metalingüística Ocorre quando o código é posto em destaque, ou seja, usa-se o código lingüístico para
transmitir aos receptores reflexões sobre o próprio código lingüístico. Bons exemplos da função
metalingüística são as aulas de línguas, gramáticas e o dicionário. Função Emotiva (ou Expressiva)
Ocorre quando o emissor é posto em destaque, ou seja, a mensagem está centrada na expressão dos
sentimentos do emissor. É um texto pessoal, subjetivo. É comum o uso de verbos e pronomes em 1°
pessoa e também o uso de pontos de exclamação e interjeições. Bons exemplos da função emotiva são
textos líricos. Função Fática Ocorre quando o canal é posto em destaque. O interesse do emissor ao
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emitir a mensagem é apenas testar o canal, o que tem o mesmo valar de um aceno com a mão, com a
cabeça ou com os olhos. Exemplos típicos da função fática são: "alô", "pronto", "oi", "tudo bem?" "boa
tarde", "sentem-se", etc. Função Poética Ocorre quando a própria mensagem é posta em destaque, ou
seja, chama-se a atenção para o modo como foi organizada a mensagem. Bons exemplos da função
poética são textos literários, tanto em prosa quanto em verso.

SEMÂNTICA

É o estudo do sentido das palavras de uma língua.

A Semântica estuda basicamente os seguintes aspectos: Família de idéias Sinonímia Antonímia Família
das Idéias: São palavras que mantêm relações de sinonímia e que representam basicamente uma mesma
idéia. Veja a relação a seguir: casa, moradia, lar, abrigo residência, sobrado, apartamento, cabana
Todas essas palavras representam a mesma idéia: lugar onde se mora. Logo, tratase de uma família de
idéias. Observe outros exemplos: revista, jornal, biblioteca, livro casaco, paletó, roupa, blusa, camisa,
jaqueta serra, rio, montanha, lago, ilha, riacho, planalto telefonista, motorista, costureira, escriturário,
professor Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam
significados iguais ou semelhantes - SINÔNIMOS. Ex.: Cômico - engraçado Débil - fraco, frágil
Distante - afastado, remoto Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que
apresentam significados diferentes, contrários - ANTÔNIMOS. Ex.: Economizar - gastar Bem - mal
Bom - ruim Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados.
Ex.: Ele ocupa um alto posto na empresa. Abasteci meu carro no posto da esquina. Os convites eram de
graça. Os fiéis agradecem a graça recebida. Homonímia Paronímia Polissemia

ESTILÍSTICA

Parte da gramática que estuda a expressividade da língua.

Denotação - uso geral, comum, literal, finalidade prática, utilitária, objetiva, usual. Ex.: A corrente
estava pendurada na porta. corrente- cadeira de metal, grilhão (dicionário /Aurélio) Conotação - uso
expressivo, figurado, diferente daquele empregado no dia-a-dia, depende do contexto. Ex.:" A gente
vai contra a corrente Até não poder resistir." ( Chico Buarque) corrente- opinião da maioria

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

As palavras em Língua Portuguesa são acentuadas de acordo com regras. Para que você saiba aplicá-
las é preciso que tenha claros alguns conceitos como tonicidade, encontros consonantais e vocálicos...

DICAS! Para você acentuar uma palavra: 1º - Divida-a em sílabas; 2º - Classifique-a quanto à
tonicidade (oxítona, paraxítona ...); 3º - De acordo com sua terminação, encaixe-a nos quadros abaixo.
Você deve acentuar as vogais tônicas das: OXÍTONAS terminadas em: -a (s). Ex.: cajá -e (s). Ex.: sapé
-o (s). Ex.: jiló -em(s). Ex.: também -en (s). Ex.: reféns PAROXÍTONAS PROPAROXÍTONAS
terminadas em: -i. Ex.: júri TODAS -u, -us. Ex.: vírus, Ex.: lâmpada, fábrica -l. Ex.: útil -n,-ns. Ex.:
hífen, éden -r. Ex.: néctar -x. Ex.: tórax -ã,-ãs,-ão,-ãos. Ex.: órgão, ímã -ditongo. Ex.:régua -ps.
Ex.:bíceps ATENÇÃO!!! - não se acentuam as paroxítonas terminadas em -ens. Ex.: itens, nuvens... E
dos: MONOSSÍLABOS terminados em: -a(s). Ex.: pá -e(s). Ex.: ré -o(s). Ex.: nós HIATOS
DITONGOS

Quando i, u tônicos forem o segundo elemento de um Os ditongos abertos: éu(s), hiato e estiverem
sozinhos éi(s), ói(s). Ex.: pastéis, dói, na sílaba ou céu... acompanhados de s. Ex.: saída, baú, egoísta,
baús...
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Exceção: hiatos seguidos de nh na sílaba seguinte não são acentuados. Ex.: rainha, bainha... A primeira
vogal tônica dos hiatos oo(s) e ee é acentuada. Ex.:vôo, lêem. . Os verbos que possuem EE (hiatos) são
apenas quatro: crer, dar, ler e ver. Ex.:crêem, dêem, lêem, vêem. Seus derivados também são
acentuados. Ex.:relêem, revêem...

Grupos gu, qu antes de e/i a - Quando o u é proferido e tônico, receberá acento agudo: averigúe,
apazigúe, argúis, etc. b - Quando o referido u é proferido e átono, receberá trema: freqüente, tranqüilo,
etc. c - Quando o u não for pronunciado, formará com com q e g dígrafos, ou seja, duas letras
representando um único fonema /k/ e /g /. Não apresenta nenhum tipo de acento. Acento diferencial O
acento diferencial (que pode ser circunflexo ou agudo) é usado como sinal distintivo de vocábulos
homógrafos (palavras que apresentam a mesma escrita). Alguns exemplos: - ás (carta de baralho, piloto
exímio) - as (artigo feminino plural) - côa, côas (verbo coar )- coa, coas (contrações com + a, com + as)
- pára (verbo) - para (preposição) - péla, pélas (substantivo e verbo) - pela, pelas (contrações de per + a,
per + as) - pêlo( substantivo) -pelo (per+o) - pólo, pólos (extremidade, jogo) - pôlo, pôlos (falcão) -
pêra (fruta) - péra ou péra-fita (grande pedra antiga, fincada no chão) - pôr (verbo) - por (preposição) -
porquê (substantivo) - porque(conjunção) - quê (substantivo, pronome em fim de frase) - que
(conjunção) O verbo TER, VIR e seus derivados não possuem dois EE na 3ª pessoa do plural no
presente do indicativo: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele contém, eles contêm...

CRASE

É fusão da preposição a com o artigo a ou com o a inicial dos pronomes demonstrativos aquele, aquela,
aquilo...etc. Na escrita é indicada por meio do acento grave ( ` ).Para que ela ocorra, é necessário que
haja: a) um termo regente que exija a preposição a; b) um termo regido que seja modificado pelo artigo
a ou por um dos pronomes demonstrativos de 3.ª pessoa mencionados acima. REGRA GERAL A crase
ocorrerá sempre que o termo anterior exigir a preposição a e o termo posterior admitir o artigo a ou as.
Vou a a praia.= Vou à praia.

DICAS! - Para se certificar, substitua o termo feminino por um masculino, se a contração ao for

necessária, a crase será necessária. Ex.: Vou à praia./ Vou ao clube.

EMPREGO OBRIGATÓRIO DA CRASE Sempre ocorrerá crase: 1) Nos casos em que a regra geral
puder ser aplicada. Ex.: Dirigiu-se à professora. 2) Nas locuções conjuntivas, adverbiais e prepositivas
(formadas por a + palavra feminina ). À medida que passa tempo a violência aumenta. O povo
brasileiro vive à mercê de políticos muitas das vezes corruptos. Gosto muito de sair à noite. 3) Na
indicação do número de horas, quando ao trocar o número de horas pela palavra meio-dia, obtivermos
a expressão ao meio-dia. Retornou às oito horas em ponto./( Retornou ao meio-dia em ponto.) 4) Nas
expressões à moda de, à maneira de mesmo quando essas estiverem implícitas. Ex.:Farei para o jantar
uma bacalhoada (à moda de Portugal) à portuguesa.

EMPREGO FACULTATIVO DA CRASE 1) Diante de pronomes possessivos femininos. Vou a sua


casa./ Vou à sua casa. 2) Diante de nomes próprios femininos. Não me referia a Eliana./ Não me referia
à Eliana. 3) Depois da preposição até. Foi até a porta./ Foi até à porta. CASOS EM QUE NUNCA
OCORRE A CRASE 1) Diante de palavras masculinas. Ex.:Saiu a cavalo e sofreu uma queda. 2)
Diante de verbos. Ex.:Ele está apto a concorrer ao cargo.

3) Diante de nome de cidade (topônimo) que repudie o artigo. Ex.:Turistas vão freqüentemente a
Tiradentes.

DICAS! - 1) Descubra se o nome da cidade aceita artigo: use o verbo VOLTAR . Se houver
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contração de preposição e artigo, existirá crase. Ex.: Voltei da Espanha./ Fui à Espanha. Voltei de
Tiradentes./ Fui a Tiradentes. 2) Se o nome da cidade estiver determinado, a crase será obrigatória. Ex.:
Fui à histórica Tiradentes.

4) Em expressões formadas por palavras repetidas ( uma a uma, frente a frente, etc.) Ex.:Olhamo-nos
cara a cara. 5) Quando o a estiver no singular diante de uma palavra no plural. Ex.:Como posso resistir
a pessoas tão encantadoras? 6) Diante do artigo indefinido uma. Ex.:Isto me levou a uma decisão
drástica. 7) Diante de Nossa Senhora e de nomes de santos. Ex.:Entregarei a Nossa Senhora da
Conceição minha oferenda. 8) Diante da palavra terra, quando esta significar terra firme, tomada em
oposição a mar ou ar. Ex.: Os pilotos já voltaram a terra. 9) Diante da palavra casa (no sentido de lar,
moradia) quando esta não estiver determinada por adjunto adnominal. Ex.: Não voltarei a casa esta
semana.

DICAS! - Caso a palavra casa venha determinada por adjunto adnominal, ocorrerá a crase. Ex.:

Não voltarei à casa de meus pais esta semana.

10) Diante de pronomes que não admitem artigo: relativos, indefinidos, pessoais, tratamento e
demonstrativos. Ex.: Dei a ela oportunidade de se redimir./ Solicito a V.Sª a confirmação do pedido./
Convidei a várias pessoas para a reunião. 11) Diante de numerais cardinais quando estes se referem a
substantivos não determinados pelo artigo.Ex.: Daqui a duas semanas retornarei ao trabalho.

CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM OS PRONOMES DEMONSTRATIVOS Preposição a +


pronomes = à, àquilo, àquele(s), àquela (s) Ex.: Assistimos àquela peça teatral.

DICAS! - A crase da preposição a com o pronome demonstrativo a ocorrerá sempre antes do

pronome relativo que (à que) ou da preposição de (à de). Ex.: Esta não é a pessoa à que me referia.

PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar recursos
específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc... Divisão e emprego
dos sinais de pontuação: 1- PONTO ( . ) a) indicar o final de uma frase declarativa. Ex.: Lembro-me
muito bem dele. b) separar períodos entre si. Ex.: Fica comigo. Não vá embora. c) nas abreviaturas Ex.:
Av.; V. Ex.ª 2- DOIS-PONTOS ( : ) a) iniciar a fala dos personagens: Ex.: Então o padre respondeu: -
Parta agora. b) antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou seqüência de palavras que
explicam, resumem idéias anteriores. Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto. c)
antes de citação Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é
chama, mas que seja infinito enquanto dure.” 3- RETICÊNCIAS ( ... ) a) indicar dúvidas ou hesitação
do falante. Ex.: Sabe...eu queria te dizer que...esquece. b) interrupção de uma frase deixada
gramaticalmente incompleta Ex.: - Alô! João está? - Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais
tarde... c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de
idéia. Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-
rosa...” (Cecília- José de Alencar) d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita. Ex.:
“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros- Raimundo Fagner) 4- PARÊNTESES ( (
) ) a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas. Ex.: Na 2ª Guerra Mundial
(1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas. "Uma manhã lá no Cajapió ( Joca lembrava-se como
se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão. “ (O milagre das chuvas
no nordesteGraça Aranha) DICAS! - Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.

5- PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! ) a) Após vocativo Ex.: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa


Sra.- Humberto de Campos) b) Após imperativo Ex.: Cale-se! c) Após interjeição Ex.: Ufa! Ai! d)
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Após palavras ou frases que denotem caráter emocional Ex.: Que pena! 6- PONTO DE
INTERROGAÇÃO ( ? ) a) Em perguntas diretas Ex.: Como você se chama? b) Às vezes, juntamente
com o ponto de exclamação Ex.: - Quem ganhou na loteria? - Você. - Eu?! 7- VÍRGULA ( , ) É usada
para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados,
apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática. Ex.: Lúcia,
esposa de João, foi a ganhadora única da Sena. DICAS! - Podemos concluir que, quando há uma
relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula. Não se separam
por vírgula: a) predicado de sujeito; b) objeto de verbo; c) adjunto adnominal de nome; d)
complemento nominal de nome; e) predicativo do objeto do objeto; f) oração principal da subordinada
substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa) A vírgula no interior da
oração É utilizada nas seguintes situações: a) separar o vocativo. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de
café. A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país. b) separar alguns apostos.
Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem. c) separar o adjunto adverbial antecipado ou
intercalado. Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você. As pessoas, muitas vezes, são falsas. d)
separar elementos de uma enumeração.

Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras. e) isolar expressões de caráter explicativo ou


corretivo. Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem. f)
separar conjunções intercaladas. Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva. g) separar o
complemento pleonástico antecipado. Ex.: A mim, nada me importa. h) isolar o nome de lugar na
indicação de datas. Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001. i) separar termos coordenados
assindéticos. Ex.: "Lua, lua, lua, lua, por um momento meu canto contigo compactua..." (Caetano
Veloso) j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo). Ex.: Ela prefere ler jornais e eu,
revistas. (omissão do verbo preferir) DICAS! - Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou,
nem dispensam o uso da vírgula. Ex.: Conversaram sobre futebol, religião e política. Não se falavam
nem se olhavam./ Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará. Entretanto, se essas conjunções
aparecerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório. Ex.: Não
fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia. vírgula entre orações É utilizada nas
seguintes situações: a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex.: Meu pai, de quem
guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro. b) separar as orações coordenadas sindéticas e
assindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção e ). Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí
para o trabalho. Estudou muito, mas não foi aprovado no exame. ATENÇÃO!!! Há três casos em que
se usa a vírgula antes da conjunção e: 1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres. 2) quando a conjunção e
vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Ex.: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
3) quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, conseqüência,
por exemplo) Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada. c) separar orações
subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração
principal. Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo
apresentou o gancho."( O selvagem - José de Alencar) d) separar as orações intercaladas. Ex.: "-
Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em a estar plantando..." DICAS!!! - Essas orações
poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão. Ex.: "Senhor - disse o velho - tenho grandes
contentamentos em a estar plantando..."

e) separar as orações substantivas antepostas à principal. Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei 8-
PONTO-E-VÍRGULA ( ; ) a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma
seqüência, etc. Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares: I- advertência; II- suspensão; III-
demissão; IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V- destituição de cargo em comissão; VI-
destituição de função comissionada. (cap. V das penalidades Direito Administrativo) b) separar orações
coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido utilizado a vírgula. Ex.:
“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente
vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde
moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso
(...) " (O visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay) 9- TRAVESSÃO ( - ) a) dar início à fala de
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um personagem Ex.: O filho perguntou: - Pai, quando começarão as aulas? b) indicar mudança do
interlocutor nos diálogos - Doutor, o que tenho é grave? - Não se preocupe, é uma simples infecção. É
só tomar um antibiótico e estará bom c) unir grupos de palavras que indicam itinerário Ex.: A rodovia
Belém-Brasília está em péssimo estado. DICAS!!! - Também pode ser usado em substituição à virgula
em expressões ou frases explicativas Ex.: Xuxa – a rainha dos baixinhos – será mãe. 10- ASPAS ( “ ” )
a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões,
neologismos, arcaísmos e expressões populares. Ex.: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu
admirador. A festa na casa de Lúcio estava “chocante”. Conversando com meu superior, dei a ele um
“feedback” do serviço a mim requerido. b) indicar uma citação textual Ex.: “Ia viajar! Viajei. Trinta e
quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. ( O prazer de
viajar - Eça de Queirós) DICAS!!! - Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário
a utilização de novas aspas, estas serão simples. ( ' ' )

Recursos alternativos para pontuação: Parágrafo ( § ) Chave ( { } ) Colchete ( [ ] ) Barra ( / )

CONCORDÂNCIA

É o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua terminação para se adequarem harmonicamente na
frase. A concordância pode ser feita de três formas: 1 - Lógica ou gramatical – é a mais comum no
português e consiste em adequar o determinante (acompanhante) à forma gramatical do
determinado(acompanhado) a que se refere. Ex.: A maioria dos professores faltou. O verbo (faltou)
concordou com o núcleo do sujeito (maioria) Ex.: Escolheram a hora adequada. O adjetivo (adequada)
e o artigo (a) concordaram com o substantivo (hora). 2 - Atrativa – é a adequação do determinante: a) a
apenas um dos vários elementos determinados, escolhendo-se aquele que está mais próximo:
Escolheram a hora e o local adequado. O adjetivo (adequado) está concordando com o substantivo
mais próximo (local) b) a uma parte do termo determinado que não constitui gramaticalmente seu
núcleo: A maioria dos professores faltaram. O verbo (faltaram) concordou com o substantivo
(professores) que não é o núcleo do sujeito. c) a outro termo da oração que não é o determinado: Tudo
são flores. O verbo (são) concorda com o predicativo do sujeito (flores). 3 - Ideológica ou silepse-
consiste em adequar o vocábulo determinante ao sentido do vocábulo determinado e não à forma como
se apresenta: O povo, extasiado com sua fala, aplaudiram. O verbo (aplaudiram) concorda com a idéia
da palavra povo (plural) e não com sua forma (singular). Existem dois tipos de concordância: verbal e
nominal. Concordância Verbal Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito.
Ex.: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.

