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Lista Extra 01 - 2022

LÍNGUA PORTUGUESA | PISM


Prof.: Charles Dias Gonçalves

Figuras da Linguagem 04. (USF-SP) Leia estes versos:


Questões: “As ondas amarguradas
01. (UFF) Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão Encostam a cabeça nas pedras do cais.
de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, Até as ondas possuem
rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a Uma pedra para descansar a cabeça.
condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio Eu na verdade possuo
universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Todas as pedras que há no mundo,
Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas Mas não descanso”.
chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para (Murilo Mendes)
transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em A figura de linguagem que ocorre nos versos 5 e 6 é:
abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do a) metáfora
campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição b) sinédoque
A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das c) hipérbole
tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, d) aliteração
os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos e) anáfora
das ações bélicas.
Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, 05. (VUNESP) Na frase: "O pessoal estão exagerando, me disse ontem
pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é um camelô", encontramos a figura de linguagem chamada:
aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa a) silepse de pessoa
canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou b) elipse
compaixão; ao vencedor, as batatas. c) anacoluto
(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro, Civilização d) hipérbole
Brasileira/INL, 1976.) e) silepse de número

Assinale dentre as alternativas abaixo, aquela em que o uso da vírgula 06. (UFU) Cada frase abaixo possui uma figura de linguagem. Assinale
marca a supressão (elipse) do verbo: aquela que não está classificada corretamente:
a) Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas. a) O céu vai se tornando roxo e a cidade aos poucos agoniza.
b) A paz, nesse caso, é a destruição (…) (prosopopeia)
c) Daí a alegria da vitória, os hinos, as aclamações, recompensas b) "E ele riu frouxamente um riso sem alegria". (pleonasmo)
públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. c) Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora)
d) (…) mas, rigorosamente, não há morte (…) d) "Toda vida se tece de mil mortes." (antítese)
e) Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se e) Ele entregou hoje a alma a Deus. (eufemismo)
(…)
07. (VUNESP) No trecho: “…dão um jeito de mudar o mínimo para
02. (Fuvest) A catacrese, figura que se observa na frase “Montou o continuar mandando o máximo”, a figura de linguagem presente é
cavalo no burro bravo”, ocorre em: chamada:
a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo. a) metáfora
b) hipérbole
b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e
c) hipérbato
sepultura.
d) anáfora
c) Apressadamente, todos embarcaram no trem. e) antítese
d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.
e) Amanheceu, a luz tem cheiro. 08. (FATEC) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale a alternativa em
que aparece a mesma figura de linguagem que há na frase acima:
03. (FEI) Assinalar a alternativa correta, com relação às figuras de a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes."
linguagem, presentes nos fragmentos a seguir: b) "Nasci na sala do 3° ano."
I. “Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão c) "O bonde passa cheio de pernas."
puro viste.”
d) "O meu amor, paralisado, pula."
II. “A moral legisla para o homem; o direito, para o cidadão.”
e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."
III. “A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores
porém, discordavam.”
09. (Enem 2004)
IV. “Isaac a vinte passos, divisando a vulto de um, para, ergue a mão em
viseira, firma os olhos.” Cidade grande
a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto
Quanta indústria em Montes Claros.
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato Montes Claros cresceu tanto,
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo ficou urbe tão notória,
e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
OBS.: Hipálage: figura sintática e semântica da transposição das por enquanto, e mais promete.
relações naturais de dois elementos em uma proposição (a conexão que (Carlos Drummond de Andrade)
logicamente se faria com uma das palavras presentes é feita com outra: o Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a
sapateiro meteu o sapato na fôrma, em vez de o sapateiro meteu a a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à
fôrma no sapato ; poeira já morta de moscas antigas, por poeira antiga própria linguagem.
de moscas já mortas ). b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.

