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FIGURAS DE LINGUAGEM 8° ANO – TEXTO – PROF. LORNA


EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Lista de exercícios sobre FIGURAS DE LINGUAGEM
1) Classifique as figuras de linguagem das frases abaixo:

a) Os poemas são pássaros que chegam.


b) “Quando te vi passar fiquei paralisado / Tremi até o chão como um terremoto no Japão [...]”
c) Se não fosse pelo atalho levaria um século para chegar.
d) “Quando eu cerrar os olhos moribundos / tu chorarás por mim um pranto saudoso.”
e) Amo caldo de cana. Já tomei três copos.
f) Com o dinheiro compraria dez cabeças de gado.
g) Minha vida é o vento, sempre em movimento.
h) “Mas dentro de mim (...) o coração grita – Mentira!”
i) Vou pra Jonas Esticado no Parque do Povo. Bora?!
j) Foi reprovada de novo? Parabéns para você!
k) Meu Deus! Estou sem WI-FI! Vou morrer!
l) Meu coração me diz que não estou sozinho.
m) Você já leu Paulo Coelho?
n) Você é claridade na minha escuridão.
o) Notei que sua amiga não é muito chegada à gentileza.
p) De que adianta eu ser durão e o coração ser vulnerável?
q) Dia e noite para mim são a mesma coisa sem você.
r) Seus olhos me dizem tudo que eu quero ouvir.
s) Ela chorou um mar de lágrimas.
t) Sou alérgica a gatos.
u) Aquele rapaz é desprovido de beleza.

2. Reescreva a frase seguinte usando adequadamente o eufemismo:


“COMO AQUELE HOMEM É BURRO”

3. Aponte a figura: “Naquela terrível luta, muitos adormeceram para sempre”.


a)Antítese
b)Eufemismo
c)Hipérbole
d)Prosopopeia
e)Metonímia

4. Na expressão “A natureza pode estar chorando” temos:


a) antítese
b) catacrese
c) ironia
d) personificação
e) eufemismo

5. “- O zum-zum-zum das crianças no prédio irritou o velho...”


a) eufemismo
b) prosopopeia
c) antítese
d) onomatopeia
e) hipérbole
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6. “Eu já lhe disse um bilhão de vezes para não exagerar quando falar!”
a) comparação
b) hipérbole
c) ironia
d) prosopopeia
e)catacrese

7.
“A confiança é uma mulher ingrata
Que te beija e te abraça
Te rouba e te mata [...]”
(Racionais)

Podemos afirmar que esse trecho foi construído por meio de uma figura de linguagem denominada de:
a) comparação
b) prosopopeia
c) metáfora
d) metonímia
e) ironia

8. Na frase: "Não se esqueça de levar o som, pois churrasco sem música é entediante", em relação ao termo "som" é
correto dizer que ocorre:

a) metáfora
b) metonímia
c) eufemismo
d) onomatopeia
e)catacrese

9. O procedimento de construção textual que consiste em agrupar ideias de sentidos contrários ou contraditórios
numa mesma unidade de significação é denominado:
a) metáfora
b) hipérbole
c) paradoxo
d) ironia
e) comparação

10. Olha o bloco de sujo que não tem fantasia,


Mas que traz alegria para o povo sambar.
Olha o bloco de sujo, vai batendo na lata,
Alegria barata, carnaval é pular.

Plac-plac-plac... bate a lata


Plac-plac-plac... bate a lata
Plac-plac-plac... se não tem tamborim
Plac-plac-plac... bate a lata
Plac-plac-plac... bate a lata
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Plac-plac-plac... carnaval é assim

Entre os recursos linguísticos empregados por Luiz Reis e Luiz Antônio no samba “Bloco de Sujo”, pode-se dizer que a
última estrofe
A. pratica a repetitividade exaustiva com o intuito de reproduzir os passos dos sambistas pela avenida.
B. repete palavras imitativas e expressões que harmonizam som e sentido a fim de marcar os aplausos do público.
C. instaura uma atmosfera onírica diante da perspectiva sacralizadora da lata como metáfora do carnaval.
D. conjuga o emprego metonímico do substantivo lata com a força expressiva do neologismo plac-plac-plac.
E. usa a onomatopeia para obter a sonoridade pretendida pelos compositores.