Casos de concordância verbal:

1) Sujeito simples Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa. Ex.:
Nós vamos ao cinema.

O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós). Casos especiais:
a) O sujeito é um coletivo- o verbo fica no singular. Ex.:A multidão gritou pelo rádio. ATENÇÃO! -
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural. Ex.: A multidão de
fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram. b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o
verbo fica no singular ou vai para o plural. Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos
alunos foram à excursão. c) O sujeito é um pronome de tratamento- o verbo fica sempre na 3ª pessoa
(do singular ou do plural). Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio. d) O
sujeito é o pronome relativo que – o verbo concorda com o antecedente do pronome. Ex.: Fui eu que
derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café. e) O sujeito é o pronome relativo quem- o verbo
pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente do pronome. Ex.: Fui eu quem
derramou o café./ Fui eu quem derramei o café. f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós,
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poucos de vós, quais de ..., quantos de ..., etc.- o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo
ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós). Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós
me punireis? DICAS! - Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular o verbo concorda
com eles em pessoa e número. Ex.: Qual de vós me punirá. g) O sujeito é formado de nomes que só
aparecem no plural- se o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha
antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo. Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os
Estados Unidos são a maior potência mundial. h) O sujeito é formado pelas expressões mais de um,
menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo concorda com o numeral. Ex.: Mais de um aluno não
compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à aula. i) O sujeito é constituído pelas
expressões a maioria, a maior parte, grande parte, etc.- o verbo poderá ser usado no singular (
concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa).Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A
maioria dos candidatos desistiram. j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo)- o
verbo poderá ser usado no singular ou plural se este vier afastado do substantivo. Ex.: A gente da
cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente da cidade, temendo a violência da
rua, permanecem em casa. 2) Sujeito composto Regra geral: o verbo vai para o plural. Ex.: João e
Maria foram passear no bosque. Casos especiais: a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas
gramaticais diferentes- o verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos ( 1ª pessoa plural) amigos.

O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª. Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos
tornareis ( 2ª pessoa do plural) amigos. O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.
ATENÇÃO!!! - No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa. Ex.:
Tu e ele se tornarão amigos.(3ª pessoa do plural) Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a
concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo. Ex.: Irei eu e minhas amigas. b) Os
núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por e - o verbo concordará com os
dois núcleos. Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé. ATENÇÃO!!! - Se o sujeito estiver posposto,
permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo. Ex.: Seguiria a pé a
jovem e a sua amiga. c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo
poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa). Ex.: A angústia e
ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar. d)
Quando há gradação entre os núcleos- o verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas
com o núcleo mais próximo. Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto,
um olhar bastava. e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo
concorda com o aposto resumidor. Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu. f)
Quando o sujeito for constituído pelas expressões um e outro, nem um nem outro...- o verbo poderá
ficar no singular ou no plural. Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram. g) Quando os núcleos do
sujeito estiverem ligados por ou- o verbo irá para o singular quando a idéia for de exclusão e plural
quando for de inclusão. Ex.: Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão) A poluição sonora ou a
poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão) h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas
séries correlativas (tanto...como/ assim...como/ não só...mas também, etc.) - o mais comum é o verbo ir
para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular. Ex.: Tanto Erundina
quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo./ Tanto Erundina quanto Collor perdeu as
eleições municipais em São Paulo. Outros casos: 1) Partícula SE: a- Partícula apassivadora: o verbo (
transitivo direto) concordará com o sujeito passivo. Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros. b- Índice
de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará obrigatoriamente no singular. Ex.:
Precisa-se de secretárias. Confia-se em pessoas honestas. 2) Verbos impessoais São aqueles que não
possuem sujeito, ficarão sempre na 3ª pessoa do singular. Ex.: Havia sérios problemas na cidade. Fazia
quinze anos que ele havia parado de estudar.

Deve haver sérios problemas na cidade. Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar. DICAS! - Os
verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais. O verbo existir não é impessoal. Veja:
Existem sérios problemas na cidade. Devem existir sérios problemas na cidade 3) Verbos dar, bater e
soar Quando usados na indicação de horas, têm sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...) e com ele
devem concordar. Ex.: O relógio deu duas horas. Deram duas horas no relógio da estação. Deu uma
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hora no relógio da estação. O sino da igreja bateu cinco badaladas. Bateram cinco badaladas no sino da
igreja. Soaram dez badaladas no relógio da escola. 4) Sujeito oracional Quando o sujeito é uma oração
subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Ainda falta/ dar os últimos
retoques na pintura. 5) Concordância com o infinitivo a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na
oração: - não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono.
Ex.: Esperei-as chegar. - é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por
pronome átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer)
ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e sinônimos). Ex.: Mandei sair os alunos./Mandei saírem os alunos. -
flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome átono e determinante de
verbo não causativo nem sensitivo. Ex.: Esperei saírem todos. b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto -
não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio. Ex.: Passamos horas a
comentar o filme.(comentando) - é facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito for idêntico ao
da oração principal. Ex.: Antes de (tu)responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu )responderes, (tu) lerás
o texto. - é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal
e está indicado por algum termo do contexto. Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o
direito de contestarmos. - é obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da
oração principal e não está indicado por nenhum termo no contexto. Ex.: Não sei como saiu sem
notarem o fato. c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal - não se flexiona o infinitivo
sendo este o verbo principal da locução verbal quando devida à ordem dos termos da oração sua
ligação com o verbo auxiliar for nítida. Ex.: Acabamos de fazer os exercícios. - é facultativa a flexão
do infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal, quando o verbo auxiliar estiver afastado
ou oculto. Ex.: Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e reclamar dela./

Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela. 6)


Concordância com o verbo ser: a- Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um
dos pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO: o verbo ser ou parecer concordarão com o
predicativo. Ex.: Tudo são flores./Aquilo parecem ilusões. DICAS! - Poderá ser feita a concordância
com o sujeito quando se quer enfatizá-lo. Ex.: Aquilo é sonhos vãos. b- O verbo ser concordará com o
predicativo quando o sujeito for os pronomes interrogativos QUE ou QUEM. Ex.: Que são gametas?/
Quem foram os escolhidos? c- Em indicações de horas, datas, tempo, distância: a concordância será
com a expressão numérica Ex.: São nove horas./ É uma hora. DICAS! - Em indicações de datas, são
aceitas as duas concordâncias pois subentende-se a palavra dia.Ex.: Hoje são 24 de outubro./ Hoje é
(dia) 24 de outubro. d- Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância
se dará com o pronome. Ex.: Aqui o presidente sou eu. DICAS! - Se os dois termos (sujeito e
predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece primeiro, considerando o sujeito
da oração. Ex.: Eu não sou tu e- Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará com o
predicativo. Ex.: O menino era as esperanças da família. f- Nas locuções é pouco, é muito, é mais de, é
menos de junto a especificações de preço, peso, quantidade, distância e etc, o verbo fica sempre no
singular. Ex.: Cento e cinqüenta é pouco./ Cem metros é muito. g- Nas expressões do tipo ser preciso,
ser necessário, ser bom o verbo e o adjetivo podem ficar invariáveis, (verbo na 3ª pessoa do singular e
adjetivo no masculino singular) ou concordar com o sujeito posposto. Ex.: É necessário aqueles
materiais./ São necessários aqueles materiais. h- Na expressão é que, usada como expletivo, se o
sujeito da oração não aparecer entre o verbo ser e o que, ficará invariável.Se aparecer, o verbo
concordará com o sujeito. Ex.: Eles é que sempre chegam atrasados./ São eles que sempre chegam
atrasados.

Concordância nominal

Regra geral: o artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome adjetivo concordam com o substantivo a que
se referem em gênero e número. Ex.: Dois pequenos goles de vinho e um calçado certo deixam
qualquer mulher irresistivelmente alta. Concordâncias especiais: Ocorrem quando algumas palavras
variam sua classe gramatical, ora se comportando como um adjetivo (variável) ora como um advérbio
(invariável).
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Mais de um vocábulo determinado 1- Pode ser feita a concordância gramatical ou a atrativa. Ex.:
Comprei um sapato e um vestido pretos. (gramatical, o adjetivo concorda com os dois substantivos)
Comprei um sapato e um vestido preto. (atrativa, apesar do adjetivo se referir aos dois substantivos ele
concordará apenas com o núcleo mais próximo) Um só vocábulo determinado 1- Um substantivo
acompanhado (determinado) por mais de um adjetivo: os adjetivos concordam com o substantivo Ex.:
Seus lábios eram doces e macios. 2- Bastante- bastantes Quando adjetivo, será variável e quando
advérbio, será invariável Ex.: Há bastantes motivos para sua ausência. (bastantes será adjetivo de
motivos) Os alunos falam bastante. ( bastante será advérbio de intensidade referindo-se ao verbo) 3-
Anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio São adjetivos que devem concordar com o substantivo a que
se referem. Ex.: A fotografia vai anexa ao curriculum. Os documentos irão anexos ao relatório.

DICAS! - Quando precedido da preposição em, fica invariável. Ex.: A fotografia vai em anexo.

Envio-lhes, inclusas, as certidões./ Incluso segue o documento. A professora disse: muito obrigada./ O
professor disse: muito obrigado. Ele mesmo fará o trabalho./ Ela mesma fará o trabalho.

DICAS! - Mesmo pode ser advérbio quando significa realmente, de fato. Será portanto invariável. Ex.:
Maria viajará mesmo para os EUA. Ele próprio fará o pedido ao diretor./ Ela própria fará o pedido ao
diretor.

4- Muito, pouco, caro, barato, longe, meio, sério, alto São palavras que variam seu comportamento
funcionando ora como advérbios (sendo assim invariáveis) ora como adjetivos (variáveis). Ex.: Os
homens eram altos./ Os homens falavam alto. Poucas pessoas acreditavam nele./ Eu ganho pouco pelo
meu trabalho. Os sapatos custam caro./ Os sapatos estão caros. A água é barata./ A água custa barato.
Viajaram por longes terras./ Eles vivem longe. Eles são homens sérios./ Eles falavam sério. Muitos
homens morreram na guerra./ João fala muito. Ele não usa meias palavras./ Estou meio gorda. 5 - É
bom, é necessário, é proibido Só variam se o sujeito vier precedido de artigo ou outro determinante.
Ex.: É proibido entrada de estranhos./ É proibida a entrada de estranhos. É necessário chegar cedo./ É
necessária sua chegada. 6 - Menos, alerta, pseudo São sempre invariáveis. Ex.: Havia menos
professores na reunião./Havia menos professoras na reunião. O aluno ficou alerta./ Os alunos ficaram
alerta. Era um pseudomédico./ Era uma pseudomédica.

7 - Só, sós Quando adjetivos, serão variáveis, quando advérbios serão invariáveis. Ex.: A criança ficou
só./ As crianças ficaram sós. (adjetivo) Depois da briga, só restaram copos e garrafas quebrados.
(advérbio)

DICAS! - A locução adverbial a sós é invariável. Ex.: Preciso falar a sós com ele.

8 - Concordância dos particípios Os particípios concordarão com o substantivo a que se referem. Ex.:
Os livros foram comprados a prazo./ As mercadorias foram compradas a prazo. DICAS! - Se o
particípio pertencer a um tempo composto será invariável. Ex.: O juiz tinha iniciado o jogo de vôlei./ A
juíza tinha iniciado o jogo de vôlei.

DIREITOS CONSTITUCIONAIS
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
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V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral
ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins
de investigação criminal ou instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais
que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo
vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto
de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios
de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos
criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
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XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite
do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e
o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o
período de amamentação;
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LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma
da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas
em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada
a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo
menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
à cidadania;
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
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b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários
ao exercício da cidadania.
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de sua tramitação.(Incluído pela EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45,
DE 8 DE DEZEMBRO DE 2004 - DOU 31/12/2004)
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes
às emendas constitucionais. .(Incluído pela EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45, DE 8 DE
DEZEMBRO DE 2004 - DOU 31/12/2004)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão
.(Incluído pela EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2004 - DOU
31/12/2004)

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se a: Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98

Texto anterior
§ 1º - A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, estruturado em carreira, destina-se
a:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da
União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem
prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 04/06/98:
Texto anterior
III - exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras;
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:

Texto anterior
§ 2º - A polícia rodoviária federal, órgão permanente, estruturado em carreira, destina-se, na forma
da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
Texto anterior
16

§ 3º - A polícia ferroviária federal, órgão permanente, estruturado em carreira, destina-se, na forma


da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
§ 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da
União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
§ 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de
bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
§ 6º - As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército,
subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios.
§ 7º - A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de
maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º - Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na
forma do § 4º do art. 39. Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 04/06/98:
Texto anterior
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas
ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público
de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo
ou emprego, na carreira;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
Texto anterior
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e
definirá os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária
de excepcional interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser
fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Regulamento) Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 04/06/98:
17

XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração


direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais
ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados
e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos
Deputados Es-taduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
pagos pelo Poder Executivo;
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
remuneração de pessoal do serviço público; Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
04/06/98:
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados
para fins de concessão de acréscimos ulteriores; Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
04/06/98:
Texto anterior
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o
disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 04/06/98:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 13/12/2001:
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente,
pelo poder público;' Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e
jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas
de sua atuação; Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas
no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos
prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
18

§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
responsável, nos termos da lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta,
regulando especialmente: Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 04/06/98:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de
serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o
disposto no art. 5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
administração pública.
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não,
que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta
e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. Parágrafo incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 04/06/98:
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e
indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público,
que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos
dirigentes;
III - a remuneração do pessoal."
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 04/06/98:
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e
142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma
desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
exoneração. Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98:
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. Parágrafo incluído pela Emenda
Constitucional nº 47, de 5/07/ 2005 - DOU DE 6/5/2005:
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Or gânica, como limite
único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros
e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se
aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

ESTATUTO DO IDOSO
o
LEI N 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
TÍTULO
Disposições Preliminares
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
19

Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual
e social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com
absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte,
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de
serviços à população;
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso;
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais
gerações;
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar,
exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de
serviços aos idosos;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre
os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008).
Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade
ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos princípios por
ela adotados.
Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa física ou
jurídica nos termos da lei.
Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a
esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.
Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do Idoso, previstos na Lei no
8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.
CAPÍTULO II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a
dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na
Constituição e nas leis.
§ 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos:
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições
legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – prática de esportes e de diversões;
V – participação na vida familiar e comunitária;
VI – participação na vida política, na forma da lei;
VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo
a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos
objetos pessoais.
§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor
20

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
Das Disposições Preliminares
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre
dezoito e vinte e um anos de idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, em condições de liberdade e de dignidade.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à
juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão,
aos seus direitos fundamentais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do
bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente
como pessoas em desenvolvimento.
Título II
Dos Direitos Fundamentais
Capítulo I
Do Direito à Vida e à Saúde
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas
sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas
de existência.
Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e perinatal.
§ 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis de atendimento, segundo critérios médicos
específicos, obedecendo-se aos princípios de regionalização e hierarquização do Sistema.
§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal.
§ 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem.
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento
materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são
obrigados a:
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito
anos;
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital
da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-
nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato;
21

V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.


Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema
Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e
recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 11.185, de 2005)
§ 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência receberão atendimento especializado.
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem os medicamentos, próteses e
outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a permanência em
tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão
obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras
providências legais.
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a
prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação
sanitária para pais, educadores e alunos.
Parágrafo único. É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.
Capítulo II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas
em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na
Constituição e nas leis.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e
do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e
crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Capítulo III
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
Seção I
Disposições Gerais
Disposições Gerais
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do
adolescente.
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e
produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras decorrentes dos
princípios por ela adotados.
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa física ou
jurídica, nos termos desta Lei.
Seção II
Dos Produtos e Serviços
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
I - armas, munições e explosivos;
II - bebidas alcoólicas;
III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização
indevida;
22

IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de
provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento
congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.
Parte Especial
Título I
Da Política de Atendimento
Capítulo I
Disposições Gerais
Das Medidas de Proteção
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.
Capítulo II
Das Medidas Específicas de Proteção
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
substituídas a qualquer tempo.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas
que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar,
dentre outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos;
VII - abrigo em entidade;
VIII - colocação em família substituta.
Parágrafo único. O abrigo é medida provisória e excepcional, utilizável como forma de transição para a
colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da regularização do
registro civil.
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou adolescente será
feito à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata este artigo são isentos de multas, custas
e emolumentos, gozando de absoluta prioridade
Capítulo II
Dos Direitos Individuais
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser
informado acerca de seus direitos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incontinenti
comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação
imediata.
23

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e
materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos
policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.
Capítulo III
Seção V
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade
judiciária.
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à
autoridade policial competente.
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e em se tratando
de ato infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada,
que, após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria.
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a
autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá:
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da infração.
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de
ocorrência circunstanciada.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela
autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do
Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela
gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para
garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao
representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de
atendimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade
policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência
separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo
anterior.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao representante do
Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente na prática de ato
infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público relatório das
investigações e demais documentos.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido ou
transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou
que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto
de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com
informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em
sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Público notificará os pais ou
responsável para apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar.
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Lei nº 7.502, de 20 de dezembro de 1990


Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos do
Município de Belém.

A CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM estatui e eu sanciono a seguinte Lei:


TÍTULO I
Capítulo Único
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º. Esta Lei institui o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Belém.
Art. 2º. As disposições desta Lei constituem o regime jurídico único aplicável aos funcionários de qualquer
categoria do Município de Belém, suas autarquias e fundações.
Art. 3º. Para efeito desta Lei, funcionário é a pessoa legalmente investida em cargo público.
Parágrafo único. Equipara-se também a funcionário o pessoal contratado por tempo determinado para
exercer função decorrente de necessidade temporária de excepcional interesse público, sujeitando-se ao
regime estatutário previsto nesta Lei.
Art. 4º. Cargo público, como unidade básica da estrutura organizacional, é o conjunto de atribuições e
responsabilidades cometidas a um funcionário, mediante retribuição padronizada e paga pelos cofres
públicos.
§ 1º. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por Lei, com denominação própria e
em número certo, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
§ 2º. As funções temporárias são criadas por ato administrativo de gestão, nas situações especificas dos
casos previstos em lei, e terão existência por tempo determinado,extinguindo-se automaticamente ao termo
do prazo estabelecido ou com a cessação do estado de necessidade de que resultarem.
Art. 5º. Os cargos de provimento efetivo da administração pública municipal direta, das autarquias e
fundações públicas serão organizados e providos em carreiras.
Art. 6º. Quadro é o conjunto de cargos efetivos e em comissão e de funções gratificadas, integrantes das
estruturas dos órgãos do Município, das autarquias e das fundações públicas municipais.
Art. 7º. O sistema de carreira dos funcionários municipais deverá observar as diretrizes estabelecida nesta
Lei.
Art. 8° . É proibida a prestação de serviços gratuitos, ressalvada a participação em órgãos de deliberação
coletiva para os quais lei exija gratuidade.
TÍTULO II
DO PROVIMENTO, VACÂNCIA,
REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
Capítulo I
DO PROVIMENTO
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 9º. São requisitos básicos para o ingresso no serviço público do Município de Belém:
I - a nacionalidade brasileira ou equiparada; II - o gozo dos direitos políticos; III.- a quitação com as
obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos; e VI - ser julgado apto em inspeção de saúde por serviço médico
competente.
Parágrafo único. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso
público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são
portadoras, para as quais serão reservadas até vinte por cento das vagas oferecidas no concurso.
Art. 10. O provimento dos cargos públicos municipais far-se-á por ato administrativo de gestão.
Art. 11. A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
Parágrafo único. A investidura em função temporária ocorrerá nos termos e condições da respectiva
contratação.
Art. 12. São formas de provimento em cargo público:
I - nomeação; II - ascensão; III - transferência; IV - readaptação; V - reversão; VI - aproveitamento; VII -
reintegração; e VIII - recondução
Seção II
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Da Nomeação
Art. 13. A nomeação far-se-á:
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de provimento efetivo; ou
II - em comissão, para cargos de confiança, de livre exoneração.
Art. 14. A nomeação para cargo de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público
de provas ou de provas e títulos, obedecida a ordem de classificação e o prazo de sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do funcionário na carreira,
mediante progressão e ascensão funcional, serão estabelecidos em lei específica.
Art. 15. O concurso será de provas ou de provas e títulos, conforme dispuser o regulamento.
§ 1° . Será de provas ocupacionais o concurso público de provimento dos cargos para cujo desempenho a lei
não exija qualquer nível de escolaridade.
§ 2° . Qualquer que seja o tempo de serviço, o funcionário que tiver ingressado no serviço público mediante
concurso de provas ocupacionais terá ascensão funcional através de processo seletivo interno.
Art. 16. O concurso público terá validade de dois anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual
período.
Parágrafo único. O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital,
que será publicado no Diário Oficial do Município.
Art. 17. Posse é a aceitação expressa das atribuições, deveres, direitos e responsabilidades inerentes ao
cargo público, com o compromisso de bem servir, formalizada com a assinatura do termo pela autoridade
competente e pelo empossado.
§ 1° . O prazo inicial para a posse deverá ser prorrogado em até cento e vinte dias, a requerimento do
interessado.
§ 2º. Se a posse não se concretizar dentro do prazo, o ato de provimento será tornado sem efeito.
§ 3º. A posse poderá se realizar mediante procuração.
§ 4º. Em se tratando de funcionário em licença ou em qualquer outro afastamento legal, o prazo será
contado do término do impedimento.
§ 5º. Só haverá posse nos casos de provimento de cargo público por nomeação e ascensão funcional
§ 6º. No ato da posse o funcionário apresentará, obrigatoriamente, declaração de bens e valores que
constituem seu patrimônio e declaração sobre o exercício de outro cargo, emprego ou função pública, além
de outros documentos comprobatórios da satisfação das condições exigidas para investidura no cargo, salvo
se já fornecidas anteriormente.
Art. 18. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo.
§ 1º. É de trinta dias o prazo para o servidor entrar em exercício, contados:
I - da data da posse, no caso de nomeação; e
II - da data da publicação oficial do ato, nos demais casos.
§ 2º. Os prazos deverão ser prorrogados, a requerimento do interessado, por trinta dias.
§ 3º. Na transferência, o prazo para o exercício do servidor em férias ou em licença será contado a partir do
termo final desses eventos.
§ 4º. A não entrada em exercício, ou a sua interrupção por mais de trinta dias, é tipificada como abandono
de cargo.
Art. 19. O funcionário não poderá ausentar-se do Estado sem autorização superior, nos casos de estudos ou
missão especial com ou sem vencimentos.
§ 1º. A ausência do País dependerá de autorização do Prefeito, para os funcionários vinculados ao Poder
Executivo, e de autorização da Comissão Executiva da Câmara Municipal, para os funcionários vinculados
ao Poder Legislativo.
§ 2º. O afastamento para estudo ou cumprimento de missão especial poderá ser autorizado até o limite de
quatro anos e, finda a missão ou estudo, somente decorrido igual período será permitida nova ausência.
§ 3º. Ao funcionário beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração ou licença para
tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao da ausência, ressalvada a hipótese do
ressarcimento das despesas havidas com o seu afastamento.
§ 4º. O servidor autorizado a afastar-se para estudo em área do interesse do serviço publico, fora do
Município, com ônus para os cofres municipais, deverá seqüentemente prestar serviço, por igual período, ao
Município.
26

§ 5º. O servidor efetivo, mediante a sua concordância, poderá ser colocado à disposição de qualquer órgão
da administração direta ou indireta da União, Estados, Distrito Federal e outros Municípios, com ou sem
ônus para o Município de Belém, desde que observada a reciprocidade.
§ 6º. Na condenação criminal transitada em julgado, se esta não for determinante da demissão, continuará
ele afastado até o cumprimento total da pena, com direito a dois terços do vencimento ou remuneração.
§ 7º. O exercício do mandato eletivo federal, estadual ou distrital determina o afastamento do cargo,
emprego ou função, com prejuízo do vencimento ou remuneração.
Art. 20. Ao entrar em exercício, o funcionário nomeado para o cargo de provimento efetivo ficará sujeito a
estágio probatório por período de até dois anos, durante o qual sua aptidão e capacidade serão objeto de
avaliação para desempenho do cargo, observados os seguintes requisitos:
I - idoneidade moral; II - assiduidade; III - disciplina; e IV - produtividade.
§ 1º. Até o fim do período de dezoito meses, o chefe direto do funcionário, ouvido o corpo funcional do
setor, deverá manifestar-se sobre o atendimento, pelo mesmo, dos requisitos fixados pelo estágio.
§ 2º. Da avaliação desfavorável cabe recurso com efeito suspensivo, no prazo de oito dias contados da
ciência do funcionário.
§ 3º. Decorrido o prazo previsto no parágrafo anterior sem a interposição de recurso, não sendo o
funcionário considerado habilitado no estágio, o mesmo será exonerado.
§ 4º. O funcionário não poderá ser promovido, transferido, removido, redistribuído, reclassificado ou posto
à disposição de outros órgãos ou entidades, e nem obter as licenças constantes nos incisos VI, X e XI do
artigo 93, durante o período do estágio.
Art. 21. O funcionário adquirirá estabilidade após dois anos de efetivo exercício, quando habilitado em
concurso público.
Art. 22. O funcionário estável somente poderá ser demitido em virtude de sentença judicial transitada em
julgado ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
Parágrafo único. O pessoal admitido para funções temporárias poderá ser dispensado antes do prazo
estabelecido:
I - mediante comunicação de três dias, se tiver cessado o estado de necessidade que determinou sua
contratação;
II - sem comunicação prévia, se houver justa causa por falta apurada em sindicância sumária.
Seção III
Do Desenvolvimento na Carreira
Art. 23. O desenvolvimento na carreira dar-se-á por:
I - progressão funcional; e
II - ascensão funcional.
Art.24. Progressão funcional far-se-á pela elevação automática do funcionário à referência imediatamente
superior na escala de vencimento do cargo.
Art. 25.Ascensão funcional far-se-á pela elevação do funcionário de cargo da categoria funcional a que
pertencer para cargo da referência inicial de categoria mais elevada, sem prejuízo dos vencimentos.
Art.. 26. A ascensão funcional dependerá de aprovação em concurso seletivo interno de provas ou de provas
e títulos.
Art. 27. Através de ato, o Poder Executivo e o Poder Legislativo darão a conhecer o numero de vagas
destinadas à ascensão funcional.
Art. 28. A ascensão não interrompe o tempo de serviço, que contado no novo posicionamento na carreira, a
partir da data da publicação do ato que ascender o funcionário.
Parágrafo único. O servidor que não estiver no exercício do cargo, ressalvadas as hipóteses consideradas
como de efetivo exercício, não concorrerá à ascensão funcional.
Seção IV
Da Transferência
Art. 29. Transferência é a passagem do funcionário estável de cargo efetivo para outro de igual
denominação e vencimento, pertencente a quadro de pessoal diverso, no âmbito do Município.
Art. 30. A transferência dar-se-á:
I - a pedido, atendida a conveniência do serviço; e
II - de ofício, no interesse da administração, ouvido o servidor.
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Parágrafo único. Havendo interessados em maior número que o de vagas, a seleção será feita através do
critério antigüidade.
Art. 31. Será admitida a transferência de funcionário ocupante de cargo de quadro em extinção para igual
situação em quadro de outro órgão ou entidade.
Seção V
Da Readaptação
Art. 32. Readaptação é a forma de provimento do funcionário em cargo de atribuição e responsabilidades
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, verificada em inspeção
médica.
§ 1° . Em qualquer hipótese, a readaptação não poderá ser deferida se acarretar aumento da remuneração do
readaptando.
§ 2° . Se a readaptação for deferida em cargo cuja remuneração seja menor que a remuneração antes
percebida pelo readaptando, a parcela será paga como diferença pessoal permanente.
§ 3° . O funcionário readaptado perde definitivamente sua vinculação com o cargo anteriormente exercido.
§ 4° . Se não houver possibilidade de readaptação, o funcionário será aposentado.
Seção VI
Da Reversão
Art. 33. Reversão é o retorno ao serviço ativo de funcionário aposentado por invalidez, quando
comprovadamente forem declaradas insubsistentes as razões determinantes da aposentadoria.
Art. 34. A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.
Art. 35. Não poderá reverter o aposentado que alcançar o limite da idade para aposentadoria compulsória.
Seção VII
Do Aproveitamento
Art. 36. Aproveitamento é o reingresso à atividade de funcionário em disponibilidade, em cargo de
atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
§ 1° . O aproveitamento será obrigatório quando restabelecido o cargo de cuja extinção decorreu a
disponibilidade.
§ 2° . Se o aproveitamento se der em cargo de padrão inferior ao provento da disponibilidade, terá o
funcionário direito à diferença.
Art. 37. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o funcionário estável ficará em disponibilidade,
com proventos proporcionais ao tempo de serviço.
Art. 38. O aproveitamento dependerá de prévia comprovação da capacidade física e mental do funcionário,
por junta médica pericial do Município.
§ 1° . Se julgado apto, o funcionário assumirá o exercício do cargo no prazo de trinta dias, contados da
publicação do ato de aproveitamento.
§ 2° . Verificada a incapacidade definitiva, o funcionário em disponibilidade será aposentado no cargo que
anteriormente ocupava.
Art. 39. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o funcionário não entrar
em exercício no prazo legal, salvo por doença comprovada por junta médica pericial do Município.
Seção VIII
Da Reintegração
Art. 40. Reintegração é a reinvestidura do funcionário estável no cargo anteriormente ocupado, quando
invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
Art. 41. A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado e, se este houver sido transformado, no
cargo resultante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de
origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade
remunerada.
Seção IX
Da Recondução
Art. 42. Recondução é o retorno do funcionário estável ao cargo anteriormente ocupado.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o funcionário será aproveitado em outro,
observado o disposto no artigo 36.
CAPÍTULO II
28

