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Nicola Aslan 33º

Instruções para Lojas da Perfeição II


(Graus 4º ao 14º)

Rio de Janeiro

1992

EDITORA MAÇÔNICA
Caixa Postal 3.881 20000 — Rio de Janeiro — RJ
ÍNDICE

No Santo dos Santos .................................... 3


Do mesmo Autor ......................................... 5
ADVERTÊNCIA .......................................... 6

INTERPRETAÇÃO ESOTÉRICA DO TEMPLO E


DOS SÍMBOLOS DO GRAU....................................... 7

Sentido místico dos móveis contidos no Sanctus


Sanctorum .................................................................. 12
A Arca da Aliança........................................ 14
O Propiciatório........................................... 16
A Mesa dos Pães da Proposição ................... 18
Alar dos Perfumes....................................... 19
O Candelabro de Sete Luzes .......................... 20

SÍMBOLOS DO GRAU DE "MESTRE SECRETO" .... 22

O Sinal do Silêncio ...................................... 22


Cetro ................................................... 22
Chave .................................................. 22
Coroa .................................................. 23
Jóia do Presidente da Loja de Perfeição ................. 23
O Laurel e a Oliveira..................................... 24
Painel do 4º Grau ........................................ 24
Templo de Salomão ...................................... 25

OS GRAUS DE COMUNICAÇÃO ........................... 26

5º Grau ................................................ 27
6º Grau ................................................ 32
7º Grau ................................................ 37
8º Grau................................................ 42
9º Grau ................................................ 46
10º Grau................................................ 49
11º Grau ................................................ 52
12º Grau................................................ 55
13º Grau ................................................ 58
14º Grau................................................ 61
Editora Maçônica — Forme sua biblioteca ............. 66
NO SANTO DOS SANTOS

Esta Editora no cumprimento de sua tarefa, publica o 2º volume dos


graus, do 4º ao 14º, com a finalidade de melhor esclarecimento dos chamados
graus inefáveis.
O muito ilustre Ir.: Nicola Aslan que se consagrou como pesquisador
sincero e autêntico nas lides maçônicas, vem realizando para a nossa Editora
essa constante busca no emaranhado cipoal do R.E.A.A. para facilitar aos llr.:
que sinceramente procuram as luzes maçônicas como senda de
aperfeiçoamento no difícil caminho da iniciação.
De autoria de Nicola Aslan, publicados pela Editora Maçônica,
recomendamos: "Pequenas Biografias de Grandes Maçons Brasileiros",
"Biografia de Joaquim Gonçalves Ledo", substancioso trabalho histórico em
dois volumes, salientando a modelar figura maçônica de Gonçalves Ledo,
pedra angular na história maçônica do Brasil.
Do mesmo autor, Ir.: Nicola Aslan, publicamos, também, recentemente,
livro indispensável a todo maçom — "COMENTÁRIOS AO RITUAL DE
APRENDIZ", que tem como subtítulo — "Vademecum Maçônico", obra tão útil
que muito em breve precisará de nova edição.
Depois de publicadas as Instruções para Capítulos — graus 15º ao 18º e
Instruções para Oficinas de Conselhos de Kadosch — graus 19º ao 30º. O
incansável Ir.: Nicola Aslan entregará à E. M. para publicação os originais dos
graus de Companheiro e Mestre.
Assim no campo propriamente doutrinário da Maçonaria o nosso Resp.:
Mestr.: Nicola Aslan terá prestado ao mundo maçônico inestimável trabalho de
orientação na parte filosófica e do simbolismo que na maior parte das vezes
deixa muito a desejar. Temos para nós, que a Maçonaria com seus Rituais e
Símbolos, é, antes de tudo, escola de aperfeiçoamento, conduzindo a criatura
humana às sublimes lições da fraternidade.
Não se justifica tanta luta antifraterna que se tem verificado no curso da
história da fraternidade dos pedreiros livres.
Ao ser fundada a Editora Maçônica inserimos em seus Estatutos:

"RETIRO MAÇÔNICO"

"Art. 23 — Logo que os recursos o permitirem, a Editora Maçônica


adquirirá em lugar aprazível uma propriedade agrícola para Colônia de Férias
de seus associados.
Art. 24 — O "Retiro Maçônico" se destina a estudos e a meditação,
orientando-se os associados no sentido da busca da longevidade,
proscrevendo-se o álcool e o fumo e outros tóxicos que prejudicam a saúde.
Art. 25 — No "Retiro Maçônico" não serão permitidas caçadas ou a
prática de qualquer crueldade à vida de indefesos animais ou pássaros.
Art. 26 — No "Retiro Maçônico" os membros da sociedade viverão sob a
forma de fraternidade recordando as antigas Ordens Iniciáticas e usarão nomes
simbólicos previamente registrados.”