11. Os robôs têm se mostrado ferramentas valiosas para soldados, cirurgiões e pessoas que desejam limpar seu
carpete. Mas, em cada caso, eles são projetados e construídos especificamente para uma tarefa. Agora existe um
movimento que pretende construir máquinas multifuncionais − robôs que naveguem mudando de ambientes como
escritórios ou salas de estar e trabalhem com as próprias mãos. É claro que robôs multiuso não são uma ideia nova.
“Faz cerca de 50 anos que faltam cinco ou dez anos para que isso aconteça”, ironiza Eric Berger, codiretor do
Programa de Robótica Pessoal da Willow Garage, empresa iniciante do Vale do Silício. A demora deve-se em parte ao
fato de que mesmo tarefas simples requerem um grande conjunto de habilidades. Para que busque uma caneca, por
exemplo, um robô precisa processar dados coletados por uma série de sensores − scanners a laser que identificam
possíveis obstáculos, câmeras que procuram o alvo, resposta de sensores de força nos dedos para segurar a caneca, e
muito mais. Mas Berger e outros especialistas estão confiantes em relação a um progresso real que possa ser obtido
na próxima década.
(Adaptado de Gretory Mone. O robô faz-tudo. Scientific American Brasil. Ano 8, n. 92, 01/2010, p.39)

“Faz cerca de 50 anos que faltam cinco ou dez anos para que isso aconteça”, ironiza Eric Berger...

A ironia da frase evidencia dois aspectos do tema tratado no texto, que são:
A. as dificuldades insuperáveis da criação de robôs multifuncionais e a persistência dos pesquisadores do passado e do
presente para ao menos chegarem perto dessa meta.
B. o longo tempo de existência do propósito de se criarem robôs multifuncionais e o erro das previsões sobre quando
isso poderia vir a ocorrer.
C. o reconhecimento de que robôs multiuso existem há bastante tempo e o desconhecimento disso por aqueles mesmos
que deles se beneficiam.
D. o uso já antigo dos robôs multifuncionais nos setores de ponta e a constatação de que ainda vai demorar muito a sua
utilização em tarefas cotidianas.
E. a impossibilidade de se especular sobre quando os robôs multiuso poderão ser criados e a pouca utilidade das
pesquisas feitas nos últimos anos.

12. Que figura de linguagem a imagem abaixo está exemplificando?


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13. A imagem abaixo trabalha com qual figura de linguagem?

14. Observe a imagem do outro lado e assinale a alternativa que você considerar correta:
Com relação ao anúncio, assinale a figura de linguagem que o melhor caracteriza no
geral:

a) A ironia, tendo em vista o enunciado fazer um comentário cômico com a ornamentação de um velório de quem
morrer de acidente de trânsito.
b) A hipérbole, pois é um exagero de expressão afirmar que uma vítima de trânsito fique “lindo” após o acidente.
c) A catacrese, visto que na expressão “coroa de flores” por falta de uma nomeação específica, utiliza-se um termo
emprestado no léxico (coroa) para suprir esta necessidade.
d) A metáfora, porque há uma comparação subjetiva entre a vítima morrer e ficar igual a uma coroa de flores.
e) A antítese, tendo em vista a contradição de ideias em morrer acidentado e depois ficar lindo com a coroa de
flores.

15. (ENEM-2004) Cidade grande

Que beleza, Montes Claros.


Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)

Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a


a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.
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b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.


c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

16. Da imagem abaixo se pode compreender que:

a) O texto acima é o gênero textual propaganda. Tem por função convencer o leitor contra o abuso e a exploração
sexual de crianças e adolescentes.
b) Para chamar a atenção do leitor, o texto faz uso de uma metáfora quando diz: “Seu silêncio marca a vida de uma
criança”, há a comparação entre o silêncio e a vida de crianças abusadas sexualmente.
c) Para chamar a atenção do leitor, o texto faz uso de uma prosopopeia quando diz: “Seu silencio marca a vida de uma
criança”, há animação do substantivo “silêncio”, ganhando característica de ser vivo.
d) Os verbos no modo imperativo “ligue”, “denuncie” são um caso antítese, pois indicam ações verbais contrárias.
e) A imagem da criança colabora para o efeito de sentido pretendido pelo gênero cartaz, de que criança não deve ficar
sozinha em casa.

17. Observe o texto abaixo e assinale a ÚNICA alternativa CORRETA:

a) O efeito de sentido da imagem é produzido por meio de antítese.


b) O efeito de sentido da imagem é produzido por meio de um paradoxo.
c) A oposição bêbado x sóbrio gera o sentido do que o que é dito bêbado tem mais valor do que é dito quando não-
bêbado.
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d) O efeito de sentido da imagem é produzido por meio da hipérbole.


e) O efeito de sentido da imagem é produzido por meio de catacrese.