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c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com a) onomatopeia
intenção crítica. b) hipérbole
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio c) metáfora
e objetivo. d) catacrese
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, e) sinestesia
atribuindo-lhes vida.
16. (Unicamp 2016)
10. (FAU-Santos) Nos versos: Morro da Babilônia
“Bomba atômica que aterra
Pomba atônita da paz À noite, do morro
Pomba tonta, bomba atômica...” descem vozes que criam o terror
(terror urbano, cinquenta por cento de cinema,
A repetição de determinados elementos fônicos é um recurso estilístico e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na língua
denominado: Geral).
a) hiperbibasmo Quando houve revolução, os soldados
b) sinédoque espalharam no morro,
c) metonímia o quartel pegou fogo, eles não voltaram.
d) aliteração Alguns, chumbados, morreram.
e) metáfora O morro ficou mais encantado.
Mas as vozes do morro
OBS.: Hiperbibasmo: deslocação do acento tônico de uma palavra não são propriamente lúgubres.
(p.ex., na passagem do latim para o português: lat. erāmus - Há mesmo um cavaquinho bem afinado
port. éramos ). que domina os ruídos da pedra e da folhagem
e desce até nós, modesto e recreativo,
como uma gentileza do morro.
11. (Mackenzie) Nos versos abaixo, uma figura se ergue graças ao
conflito de duas visões antagônicas: (Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo. São Paulo:
“Saio do hotel com quatro olhos, Companhia das Letras, 2012, p.19.)
- Dois do presente, No poema “Morro da Babilônia”, de Carlos Drummond de Andrade,
- Dois do passado.”
a) a menção à cidade do Rio de Janeiro é feita de modo indireto,
Esta figura de linguagem recebe o nome de: metonimicamente, pela referência ao Morro da Babilônia.
a) metonímia b) o sentimento do mundo é representado pela percepção particular
b) catacrese sobre a cidade do Rio de Janeiro, aludida pela metáfora do Morro da
c) hipérbole Babilônia.
d) antítese c) o tratamento dado ao Morro da Babilônia assemelha-se ao que é dado
e) hipérbato a uma pessoa, o que caracteriza a figura de estilo denominada
paronomásia.
12. (ITA) Em qual das opções há erro de identificação das figuras? d) a referência ao Morro da Babilônia produz, no percurso figurativo do
a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." poema, um oxímoro: a relação entre terror e gentileza no espaço urbano.
(eufemismo)
b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopeia) 17. (Insper 2013)
c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos na violenta Rio de POÇAS D’ÁGUA
Janeiro. (silepse de número)
d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração) As poças d´água são um mundo mágico
e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia). Um céu quebrado no chão
Onde em vez de tristes estrelas
13. (PUC-SP) Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou Brilham os letreiros de gás Néon.
nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas estantes do major" e "...o (Mario Quintana, Preparativos de viagem, São Paulo, Globo, 1994.)
essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja"
encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem: Levando-se em conta o texto como um todo, é correto afirmar que a
a) prosopopeia e hipérbole metáfora presente no primeiro verso se justifica porque as poças
b) hipérbole e metonímia a) estimulam a imaginação.
c) perífrase e hipérbole b) permitem ver as estrelas.
d) metonímia e eufemismo c) são iluminadas pelo Néon.
e) metonímia e prosopopeia. d) se opõem à tristeza das estrelas.
e) revelam a realidade como espelhos.
14.  (CESGRANRIO) Na frase "O fio da ideia cresceu, engrossou e
partiu-se" ocorre processo de gradação. Não há gradação em: 18. (UERJ-2014)
a) O carro arrancou, ganhou velocidade e capotou. A namorada
b) O avião decolou, ganhou altura e caiu. Havia um muro alto entre nossas casas.
c) O balão inflou, começou a subir e apagou. 1
Difícil de mandar recado para ela.
d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se. Não havia e-mail.
e) João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu. 2
O pai era uma onça.
15. (FUNCAB-ES) As figuras de linguagem são usadas como recursos A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
estilísticos para dar maior valor expressivo à linguagem. um cordão
No seguinte trecho “Tu és a chuva e eu sou a terra [...]” predomina a E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
figura, denominada: Se a namorada respondesse pela mesma pedra