Esse programa não tem sido descurado, dentro em breve, como


complemento do plano, levantaremos em local apropriado, um Templo
Maçônico que terá por finalidade de ao menos, uma vez por mês, abrigar LLoj.:
RReg.: respeitados os limites da Potência a que pertençam, sejam do Grande
Oriente do Brasil, Grandes Lojas ou da Ordem Maçônica Mista Internacional
"Le Droit Humam".
Pretendemos ainda, a criação de uma Loja Maçônica, que em seus
trabalhos, adote o Esperanto, língua internacional, já reconhecida na
aproximação dos povos.
Finalizamos estas rápidas palavras citando destas Instruções para LLoj.:
de Perfeição, o seguinte:
"Os intendentes dos Edifícios devem, pois, realizar trabalhos especiais,
oriundos da interpretação filosófica de seus símbolos e alegorias, contribuindo,
ao mesmo tempo, para a educação do povo, para o qual deve haver uma
legislação moral do trabalho. Combatendo sempre a ignorância, a hipocrisia e a
ambição e procurando o justo equilíbrio entre a propriedade, o capital e o
trabalho, como fonte de prosperidade.
O edifício social é, pois, a preocupação precípua deste grau. Cabe,
portanto, aos bons obreiros, o dever de procurar os meios de construir a
sociedade em bases sólidas e permanentes. Para esse fim, não tolerarão o
indiferentismo, inimigo terrível de todos os bons sentimentos humanos. Sem
preocupações individuais, serão invulneráveis ao desalento e ao desespero,
pois o lema será: UM POR TODOS E TODOS POR UM, consagrando ao zelo
e à constância de todos os trabalhos que possam dar mais solidez ao edifício
social.
O trabalho, condição social do homem, não existe a não ser pela
liberdade. A propriedade, direito que possui aquele que trabalha, como fruto de
sua dedicação, não existe senão pelo trabalho.
A propriedade e o trabalho, estas duas únicas bases da civilização, têm
por laço comum a liberdade, que não é mais a prática do Suum quique; a
cada qual o que é seu. Este triângulo: trabalho, liberdade, propriedade, símbolo
da geração da civilização social, é a síntese do verdadeiro socialismo, cuja
prática racional deve ser estimulada por este grau."

Vassouras, Natal de 1979.

BRAZ COSENZA — Da Academia Maçônica de Letras e Diretor da


Editora Maçônica
DO MESMO AUTOR

História da Maçonaria, Cronologia, Documentos (Ensaio) Editora


Espiritualista — Rio — 1959 (Esgotado).
Estudos Maçônicos sobre Simbolismo — Edições do Grande Oriente do
Brasil — Rio — 1969 (Esgotado)
Pequenas Biografias de Grandes Maçons Brasileiros — Editora Maçônica
— Rio — 1973.
O enigma de gênese da Maçonaria especulativa — Estudo publicado na
Revista Eclesiástica Brasileira (REB) — Set. 1973 — Editora Vozes Ltda. —
Petrópolis.
Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia — 4 Vol. —
Editora Artenova S. A. — Rio — 1974-1976.
Subsídios para uma BIOGRAFIA DE JOAQUIM GONÇALVES LEDO —
(Textos e Documentos) — 2 Vol. — Editora Maçônica — Rio — 1976.
O Livro do Cavaleiro Rosa-Cruz (Estudos sobre o grau 18º do Rito Escocês
Antigo e Aceito) — Artenova S. A. — Rio — 1977.
Comentário ao Ritual do Aprendiz-Maçom — Vade Mecum Iniciático —
Editora Maçônica — Rio — 1977.
Estudos Maçônicos sobre Simbolismo — II Edição — Edições Nicola Aslan
Ltda. — Cabo Frio — 1978. III Edição — Editora Aurora — 1985.
Uma Radioscopia da Maçonaria ou a Maçonaria ao alcance de todos —
Edições Nicola Aslan Ltda. — Cabo Frio — 1979.
Instruções para Lojas de Perfeição — O grau 4º — Editora Maçônica — Rio
— 1979. II vol. complemento até o grau 149 — mesma Editora — 1980.
Instruções para Capítulos — Gráfica Editora Aurora Ltda. — Rio — 1984.
A Maçonaria Operativa (Estudo crítico do Trabalho na Idade Média e nos
Tempos Modernos) — Gráfica Editora Aurora Ltda. — Rio — 1979.
HISTÓRIA GERAL DA MAÇONARIA — O período operativo — Gráfica Editora
Aurora Ltda. — Rio — 1979.
HISTÓRIA GERAL DA MAÇONARIA — A Maçonaria Brasileira.
Landmarques e outros problemas maçônicos (Estudos).
Instruções para Oficinas de Conselho de Kadosch (graus 19? ao 309)
— Gráfica Editora Aurora — Rio — 1984.
NO PRELO
HISTÓRIA GERAL DA MAÇONARIA — O período Aristocrático.
Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia — 1º e 2º
vols. — 2º edição.
ADVERTÊNCIA