DA VACÂNCIA
Art. 43. A vacância do cargo ocorrerá de:
I exoneração; II demissão;III ascensão;IV transferência;V readaptação;VI aposentadoria; e VII- falecimento.
Art. 44. A exoneração dar-se-á a pedido do funcionário ou de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício ocorrerá:
I - quando se tratar de cargo em comissão;II - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
III - quando o funcionário não assumir o exercício do cargo no prazo legal;
IV - quando da investidura do funcionário em outro cargo de provimento efetivo.
Art. 45. A vacância de função gratificada dar-se-á por dispensa, a pedido ou de ofício, ou por destituição.
CAPÍTULO III
DA REDISTRIBUIÇÃO
Art. 46. Redistribuição é a movimentação do funcionário, com o respectivo cargo, para quadro de pessoal de
outro órgão ou entidade cujos planos de cargos e vencimentos sejam idênticos, observando sempre o
interesse da administração
§ 1° . A redistribuição ocorrerá para o ajustamento de quadros de pessoal às necessidades dos serviços,
inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.
§ 2° . Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os funcionários que não puderem ser redistribuídos, na
forma, deste artigo, serão colocados em disponibilidade até o seu aproveitamento, na forma do artigo 36.
CAPÍTULO IV
DA SUBSTITUIÇÃO
Art. 47. Haverá substituição, no caso de impedimento legal ou afastamento do titular de cargo em comissão
ou função gratificada, quando se tornar indispensável tal providencia em face das necessidades de serviço.
Art. 48. Nas hipóteses consideradas necessárias, os ocupantes de cargo em comissão terão substitutos
indicados no regimento interno ou em ato regulamentar e, em caso de omissão, serão previamente
designados.
§ 1° . O substituto indicado assumirá automaticamente o exercício do cargo nos afastamentos e
impedimentos do titular.
§ 2° . O substituto fará jus à diferença da remuneração do cargo ou à gratificação de função respectiva,
pagas na proporção dos dias de efetiva substituição.
TÍTULO III
DOS DIREITOS, VANTAGENS E OBRIGAÇÕES
Capítulo I
DA JORNADA DE TRABALHO
Art. 49. A jornada de trabalho não poderá ser superior a 40 nem inferior a 20 horas semanais, na forma que
dispuser a lei ou norma regulamentar.
Art. 50. A jornada de trabalho será cumprida no expediente que a administração municipal estabelecer para
o funcionamento das repartições.
§ 1° . Em casos especiais, atendida a natureza do serviço, poderá ser estabelecido horário para a prestação
do trabalho.
§ 2° . Nos serviços que exijam trabalho aos sábados, domingos e feriados será estabelecida escala de
revezamento.
Art. 51. A duração do trabalho poderá ser prorrogada a critério da administração, mediante retribuição
pecuniária suplementar.
CAPÍTULO II
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
Art. 52. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo desempenho efetivo do trabalho no exercício de cargo
público e corresponde ao valor fixado em lei.
§ 1° . A retribuição do pessoal admitido para funções temporárias será fixada no ato que determinar a
admissão, não podendo ser superior ao vencimento dos cargos análogos.
§ 2° . Não haverá vencimento nem retribuição inferior ao salário mínimo fixado em lei, nacionalmente
unificado.
§ 3° . O vencimento é irredutível e a remuneração obedecerá ao limite e princípios previstos no artigo 37,
inciso XV, da Constituição Federal e no artigo 18, inciso XXII da Lei Orgânica do Município de Belém.
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Art. 53. Remuneração é o vencimento acrescido das gratificações e demais vantagens de caráter permanente
atribuídas ao funcionário pelo exercício de cargo público
Parágrafo único. As indenizações, auxílios e demais vantagens ou gratificações de caráter eventual não
integram a remuneração.
Art. 54. Proventos são os rendimentos atribuídos ao funcionário em razão da aposentadoria ou
disponibilidade.
Art. 55. Quando investido em cargo em comissão, o funcionário deixará de perceber o vencimento de seu
cargo efetivo.
Art. 56. O funcionário perderá:
I - a remuneração dos dias que faltar ao serviço, salvo nas hipóteses previstas no artigo 123; e
II - metade da remuneração, no caso de suspensão convertida em multa, na forma prevista no § 2º do artigo
197.
Parágrafo único. As faltas ao serviço, até o máximo de oito dias por ano, não excedendo a uma por mês, em
razão de causa relevante, poderão ser abonadas pelo titular do órgão, quando requeridas no dia útil
subseqüente.
Art. 57. Salvo por imposição legal ou mandato judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou
provento.
Parágrafo Único. Mediante autorização do funcionário, poderá haver consignação em folha de pagamento a
favor de terceiros, a critério da administração, na forma estabelecida em regulamento.
Art. 58. As reposições e indenizações ao Município serão descontadas em parcelas mensais e não
excedentes à décima parte da remuneração ou provento.
Art. 59. O funcionário em débito com a Fazenda Municipal que for demitido, exonerado, ou que tiver sua
aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitá-lo.
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto neste artigo implicará em sua inscrição na
dívida ativa do Município.
Art. 60. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora exceto
nos casos de prestação de alimentos de homologação ou decisão judicial.
CAPÍTULO III
DAS VANTAGENS DE ORDEM PECUNIÁRIA
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 61. Além do vencimento, poderão ser atribuídas ao funcionário, na forma que dispuser o regulamento,
as seguintes vantagens:
I - gratificações;II - adicionais; e III - - indenizações.
Seção II
Das Gratificações
Art. 62. Aos funcionários poderão ser concedidas as seguintes gratificações:
I - por regime especial de trabalho:
a) em tempo integral; e b) em dedicação exclusiva;
II - por atividades especiais:
a) de função; b) de localização especial de trabalho, na forma prevista em regulamento; c) pelo exercício de
atividades em condições insalubres ou perigosas; d) de elaboração de trabalho técnico especializado, na
forma prevista em regulamento; e e) de fiscalização ou coordenação de processos seletivos, na forma
prevista em regulamento;
III - por produtividade;
IV - por serviço extraordinário;
V - gratificação natalina; e
VI - gratificação de permanência.
Subseção I
Da Gratificação por Regime Especial de Trabalho
Art. 63. A gratificação de tempo integral ou de dedicação exclusiva será devida ao funcionário ocupante de
cargo efetivo, comissionado ou em função gratificada, quando convocado para prestação de serviços em
regime especial de trabalho.
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Art. 64. A gratificação devida ao funcionário convocado a prestar serviço em regime de tempo integral ou
de dedicação exclusiva obedecerá às seguintes bases percentuais:
I - tempo integral: cinqüenta por cento do vencimento-base do cargo, com carga horária mínima de duas
horas, além da jornada normal de trabalho diária; e
II - dedicação exclusiva: cem por cento do vencimento-base do cargo.
§ 1° . A concessão da gratificação por regime especial de trabalho dependerá de prévia e expressa
autorização do Prefeito ou da Comissão Executiva da Câmara Municipal, sendo vedada a percepção
cumulativa.
§ 2° . V E T A D O.
Subseção II
Da Gratificação por Atividades Especiais
Art. 65. A gratificação de função será fixada em lei e atribuída às atividades que indicar.
Art. 66. Ao funcionário que exercer atividades, com habitualidade, em locais insalubres ou em contato
permanente com substâncias tóxicas ou com risco de vida, será concedida uma gratificação sobre o
vencimento do cargo efetivo, na forma da lei.
Art. 67. O funcionário que fizer jus às gratificações de insalubridade e de periculosidade deverá optar por
uma delas, não sendo permitida a acumulação.
Parágrafo único. O direito à gratificação de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das
condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.
Art. 68. É vedado à funcionária gestante ou lactante o trabalho em atividades ou operações consideradas
insalubres ou perigosas.
Art. 69. A gratificação de insalubridade por trabalho com raio X ou substâncias radioativas corresponde a
quarenta por cento sobre o vencimento básico do funcionário.
§ 1° . Os locais de trabalho e os funcionários que operem com raio X ou substâncias radioativas devem ser
mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível
máximo previsto na legislação específica.
§ 2° . Os funcionários a que refere o parágrafo anterior devem ser submetidos a exames médicos periódicos.
Subseção III
Da Gratificação por Produtividade
Art. 70. A gratificação por produtividade será concedida ao funcionário que, no desempenho de suas
atribuições, contribuir para o aprimoramento e incremento do serviço público, e em especial das atividades
de arrecadação e fiscalização de tributos e outras rendas.
Parágrafo único. As condições para aferição, critérios, prazos ou formas de pagamento serão definidas em
regulamento, observando os limites legais.
Subseção IV
Da Gratificação por Serviço Extraordinário
Art. 71. O serviço extraordinário será remunerado com o acréscimo de cinqüenta por cento em relação à
hora normal de trabalho.
Parágrafo único. Em se tratando de serviço noturno, o valor da hora será acrescido de mais vinte por cento.
Art. 72. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias,
respeitado o limite máximo de horas diárias, conforme se dispuser em regulamento.
Parágrafo único. Em situação de emergência, previamente definida pelo Chefe do Poder Executivo, o limite
para o desempenho de serviço extraordinário poderá ser elevado para o máximo de quatro horas nos dias
úteis e de oito horas em dias de descanso obrigatório.
Art. 73. A concessão da gratificação por serviço extraordinário dependerá, em cada caso, de ato expresso
dos titulares dos órgãos municipais, no qual serão obrigatoriamente fixados o período e o serviço a ser
prestado.
Art. 74. O exercício de cargo em comissão e de função gratificada impede o recebimento da gratificação por
serviço extraordinário.
Parágrafo único. O recebimento da gratificação de tempo integral ou dedicação exclusiva excluirá a
percepção cumulativa da gratificação por serviço extraordinário.
Subseção V
Da Gratificação Natalina
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Art. 75. A gratificação natalina corresponderá a um doze avos da remuneração devida em dezembro, por
mês de exercício no respectivo ano civil.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a quinze dias será considerada como mês integral.
Art. 76. A gratificação natalina será paga até o dia vinte de dezembro de cada ano.
Art. 77. A gratificação natalina não poderá ser considerada como calculo de qualquer vantagem pecuniária.
Art. 78. O funcionário exonerado perceberá uma gratificação natalina proporcionalmente aos meses de
efetivo exercício, calculada sobre a remuneração do mês de exoneração.
Seção III
Dos Adicionais
Art. 79. Ao funcionário serão concedidos os adicionais:
I - adicional por tempo de serviço;
II - adicional de férias;
III - adicional de escolaridade;
IV - adicional de turno; e
V - adicional de cargo em comissão.
Subseção I
Do Adicional por Tempo de Serviço
Art. 80. O adicional por tempo de serviço será devido por triênio de efetivo exercício, até o máximo de
doze.
§ 1° . Os adicionais serão calculados sobre a remuneração do cargo, nas seguintes proporções:
I - aos três anos, 5%; II - aos seis anos, 5% - 10%;III - aos nove anos, 5% - 15%;IV - aos doze anos, 5% -
20%;V - aos quinze anos, 5% - 25%;VI - aos dezoito anos, 5% - 30%;VII aos vinte e um anos, 5% -
35%;VIII aos vinte e quatro anos, 5% - 40%;IX - aos vinte e sete anos, 5% - 45%;X - aos trinta anos, 5% -
50%;XI - aos trinta e três anos, 5% - 55%;XII - após trinta e quatro anos, 5% - 60%.
Art. 81. O funcionário fará jus ao adicional a partir do mês em que completar o triênio, independente de
solicitação.
SubSeção II
Do Adicional de Férias
Art. 82. Independentemente de solicitação, será pago ao funcionário, por ocasião das férias, um adicional de
um terço da remuneração correspondente ao período de férias.
Parágrafo único. No caso do funcionário ocupar cargo em comissão ou estar no exercício de função
gratificada, as respectivas vantagens devem ser consideradas no calculo do adicional de que trata este artigo.
Subseção III
Do Adicional de Escolaridade
Art. 83. - O adicional de escolaridade, calculado sobre o vencimento-base, será devido nas seguintes
proporções
I - na quantia correspondente a vinte por cento, ao titular de cargo para cujo exercício a lei exija habilitação
correspondente conclusão do primeiro grau do ensino oficial;
II - na quantia correspondente a sessenta por cento, ao titular de cargo para cujo exercício a lei exija
habilitação correspondente à conclusão do segundo grau do ensino oficial;
III - na quantia correspondente a cem por cento, ao titular do cargo para cujo exercício a lei exija habilitação
correspondente à conclusão do grau universitário.
Parágrafo único. A gratificação pela docência em atividade de treinamento será atribuída ao servidor no
regime hora-aula, desde que esta atividade não seja inerente ao exercício do cargo, desde que fora do
horário de expediente normal.
Subseção IV
Do Adicional de Turno
Art. 84. O adicional de turno é a vantagem pessoal e eventual devida ao funcionário durante o tempo em que
for submetido a:
I - jornada de trabalho que deva ser desempenhada entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do
dia seguinte, correspondendo a quarenta por cento do vencimento-base;
II - trabalho aos sábados, domingos e feriados, em escala de revezamento, correspondente a vinte por cento
do vencimento-base.
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Art. 85. O adicional de turno, apesar de eventual, é devido nas férias e nas licenças remuneradas, se o
funcionário houver desempenhado trabalho nas condições do artigo anterior, durante os últimos doze por
cento meses.
§ 1° . Somente após três anos de percepção do adicional de turno a vantagem será incluída nos proventos da
aposentadoria ou disponibilidade.
§ 2° . Se a aposentadoria resultar de acidente em serviço, o adicional de turno será incluído nos proventos,
qualquer que seja o tempo de sua percepção.
§ 3° . V E T A D O.
Subseção IV
Do Adicional de Cargo em Comissão
Art. 86. O funcionário efetivo nomeado para cargo em comissão, cessado esse exercício, fará jus a perceber,
como vantagem pessoal, o adicional de que trata o inciso V, do art. 79, desta Lei, que corresponderá à
quinta parte da diferença entre o vencimento do cargo efetivo e o vencimento do cargo em comissão, por
ano de efetivo exercício, até o máximo de cinco quintos.
Parágrafo único. Quando mais de um cargo em comissão for exercido sem interrupção, no período anual
aquisitivo, o adicional será calculado em relação ao vencimento do cargo mais elevado.
Art. 87. O adicional de que trata o artigo anterior aplica-se também ao exercente de função gratificada,
tomando-se como base de cálculo a quinta parte do valor da respectiva gratificação, até o máximo de cinco
quintos.
Art. 88. O funcionário que tiver adquirido direito ao máximo de cinco quintos fará jus à atualização
progressiva de cada parcela do adicional, mediante a substituição de cada quinta parte mais antiga pela nova
quinta parte, calculada em relação ao último vencimento ou gratificação, se aquele ou esta for superior.
Art. 89. A pena de destituição do cargo em comissão ou da função gratificada implicará, automaticamente,
na perda da vantagem pessoal respectiva.
Seção IV
Das Indenizações
Art. 90. O funcionário que, em missão oficial ou de estudo, se afastar da sede, em caráter eventual ou
transitório, para outro ponto do território nacional ou do exterior, fará jus a passagens e diárias, para cobrir
as despesas de pousada e alimentação.
Parágrafo único. A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o
deslocamento não exigir pernoite fora da sede.
Art. 91. O funcionário que receber indevidamente diárias será obrigado a restituí-las integralmente, no prazo
de cinco dias, ficando ainda, se for o caso, sujeito a punição disciplinar.
Art. 92. No arbitramento das diárias será considerado o local para o qual foi deslocado o funcionário.
Capítulo IV
DAS LICENÇAS
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 93. Conceder-se-á ao funcionário licença:
I - para tratamento de saúde;II - por motivo de acidente em serviço;III -por motivo de doença em pessoa da
família;IV - à gestante;V - paternidade;VI - por motivo de afastamento do cônjuge;VII - para prestação de
serviço militar;VIII - para atividade política;IX - para atividade sindical;X - a título de prêmio por
assiduidade e comportamento;XI - para tratar de interesse particular.
§ 1° . As licenças previstas nos incisos I a IV serão precedidas de inspeção médica realizada pelo órgão
competente do Município.
§ 2° . O funcionário não poderá permanecer em licença por período superior a vinte e quatro meses, salvo
nos casos dos incisos VI, VII, VIII e IX.
§ 3° . É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período das licenças previstas nos incisos I a
IV deste artigo.
§ 4° . A licença concedida dentro de sessenta dias do término da anterior, da mesma espécie, será
considerada como prorrogação.
Art. 94. O pessoal contratado para função temporária terá direito as licenças previstas nos incisos I, II, III,
IV e V do artigo 93.
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§ 1° . Na data do termo final do tempo previsto para admissão termina a vinculação do pessoal temporário
com a administração municipal, cessando as licenças concedidas.
2° .O disposto no parágrafo anterior não se aplica à licença por motivo de acidente em serviço, que somente
cessará com o restabelecimento da capacidade física ou com a aposentadoria do licenciado.
§ 3° . Se do acidente resultar invalidez permanente, a licença será transformada em aposentadoria.
§ 4° . Os demais motivos de licença, previstos no artigo 93, constituem justa causa para cessação do
desempenho de funções temporárias.
Seção II
Da Licença para Tratamento de Saúde
Art. 95. A licença para tratamento de saúde poderá ser concedida a pedido ou de ofício, com base em
inspeção médica realizada pelo órgão competente do Município, sem prejuízo da remuneração.
Parágrafo único. Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do funcionário ou
no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.
Art. 96. A licença superior a sessenta dias só poderá ser concedida mediante inspeção realizada por junta
médica oficial.
§ 1° . Em casos excepcionais, a prova da doença poderá ser feita por atestado médico particular se, a juízo
da administração, for conveniente ou impossível a ida da junta médica à localidade de residência do
funcionário.
§ 2° . Nos casos referidos no parágrafo anterior, o atestado só produzirá efeitos depois de homologado pelo
serviço médico oficial do Município.
§ 3° . Verificando-se, a qualquer tempo, ter ocorrido má-fé na expedição do atestado ou do laudo, a
administração promoverá a punição dos responsáveis.
Art. 97. Findo o prazo da licença, o funcionário será submetido à nova inspeção médica, que concluirá pela
volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.
Art. 98. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando
se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço e doença profissional.
Seção III
Da Licença por Acidente em Serviço
Art. 99. Será licenciado com remuneração integral o funcionário acidentado em serviço.
Art. 100. Para conceituação do acidente e da doença profissional, serão adotados os critérios da legislação
social do trabalho.
§ 1° . Equipara-se ao acidente em serviço o dano decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo
funcionário no exercício do cargo.
§ 2° . A prova do acidente será feita no prazo de dez dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.
Art. 101. As normas desta Seção aplicam-se também ao pessoal contratado para funções temporárias.
Seção IV
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
Art. 102. Poderá ser concedida licença ao funcionário por motivo de doença do cônjuge, companheiro ou
companheira, padrasto ou madrasta, ascendente, descedente, enteado e colateral consangüíneo ou afim até o
segundo grau civil, mediante comprovação médica.
§ 1° . A licença somente será deferida se a assistência direta do funcionário for indispensável e não puder
ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo.
§ 2° . A comprovação das condições previstas neste artigo, como preliminar para a concessão da licença,
far-se-á mediante inspeção de saúde procedida pelo órgão médico competente, que emitirá o correspondente
laudo, para conseqüente apresentação ao órgão de lotação do funcionário.
§ 3° . A licença de que trata este artigo será concedida com vencimento ou remuneração:
I - integrais, até noventa dias;
II - dois terços, quando excedente de noventa dias;
III - um terço, quando superior a cento e vinte dias e não exceder a trezentos e sessenta e cinco dias;
IV - sem vencimento, quando exceder de trezentos e sessenta e cinco dias.
Seção V
Da Licença à Gestante, Adotante e Paternidade
Art. 103. Será concedida licença a funcionária gestante ou à mãe adotiva de criança de até um ano de idade
por cento e vinte dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
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§ 1° . A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição
médica.
§ 2° . No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.
§ 3° . No caso de natimorto, decorridos trinta dias do evento, a funcionária terá direito a mais trinta dias de
repouso remunerado.
Art. 104. Para amamentar o próprio filho até a idade de seis meses, a funcionária lactante terá direito,
durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia
hora.
Art.105. À funcionária que adotar criança de até doze meses de idade serão concedidos cento e vinte dias de
licença remunerada, para ajustamento do adotado ao novo lar.
Parágrafo único. No caso de adoção de criança com mais de um ano de idade, o prazo de que trata este
artigo será de trinta dias.
Art. 106. Até que a lei venha disciplinar o disposto no artigo 7° , XIX, da Constituição Federal, serão
concedidos cinco dias de licença paternidade para o cônjuge ou companheiro, por ocasião do nascimento do
filho.
Seção VI
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge
Art. 107. Poderá ser concedida licença ao funcionário para acompanhar cônjuge, companheiro ou
companheira, funcionário público civil ou militar, para outro ponto do território nacional, para o exterior ou
para exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
§ 1° . A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.
§ 2° . Na hipótese do deslocamento de que trata este artigo, o funcionário poderá ser colocado à disposição
de outro órgão público, sem ônus para o Município.
Seção VII
Da Licença para Prestação do Serviço Militar
Art. 108. Ao funcionário convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições
previstas na legislação específica.
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o funcionário terá até trinta dias, sem remuneração, para
reassumir o exercício do cargo.
Seção VIII
Da Licença para Atividade Política
Art. 109. A partir do registro da candidatura perante a Justiça Eleitoral e até o dia seguinte ao da eleição, o
funcionário candidato a cargo eletivo fará jus à licença com remuneração integral, salvo se a legislação
eleitoral dispuser em contrário.
Parágrafo único. Ao funcionário público em exercício de mandato eletivo aplicam-se as disposições do
artigo 38 da Constituição Federal vigente.
Seção IX
Da Licença para Atividade Sindical
Art. 110. É assegurado o direito à licença com remuneração ao funcionarão eleito para desempenho de
mandato de diretoria em confederação, federação ou sindicato representativo da sua categoria profissional.
Parágrafo único. A licença terá duração igual a do mandato, podendo ser prorrogada no caso de reeleição.
Seção X
Da Licença Prêmio
Art. 111. O funcionário terá direito, como prêmio de assiduidade e comportamento, à licença de sessenta
dias em cada período de três anos de exercício ininterrupto, em que não haja sofrido qualquer penalidade
disciplinar ou criminal.
Art. 112. Não se concederá licença prêmio ao funcionário que, no período aquisitivo:
I - sofrer penalidade disciplinar ou criminal;
II - afastar-se do cargo em virtude de:
a) licença para tratamento em pessoa da família que ultrapasse a trinta dias consecutivos ou não durante o
triênio;
b) licença para tratar de interesses particulares;
c) licença por motivo de afastamento do cônjuge, companheiro ou companheira;
III - faltar ao serviço injustificadamente mais de seis dias durante o período aquisitivo.
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Art. 113. Para efeito de aposentadoria adicional por tempo de serviço, será contado em dobro o tempo de
licença prêmio que o funcionário não houver gozado.
Art. 114. A requerimento do funcionário, a licença poderá ser gozada em períodos não inferiores a trinta
dias, observada a conveniência do serviço.
Parágrafo único. Deferida a licença, a administração terá o prazo de sessenta dias para liberar o funcionário.
Seção XI
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
Art. 115. A critério da administração, poderá ser concedida ao funcionário estável licença para trato de
assuntos particulares, pelo prazo de até dois anos consecutivos, sem remuneração.
§ 1º. Não poderá ser negada licença quando o afastamento for comunicado com antecedência mínima de
trinta dias.
§ 2º. A licença poderá ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do funcionário.
Art. 116. S6 poderá ser concedida nova licença depois de decorridos dois anos do término da anterior.
Capítulo V
DAS FÉRIAS
Art. 117. Após doze meses de exercício o funcionário fará jus, anualmente, a trinta dias consecutivos de
férias, não podendo ser levada à conta de férias qualquer falta ao serviço.
Parágrafo único. Em casos excepcionais, as férias poderão ser fracionadas em dois períodos de quinze dias
corridos, observado sempre o interesse do serviço.
Art. 118. O funcionário que opere direta e permanentemente com raio X e substâncias radioativas gozará,
obrigatoriamente, vinte dias consecutivos de férias por semestre de atividade profissional, proibida em
qualquer hipótese a acumulação..
Art. 119. As férias do pessoal integrante do grupo Magistério são de quarenta e cinco dias e coincidirão com
os períodos das férias escolares, obedecendo às restrições regulamentares.
Art. 120. Cabe ao órgão competente organizar, no mês de novembro, as escalas de férias para o ano
seguinte, atendendo sempre que possível a conveniência dos funcionários.
Parágrafo único. Depois de programada, a escala só poderá ser modificada com a anuência do funcionário
interessado e da chefia de serviço.
Art. 121. É proibida a acumulação de férias, salvo por absoluta necessidade de serviço e pelo máximo de
dois anos consecutivos.
Parágrafo único. Para os efeitos de aposentadoria e adicional de tempo de serviço, contar-se-á em dobro o
período de férias não gozadas, mediante solicitação do funcionário e após deferimento pela autoridade
competente.
Art. 122. Não serão interrompidas as ferias em gozo, salvo por motivo de calamidade pública, comoção
interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por motivo relevante de superior interesse
público.
Capítulo VI
DAS CONCESSÕES
Art. 123. Sem qualquer prejuízo, poderá o funcionário ausentar-se do serviço:
I - por um dia, para doação de sangue;
II - até oito dias, por motivo de:
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro ou companheira, pais, madrasta, padrasto, filhos ou enteados e
irmãos.
Art. 124. Poderá ser concedido horário especial ao funcionário estudante de nível superior quando
comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício do
cargo.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação de horários na repartição,
respeitada a duração semanal do trabalho.
Capítulo VII
DO TEMPO DE SERVIÇO
Art. 125. É contado, para todos os efeitos legais, o tempo de serviço público prestado ao Município de
Belém, qualquer que tenha sido a forma de admissão ou de pagamento.
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Art. 126. Considera-se como tempo de serviço prestado a órgãos dos Poderes da União, Estados e
Municípios inclusive suas autarquias, fundações públicas e às empresas de economia mista.
Art. 127. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em anos, considerando o
ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.
Parágrafo único. Feita a conversão, os dias restantes, até cento e oitenta e dois, não serão computados,
arredondando-se para um ano quando excederem este número, para efeito de aposentadoria.
Art. 128. Além das ausências ao serviço previstas no artigo 123, são consideradas como efetivo exercício os
afastamentos em virtude de:
I - férias;
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente a sua função em órgão ou entidade dos Poderes da
União, dos Estados, dos Município se do Distrito Federal, quando colocado regularmente à disposição;
III- desempenho do mandato eletivo federal, estadual ou municipal:
IV - convocação para o serviço militar;
V - requisição para o Tribunal do Júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VI - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento; e
VII - licenças:
a) à gestante;
b) para tratamento da própria saúde, até dois anos;
c) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
d) prêmio;
e) paternidade, pelo prazo mínimo de cinco dias, nos termos da lei; e
f) licença para atividade sindical.
Parágrafo único. V E T A D O
Art. 129. Contar-se-á para efeito de aposentadoria e disponibilidade:
I - o tempo de serviço público prestado em cargo ou função federal, estadual ou municipal;
II - a licença para tratamento de saúde de pessoa da família do funcionário, até noventa dias;
III - a licença para atividade política ou sindical;
IV - tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, antes do
ingresso do funcionário no serviço público municipal;
V - tempo de serviço em atividade privada vinculada à previdência social;
VI - o tempo de serviço ativo nas Forças Armadas e auxiliares, prestado durante a paz, computando-se pelo
dobro o tempo de operação real de guerra.
§ 1° . O tempo em que o funcionário esteve aposentado por invalidez ou em disponibilidade será apenas
contado para nova aposentadoria ou disponibilidade.
§ 2° . É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um
cargo, função ou emprego.
Capítulo VIII
DO DIREITO DE PETIÇÃO
Art. 130. É assegurado ao funcionário o direito de requerer, pedir reconsideração e recorrer, bem como o de
representar.
Parágrafo único. O requerimento, a representação e o pedido de reconsideração serão apresentados no órgão
de lotação do servidor e decidido pela autoridade que tenha expedido o ato ou proferido a decisão, no prazo
improrrogável de trinta dias.
Art. 131. Caberá recurso:
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; e
II - das decisões sobre recursos sucessivamente interpostos.
§ 1° . O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a
decisão, e sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.
§ 2° . Terá caráter de recurso o pedido de reconsideração quando o autor do despacho, decisão ou ato houver
sido o Prefeito ou a Comissão Executiva da Câmara.
Art. 132. O prazo para interposição do pedido de reconsideração ou de recurso é de trinta dias, a contar da
publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.
Art. 133. A representação será dirigida ao chefe imediato do funcionário, ao qual cabe, se a solução não for
de sua alçada encaminhá-la a quem for de direito.
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Parágrafo único. Se não for dado andamento à representação, dentro do prazo de cinco dias, poderá o
funcionário dirigi-la direta e sucessivamente à autoridade superior.
Art. 134. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou documento, na repartição,
ao funcionário ou seu representante legal.
Art. 135. O direito de petição prescreve a partir da data da publicação, no órgão oficial, do ato impugnado,
ou quando este for de natureza reservada, da data em que dele tiver conhecimento o funcionário:
I - em cinco anos, quanto aos atos de que decorrem a demissão, cassação de disponibilidade, ou que afetem
interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; e
II - em cento e vinte dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.
Parágrafo único. Os recursos ou pedidos de reconsideração, quando cabíveis e apresentados dentro do prazo
de que trata o artigo 132, interrompem a prescrição, determinando a contagem de novos prazos, a partir da
data da publicação, no Diário Oficial do Município, do despacho denegatório ou restritivo do pedido.
Art. 136. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração.
Art. 137. O pedido de reconsideração e o recurso não tem efeito suspensivo; o que for provido retroagirá,
nos efeitos, à data do ato impugnado.
Art. 138. A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade.
Art. 139. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste capítulo, salvo por motivo de força
maior.
Parágrafo único. Os prazos que se vencerem em sábado, domingo, feriado, santificado ou considerado de
freqüência facultativa, ficam dilatados até o primeiro dia útil subseqüente.
Capítulo IX
DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÕRGÃO OU ENTIDADE
Art. 140. O funcionário, mediante sua concordância, poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou
entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal ou de outros Municípios, nas seguintes
hipóteses:
a) para exercício de cargo em comissão ou função de confiança; e
b) para exercício de cargo técnico ou em casos previstos em leis específicas.
Art. 141. Nenhum funcionário poderá ser posto disposição, ou de qualquer forma ter exercício em repartição
diferente daquela em que estiver lotado, sem prévia autorização do Prefeito ou da Comissão Executiva,
formalizada através de ato competente.
Art. 142. O afastamento para estudo ou missão oficial no exterior obedecerá ao disposto em legislação
pertinente.
Capítulo X
DO REGIME DISCIPLINAR
Seção I
Dos Direitos e Deveres
Art. 143. São direitos do funcionário, além daqueles especificamente conferidos neste Estatuto:
I - ter condição adequada ao trabalho;
II - receber da administração os equipamentos e vestuários exigidos pela natureza do serviço;
III - participar de treinamento de prevenção de acidente de trabalho;
IV - ter acesso ao acervo bibliográfico de sua repartição;
V - sugerir providências que visem o aperfeiçoamento do serviço;
VI representar contra ato manifestamente ilegal ou abuso de poder de seus superiores;
VII - custeio do tratamento de saúde, quando a licença for concedida nos termos do artigo 93, inciso II.
Art. 144. São deveres do funcionário:
I - manter assiduidade;
II - ser pontual;
III - usar de discrição;
IV - tratar com urbanidade as partes, atendendo-as sem preferências pessoais;
V - desempenhar pessoalmente, com zelo e presteza, os encargos que lhe competirem e os trabalhos de que
for incumbido dentro de suas atribuições;
VI - ser leal às instituições constitucionais e administrativas a que servir;
VII - observar as normas legais e regulamentares.
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§ 1° . Considera-se substituto processual os Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais em toda e


