Os pronomes

relativos & a coesão

Língua Portuguesa - 2º trimestre / 2022
Janaina Brasil
Wanessa Ribeiro
OBJETIVOS DESTA AULA:
▪ Compreender a importância de escrever de forma coesa;
▪ Utilizar corretamente os pronomes relativos como recurso
coesivo;
▪ Realizar exercícios sobre o tema.

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Vamos recordar alguns conceitos?

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Vamos recordar alguns conceitos?

Pensando um 1) Com base em seus 2) Como o trecho a seguir

poderia ser reformulado a
pouco sobre as conhecimentos sobre a
fim de dar coerência ao
importância do uso dos
provocações conectivos para a diálogo?
“-O Marcos tem problemas
do vídeo… coesão do texto, reflitam
com conectivos. Não é isso?
por que o “problema
linguístico” pode causar - Apesar que sim.
problemas para a vida - E quando começou?
do Marcos. - Daqui que eu era pequeno.

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Vamos recordar alguns conceitos?

COESÃO é a conexão
adequada entre as Podem funcionar como
partes de um texto conectivos: conjunções,
(palavras, períodos e pronomes, preposições,
parágrafos) por meio de advérbios, pontuação…
conectivos.

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Vamos recordar alguns conceitos?
Os pronomes Em geral, os
relativos fazem pronomes
Entre os
referência a relativos ligam
pronomes que
algum elemento duas orações,
funcionam como
anteriormente substituindo, na
conectivos,
mencionado no 2ª oração, um
estão os
texto, termo que já
relativos.
considerado seu vem expresso na
antecedente. 1ª:

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 Vamos recordar alguns conceitos?
Dicas: Quando a palavra
“que” puder ser
substituída por “o qual”
e suas flexões, terá a
função de pronome
relativo.
Alguns relativos
são variáveis (o
qual, cujo, quanto),
outros são
invariáveis (que,
quem, onde).
Que - É o relativo básico. Usa-se com referência à
pessoa ou coisa
Onde – indica lugar
Cujo – concorda em gênero e número com a “coisa
possuída” e não precisa de artigo depois.
O qual - podem substituir o pronome “que”, apenas
adaptando-se ao antecedente em gênero e
número.
Quem – refere-se a pessoa; geralmente é precedido
de preposição.
Quanto - são pronomes relativos quando retomam
os pronomes indefinidos tudo, todos e todas.
Como (=pelo qual) e Quando (=em que) podem
funcionar como relativos se puderem ser trocados
pelas expressões dos parênteses.
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 Vamos ver como a
relação entre
coesão e relativos
funciona na prática?
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 1) Reúna as orações de cada
grupo ao lado num só período,
convertendo a 2ª oração em a) O progresso traz como consequência a poluição do
subordinada introduzida pelos meio ambiente. Lutamos muito pelo progresso.
relativos que, cujo, onde ou b) A história em quadrinhos é acusada por muitos de
qual. Há casos em que o prejudicial. A história em quadrinhos é a leitura
preferida por grande parte das crianças.
relativo deve ser regido de
c) A briga de galos é um espetáculo bárbaro. A
preposição, como no modelo Sociedade Protetora dos Animais condena esse
proposto: espetáculo.
d) A carnaúba é uma planta nativa das regiões
MODELO: semiáridas do Nordeste. A carnaúba representa
A poluição do meio ambiente é uma importante fonte geradora de riquezas.
decorrência do progresso. Luta-se muito
atualmente contra a poluição do meio
ambiente.
A poluição do meio ambiente, contra a
qual muito se luta atualmente, é uma
decorrência do progresso.

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 GABARITO

meio ambiente.
“
1) a- O progresso pelo qual lutamos traz como consequência a poluição do

b- A história em quadrinhos, cuja leitura é a preferida por grande parte das

crianças, é acusada por muitos de prejudicial.
c- A briga de galos, que é condenada pela Sociedade Protetora dos Animais, é
um espetáculo bárbaro.
d - A carnaúba, que representa importante fonte geradora de riquezas, é uma
planta nativa das regiões semiáridas do Nordeste.