Este 29 Volume das Instruções para Lojas de Perfeição" é pura e


simplesmente a continuação do 1º Volume. Foi porém dividido ao meio para
que esta Editora pudesse pôr ao alcance dos IIr.: que freqüentam os Altos
Graus do Rito Escocês Antigo a Aceito uma obra que não se tornasse onerosa,
pelo preço elevado, de um lado, e de difícil manuseio por outro.
Pensamos que, enquanto o Leitor tomasse conhecimento dos
preliminares necessários para a perfeita compreensão dos Altos Graus, o
Editor disporia de tempo suficiente para, mais rapidamente, imprimir e
apresentar a segunda parte do trabalho elaborado pelo lr.: Nicola Aslan. Este
trabalho, como todos sabem, é absolutamente inédito e, poderíamos mesmo
dizer, único na literatura maçônica universal.

O EDITOR

A missão da Maçonaria moderna consiste unicamente em dar ao Maçom


a plena consciência de si mesmo, mostrando-lhe, depois de lhe facilitar os
meios de transformar a sua Pedra Bruta em Pedra Polida, o papel
transcendente que ele poderá desempenhar dentro de um mundo que, a olhos
vistos, caminha a largos passos para um trágico impasse, por falta de
HOMENS, com letras maiúsculas, homens que tenham plena segurança no
leme do comando e que, evitando habilmente os escolhos, tenham a
capacidade de conduzir esta sofrida humanidade ao porto seguro, manso e
acolhedor da Fraternidade universal.

Instruções para Lojas de Perfeição — Vol. 1, 33-34.


INTERPRETAÇÃO ESOTÉRICA DO TEMPLO E DOS SÍMBOLOS DO
GRAU

Como todas as sociedades iniciáticas, a Maçonaria tem um sistema de


doutrinas esotéricas que transmite aos seus iniciados.
A noção de esoterismo aplicada a um ensinamento oral, comunicado a
discípulos escolhidos, existiu desde a mais alta antigüidade. Este sistema foi
inicialmente empregado nos mistérios religiosos e depois para as doutrinas dos
filósofos. Os iniciados aos mistérios — o próprio nome de mistério implica
silêncio e segredo — deviam jurar de nunca revelar a respeite dos arcanos que
os dramas litúrgicos de Elêusis lhes teriam permitido conhecer. E eles
respeitaram o segredo, pois, como diz o Sepher Hazohar, "o mundo subsiste
unicamente pelo segredo".
Entretanto, o segredo não consiste apenas no guardar o silêncio. Muitas
vezes o caráter esotérico de uma doutrina reside na desigualdade de
inteligência e de compreensão dos discípulos. A obscuridade de uma doutrina
pode, de fato, persistir apesar de uma exposição muito clara e completa.
Relativamente às várias maneiras por que deve ser encarado o
esoterismo, Luc Benoist escreve em sua obra "L'Ésotérisme":
"Uma espécie diferente acha-se ligada ao simbolismo de toda expressão
escrita ou falada, sobretudo em se tratando de um ensinamento espiritual. Na
expressão da verdade sempre há de ficar algo de inefável, a linguagem não
estando apta para traduzir as concepções sem imagens do espírito. Enfim e
sobretudo, o verdadeiro segredo é reconhecido como tal por natureza, não
estando ao alcance de ninguém poder divulgá-lo. Permanece inexprimível e
inacessível aos profanos, não sendo possível atingi-lo de outra forma a não ser
com o auxílio de símbolos.