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Era uma glória! a) uma metáfora, já que compara a maldade com o oceano.
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da b) uma hipérbole, pois expressa a ideia de uma maldade exagerada.
goiabeira c) um eufemismo, já que não afirma diretamente o quanto há de
E então era agonia. maldade.
No tempo do onça era assim. d) uma ironia, pois se reconhece a maldade, mas ficam pressupostos
(Manoel de Barros. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.) outros sentidos.
O pai era uma onça (ref. 2). Nesse verso, a palavra onça está empregada e) um pleonasmo, já que entre maldade e oceânicas há uma repetição de
em um sentido que se define como: sentido.
a) enfático
b) antitético 22. (UFPE) Assinale a alternativa em que o autor NÃO utiliza
c) metafórico prosopopeia.
d) metonímico a) “Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu.”
(Clarice Lispector)
19.  (IFPE-2016) Responda à questão com base na tirinha abaixo. b) “As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se
dissolvem…” (Drummond)
c) “A poesia vai à esquina comprar jornal”. (Ferreira Gullar)
d) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um suspiro do
mundo.” (Clarice Lispector)
e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de
Melo Neto)

23. (Enem)

O humor da tirinha foi conferido, sobretudo, pela não compreensão por


parte da personagem Chico Bento da figura de linguagem utilizada por
seu interlocutor. A essa referida figura de linguagem dá-se o nome de
a) anáfora
b) metonímia
c) perífrase
d) hipérbole
e) aliteração

20. (PUC-SP-2007) Em uma grande concessionária de São Paulo leu-se Nessa tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas
a seguinte chamada: “Queima total de seminovos”. A mesma estratégia figuras de linguagem para
foi utilizada em uma chamada de um grande hipermercado, em que se a) condenar a prática de exercícios físicos.
podia ler: “Grande queima de colchões”. Acerca dos sentidos criados b) valorizar aspectos da vida moderna.
por essas chamadas, é apropriado afirmar que c) desestimular o uso das bicicletas.
a) em ambas há uma utilização da linguagem em seu sentido d) caracterizar o diálogo entre gerações.
estritamente literal. e) criticar a falta de perspectiva do pai.
b) apenas em uma delas a linguagem foi utilizada em seu sentido
estritamente literal. 24. FGV - A charge abaixo, publicada no jornal O Dia (PI) em 1 de abril
c) em ambas o sentido é metafórico e é apreendido pela associação com de 2015, produz humor apoiada numa figura de linguagem expressa
o contexto. graficamente, figura essa denominada:
d) em ambas o sentido é metafórico e é apreendido apenas pelas regras
gramaticais.
e) em ambas o sentido é metafórico e não pode ser apreendido porque é
incoerente.

21. (UNIFESP-2005)
Maria Bofetão
A surra que Maria Clara aplicou na vilã Laura levantou a audiência da
novela Celebridade.
Na segunda-feira passada, 28 tabefes bem aplicados pela heroína Maria
Clara (Malu Mader) derrubaram a ignóbil Laura (Cláudia Abreu) e
levantaram a audiência de Celebridade, a novela das 8 da Globo. (…)
Tanto a mocinha quanto a vilã ganharam nova dimensão nos últimos
tempos. Maria Clara, depois de perder sua fortuna, deixou de ser apenas
uma patricinha magnânima e insossa, a aborrecida Maria Chata. Ela
ganhou fibra e mostrou que não tem sangue de barata. Quanto à Laura, a) metáfora b) metonímia c) hipérbole d) pleonasmo e) catacrese
ficou claro que sua maldade tem proporções oceânicas: continuou com
suas perfídias mesmo depois de conquistar a fama e o dinheiro que
almejava. Por tripudiar tanto assim sobre a inimiga, atraiu o ódio dos 25. (FGV) Eu e ele
noveleiros. (Veja, 05.05.2004.) No vertiginoso mundo dos computadores o meu, que devo ter há uns
Em “Quanto à Laura, ficou claro que sua maldade tem proporções quatro ou cinco anos, já pode ser definido como uma carroça. Nosso
oceânicas”, a figura de linguagem presente é convívio não tem sido muito confortável. Ele produz um texto limpo, e é