qualquer demanda em que seja parte interessada o servidor e o Poder Público.
§ 2° . É assegurada a participação permanente e paritária do servidor nos colegiados dos órgãos do
Município de Belém que seus interesses, profissionais ou previdenciários, sejam objeto de discussão e
deliberação.
VIII - respeitar e acatar seus superiores hierárquicos, obedecendo às suas ordens, exceto quando
manifestamente ilegais;
IX - quando indicado pela administração, freqüentar cursos legalmente instituídos, para seu
aperfeiçoamento e especialização;
X - providenciar para que esteja sempre em dia, no assentamento individual, a sua declaração de família;
XI - manter espírito de cooperação e solidariedade para com os companheiros de trabalho;
XII zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado;
XIII apresentar-se ao serviço convenientemente trajado ou uniformizado, quando for o caso;
XIV - submeter-se à inspeção de saúde periódica, perante junta médica oficial do Município, quando for
determinada pela administração;
V - usar os equipamentos e vestuários fornecidos pela administração, de acordo com a natureza do trabalho;
XVI - atender preferencialmente a:
a) requisições destinadas à defesa da Fazenda Pública Municipal;
b) pedidos de certidões para fins de direito;
c) pedidos de informações do Poder Legislativo;
d) diligências solicitadas por comissão de inquérito; e
e) deprecados judiciais.
Parágrafo único. Será considerado como co-autor o superior hierárquico que, recebendo denúncia ou
representação a respeito de irregularidades no serviço ou falta cometida por funcionário seu subordinado,
deixar de tomar as providências necessárias a sua apuração.
Seção II
Das Proibições
Art. 145. Ao funcionário é proibido:
I - retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existente na
repartição;
II - ausentar-se do serviço durante o expediente sem prévia autorização do chefe imediato;
III - entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras e outras atividades estranhas ao serviço;
IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa justificada;
V - tratar de interesses particulares na repartição;
VI - exercer comércio entre os companheiros de serviço, mover ou subscrever listas de donativos dentro da
repartição;
VII - recusar fé a documentos públicos;
VIII - opor resistência ínjustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;
IX - empregar material do serviço público em serviço particular;
X - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
XI - cometer a outro funcionário atribuições estranhas às do cargo que ocupa, exceto em situações de
emergência e transitória;
XII - exercer quaisquer atividades que sejam imcompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o
horário de trabalho;
XIII- proceder de forma desidiosa;
XIV- participar da gerência ou administração de empresas que mantenham relações comerciais ou
administrativas com o governo, sejam por este subvencionadas ou estejam diretamente relacionados com a
fínalidade da repartição ou serviço em que esteja lotado;
XV - requerer ou promover a concessão de privilégios, garantias e juros ou outros favores semelhantes,
federais, estaduais ou municipais, exceto o de intervenção própria;
XVI- praticar usuras sob qualquer de suas formas;
XVII- aceitar representação de Estado estrangeiro, sem autorização do Presidente da república;
XVIII - constituir-se procurador de partes ou servir de íntermediário perante qualquer repartição pública,
salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais a parentes até o segundo grau;
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XIX - receber estipêndios de firmas fornecedoras ou de entidades fiscalizadas no país ou no estrangeiro,