"O que o mestre transmita ao discípulo não é o próprio segredo, mas o


símbolo e a influência espiritual que tornam possível a sua compreensão...”
(pp. 8-9)

Embora exista uma correlação lógica entre exoterismo e esoterismo, não


há entretanto entre eles, uma equivalência exata. Na verdade, o lado interior,
domina o lado exterior, mesmo quando o aspecto exterior assume aspecto
religioso. Ao definir o esoterismo, em sua obra já citada, Luc Benoist observa:
"O esoterismo portanto não é somente o aspecto interior de uma
religião, visto que o exoterismo nem sempre e obrigatoriamente possui aspecto
religioso nem a religião é sempre monopólio do segredo. O esoterismo
tampouco é uma religião especial para uso de privilegiados, como algumas
vezes o supõem, pois não se basta a si mesmo, não passando de um ponto
de vista mais profundo sobre as coisas sagradas. Não constitui outra coisa
senão o sentido real do exoterismo, seja ele religioso ou não.
"Na religião, sempre exotérica, o caráter social domina (como no
simbolismo maçônico). Ela é feita para todos, ao passo que o esoterismo é
apenas accessível a alguns. O que é secreto no esoterismo torsa-se mistério
na religião.
"A religião é uma exteriorização da doutrina sendo limitada ao que é
necessário para a salvação comum dos homens. Esta salvação é uma
libertação ajustada ao plano do ser. Pois a religião considera o ser
exclusivamente em seu estado individual e humano. Assegura-lhe as
condições psíquicas e espirituais melhores compatíveis com este estado, sem
procurar fazer que saia dele.
"Por certo o homem, enquanto homem, não se pode sobrepujar por si
mesmo. Mas se pode atingir um conhecimento e uma libertação que sejam
identificações é que já possui em si mesmo o estado universal que lhes
corresponde.
"O esoterismo que toma emprestado para revelar-se a nós, como o
veremos, o canal metódico da iniciação, tem por objetivo libertar o homem das
limitações do seu estado humano, de tornar efetiva a capacidade que recebeu
para ascender aos estados superiores, graças a ritos rigorosos e preciosos, de
maneira ativa e durável” (pp. 9-10)