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só o que lhe peço. Desde que literalmente metíamos a mão no barro e b) gradação e comparação.
depois gravávamos nossos símbolos primitivos com cunhas em tabletes c) hipérbato e silepse.
até as laudas arrancadas da máquina de escrever para serem revisadas d) ironia e sinestesia.
com esferográfica, não havia processo de escrever que não deixasse e) metáfora e metonímia.
vestígio nos dedos. Nem o abnegado monge copiando escrituras na sua
cela asséptica estava livre do tinteiro virado. Agora, não. Damos ordens
29. A democracia já não se reduz a uma esperança, não é mais uma
ao computador, que faz o trabalho sujo por nós. Deixamos de ser
questão, não é apenas um direito, não é somente o apanágio de uma
trabalhadores braçais e viramos gerentes de texto. Ficamos
cidade ilustrada como Atenas, ou de um grande povo como o romano: é
pós‐industriais. Com os dedos limpos. Mas com um custo. Nosso
mais, é tudo nas sociedades modernas. De mera previsão, converteu-se
trabalho ficou menos respeitável. O que ganhamos em asseio perdemos
em fato; de opinião controversa, transformou-se em realidade viva;
em autoridade. A um computador não se olha de cima, como se olhava
deixou de ser puro direito para ser direito e força; passou de simples
uma máquina de escrever. Ele nos olha na cara. Tela no olho. A máquina
fenômeno local a lei universal e onipotente. Enquanto alguns discutem
de escrever fazia o que você queria, mesmo que fosse a tapa. Já o
ainda se ela deve ser, já ela é. Como o crescer silencioso, mas
computador impõe certas regras. Se erramos, ele nos avisa. Não diz
incessante, do fluxo do oceano, sobe e espraia-se calada, mas
“Burro!”, mas está implícito na sua correção. Ele é mais inteligente do
continuamente. Cada onda que se aproxima, e recua depois, estende os
que você. Sabe mais coisas, e está subentendido que você jamais
limites do poderoso elemento. Os espíritos que não veem muito
aproveitará metade do que ele sabe. Que ele só desenvolverá todo o seu
deixam-se dormir, entretanto, recostados indolentemente à margem que
potencial quando estiver sendo programado por um igual. Isto é, outro
as águas não tardarão em invadir, porque a enchente cresce linha a linha
computador. A máquina de escrever podia ter recursos que você também
sem que a percebam, e, como a onda retrocede sempre, parece-lhes que,
nunca usaria (abandonei a minha sem saber para o que servia
retrocedendo, perdeu todo o terreno vencido.
“tabulador”, por exemplo), mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar
de quem só aguenta os humanos por falta de coisa melhor, no momento. (...) Rui Barbosa. Obras completas de Rui Barbosa. Vol. I (1865-1871),
Eu e o computador jamais seríamos íntimos. Nosso relacionamento é tomo I, p. 19-20.
puramente profissional. Mesmo porque, acho que ele não se rebaixaria Identifique a figura presente em Os espíritos que não veem muito.
ao ponto de ser meu amigo. E seu ar de reprovação cresce. Agora a) metáfora
mesmo, pedi para ele enviar esta crônica para o jornal e ele perguntou: b) sinestesia
“Tem certeza?” c) paradoxo
(Luís Fernando Veríssimo) d) hipérbole
O computador é personificado no texto, atribuindo-se-lhe ações e) gradação
humanas. Assinale o segmento que não comprova essa afirmativa.
a) “Ele nos olha na cara. Tela no olho.” 30. “O fato tem gerado pressão de demanda nos hospitais. Em
b) “Já o computador impõe certas regras.” consequência, (X) ampliação de despesas decorrentes de atendimento
c) “Se erramos, ele nos avisa.” médico e de internação. Os acidentes de trânsito causam prejuízo anual
d) “Não diz ‘Burro!’.” de cerca de R$ 28 bilhões ao país – além das perdas irreparáveis de
e) “Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está vidas. A Gazeta (ES), "Editorial".”
subentendido que você jamais aproveitará metade do que ele sabe.” A figura de linguagem representada por (X) é:
a) hipérbato
26. (VUNESP) b) eufemismo
“Encostei-me a ti, sabendo bem que eras somente onda. c) zeugma
Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti. d) hipálage
Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil, e) catacrese
Fiquei sem poder chorar, quando caí.”
31. (Enem 2007) O açúcar
Nesse poema, a fim de caracterizar a transitoriedade dos sentimentos,
dos afetos, o eu lírico se vale de O branco açúcar que adoçará meu café
a) hipérbole, intensificando, por meio de expressões exageradas, o nesta manhã de Ipanema
relacionamento amoroso. não foi produzido por mim
b) eufemismo, empregando termos como encostei-me e depus para nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
amenizar a desilusão amorosa. Vejo-o puro
c) antítese, apresentando expressões de sentido oposto, como Sabendo e afável ao paladar
bem e sem poder chorar, a fim de realçar os sentimentos do eu lírico. como beijo de moça, água
d) metáfora, empregando palavras com sentido que não lhes é comum, na pele, flor
para mostrar a fragilidade dos sentimentos da pessoa amada. que se dissolve na boca. Mas este açúcar
e) pleonasmo, intensificando o sentimento amoroso do ser amado por não foi feito por mim.
meio da redundância. Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
27. (VUNESP) Na frase – Hoje vivemos o supremo paradoxo: nunca se [dono da mercearia.
tiraram tantas fotos; nunca elas tiveram tão pouco valor. –, a palavra
Este açúcar veio
paradoxo expressa ideia de
de uma usina de açúcar em Pernambuco
a) contradição. b) padronização. c) igualdade. d) modéstia. e)
ou no Estado do Rio
descontentamento.
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
28. “De médico e louco, todos temos um pouco.”
e veio dos canaviais extensos
Esse conhecido provérbio exemplifica o uso de duas figuras de
linguagem, a saber: que não nascem por acaso
a) antítese e onomatopeia. no regaço do vale.
(...)

