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de Alexandre Herculano
Contextualização histórico-literária
Datas e acontecimentos Textos e obras
1810 – Nascimento de Herculano (Lisboa). 1843 – O Bobo
De origem humilde, realiza os estudos 1844 – Eurico, o Presbítero
secundários no hospício das Necessidades
(sob a tutela dos Oratianos).
1831 – Participação na revolução contra o 1846 – História de Portugal (1.o volume)
absolutismo miguelista e consequente exílio
em Inglaterra e França.
1832 – Regresso a Portugal, integrado na 1848 – O Monge de Císter
expedição emancipadora de D. Pedro.
1833 – Nomeado segundo-bibliotecário da
Real Biblioteca Pública do Porto.
1836 – Triunfo da Revolução de Setembro e
consequente demissão do cargo;
lançamento na vida pública, em Lisboa.
1839 – Nomeado Diretor das Bibliotecas
Reais das Necessidades e da Ajuda.
1842 – Golpe militar de Costa Cabral;
abandono da atividade política para dedicar-
se exclusivamente ao estudo e à produção
literária.
1851 – Queda de Costa Cabral,
«Regeneração», regresso à vida pública
como colaborador íntimo de Saldanha.
1854 – Subida ao trono de D. Pedro.
1856 – Eleito vice-presidente da Academia
das Ciências.
1867 – Retiro para a quinta de Vale de
Lobos.
1877 – Morte de Herculano, em Vale de
Lobos, Santarém.
Tábua cronológica elaborada a partir do artigo sobre Alexandre Herculano redigido por Ofélia
Paiva Monteiro in Biblos, pp. 979-982.
1. Imaginação histórica e sentimento nacional
Na sua ficção histórica, Herculano procurou […] realizar precisamente essa simbiose de
imaginação e «verdade» que lhe parecia inerente a tal prática literária, tornando-a capaz de
responder ao «ideal» do criador e ao escrúpulo do estudioso do passado, juntos num só artista.
[…]
O historiador desenha o pano de fundo da ação, explicando as questões políticas, as
tensões sociais, os cenários onde ocorrem os eventos; sobre esse painel em que se enquadram as
personagens que têm referentes reais, o ficcionista faz evoluir «heróis» saídos da sua
imaginação, a que atribui conflitos íntimos que traduzem a perene tragédia de «almas»
torturadas pelo mundo, mas sob modalidades prováveis no circunstancialismo da época em que
a diegese é colocada.
História da Literatura Portuguesa, o Romantismo, vol.4,
Publicações Alfa, 2007, pp. 160 e 172.
Mais simples é a ação de «A Abóbada» (Panorama, 1839), colocada em 1401, que propicia
a exaltação do amor à Pátria e o delineio de vultos «exemplares» – o de um rei,
D. João I, e, sobretudo, o de um artista, Afonso Domingues, autor da traça do Mosteiro da
Batalha, que o Monarca mandara erigir em ação de graças pela vitória de Aljubarrota.
História da Literatura Portuguesa, o Romantismo, vol.4.
Publicações Alfa, 2007, pp. 182 e 183.
CONSOLIDA
Após a leitura dos textos, responde a cada um dos itens que se seguem:
1. Classifica as afirmações que se seguem como verdadeiras (V) ou falsas (F). Corrige as
afirmações falsas.
a) Alexandre Herculano, de origem nobre, foi um miguelista ferrenho. F – de origem
humilde, apoiante de D. Pedro
b) Desempenhou cargos de reconhecido mérito quer em instituições, como as Bibliotecas
Reais, quer na vida política. V
c) Assistiu a importantes alterações, em Portugal, a nível das mentalidades e da cultura. V
d) Herculano dividiu os seus interesses entre a Geografia e a Literatura. F – História e
Literatura
e) No final da vida, retirou-se definitivamente para o Porto, onde acabou por falecer em
1887. F – Vale de Lobos (Santarém), onde acaba por falecer em 1877.
CAPÍTULO I
O CEGO
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
CAPÍTULO II
MESTRE OUGUET
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
CAPÍTULO III
O AUTO
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
CAPÍTULO IV
UM REI CAVALEIRO
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
CAPÍTULO V
O VOTO FATAL
1. Faz o levantamento dos elementos textuais que remetem para o espaço de tempo
decorrido desde o final do capítulo anterior.
«[…] a primavera tinha vestido os campos da Estremadura […]» (l. 1), «Eram 7 de maio da
era de 1439 ou, como os letrados diziam, do ano da Redenção 1401.» (ll. 5-6), «Quatro
meses certos se contavam nesse dia, depois daquele em que […] se passara a cena que no
antecedente capítulo narrámos […]» (ll. 6-8).
2. Identifica a figura que é referida como sendo a fonte fidedigna do episódio da queda da
abóboda, justificando o porquê dessa referência.
A figura que é referida como sendo a fonte fidedigna do episódio da queda da abóboda é o
grande cronista Frei Bernardo de Brito que, como «citava só documentos inegáveis e autores
certíssimos», é mais uma garantia da veracidade da história narrada.
3. Explicita o tipo de relação existente entre a tia Brites de Almeida e el-rei D. João I,
justificando com citações textuais.
A relação existente entre a tia Brites de Almeida e el- -rei D. João I é de respeito mútuo e de
alguma familiaridade, forjada no combate aos castelhanos: «Tendes razão, tia Brites de
Almeida. […] Mas juro a Cristo, que estou espantado de só agora vos ver! Porque me não
viestes falar?» (ll. 180-181), «Perdoe-me vossa mercê […] soube da chegada da vossa real
senhoria. Corri… se eu correria para vos falar! […] Que é isso? Temos novas voltas com os
excomungados Castelhanos? Se assim é, tosquiai-mos outra vez por Aljubarrota, que a pá
não se quebrou nos sete que mandei de presente ao diabo, e ainda lá está para o que der e
vier.» (ll. 182-187), «Podeis dormir descansada, tia Brites – respondeu el-rei sorrindo-se.» (l.
191).
4. Atendendo ao desfecho da obra, justifica o título dado ao último capítulo.
O voto que o mestre Afonso Domingues fez e cumpriu, de ficar debaixo da abóboda durante
3 dias, sem comer nem beber, após a retirada dos simples que a suportavam, foi demais para
ele e este acabou por morrer, vindo, portanto, o seu voto a revelar-se fatal.
5. Para a cerimónia de inauguração da abóboda do mestre Afonso Domingues, el-rei toma
medidas que deixam todos pasmados.
5.1. Identifica essas medidas, explicitando os motivos por que foram tomadas.
El-rei decidiu tirar da prisão um grande número de criminosos e cativos castelhanos e
conduzi-los ao Mosteiro da Batalha para a inauguração da segunda abóboda da Casa do
Capítulo, para assegurar que, caso a abóboda voltasse a cair, não seriam perdidas mais
vidas de obreiros e vassalos, mas tão somente as de homens já condenados.