principalmente quando estiver em missão referente à compra de material ou fiscalização de qualquer
natureza;
XX - valer-se de sua qualidade de funcionário para desempenhar atividades estranhas às funções ou para
lograr, direta ou índiretamente, qualquer proveito; e
XXI - praticar atos de sabotagem contra o serviço público.
Parágrafo único. Não está compreendida nas proibições deste artigo a participação do funcionário em
sociedade em que o Município seja acionista, bem assim na direção ou composição de cooperativas ou
associações de classe.
Art. 146. É vedado ao funcionário trabalhar sob as ordens imediatas de parentes até o segundo grau, salvo
quando se tratar de função de confiança e livre escolha, não podendo exceder de dois o número de auxiliares
nestas condições.
Seção III
Das Responsabilidades
Art. 147. Pelo exercício irregular de as atribuições, o funcionário responde civil, penal e
administrativamente.
§ 1º. A responsabilidade administrativa não exime o funcionário da responsabilidade civil ou criminal que
no caso couber, e o pagamento de qualquer indenização não o exime de pena disciplinar em que incorrer.
§ 2º. As cominações civis, penais e disciplinares poderão acumular-se, sendo independentes entre si, bem
como as instâncias civil, penal e administrativa.
Art. 148. O funcionário é responsável por todos os prejuízos que nessa qualidade causar à Fazenda Pública
por dolo ou culpa, devidamente apurados.
Parágrafo único. Caracteriza-se especialmente a responsabílidade:
I - pela sonegação de valores e objetos confiados à sua guarda ou responsabilidade, por não prestar contas
ou por não as tomar, na forma e no prazo estabelecidos pelas leis, regulamentos, instruções e ordens de
serviço;
II - pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas notas de despacho, guias e outros documentos da
receita ou que tenham com eles relação;
III - pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros prejuízos que sofrerem os bens e os materiais sob sua
guarda ou sujeitos a seu exame ou fiscalização; e
IV - por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Pública.
Art. 149. A responsabilidade civil decorre de procedimento doloso ou culposo que importe prejuízo da
Fazenda Pública ou de terceiros.
§ 1º. O ressarcimento de prejuízo causado à Fazenda Pública, no que exceder os limites de caução e na falta
de outros bens que respondam pela indenização, será liquidado mediante desconto em prestações mensais
não excedentes da décima parte da remuneração.
§ 2º. Tratando-se de dano causado a terceiro, responderá o funcionário perante a Fazenda Pública, através de
composição amigável ou ação regressiva.
§ 3º. Não sendo possível a composição amigável, a ação regressiva deverá ser iniciada no prazo de noventa
dias da data em que transítar em julgado a condenação imposta.
§ 4º. A não observância do disposto no parágrafo anterior, por ação ou omissão do responsável pelo
ajuizamento da ação, constitui falta de exação no cumprimento do dever.
Art. 150. O funcionário que adquirir materiais em desacordo com as disposiçoes legais e regulamentares
será responsabilizado pelo respectivo custo, sem prejuízo das penalidades disciplinares cabíveis, podendo,
se houver prejuízo para o erário, ser descontado da remuneração.
Art. 151. Nos casos de indenização à Fazenda Pública, resultante de ato doloso, o funcionário será obrigado
a repor, de uma só vez, a importância do prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque ou omissão em
efetuar recolhimento ou entrada nos prazos legais.
Art. 152. Fora dos casos previstos no artigo anterior, a importância da indenização poderá ser descontada do
vencimento ou remuneração, não excedendo o desconto a décima parte do valor destes.
Art. 153. Será igualmente responsabilizado o funcionário que, fora dos casos expressamente previstos nas
leis, regulamentos ou regimentos, cometer a pessoas estranhas à repartição o desempenho de encargos que
lhe competirem ou aos seus subordinados.
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Art. 154. A responsabilidade administrativa resulta de atos ou omissões praticadas no desempenho de cargo
ou função.
Capítulo XI
DA ACUMULAÇÃO
Art. 155. É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de
horários:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou cientlfíco; e
c) a de dois cargos privativos de médico.
Art. 156. A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, empresas
públicas, sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público.
Parágrafo único. A proibição de acumular não se aplica ao aposentado, quando investido em cargo
comissionado.
Art. 157. A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condícionada à comprovação de compatibilidade de
horária.
TITULO IV
DA PREVIDÉNCIA E ASSISTÊNCIA
Capítulo I
DAS DISPOSlÇÕES GERAIS
Art. 158. O Município prestará assistência ao funcionário e a seus dependentes, através da manutenção do
Plano de Seguridade Social.
Parágrafo único. Na seguridade social, são prevalentes os seguintes objetivos:
I- universalidade da cobertura do atendimento;
II - uniformidade dos benefícios;
III - irredutibilidade do valor dos benefícios;
IV - caráter democrático da gestão administrativa, com a participação do servidor estável e do aposentado
no colegiado da autarquia de previdência e assistência do Município de Belém.
Art. 159. Entre as normas de assistência incluem-se:
I- assistência à saúde; e
II- previdência e seguro.
Art. 160. Os benefícios serão concedidos nos termos e condições definidos em regulamento, observadas as
disposições desta Lei:
Art. 161. Os benefícios concedidos ao funcionário e a seus dependentes compreendem:
I - quanto ao funcionário:
a) aposentadoria;b) salário família; e c) auxílio natalidade;
II - quanto aos dependentes:
a) auxílio-funeral; b) auxílio-reclusão; c) pensão por morte; e d) pecúlio facultativo.
Capítulo II
DOS BENEFICIOS
Seção I
Da Aposentadoria
Art. 162. O funcionário será aposentado:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais, quando decorrentes de acidentes em serviço,
moléstia profissional ou doença grave contagiosa e incurável ou doença incurável, especificada em lei e
proporcionais nos demais casos;
II - compulsoriamente, os do sexo masculino, aos setenta anos de idade, e as do sexo feminino, aos sessenta
e cinco anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço; e
III - voluntariamente:
a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se mulher, com proventos integrais;
b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e vinte e cinco anos, se
professor com proventos integrais;
c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco se mulher, com proventos proporcionais ao
tempo de serviço;
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d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mulher, com proventos proporcionais ao
tempo de serviço.
§ 1º. Consíderam-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis as que a Lei indicar com base na medicina
especializada.
§ 2º. O funcionário ocupante de cargo em comissão terá direito à aposentadoria se preencher todos os
requisitos deste artigo, mesmo não sendo titular de cargo efetivo, desde que tenha prestado, pelo menos,
cinco anos de serviço ao Município de Belém, suas autarquías e fundações.
§ 3º. Nos casos de exercícios de atividades consideradas insalubres ou perigosas, a aposentadoria de que
trata o inciso III, alíneas "a" e "c", observará o disposto em regulamento.
§ 4º. A aposentadoria em cargos ou empregos temporários observará o disposto na lei federal.
Art. 163. Será aposentado com proventos correspondentes ao vencimento ou remuneração de cargo em
comissão ou função gratificada o funcionário efetivo que o venha exercendo por mais de cinco anos
consecutivos ou dez anos alternados, no Município de Belém.
§ 1º. As vantagens definidas neste artigo são extensivas ao funcionário que, à época da aposentadoria,
contar ou perfizer dez anos, consecutivos ou não, em cargo em comissão ou função gratificada.
§ 2º. Quando mais de um cargo ou função tenha sido exercido, serão atribuídos os proventos de maior
padrão, desde que lhe corresponda o exercício mínimo de dois anos consecutivos, ou padrão imediatamente
inferior, desde que superior a um ano, se menor o lapso de tempo desse exercício.
Art. 164. A aposentadoria compulsória será automática e declarada por decreto, com vigência a partir do dia
imediato aquele em que o funcionário atingir a idade limite de permanência no serviço ativo.
Parágrafo único. O funcionário se afastará do serviço do cargo no dia imediato àquele em que atingir a idade
limite.
Art. 165. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data da publicação do respectivo
ato.
§ 1º. A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por período não
excedente a vinte e quatro meses.
§ 2º. Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o cargo, ou de ser readaptado,
o funcionário será aposentado.
§ 3º. O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato de aposentadoria será
considerado como de prorrogação da licença.
Art. 166. O provento da aposentadoria será revisto na mesma data e proporção sempre que se modificar a
remuneração do funcionário da atividade.
§ 1º. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos ao
funcionário em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo ou
função em que se deu a aposentadoria.
§ 2º. Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será inferior ao menor vencimento básico
pago pelo Município.
Art. 167. Os proventos de aposentadoria do funcionário afastado para servir em outro órgão ou entidade
serão calculados pelo nível de vencimento e remuneração de seu cargo no Município de Belém.
Art. 168. Ao funcionário aposentado será paga a gratificação natalina, no mês de dezembro, em valor
equivalente ao respectivo provento.
Art. 169. Ao funcionário fica assegurado o direito de não comparecer ao trabalho a partir do nonagésimo
primeiro dia subseqüente ao do protocolo do requerimento da aposentadoria, sem prejuízo da percepção de
sua remuneração, caso não seja antes cientificado do indeferimento, na forma da lei.
Seção II
Do Salário-família
Art. 170. O salário famllia é devido ao funcionário ativo ou inativo do Município, por dependente
econômico.
Parágrafo único. O salário família corresponderá a cinco por cento do salário mínimo.
Art. 171. Consideram-se dependentes econômicos, para efeitos de salário família:
I - o filho menor de dezoito anos de qualquer natureza;
II - o filho inválido de qualquer idade ou sexo, desde que total e permanentemente incapaz para o trabalho;
III - o filho estudante até vinte e quatro anos, que frequentar cursos de primeiro e segundo graus ou superior
em estabelecimentos de ensino oficial ou oficializado, e que não exerça atividade remunerada, nem possua
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renda própria.
IV - a mãe, que não exerça atividade remunerada não perceba pensão ou qualquer outro rendimento superior
ao salário mínimo; e
V - o cônjuge, companheiro ou companheira, que não exerça atividade remunerada, nem possua renda
própria.
§ 1º. Equiparam-se ao filho o enteado, o tutelado ou o curatelado, sem meios próprios de subsistência.
§ 2º. Para os efeitos deste artigo, considera-se renda própria a importância igual ou superior ao salário
mínimo.
§ 3º. Sendo invalido o dependente, o salãrio-família será pago em dobro.
Art. 172. Quando o pai e a mãe forem funcionários municipais e viverem em comum, o salário-familia será
pago a um deles, quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição dos dependentes.
Parágrafo único. Ao pai e a mãe equiparam-se o padrasto e a madrasta e, na falta destes, os representantes
legais dos incapazes.
Art. 173. O salário-família será pago mesmo nos casos em que, continuando titular do cargo, o funcionário
deixe de receber vencimentos, por qualquer motivo.
Art. 174. Quando ocorrer óbito de funcionário que perceba salário-famllia, este benefício continuará a ser
pago a seus dependentes, sem prejuízo da pensão a que fizerem jus.
Art. 175. Sobre o salário-família não incindirá qualquer contribuição, mesmo previdenciária ou fiscal, nem
quaisquer deduções ou descontos.
Art. 176. A concessão e supressão de salário-família serão processadas na forma estabelecida em
regulamento.
Seção III
Do Auxílio à Natalidade
Art. 177. O auxílio-natalidade à devido à funcionária por motivo de nascimento de filho, em quantia
equivalente a duas vezes o menor vencimento básico pago pelo Município, inclusive no caso de natimorto.
Art. 178. Não sendo a parturiente funcionária municipal, o auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro
funcionário municipal.
Art. 179. Se o funcionário falecer antes de verificado o parto, a viúva ou companheira terá direito ao
recebimento do auxílio- natalidade.
Art. 180. Na hipótese de parto múltiplo, o valor pago será correspondente a tantos auxílios natalidade
quantos forem os filhos.
Seção IV
Do Auxílio-Funeral
Art. 181. O auxllio-funeral é devido à família do funcionário falecido na atividade ou do aposentado, em
valor equivalente a duas vezes o menor vencimento básico pago pelo Município.
Seção V
Do Auxílio-Reclusão
Art. 182. V E T A D O
Parágrafo único. O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em que o
funcionário for posto em liberdade, ainda que condicional.
Seção VI
Da Pensão por Morte
Art. 183. V E T A D 0.
Parágrafo único. Também terão direito à pensão por morte os dependentes de quem tenha sido contratado
para função temporária, se o falecimento tiver ocorrido em consequência direta de acidente em serviço.
Art.184. São beneficiários das pensões:
I - o cônjuge;
II - a pessoa desquitada, separada judicialmente, ou divorciada com percepção de pensão alimentícia;
III - a companheira ou companheiro que tenha sido designado pelo funcionário e comprove que vivia em
comum há cinco anos ou que tenha um filho em comum;
IV - os filhos de qualquer condição, até vinte e um anos de idade ou, se inválidos, enquanto durar a
invalidez;
V - o pai e a mãe que comprovem dependência econômica do funcionário; e
43