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Em usinas escuras, A narrativa enxuta e dinâmica de Fernando Bonassi configura um painel
homens de vida amarga evolutivo da história da humanidade. Nele, a projeção do olhar
e dura contemporâneo manifesta uma percepção que:
produziram este açúcar A) recorre à tradição bíblica como fonte de inspiração para a
branco e puro humanidade.
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema. B) desconstrói o discurso da filosofia a fim de questionar o conceito de
dever.
Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, C) resgata a metodologia da história para denunciar as atitudes
1980, p. 227-8. irracionais.
A antítese que configura uma imagem da divisão social do trabalho na D) transita entre o humor e a ironia para celebrar o caos da vida
sociedade brasileira é expressa poeticamente na oposição entre a doçura cotidiana.
do branco açúcar e E) satiriza a matemática e a medicina para desmistificar o saber
a) o trabalho do dono da mercearia de onde veio o açúcar. científico.
b) o beijo de moça, a água na pele e a flor que se dissolve na boca.
c) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se produz o 35. (Enem 2013)
açúcar.
d) a beleza dos extensos canaviais que nascem no regaço do vale.
e) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.

33. (Enem 2014)

A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frente ao uso


social da tecnologia para fins de interação e de informação. Tal
posicionamento é expresso, de forma argumentativa, por meio de uma
atitude:
A) crítica, expressa pelas ironias.
B) resignada, expressa pelas enumerações.
C) indignada, expressa pelos discursos diretos.
D) agressiva, expressa pela contra argumentação.
E) alienada, expressa pela negação da realidade.

36. (Enem 2016)