***

O ritual faz uma descrição da Câmara do grau 4º e de sua decoração,


indicando a maneira pela qual a Loja dos Mestres Secretos deve ser armada.
Entretanto, poucos sabem que cada um dos objetos e paramentos
mencionados contém um simbolismo o que tanto os nomes quanto os cargos
possuem uma ou várias interpretações simbólicas, sendo isto precisamente o
que constitui o esoterismo maçônico.
Na verdade, porém, simbolistas e ritualistas se esmeraram em
apresentar nos rituais e instruções suas próprias interpretações, enriquecendo
desta forma o simbolismo maçônico. Através delas o Mestre Secreto
compreenderá melhor o significado ligado à denominação do grau que ostenta,
como também em que consiste, com precisão, o segredo que se pretende
confiar-se, exigindo-se-Ihe para que o guarde no fundo do seu coração.
Tentaremos, pois, apresentar algumas das interpretações de símbolos e
o significado dos nomes traduzidos do hebraico encontrados no decorrer das
nossas investigações. Não pretendemos, é claro, que elas se apresentem
como as únicas interpretações simbólicas ou esotéricas, pois o simbolismo
exige que cada qual formule interpretações de acordo com o seu próprio modo
de ver e de sentir. Estas servirão apenas de exemplos, menos, bem entendido
os significados de certos nomes em hebraico.
Jules Boucher(LSM), do qual reproduzimos as palavras, assim
descreveu o Templo de Salomão:
Em Maçonaria, este Templo é um Simbólico e nada mais, um símbolo
de magnífica amplidão: o do Templo ideal para todo o sempre inacabado, do
qual cada Maçom é uma Pedra, preparada sem martelo e sem machado, no
silêncio da meditação. Sobe-se nos andares por uma escadaria em parafuso,
por "espirais", indicando ao iniciado que nele mesmo, dando voltas sobre si
mesmo, é que poderá atingir a excelsitude que é sua meta.
SALOMÃO Significa, em hebraico "homem manso". O Templo de Salomão
é o da Paz, da Paz profunda para a qual tendem todos os Maçons sinceros que
se desinteressam da agitação do mundo profano
"É neste sentido, e apenas neste sentido, que é precise considerar o
Templo de Salomão. Foi construído em sete anos e sete é a idade simbólica
do Mestre Maçom, daquele que atingiu a plenitude da Iniciação.
“O Templo de Salomão foi construído em pedra, em madeira de cedro
e nele abunda o ouro. A pedra é a estabilidade, a madeira a vitalidade e o
ouro a espiritualidade em toda a sua perfeição e sua inalterabilidade.
"Para o Maçom, o Templo de Salomão não é considerado nem em sua
realidade histórica, nem em sua acepção religiosa judaica, mas somente em
sua significação esotérica tão profunda e tão bela.” (Ob. cit. pp. 132-133)
Penetramos no Templo passando por duas colunas que ficam na
entrada. Estas duas colunas representam a Sabedoria e a Estabilidade do
Conhecimento, pois aquele que pretende viver uma vida mais cheia e mais
elevada deve passar por este portal, ou melhor, adquirir conhecimento,
podendo assim experimentar os íri&iores prazeres da mente.
O Templo é dividido em duas partes. A primeira é o Lugar Santo (em
hebraico, heikal), primeira Câmara além do vestíbulo, é que em Maçonaria
chama-se Ocidente. A segunda é o Lugar Santíssimo (em hebraico, debhir), o
godech godechim ou Sanctus Sanctorum, chamado em Maçonaria Oriente.
As palavras heikhal e debhir foram muito usadas em Maçonaria, e continuam
a sê-lo, principalmente na Maçonaria francesa.
O Segundo ritualistas e simbolistas, o Templo de Salomão é o homem, o
Ocidente o seu corpo e o Oriente a sua consciência A balaustrada, que separa
o Oriente do Ocidente, está ligada, no grau de Mestre Secreto, à palavra de
passe Ziza, que é traduzida por esta forma, ao passo que outros ritualistas dão-
lhe o significado d e “resplendor”.
Ao tratar do 4º grau, em seu "Çours Complet de Maçonnerie”, o Dr.
Vassal escrevia, em meados do século passado, alguns comentários de ordem
filosófica, que reproduziremos. Dizia ele:
"O Santo dos Santos, mencionado na instrução, é figurado por um
santuário, na abóboda do qual acha-se suspenso o nome do G.: A.: D.: U.:,
cercado de todos os atributos da divindade; este símbolo, tão religioso,
aparentemente, encerra altas verdades filosóficas
"O Santuário do Templo representa a consciência do homem; é a parte
mais concentrada do seu ser; só ela pode conceber a grandeza da imensidade
de Deus.
"A balaustrada representa a Razão, que preserva: a consciência dos
funestos efeitos dos preconceitos vulgares e fanáticos.
"A Chave do santuário representa a Inteligência que, sendo a
consciência, permite ao homem chegar até a verdade, que concentra em si
mesmo, a partir do momento em que possuí a convicção ma :s íntima; resulta
disto que a consciência figurada pelo santuário é, como o Sanctus
Sanctorum, um asilo sagrado onde ninguém tem o direito de penetrar, exceto
aquele que dela é o possuidor, visto ser ele o verdadeiro amo, devendo ser
unicamente ele a deter a chave dos segredos que ela contém.
"Esta alegoria é tanto mais engenhosa que o véu religioso que a envolve
só podia ser levantado pelos iniciados desse grau, e o sacerdote de Israel ficou