VI - o irmão, órfão de pai e sem padrasto, até vinte e um anos, e o inválido, enquanto durar a invalídez, que
comprove dependência do funcionário.
Art. 185. Concedida a pensão, qualquer prova posterior ou habilitação tardia, que implique exclusão
beneficiaria, só produzirá efeitos a partir da data em que for oferecida.
Art. 186. Não faz jus a pensão o beneficiário que for condenado pela pratica de crime doloso de que resultou
a morte do funcionário.
Art. 187. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
I - o seu falecimento;
II - o seu casamento, em se tratando de cônjuge, companheira ou companheiro;
III - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão da pensão ao cônjuge;
IV - a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário inválido;
V - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa designada, aos vinte e um anos de idade; e
VI - a renúncia expressa.
Art. 188. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo tão somente as prestações exigíveis
a mais de cinco anos.
Seção VI
Do Pecúlio Facultativo
Art. 189. O pecúlio facultativo objetiva proporcionar ao contribuinte, por sua própria iniciativa,
possibilidade de garantir, após sua morte, a uma ou mais pessoas expressamente designadas, ajuda
financeíra, sob a forma de pagamento único.
Parágrafo único. A declaração de beneficiários será feita ou alterada a qualquer tempo, nela se mencionando
o critério da divisão do pecúlio, no caso de mais de um beneficiário.
Art. 190. O pecúlio facultativo se constituirá de valor a ser fixado por regulamentação própria.
Art. 191. O direito ao pecúlio facultativo caducará decorridos cinco anos, contados do óbito do funcionário.
Capítulo III
DA ASSISTÈNCIA À SAÚDE
Art. 192. A assistência à saúde do funcionário e de sua família compreende assistência médica, hospitalar,
odontológica e farmacêutica, prestada pelo órgão de previdência do Município, na forma estabelecida em
regulamento.
Parágrafo único. O direito conferido neste artigo será assegurado, também, aos filhos menores de dezoito
anos e de dezoito até vinte e quatro anos de idade, desde que matriculados em curso regular de
estabelecimento de ensino oficial ou oficializado e eu não tenham renda própria.
Capítulo IV
DO CUSTEIO
Art. 193. O plano de seguridade social do funcionário do Município de Belém será custeado com o produto
da arrecadação de contribuições obrigatórias do funcionário e do Município.
§ 1º. A contribuição devida pelo funcionário, para custeio do plano, terá caráter obrigatório, em valor
equivalente a oito por cento da remuneração.
§ 2º. A contribuição do Município corresponderá ao valor do custeio da aposentadoria e do salário-família,
além do montante igual do valor das contribuições efetivamente arrecadadas dos funcionários no mês
anterior, nos termos do § 1º deste artigo.
TITULO V
Capítulo I
DAS PENALIDADES E DA SUA APLICAÇÃO
Art. 194. São penas disciplinares:
I - repreensão;
II - suspensão;
III - destituição de função;
IV - demissão;
V - demissão a bem do serviço público; e
VI - cassação de aposentadoria e disponibilidade.
Art. 195. Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a natureza e a gravidade da infração e os
danos que dela provierem para o serviço público.
44

Art. 196. A pena de repreensão será aplicada por escrito, no caso de falta de cumprimento dos deveres, a
que não seja cominada penalidade mais severa.
Art. 197. A pena de suspensão, que não excederá a trinta dias, será aplicada em caso de falta grave ou de
reincidência.
Parágrafo único. O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do
cargo.
Art. 198. A destituição de função gratificada dar-se-á:
I quando se verificar falta de exação no seu desempenho;
II quando for constatado que, por negligência ou benevolência, o funcionário contribuiu para que se não
apuras o devido tempo, a falta de outrem,
III - quando ocorrer a aplicação de pena prevista no artigo 197 deste Estatuto.
Parágrafo único. Ao detentor de cargo em comissão enquadrado nas disposições deste artigo caberá a pena
de destituição, sem perda do cargo efetivo de que seja titular.
Art. 199. Será aplicada a pena de demissão nos casos de:
I - abandono de cargo;II - procedimento irregular de natureza grave;III - ineficiência no serviço;IV -
aplicação indevida de dinheiro públicos;V - incontinência pública escandalosa e prática de jogos
proibidos;VI - embriaguez habitual em serviço;VII ofensa física em serviço contra funcionário ou particular,
salvo em legítima defesa;VIII - insubordinação grave em serviço;IX - ausência ao serviço, sem causa
justificável, por mais de quarenta e cinco dias interpoladamente, durante um ano;
X - praticar a usura em qualquer de suas formas;
XI - pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a pessoas que tratem de interesses ou os tenham
na repartição ou estejam sujeitos à sua fiscalização; e
XII - coagir ou aliciar subordinados ou qualquer outra pessoa, usando das prerrogativas funcionais com
objetivos de natureza político partidária.
§ 1º. Considerar-se-á abandono de cargo o não comparecimento injustificado do funcionário por mais de
trinta dias consecutivos.
§ 2º. A pena de demissão por ineficiência no serviço só será aplicada quando verificada a impossibilidade de
readaptação.
Art. 200. Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que:
I - praticar crime contra a administração pública, nos termos da lei penal;
II - revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do cargo, desde que o faça dolosamente e com
prejuízo para o Município ou particulares;
III- lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
IV - receber ou solicitar propinas, comissões ou vantagens de qualquer espécie, diretamente ou por
intermédio de outrem, ainda que fora de suas funções mas em razão delas;
V - exercer advocacia administrativa; e
VI - apresentar com dolo declaração falsa em matéria de salário-famllia, sem prejuízo da responsabilidade
civil e de procedimento criminal que no caso couber.
Art. 201. O ato que demitir o funcionário mencionará sempre a disposição legal em que se fundamenta.
Art. 202. Será aplicada a pena de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, se ficar provado que o
inativo:
I - praticou, quando em atividade, falta grave para a qual é cominada nesta Lei a pena de demissão ou de
demissão a bem do serviço público;
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
III - aceitou representação de Estado estrangeiro, sem prévia autorização do Presidente da República; e
IV - praticou a usura em qualquer de suas formas.
Art. 203. As penas de suspensão superior a quinze dias, destituição de função, demissão e de cassação da
aposentadoria ou disponibilidade serão aplicadas pelo Prefeito ou, nos casos de funcionários do Poder
Legislativo, pela Comissão Executiva da Câmara Municipal.
Art. 204. A aplicação de penalidade prescreverá em:
I - um ano, a de repreensão;
II - dois anos, a de suspensão;
III - três anos, a de destituição de função e demissão por abandono de cargo ou faltas excessivas ao serviço;
IV - quatro anos, a de cassação de aposentadoria ou disponibilidade e demissão, nos casos não previstos no
45

item anterior; e
V - cinco anos, nos casos de demissão a bem do serviço público.
§ 1º. O prazo da prescrição contar-se-á da data do conhecimento do ato ou fato por quem proceder a sua
apuração.
§ 2º. No caso de inquérito administrativo, a prescrição interrompe-se na data da instauração.
§ 3º. O prazo da prescrição será suspenso quando ocorrer qualquer hipótese do artigo 93.
§ 4º. Se a infração disciplinar for também prevista como crime na lei penal, por esta regular-se-á a
prescrição sempre que os prazos forem superiores aos estabelecidos neste artigo.
Art. 205. O funcionário que, sem justa causa deixar de atender à exigência legal de autoridade competente
para cujo cumprimento seja marcado prazo certo, terá suspenso o pagamento de sua remuneração até que
satisfaça essa exigência.
Parágrafo único. Uma vez cumprida a exigência, o funcionário receberá a remuneração cujo pagamento
tiver sido suspenso.
Art. 206. O funcionário terá direito à diferença de retribuição do:
I - tempo de serviço relativo ao período em que tenha estado preso ou suspenso, quando do processo não
houver resultado pena disciplinar ou esta se limitar à de repreensão; e
II - período do afastamento que exceder do prazo da suspensão disciplinar aplicada em caráter preventivo.
Art. 207. Deverão constar do assentamento individual do funcionário todas as penas que lhe forem
impostas.
Capítulo II
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
Art. 208. O afastamento preventivo do cargo até trinta dias será ordenado pela autoridade competente que
determinar a instauração de processo administrativo, desde que o afastamento do funcionário seja necessário
para a apuração de falta cometida no exercício de suas atribuições.
Parágrafo único. Poderá ser prorrogado até noventa dias o prazo de afastamento, findo o qual cessarão
automaticamente os respectivos efeitos, ainda que o processo administrativo não esteja concluído.
Art. 209. O funcionário terá direito à contagem do tempo de serviço:
I - relativo ao período em que esteja afastado preventivamente, quando do processo administrativo não
houver resultado pena disciplinar ou esta se limitar a repreensão;
II - relativo ao período do afastamento preventivo que exceder do prazo previsto neste regulamento;
III - relativo ao período de prisão preventiva e ao pagamento de diferença corrigida da remuneração, desde
que reconhecida sua inocência em sentença judicial transitada em julgado.
Art. 210. O afastamento preventivo é medida acautelatória e não constitui pena.
TITULO VI
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Capítulo I
DA APURAÇÃO SUMARIA DE IRREGULARIDADES
Art. 211. A autoridade que tiver ciência de qualquer irregularidade no serviço público é obrigada a
promover-lhe a apuração imediata por meios sumários ou mediante Inquérito Administrativo.
Art. 212. A apuração sumária por meio de sindicância não ficará adstrita ao rito para o Inquérito
Administrativo, constituindo simples averiguação, e será procedida por dois servidores de condição
hierárquica nunca inferior a do indiciado.
Parágrafo único. A sindicância deverá ser concluída no prazo de quinze dias, prorrogável uma única vez por
igual período.
Art. 213. Se no curso da apuração ficar evidenciada falta punível com pena superior à repreensão e
suspensão correspondente, o responsável pela apuração comunicará o fato ao superior imediato, que
solicitara, pelos canais competentes, a instauração do inquérito administrativo.
Capítulo II
DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
Art. 214. O Inquérito Administrativo precederá à aplicação das penas de suspensão, de destituição de
função, demissão, demissão a bem do serviço público e cassação de aposentadoria.
Art. 215. São competentes para determinar a instauração do processo administrativo o Prefeito, os
secretários municipais e os diretores das autarquias ou das fundações, assim como a Comissão Executiva da
Câmara, em relação aos funcionários do Poder Legislativo.
46

Art. 216. O inquérito será realizado por uma comissão designada pela autoridade que houver determinado
sua abertura, composta de trás funcionários, os quais poderão ser, inclusive, aposentados.
§ 1º. No ato de designação será indicado um dos membros para dirigir, como presidente, os trabalhos da
comissão, competindo a este indicar o secretário.
§ 2º. A comissão, sempre que necessário, dedicará todo o tempo aos trabalhos do inquérito, ficando seus
membros, em tais casos, dispensados do serviço na repartição.
§ 3º. A comissão procederá a todas as diligências convenientes, recorrendo, quando necessário, a vistorias
ou perícias.
§ 4º. Quando houver indícios de alcance a administração municipal poderá designar funcionário que tenha
habilitação para acompanhar as investigações e diligências em defesa do erário.
§ 5º. O defensor do erário poderá requerer no processo o que for de direito, inclusive a reinquirição do
indiciado ou de testemunhas.
Art. 217. Se de imediato ou no curso do Inquérito Administrativo ficar evidenciado que a irregularidade
envolve crime, o presidente da comissão, por intermédio da autoridade instauradora, a comunicará ao
Ministério Público.
Art. 218. O inquérito deverá estar concluído no prazo de noventa dias contados da data da instalação da
comissão, prorrogáveis sucessivamente por períodos de trinta dias, em caso de força maior, e a juízo da
autoridade administrativa determinadora da instauração do inquérito, até o máximo de noventa dias.
§ 1º. A não-observância desses prazos não acarretará nulidade do inquérito, importando, porém, quando não
se tratar de sobrestamento, na responsabilidade administrativa dos membros da comissão.
§ 2º. O sobrestamento do Inquérito Administrativo só ocorrerá em caso de absoluta impossibilidade de
prosseguimento, a juízo da autoridade administrativa competente para a sua instauração.
Art. 219. Os órgãos públicos, sob pena de responsabilidade de seus titulares, atenderão com a máxima
presteza às solicitações da comissão, inclusive requisição de técnicos e peritos, devendo comunicará
prontamente a impossibilidade de atendimento em caso de força maior.
Parágrafo único. Em caso de necessidade, o Poder Municipal poderá contratar elementos técnicos externos
necessários a investigação, desde que não haja similar no serviço público municipal.
Art. 220. Ultimada a instrução, será feita, no prazo de trás dias, a citação do indiciado para apresentação de
defesa no prazo de dez dias, sendo-lhe facultada vista no processo, durante todo esse período, na sede da
comissão.
§ 1º. Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de vinte dias.
§ 2º. Estando o indicado em lugar incerto, será citado por edital, publicado duas vezes no órgão oficial e
uma vez em jornal de grande circulação.
§ 3º. O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências consideradas imprescindíveis.
Art. 221. Nenhum acusado será julgado sem ampla defesa, que poderá ser produzida em causa própria,
permitindo-se acompanhamento do inquérito, em todas as suas fases, pelo funcionário acusado ou por seu
defensor.
Art. 222. Em casos de revelia, o presidente da comissão designará, de ofício, um funcionário para defender
o indiciado.
Art. 223. Concluída a defesa, a comissão remeterá o processo à autoridade competente, com relatório onde
será exposta a matéria de fato e de direito, concluído pela inocência ou responsabilidade do indiciado,
indicando, no último caso, as disposições legais que entender transgredidas e as respectivas penas.
Art. 224. Recebido o processo, a autoridade competente proferirá a decisão no prazo de quarenta e cinco
dias.
§ 1º. A autoridade julgadora decidirá à vista dos fatos apurados pela comissão, não ficando, todavia,
vinculada à conclusões do relatório.
§ 2º. Se a autoridade julgadora entender que os fatos não foram apurados devidamente, determinará o
reexame do inquérito pela própria comissão ou através de outra a ser designada da mesma forma que a
anterior.
Art. 225. O funcionário só poderá ser exonerado, a pedido, após a conclusão do Inquérito Administrativo a
que responder e do qual não resultar pena de demissão ou demissão a bem do serviço público.
TITULO VII
DOS FUNCIONÃRIOS EM SITUAÇÃO ESPECIAL
Capítulo Único
47