18. Observe o texto abaixo e assinale a ÚNICA alternativa CORRETA:

a) O humor da imagem acima está na fala da mãe, no quadrinho do meio.


b) A linguagem popular atrapalhou o entendimento do texto.
c) O humor da imagem está apenas no texto escrito.
d) Na fala da mãe percebe-se o uso da figura de linguagem eufemismo, usada com o objetivo de tentar disfarçar a
comida que se oferece ao filho.
e) Pela fala do filho no último quadrinho, infere-se que ele gostou de saber qual seria a sua comida.

19. Da imagem abaixo se pode inferir que:

a) Nesta imagem há uma metáfora com o que simboliza as cores da nossa bandeira para mostrar que os nossos
recursos naturais estão sendo destruídos e roubados.
b) Nesta imagem há uma comparação com o que simboliza as cores da nossa bandeira para mostrar que os nossos
recursos naturais estão sendo destruídos e roubados.
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c) É um exagero o que é mostrado na imagem, pois nosso país sempre se preocupou em proteger os seus recursos
naturais.
d) Nesta imagem há uma metonímia com o que simboliza as cores da nossa bandeira para mostrar que os nossos
recursos naturais estão sendo destruídos e roubados.
e) Nesta imagem há um paradoxo com o que simboliza as cores da nossa bandeira para mostrar que os nossos
recursos naturais estão sendo destruídos e roubados.

20. Leia o fragmento de texto abaixo e assinale a ÚNICA alternativa CORRETA sobre o trecho destacado:

a) Tem-se o uso de uma figura TODO SER HUMANO


de linguagem TEM metáfora.
chamada SEU VALOR
b) Há o uso de uma metonímia.
c) Houve o uso de umaSabemos que todo e qualquer serviço que oprime
onomatopeia.
o uma
d) A autora fez uso de trabalhador
hipérbole.de sua liberdade é considerado
trabalho escravo.
e) Usou-se uma figura de linguagem Mas, o
chamada que mais preocupa é
comparação.
dizerem que o tempo da escravidão já acabou. Será
21. Da imagem abaixoquesena atualidade
pode não é que:
compreender encontrada pessoas sendo
obrigadas a fazer esse tipo de trabalho? É inaceitável
esse tipo de crime ainda insistir em perdurar em
nosso meio.
Em primeiro lugar, quando ouvimos falar
"escravidão" no nosso pensamento vem logo pessoas
de cor negra, pobres de origem africana, que eram
comercializadas como animais. Porém, na atualidade
esses acontecimentos não são diferentes, ainda
infelizmente existem sim trabalho escravo no Brasil.

(Robéria Silva Santos, disponível


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a) O texto acima é o gênero textual cartaz. Tem por função convencer o leitor a adquirir o produto anunciado.
b) Para chamar a atenção do leitor, o texto faz uso de uma metáfora quando diz: “O refresco da jarrinha sorridente”,
há a comparação entre o refresco e a felicidade causada por ele.
c) Para chamar a atenção do leitor, o texto faz uso de uma prosopopeia quando diz: “O refresco da jarrinha
sorridente”, há animação do substantivo “jarrinha”, ganhando característica de ser vivo.
d) As cores, a imagem da mulher e dos pacotes de suco não desnecessários para atingir o objetivo da propaganda.
e) A imagem da jarra sorridente colabora para o efeito de sentido pretendido pelo gênero cartaz, de que sorrir faz bem
a saúde.

22. Observe o texto abaixo e assinale a ÚNICA alternativa CORRETA:

a) O efeito de sentido da imagem é produzido por meio de antítese.


b) No 1º balão há a presença de uma metonímia.
c) O efeito de sentido da imagem é produzido por meio de um paradoxo.
d) O efeito de sentido da imagem é produzido por meio da hipérbole.
e) O efeito de sentido da imagem é produzido por meio de catacrese.

Leia o texto a seguir para responder as questões 23 e 24:

O que é, o que
é? Clara e
salgada Cabe
em um olho
E Pesa uma
tonelada

Tem sabor de mar


Pode ser discreta
Inquilina da dor
Morada predileta

Na calada ela
vem Refém da
vingança Irmã do
desespero Rival
da esperança

Pode ser causada


por Vermes e
mundanas E o
espinho da flor
Cruel que você
ama
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E eu que me julguei
forte E eu que me senti
Serei um fraco quando outras delas
vir

Se o barato é louco e o processo é lento


No momento, deixa eu caminhar contra
o vento
O que adianta eu ser durão e o
coração ser vulnerável?