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 a)
2) Junte as frases usando o b)
pronome relativo adequado c)
para eliminar as repetições,
fazendo as modificações d)
necessárias
e)
MODELO:
Vivemos em um mundo. + Há muita
intolerância no mundo.
Vivemos em um mundo onde/em que/no
qual há muita intolerância.
A família mudou-se do Brasil. + Venderam o imóvel
da família.
Este é o livro. + Eu lhe falei sobre o livro.
Estes são os programas. + As estratégias dos
programas voltam-se ao combate à fome.
Resolvi um problema sério. + Eu mesmo criei o
problema.
O sítio tem árvores centenárias. + Meu grande
amigo mora no sítio.
11
 GABARITO

“
2) a- A família cujo imóvel foi vendido mudou-se do Brasil.
b- Este é o livro sobre o qual falei.
c- Estes são os programas cujas estratégias voltam-se ao combate
à fome.
d- Resolvi um problema sério que eu mesmo criei.
e- O sítio onde/em que/no qual mora o meu grande amigo tem
árvores centenárias.

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3) O pronome relativo “que”
foi empregado de acordo com
a norma culta?
Indique, ainda, se as regras de
concordância verbal foram
respeitadas.

Não, porque a regência dos verbos

não foi respeitada, assim como a
concordância do verbo ter. O
adequado é: “Muitas pessoas
gastam dinheiro que não têm, para
comprar coisas de que não
precisam, para impressionar
pessoas de quem não gostam”.

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4) Classifique, do ponto de
vista da sintaxe, o termo
“que”.
5) Que tipo de oração
subordinada ele introduz?

Trata-se de uma conjunção

integrante e introduz uma
uma oração subordinada
substantiva objetiva direta.

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6) Observe o seguinte trecho :
“Este foi um ano onde boa
parte dos preços agrícolas se
comportou como uma
verdadeira gangorra”.
a) Por que é possível afirmar que o emprego
do pronome relativo, nessa construção,
não se realiza de acordo com a norma
culta?
b) Como a frase poderia ser reescrita para
ficar de acordo com essa norma?
a- A palavra “ano” carrega valor temporal, e o pronome
relativo “onde” só é empregado em referência a lugar.
b- “Este foi um ano em que boa parte dos preços
agrícolas se comportou como uma verdadeira
gangorra”.
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 7) Substitua a referência ao
possuidor expressa por SEU,
SUA, DELE – das orações
começadas pela conjunção
“e” – pelo pronome relativo
CUJO (considerando flexões
e preposições, quando
necessárias).
MODELO:
Lá vão os jovens, e aos seus pais sempre
devotei grande estima.
Lá vão os jovens a cujos pais
sempre devotei grande estima.
VTDI
a) O bairro é muito populoso e eu visitei sua
rua principal.
b) A oportunidade foi perdida e no sucesso
dela depositávamos a melhor das
esperanças.
c) O avião decolou com bom tempo e seus
passageiros se dirigiam a Natal.
d) A vida é passageira e por seus momentos
de alegria devemos agradecer.
e) As paredes precisam ser recuperadas e
dentro de suas fendas cresceram plantas.
16
 GABARITO

cuja rua principal eu visitei. “

7) a- O bairro cuja rua principal eu visitei é muito populoso / É muito populoso o bairro

b- Foi perdida a oportunidade em cujo sucesso depositávamos a melhor das

esperanças.
c- O avião cujos passageiros se dirigiam a Natal decolou com bom tempo.
d- É passageira a vida por cujos momentos devemos agradecer.
e- Precisam ser recuperadas as paredes dentro de cujas fendas cresceram plantas.