Os meios de comunicação podem contribuir para a resolução de Chegou de Montes Claros uma irmã da nora de tia Clarinha e foi visitar
problemas sociais, entre os quais o da violência sexual infantil. Nesse tia Agostinha no Jogo da Bola. Ela é bonita, simpática e veste-se muito
sentido, a propaganda usa a metáfora do pesadelo para: bem. [...] Ficaram as tias todas admiradas da beleza da moça e de seus
A) informar crianças vítimas de abuso sexual sobre os perigos dessa modos políticos de conversar. Falava explicado e tudo muito correto.
prática, contribuindo para erradicá-la. Dizia "você" em vez de "ocê". Palavra que eu nunca tinha visto ninguém
falar tão bem; tudo como se escreve, sem engolir um s nem um r. Todas
B) denunciar ocorrências de abuso sexual contra meninas, com o
nós ficamos de boca aberta e com medo de falar perto dela. Tia
objetivo de colocar criminosos na cadeia.
Agostinha mandou vir uma bandeja de uvas e lhe perguntou se ela
C) dar a devida dimensão do que é o abuso sexual para uma criança, gostava de uvas. Ela respondeu: "Aprecio sobremaneira um cacho de
enfatizando a importância da denúncia. uvas, Dona Agostinha". Estas palavras nos fizeram ficar de queixo
D) destacar que a violência sexual infantil predomina durante a noite, o caído. Uma moça de Montes Claros dizer uma frase tão bonita! Depois
que requer maior cuidado dos responsáveis nesse período. ela foi passear com outras e Iaiá aproveitou para lhe fazer elogios e
E) chamar a atenção para o fato de o abuso infantil ocorrer durante o comparar conosco. Ela dizia: "Vocês não tiveram inveja de ver uma
sono, sendo confundido por algumas crianças com um pesadelo. moça [...] falar tão bonito como ela? Vocês devem aproveitar a
companhia dela para aprenderem". […] Na hora do jantar eu e as primas
34. (Enem 2015) Primeiro surgiu o homem nu de cabeça baixa. Deus começamos a dizer, para enfezar Iaiá: "Aprecio sobremaneira as batatas
veio num raio. Então apareceram os bichos que comiam os homens. E se fritas", "Aprecio sobremaneira uma coxa de galinha".
fez o fogo, as especiarias, a roupa, a espada e o dever. Em seguida se
criou a filosofia, que explicava como não fazer o que não devia ser feito. (MORLEY, H. Minha vida de menina: cadernos de uma menina
Então surgiram os números racionais e a História, organizando os provinciana nos fins do século XIX. Rio de Janeiro: José Olympio,
eventos sem sentido. A fome desde sempre, das coisas e das pessoas. 1997)
Foram inventados o calmante e o estimulante. E alguém apagou a luz. E Nesse texto, no que diz respeito ao vocabulário empregado pela moça de
cada um se vira como pode, arrancando as cascas das feridas que Montes Claros, a narradora expõe uma visão indicativa de:
alcança.
(BONASSI, F. 15 cenas do descobrimento de Brasis) A) descaso, uma vez que desaprova o uso formal da língua empregado
pela moça.
B) ironia, uma vez que incorpora o vocabulário formal da moça na
situação familiar.