O vento não, ele é suave, mas é frio e


implacável

(É quente)

Borrou a letra triste do


poeta (Só)
Correu no rosto pardo do

profeta Verme, sai da reta

A lágrima de um homem vai


cair Esse é o seu B.O. pra
eternidade

[...]
23. Com relação à letra dessa música, percebe-se na 1ª estrofe um efeito de sentido marcado pela contradição,
revelando a utilização de uma figura de linguagem denominada de:

a) Antítese
b) Paradoxo
c) Hipérbole
d) Metáfora
e) Antonomásia

24. A música dos Racionais Mc's da questão anterior trata em suas estrofes da "lágrima". De forma subjetiva e
figurada, o sujeito da letra refere-se à "lágrima" de diversas formas, como por exemplo, "inquilina da dor", "irmã do
desespero", "amante do drama" e etc. O recurso estilístico que o texto apresenta para realizar essas referências
chama-se:

a) Eufemismo
b) Metonímia
c) Metáfora
d) Personificação
e) Ironia

25. Examine a imagem abaixo e sobre o diálogo presente assinale a única alternativa CORRETA:
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a) O humor do texto é alcançado a partir da explicação da mãe.


b) A fala da mãe traz um exemplo de metonímia.
c) A atitude da filha demonstra total entendimento do que a mãe explicou.
d) A última frase em forma de pergunta confirma que a filha sabe realmente o que está fazendo.
e) A explicação da mãe é ratificada pela atitude da filha, conforme mostra a foto.

26. Quais figuras de linguagem são observadas nestas frases?


1. O bom rapaz buscava, no fim do dia, negociar com os traficantes de drogas.
2. Naquele dia, o presidente entregou a alma a Deus.
3. Os operários sofriam, naquela mina, pelo frio em julho e pelo calor em dezembro.
4. A população deste bairro corre grande risco de ser soterrada por esta montanha de lixo.
5. A neve convidava os turistas que, receosos, a olhavam de longe.

27. Os ombros suportam o mundo


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.


Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?


Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios

provam apenas que a vida prossegue


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e nem todos se libertaram ainda.


Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.

A vida apenas, sem mistificação.


(Carlos Drummond de Andrade. Nova reunião. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985. p. 78)
O elemento empregado em sentido figurado está grifado em:
A. as discussões dentro dos edifícios
B. que é a velhice.
C. E o coração está seco...
D. teus olhos resplandecem enormes.
E. E as mãos tecem apenas o rude trabalho.

28. Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
Agora vale a vida,
e de mãos dadas,
trabalharemos todos
pela vida verdadeira.
(...)
Artigo III
Parágrafo único
O homem confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
(...)
Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.
Thiago de Mello. Estatuto do homem (fragmento).
Julgue os itens seguintes acerca do fragmento de poema acima.
No terceiro verso do “Artigo Final”, o trecho “pântano enganoso das bocas” é uma metáfora da maldade humana.

29. Esta questão refere-se ao romance A hora da estrela, de Clarice Lispector.


Um outro escritor, sim, mas teria que ser homem porque escritora mulher pode lacrimejar piegas.
Considerando que o romance é de Clarice Lispector, pode-se inferir que a frase do narrador é irônica. Essa ironia está
baseada na:

A) relativização da opressão

B) inclinação ao universal

C) sofisticação da escrita

D) crítica ao machismo
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30. A certa personagem desvanecida


Um soneto começo em vosso gabo*:
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a
terceira, Já este quartetinho está
no cabo.
Na quinta torce agora a porca o
rabo; A sexta vá também desta
maneira:
Na sétima entro já com grã** canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi que vós, Senhor, a mim me honrais
Gabando-vos a vós, e eu fico um rei.
Nesta vida um soneto já ditei;
Se desta agora escapo, nunca mais: Gregório de Matos
Louvado seja Deus, que o acabei.

*louvor **grande

Tipo zero
Você é um tipo que não tem tipo
Com todo tipo você se parece
E sendo um tipo que assimila tanto tipo
Passou a ser um tipo que ninguém esquece
Quando você penetra num salão
E se mistura com a multidão
Você se torna um tipo destacado
Desconfiado todo mundo fica
Que o seu tipo não se classifica
Você passa a ser um tipo desclassificado
Eu até hoje nunca vi nenhum
Tipo vulgar tão fora do comum
Que fosse um tipo tão
observado Você ficou agora
convencido Que o seu tipo já
está batido
Mas o seu tipo é o tipo do tipo esgotado Noel Rosa
O soneto de Gregório de Matos e o samba de Noel Rosa, embora distantes na forma e no tempo, aproximam-se por
ironizarem
a) o processo de composição do texto.
b) a própria inferioridade ante o retratado.
c) a singularidade de um caráter nulo.
d) o sublime que se oculta na vulgaridade.
e) a intolerância para com os gênios.

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