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 a) Fomos à cidade ________ trabalham nossos
primos.
8) Preencha o espaço em b) São poucos os lugares ________se dirigem os
branco com ONDE ou peregrinos.
AONDE, conforme convier, c) Lá ________ mora a saudade mora também
a tristeza.
usando antes de ONDE,
d) O professor sempre queria saber
quando necessário, a ________vinha o início da risada em sala.
preposição adequada. e) A polícia desejava saber ________ procediam,
________ se encaminhavam e ________
iriam viver por uma semana aqueles turistas.
ATENÇÃO:
a- onde / b- aonde / c- onde / d- de onde (ou donde) / e- de
ONDE: só deve ser empregado na
onde – aonde – onde.
indicação de lugar. Usado geralmente
quando o verbo indica sentido estático.
Pode ser substituído por “em que”.
AONDE: também empregado na
indicação de lugar. Em geral, usa-se
quando o verbo indica movimento,
deslocamento de um lugar para outro.
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9) (UNICAMP)
…e o ENEM?

“
(...) vejo na televisão e no rádio que o 'cujo' bateu asas e voou.
Virou ave migratória.

O comentário acima, do escritor Otto Lara Rezende (Folha Ilustrada de 08/11/92), refere-se ao fato de que
o uso do pronome relativo "cujo" é cada vez menos frequente. Isso faz com que os falantes, ao tentarem
utilizar esse pronome na escrita, construam sequências sintáticas que levam a interpretações estranhas.
Veja o exemplo seguinte:
O povo não só quer o impeachment desse aventureiro chamado Collor, como o confisco dos bens
nada honestos do sr. Paulo Cesar Farias e companhia. E que a esse PFL e ao Brizola (cuja ficha de filiação
ao PDT já rasguei) reste a vingança do povo...
(L. A. N., Painel do Leitor, "Folha de S. Paulo", 30/07/92)

a) O que L. A. N. pretendeu dizer com a oração entre parênteses?

b) O que ele disse literalmente?
c) Que tipo de conhecimento deve ter o leitor para entender o que L. A. N. quis dizer?
a) Que ele (L. A. N.) tinha rasgado sua ficha de filiação ao PDT.
b) Que rasgou a ficha de filiação de Brizola.
c) Conhecimento do contexto político.

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10) (ENEM 2021)
…e o ENEM?

“
Seu nome define seu destino. Será?
“O nome próprio da pessoa marca a sua identidade e a sua experiência social e, por isso, é um dado essencial na sua vida”,
diz Francisco Martins, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília e autor do livro Nome próprio (Editora
UnB). “Mas não dá para dizer que ele conduz a um destino específico. É você quem constrói a sua identidade. Existe um
processo de elaboração, em que você toma posse do nome que lhe foi dado. Então, ele pesa, mas não é decisivo”. De acordo
com Martins, essa apropriação do nome se dá em várias fases: na infância, quando se desenvolve a identidade sexual; na
adolescência, quando a pessoa começa a assinar o nome; no casamento, quando ela adiciona (ou não) o sobrenome do
marido ao seu. “O importante é a pessoa tomar posse do nome, e não ficar brigando com ele”.
CHAMARY, J. V.; GIL, M. A. Knowledge, jul. 2010.
Pronomes funcionam nos textos como elementos de coesão referencial, auxiliando a manutenção do tema abordado.
No trecho da reportagem, o vocábulo “nome” é retomado pelo pronome destacado em
(A) “Seu nome define seu destino”.
(B) “É você quem constrói a sua identidade”.
(C) “Existe um processo de elaboração, em que você toma posse do nome [...]”.
(D) “[...] você toma posse do nome que lhe foi dado”.
(E) “[...] não ficar brigando com ele”.

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Referências bibliográficas
+ ABAURRE, Maria Luiza M. Gramática: Texto:
Análise e construção de sentidos: volume
único. São Paulo: Moderna, 2006.

+ BECHARA Evanildo. Gramática escolar da

Língua Portuguesa com exercícios. Rio de
Janeiro: Lucena, 2001.

+ SOARES, Magda; CAMPOS, Edson Nascimento.

Técnica de redação. Rio de Janeiro: Imperial
Novo Milênio, 2011.

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