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Prof.: Charles Dias Gonçalves
C) admiração, pelo fato de deleitar-se com o vocabulário empregado Tu és o Poeta, o grande Assinalado
pela moça. que povoas o mundo despovoado,
D) antipatia, pelo fato de cobiçar os elogios de Iaiá sobre a moça. de belezas eternas, pouco a pouco.
E) indignação, uma vez que contesta as atitudes da moça.
Na Natureza prodigiosa e rica
37. (Enem 2017) Pra onde vai essa estrada? toda a audácia dos nervos justifica
os teus espasmos imortais de louco!
— Sô Augusto, pra onde vai essa estrada? O senhor Augusto: — Eu
moro aqui há 30 anos, ela nunca foi pra parte nenhuma, não. — Sô BILAC, Olavo. In: BARBOSA, Frederico (Org.). Clássicos da poesia
Augusto, eu estou dizendo se a gente for andando aonde a gente vai? O brasileira. Rio de Janeiro: O Globo, Klick Editora, 1997, pp.163-164.
senhor Augusto: — Vai sair até nas Oropas, se o mar der vau.
Texto 2
Vocabulário
Vau: Lugar do rio ou outra porção de água onde esta é pouco funda e, Casablanca
por isso, pode ser transposta a pé ou a cavalo.
Te acalma, minha loucura!
(MAGALHÃES, L. L. A.; MACHADO, R. H. A. (Org.). Perdizes, suas Veste galochas nos teus cílios tontos e habitados!
histórias, sua gente, seu folclore. Perdizes: Prefeitura Municipal, 2005)
Este som de serra de afiar as facas
não chegará nem perto do teu canteiro de taquicardias...
As anedotas são narrativas, reais ou inventadas, estruturadas com a
finalidade de provocar o riso. O recurso expressivo que configura esse
texto como uma anedota é o(a): Estas molas a gemer no quarto ao lado
Roberto Carlos a gemer nas curvas da Bahia
A) uso repetitivo da negação. O cheiro inebriante dos cabelos na fila em frente no cinema...
B) grafia do termo "Oropas".
C) ambiguidade do verbo “ir”. As chaminés espumam pros meus olhos
D) ironia das duas perguntas. As hélices do adeus despertam pros meus olhos
E) emprego de palavras coloquiais. Os tamancos e os sinos me acordam depressa na madrugada feita de
binóculos de gávea
e chuveirinhos de bidê que escuto rígida nos lençóis de pano
38. (Fuvest) Leia este texto:
CESAR, Ana Cristina. A teus pés. São Paulo: Brasiliense, 1982, p.60.
Entre 1808, com a abertura dos portos, e 1850, no auge da
centralização imperial, modificara-se a pacata, fechada e obsoleta
sociedade. O país europeizava-se, para escândalo de muitos, iniciando a) Determine as diferenças no emprego da linguagem e na concepção
um período de progresso rápido, progresso conscientemente provocado, formal entre os poemas de Olavo Bilac e Ana Cristina César.
sob moldes ingleses. O vestuário, a alimentação, a mobília mostram, no b) Indique a figura de linguagem presente no seguinte verso do texto 2:
ingênuo deslumbramento, a subversão dos hábitos lusos, vagarosamente “Os tamancos e os sinos me acordam depressa na madrugada feita de
rompidos com os valores culturais que a presença europeia infiltrava, binóculos de gávea”.
justamente com as mercadorias importadas. O contato litorâneo das
duas culturas, uma dominante já no período final da segregação
colonial, articula-se no ajustamento das economias. Ao Estado, a
realidade mais ativa da estrutura social, coube o papel de intermediar o
impacto estrangeiro, reduzindo-o à temperatura e à velocidade nativas. GABARITO
Raymundo Faoro, Os donos do poder.
01. A 02. C 03. B 04. C 05. E 06. C 07. E 08. C 09. C 10. D 11. D 12. C
a) Considerado o contexto, é inteiramente adequado o emprego, no 13. E 14. E 15. C 16. A 17. A 18. C 19. B 20. C 21. B 22. E 23. E 24. C
texto, das expressões “europeizava-se” e “presença europeia”? Explique 25. D 26. D 27. A 28. C 29. A 30. C 31. E 32. C 34. D 35. A 36. B 37. C
sucintamente. 38. a) As expressões “europeizava-se” e “presença europeia” para
b) As palavras “litorâneo” e “temperatura” foram usadas, ambas, no designar a influência da cultura inglesa no cotidiano da colônia são
texto, em seu sentido literal? Justifique sua resposta. inadequadas, pois a sociedade brasileira já havia recebido anteriormente
a influência da cultura do colonizador português, obviamente, também
39. (PUC-RJ)  Texto 1 europeu. b) As palavras “litorâneo” e “temperatura” foram usadas em
sentido figurado: a primeira refere-se às atividades comerciais realizadas
O Assinalado por mar entre as duas nações e a segunda à necessidade de adaptação da
cultura estrangeira à realidade local. 39. a) A leitura comparativa dos
textos 1 e 2 mostra diferenças significativas entre ambos. Em termos de
Tu és o louco da imortal loucura,
utilização da linguagem e concepção formal, pode-se afirmar que o texto
o louco da loucura mais suprema. 1 privilegia a linguagem formal, a dicção grandiloquente e o uso de
A terra é sempre a tua negra algema, formas fixas (o soneto), de versos metrificados (decassílabos) e de um
prende-te nela extrema Desventura. esquema regular e simétrico de rimas. Ana Cristina César concebe o seu
poema num campo formal e linguístico completamente diferente.
Mas essa mesma algema de amargura, Podem-se observar no texto 2 a utilização de um vocabulário mais
mas essa mesma Desventura extrema próximo da coloquialidade e a opção pela liberdade formal, confirmada
faz que tu’alma suplicando gema pelo uso dos versos livres e brancos. b) Personificação (prosopopeia),
e rebente em estrelas de ternura. metáfora ou metonímia

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