DO SERVIÇO RELATIVO À EDUCAÇÃO


Art. 226. Aos funcionários que desempenham trabalho de magistério são mantidos os direitos previstos em
estatuto próprio, sem prejuízo dos deveres e direitos estabelecidos nesta Lei, os quais não serão
cumulativos.
TITULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÕRIAS
Capítulo Único
Art. 227. O dia 28 de outubro é consagrado ao funcionário público.
Art. 228. Os prazos previstos neste Estatuto contar-se-ão por dias corridos, não se computando o dia de
início e prorrogando-se o vencimento que incidirá em sábado, domingo ou feriado para o primeiro dia útil
seguinte.
Art. 229. Lei especial instituirá o Plano de Carreira a dos Funcionários do Município.
Art. 230. Para atender aos casos de necessidade temporária de excepcional interesse público, poderão ser
efetuadas contratações de pessoal por tempo determinado, na forma estabelecida na Lei nº 7.453, de 5 de
julho de 1989, que fica mantida no que não colidir com as normas deste Estatuto.
Art. 231. A vantagem pessoal de que trata o artigo 32 da Lei n2 7.444, de 17 de maio de 1989, fica extinta e
substituída pelo adicional do cargo em comissão, artigo 79 desta Lei, ressalvados, sem caráter cumulativo, o
direito adquirido e os casos pendentes da hipótese do artigo 42 da supracitada lei, até o término do recesso
posterior a este período legislativo.
§ 1º. Ao funcionário, ativo ou inativo, que venha percebendo a vantagem pessoal do sistema anterior, fica
assegurado o direito de optar pelo adicional do cargo em comissão, devendo manifestar sua opção até o
nonagésimo dia da vigência desta Lei.
§ 2º. A falta de manifestação escrita, no prazo aqui estipulado, será considerada opção definitiva e
irrevogável pelo sistema anterior.
Art. 232. O adicional previsto no artigo 79, inciso I, desta Lei, em sistema de triênios, substitui qualquer
outro adicional por tempo de serviço.
Art. 233. A licença especial de que trata o artigo 123 da Lei n2 7.000, de 27 de julho de 1976, fica
substituída pela licença prêmio, na forma estabelecida no artigo 93, inciso X, deste Estatuto.
Art. 234. Esta Lei entra em vigor no dia 28 de outubro deste ano, mas as obrigações financeiras dela
resultantes somente terão vigência a partir de 1º de janeiro do próximo exercício orçamentário.
Art. 235. Serão subsidiários do presente Estatuto, nos casos omissos, os Estatutos dos Funcionários Públicos
Civis da União e do Estado.
Art. 236. Ressalvados o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, são revogadas as
disposições em contrário.
Historia de Belém
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Belém é um município brasileiro, capital do estado do Pará. É a segunda cidade mais populosa da região
Norte e a maior Região Metropolitana do Norte [4], é conhecida como "Metrópole da Amazônia". A cidade
possui o maior IDH entre as capitais nortistas[5] e concentra a maior população metropolitana da região [6].
A capital paraense, excluindo-se da população metropolitana, conta com cerca de 1.424.124 habitantes.
Assemelhando-se a uma península, cercada por água, áreas militares e de proteção ambiental, teve pouco
espaço para expansão, ocasionando conurbação com municípios próximos dando origem a Grande Belém que
tem população estimada em 2,1 milhões de habitantes.
Pela abundância de mangueiras em suas ruas, é popularmente chamada de “Cidade das Mangueiras”.
Denominada também de “Cidade Morena”, característica herdade da miscigenação do povo português com
os índios Tupinambás, nativos habitantes da região à época da fundação.
Há 200 anos, a corte portuguesa embarcava em direção ao Brasil, numa viagem que mudaria completamente
o rumo da história brasileira. A família real foi para o Rio de Janeiro, mas na região Norte, outra cidade se
preparou para ser a capital do reino: Belém do Pará virou a Capital das Especiarias. No século XX, na
década de 70, a imigração japonesa fez do Pará um dos maiores exportadores mundiais da pimenta do reino,
a mais nobre das especiarias da Índia. O Pará hoje é o maior produtor de pimenta do reino do Brasil.[7][8]
Em seus quase 400 anos de história, Belém vivenciou momentos de plenitude entre os quais o período áureo
da borracha, no início do século XX, quando o município recebeu inúmeras famílias européias, o que veio a
influenciar grandemente a arquitetura de suas edificações, ficando conhecida na época como Paris
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n'América. Hoje, apesar de ser cosmopolita e moderna em vários aspectos, Belém não perdeu o ar tradicional
das fachadas dos casarões, das igrejas e capelas do período colonial.
Historicamente, constituiu-se na principal via de entrada na região norte do Brasil, devido a sua privilegiada
posição geográfica. Situada às margens do rio Guamá, próxima à foz do rio Amazonas, abriga o moderno
Aeroporto Internacional de Val de Cans. Com sua localização no extremo Norte da malha rodoviária
brasileira BR-316 (Nordeste), BR-010 (Belém-Brasília) e PA-150 (Alça Viária), Belém pode ser facilmente
acedida por vias terrestre, aérea e fluvial, sendo uma das principais entradas para toda a região norte.
História
A região onde a atual cidade se localiza era primitivamente ocupada pelos Tupinambás.
O estabelecimento do primitivo núcleo do município remonta ao contexto da conquista da foz do rio
Amazonas, à época da Dinastia Filipina, por forças luso-espanholas sob o comando do capitão Francisco
Caldeira Castelo Branco, quando, a 12 de janeiro de 1616, fundou o Forte do Presépio.
A povoação que se formou ao seu redor foi inicialmente denominada de Feliz Lusitânia. Posteriormente foi
sucessivamente denominada como Santa Maria do Grão Pará, Santa Maria de Belém do Grão Pará, até à
atual denominação de Belém. Belém foi a primeira capital da Amazônia. [9]
Nesse período ao lado da atividade de coleta das chamadas drogas do Sertão a economia era baseada na
agricultura de subsistência, complementada por uma pequena atividade pecuária e pela pesca praticada por
pequenos produtores que habitavam, principalmente, na ilha do Marajó e na ilha de Vigia. Distante dos
núcleos decisórios das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil e fortemente ligada a Portugal, Belém
reconheceu a Independência do Brasil apenas a 15 de agosto de 1823, quase um ano após a sua proclamação.
Era da Borracha
Na Era da Borracha ou Ciclo da Borracha, Belém vivenciou a Belle Époque, momentos de luxo e glamour.
Belém e Manaus eram na época consideradas as cidades brasileiras das mais desenvolvidas e umas das mais
prósperas do mundo, principalmente Belém, não só pela sua posição estratégica - quase no litoral -, mas
também porque sediava um maior número de residências de seringalistas, casas bancárias e outras
importantes instituições que Manaus.
O apogeu foi entre 1890 e 1920, gozando de tecnologias que outras cidades do sul e sudeste do Brasil ainda
não possuíam. A cidade possuía o Cinema Olympia (até hoje possui, sendo o cinema mais antigo do Brasil
em funcionamento), considerado um dos mais luxuosos e modernos de seu tempo, inaugurado em 21 de abril
de 1912 no auge do cinema mudo internacional. A cidade possui o famoso Teatro da Paz, considerado um
dos mais belos do Brasil, inspirado no Teatro Scala, de Milão, o mercado do Ver-o-Peso, a maior feira livre
da América Latina,o Palácio Antônio Lemos, o Colégio Gentil Bittencourt e Praça Batista Campos.

Pela mesma razão, foram atraídas nesse período levas de imigrantes estrangeiros como portugueses, chineses,
franceses, japoneses, espanhóis e outros grupos menores, com o fim de desenvolverem a agricultura nas
terras da Zona Bragantina.
A comarca da capital, com sede em Belém, envolvia além do seu município, os de Acará, Ourém e Guamá.
Possuía quinze freguesias: a de Nossa Senhora da Graça da Sé, Sant'Ana da Campina, Santíssima Trindade e
Nossa Senhora de Nazareth do Desterro, estas na capital. No interior as de São José do Acará, de São
Francisco Xavier de Barcarena, de Nossa Senhora da Conceição de Benfica, de Sant'Ana de Bujaru, de Nossa
Senhora do Ó do Mosqueiro, de Sant'Ana do Capim, de São Domingos da Boa Vista, de São João Batista do
Conde, de São Miguel do Guamá, de Nossa Senhora da Piedade de Irituia e do Divino Espírito Santo de
Ourém.
Observa-se que nessa época o indígena teve participação direta na economia local, por já está mais reservado
nas áreas afastadas dos centros urbanos vivendo sua própria cultura, depois de ter enfrentado por muitas
vezes os colonizadores em muitos conflitos.
Cresceu, em contrapartida, o comércio de escravos trazidos para os trabalhos gerais necessários e surgiu a
figura do caboclo que já se desenvolvia com a miscigenação.
Memorial da Cabanagem, projetado por Oscar Niemeyer.
Cabanagem
Entre os anos de 1835 e 1840 o município esteve no centro da revolta dos Cabanos, considerada a de
participação mais autenticamente popular da história do país, única onde a população efetivamente derrubou
o governo local. Posteriormente receberia o título de Imperial Município, conferido por D. Pedro II (1840-
1889). Entre as causas dessa revolta citam-se a extrema miséria do povo paraense e a irrelevância política à
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qual a província foi relegada após a independência do Brasil. A denominação Cabanagem remete ao tipo de
habitação da população ribeirinha mais pobre, formada principalmente por mestiços, escravos libertos e
índios. A elite fazendeira do Grão-Pará, embora morasse muito melhor, ressentia-se da falta de participação
nas decisões do governo central, dominado pelas províncias do Sudeste e do Nordeste.
Região Metropolitana de Belém
A Região Metropolitana de Belém (Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara)
Criada por lei complementar federal em 1973 (alterada em 1995), a Região Metropolitana de Belém, com
2.078.405 habitantesIBGE/2008 [1], compreende os municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba
e Santa Bárbara do Pará.
O município de Ananindeua, que já foi considerado "cidade-dormitório" ou "anexo de Belém", apresentou
um grande desenvolvimento nos últimos dez anos, tornando-se, hoje, a terceira maior cidade da Amazônia e
a 39ª do Brasil. Segundo as estimativas de 2008 do IBGE, o município conta com 495.480 habitantes.[1] O
crescimento decorre da falta de espaço na capital paraense e consolidou-se com a construção do conjunto
habitacional Cidade Nova, na década de 1980, que desponta como uma boa alternativa próxima a Belém.
Área do Entorno
Santa Isabel do Pará, localizada 36 quilômetros de Belém, não faz parte da região metropolitana, porém,
encontra-se em processo de conurbação com Benevides. Outras cidades próximas, como Castanhal e
Abaetetuba, seguem o mesmo caminho e já ultrapassaram a marca de cem mil habitantes cada uma. A região
do "Entorno de Belém", que compreende municípios em um raio de até 60 quilômetros a partir da capital
paraense, tem uma população que se aproxima de 3 milhões de pessoas, incluindo a região metropolitana.
Principais mercados municipais
Mercado de São Brás
Mercado do Ver-o-Peso (1688): na área da Cidade Velha e diretamente às margens da baía do Guajará,
abastece a cidade com produtos alimentícios do interior paraense, fornecidos pricipalmente por via fluvial. O
posto fiscal criado em 1688 no porto do Piri que, a partir de então foi popularmente denomindo lugar de Ver-
o-Peso, deu origem ao nome do mercado, já que era obrigatório ver o peso das mercadorias que saiam ou
chegavam à Amazônia, arrecadando-se os impostos correspondentes.
Mercado de São Brás (1911): Na Praça Floriano Peixoto, próximo à antiga "Estação de Ferro de Bragança",
foi construído na primeira década do século XX, em função da grande movimentação comercial gerada pela
ferrovia Belém/Bragança. Na mesma época, o intendente Antônio Lemos estabeleceu uma política para
descentralizar o abastecimento da cidade, até então o Ver-o-Peso. O abastecimento começou a ser expandido
para os bairros, a exemplo do que ocorreu em São Brás. O mercado de São Brás foi inaugurado no dia 21 de
maio de 1911, em estilo art nouveau e neoclássico. Em suas dependências, funcionam lojas de artesanato,
produtos
Turismo
Belém, conhecida também como Portão de Entrada da Amazônia, proporciona diversas possibilidades de
cultura e lazer. A cidade é rica em história, cultura, cores, cheiros, sabores e em natureza, podendo ser
observado nos seus diversos pontos turísticos. A capital paraense desponta como grande roteiro turístico do
Brasil, gerando uma excelente oportunidade para investimentos turísticos. O conforto da civilização e o
fascínio das matas pode-se encontrar em um só lugar.
Principais atrações turísticas
Estação das Docas
Museu Paraense Emílio Goeldi
Parque da Residência
Bioparque Amazônia, parque particular, criado pelo Dr. Jorge Aarão Monteiro, em 1989.
Bondinho de Belém
Casa das Onze Janelas, é um famoso edifício histórico, construído no século XVIII.
Complexo Feliz Lusitânia, localiza-se as margens da baía do Guajará.
Complexo Ver-o-Peso, formado pelo mercado de peixe e o de carne, a estrutura é toda feita em ferro e foi
trazida da Inglaterra. Em 1977, o complexo foi tombado pelo Instituto Histórico e Arquitetônico Nacional
IPHAN.
Estação das Docas, Estação, assim também conhecida, possui um moderno terminal fluvial, o Amazon River,
com ancoradouro flutuante, capaz de aportar até 4 embarcações de 70 pés. Diariamente são realizados
diversos passeios fluviais pela orla e ilhas de Belém, partindo do Amazon River.
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Estádio Olímpico do Pará (1978)


Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, o Centro de Convenções conta com uma área total de
64.000m² e 25.000m² de área construída totalmente integrada ao ambiente amazônico, o HANGAR está
equipado com recursos de última tecnologia e preparado para qualquer tipo de evento, como feiras,
congressos, convenções, encontros, seminários, simpósios e exposições.
Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves
Mangal das Garças, localizado às margens do rio Guamá, fica em pleno centro histórico, o parque é resultado
da revitalização de uma área de 40.000m2, no entorno do Arsenal da Marinha.
Museu Paraense Emílio Goeldi, criado em 6 de outubro de 1866, é a mais antiga instituição de pesquisas da
região Amazônica.
Orla de Icoaraci, um dos mais bonitos pontos turísticos de Belém.
Parque da Residência, residência oficial dos governadores do estado, agora é a sede da Secretaria Executiva
de Cultura (SECULT)do estado do Pará.
Planetário Sebastião Sodré da Gama, planetário vinculado a UEPA.
Theatro da Paz, construído com recursos auferidos da exportação de látex, no Ciclo da Borracha.
Ver-o-Rio, Numa área de cinco mil metros quadrados de frente para a baía do Guajará, o projeto alia
contemplação à natureza com a praticidade na utilização do espaço urbano.
Centros históricos
Catedral Metropolitana de Belém, localizado no bairro da cidade velha.
Cidade Velha - conhecido como Centro Histórico de Belém, o local tem como característica principal a
herança arquitetônica do período Brasil Colônia. O bairro é um dos maiores referenciais do patrimônio
histórico e cultural do Pará. O bairro nasceu com a construção do Forte do Presépio, hoje chamado Forte do
Castelo, construído a mando da Coroa portuguesa, no início do século XVI. Na Cidade Velha surgiu a
primeira rua de Belém, a rua da Ladeira, que liga a Feira do Açaí ao Largo da Sé e onde se encontram bares e
restaurantes antigos e simples. Outro lugar famoso do bairro é a Praça do Relógio, onde se localiza um
relógio inglês levantado na década de trinta, com seus 12 metros de altura. Nela também está localizada a
Catedral Metropolitana, a praça Dom Pedro II, igreja das Mercês, o prédio da prefeitura, o complexo Feliz
Lusitânia e o Mangal das Garças.
Engenho Murucutu - Ruínas do antigo engenho de cana-de-açúcar prospero, móvido a vapor, que contava
com muitos escravos. Foi destruído à época da Cabanagem, construído no século XVIII. Destacando-se a
Capela de Nossa Senhora da Conceição 1711, em estilo neoclássico, cuja obra é atribuída a Antônio José
Landi.
Nossa Senhora de Nazaré.
O município sedia o Círio de Nazaré, que acontece anualmente no segundo domingo de outubro e que reúne
cerca de dois milhões de fiéis. O Círio de Nazaré, em devoção a Nossa Senhora de Nazaré, é a maior festa
cristã do país e a maior procissão católica do mundo [18], sendo celebrada desde 1793, no município de Belém
do Pará. Atualmente as manifestações de devoção profanas e religiosas estendem-se por quinze dias, durante
a chamada quadra Nazarena. Entre os pontos altos dessa manifestação, destacam-se:
A Romaria Fluvial A Romaria Rodoviária A Moto-Romaria Transladação A Procissão do Círio O Círio
própriamente dito Recírio
Eventos
Por ser a cidade mais antiga da Amazônia e com todas as condições infraestruturais, tendo o Aeroporto
Internacional de Belém, considerado um dos mais modernos, terminal de uma das maiores malhas aéreas do
país e com inúmeras ligações nacionais e o exterior, Belém é palco de grandes eventos da Amazônia, que vão
desde eventos municipais até internacionais e está entre as 5 cidades brasileiras mais citadas para a realização
de grandes eventos, de acordo com pesquisa nacional feita pelo SEBRAE/FBC&VB (2002) e além da
gastronomia, atrações de lazer e turismo que são diversos na Região Metropolitana.

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