de tal modo compenetrado da importância do verdadeiro sentido filosófico
desta alegoria, que ele a imprime na crença dos israelitas, e esta tarefa tornou-
se, posteriormente, tão fácil de ser cumprida, que, desde o momento em que
os israelitas deixaram de formar um corpo de nação, tiveram de se dispersar, e
então cada chefe de família exerceu, ele mesmo, as funções sacerdotais.
"Foi a transmissão constante desta doutrina, que os tornava tão firmes e
tão resolutos em sua crença religiosa; o desprezo das -várias nações, as
masmorras, as torturas, as próprias fogueiras não conseguiram demovê-los."
Achamos por bem reproduzir estes comentários do Dr. Vassal, escritos
há mais de cem anos, porque talvez expliquem de certa forma a tenaz
sobrevivência do povo de Israel e a sua resistência opiniática contra todas as
vicissitudes sofridas. Talvez respondam de certo modo aos próprios
acontecimentos, ligados a este povo, que estamos presenciando.
As paredes são decoradas de preto com lágrimas de prata. A cor preta
encontra-se também no avental, na faixa e nas luvas do Mestre Secreto que
tem bordaduras pretas nos dorsos. A Liturgy of A. A. S. R. of Freemasonry
comenta a respeito desta cor:
"A cor preta simboliza a dor dos Maçons do Templo por causa da morte
do Mestre Hiram, o Iniciado fenício, e a perda da Palavra do Mestre. É também
símbolo do litígio, no universo das coisas, e na alma de todo homem que vive
entre a luz e a escuridão, o bem e o mal, a verdade e o erro, uma luta que
começou com o tempo e é representada na Maçonaria pelos esforços e pela
ansiedade de alcançar a Luz."
Não são vistas na Loja ferramentas, visto que, devido a morte de Hiram,
os trabalhos foram suspensos. Por outro lado, os trabalhes a que se dedicam
os Mestres Secretos não são manuais ou operativos, são labores que não
precisam de martelo, nem de machado, nem de qualquer outra ferramenta de
artífice.
No sanctus Sanctorum há um estrado de três degraus. Exo-
tericamente, os três degraus representam as três etapas da vida: juventude,
maturidade e velhice, que são também os três degraus do progresso através
dos mistérios da Vida, degraus que levam o homem à noção espiritual de tudo
o que o cerca e o fazem aspirar a algo mais elevado e sublime. Os antigos
egípcios davam-lho interpretação diferente e, como diz Ralph M. Lewis, nas
escavações realizadas naquele país durante as quais foram desenterrados
novos templos, verificou-se que três escalões conduzem sempre à entrada
desses templos ou altares interiores. Em nenhum lugar destes templos onde se
encontram estes pontos sagrados deixam de ser encontrados três degraus
que a eles levam.
E em seus comentários em "Los Antiguos Símbolos Sagrados" diz
Ralph M. Lewis:
"A explicação — ou interpretação — deste símbolo encontra-se no
triângulo, o mais antigo de todos os símbolos ou emblemas. O triângulo
equilátero era um símbolo místico, porque em qualquer posição em que fosse
colocado sempre oferecia uma imagem correta. Neste sentido o quadrado e o
cubo se assemelhavam muito ao triângulo.
"O princípio encontra-se no algarismo três (3). Este número representa
os antigos princípios das divindades ou a lei da criação, a criação perfeita.
"Portanto, no momento de acercar-se do santuário, eram dados três
passos (como se fossem os últimos passos para alcançar a meta, e não como
os três passos que se dão no princípio ou no meio de um percurso) para indicar
que quem se acercava cesse ponto estava consciente ou recordava os três
princípios da natureza e de Deus que lhe dava existência terrena. Porque, de
acordo com a lei do triângulo, toda a existência consciente do homem depende
da unidade desses três princípios. Exotericamente os três princípios estavam
expressos como corpo, espírito e alma."
E continua o Ritual:
"Sobre um estrado de três degraus, dois tronos: Um destinado ao
Presidente que tem a designação de Poderosíssimo Mestre e representa o Rei
Salomão; outro deverá ser ocupado por um alto Dignatário ou um convidado
especial, representando Hiram, rei de Tiro. Não deve haver outros assentos, no
estrado.” (p. 3)
O Trono representa o poder soberano e a dignidade real, que tem
também por insígnias o Cetro e a Coroa real, e que encontraremos mais
adiante, significando a realeza que o Iniciado pretende atingir através do
domínio de seus impulsos inferiores e as suas aspirações a um ideai excelso.
O Rei Salomão representa a Sabedoria criadora, a Sabedoria que
persegue um Ideal Interior com elevadas aspirações, aquela Sabedoria
luminosa e radiante, fecunda produtora de tudo o que é belo, nobre e formoso.
Hiram, Rei de Tiro, é o emblema da Força realizadora e da heróica
Virtude. Hiram é a Vida elevada que domina e rege a Força, dirigindo-se para
a realização de empreendimentos sublimes.
SENTIDO MÍSTICO DOS MÓVEIS CONTIDOS NO SANCTUS
SANCTORUM

Diz o Ritual do Grau 4 ou do Mestre Secreto:


"No canto do Santo dos Santos, à direita do Poderosis.:, uma mesa
coberta com pano preto, com a Arca da Aliança, as Tábuas da Lei, a Urna do
Maná. Encostado à Arca, a Vara de Aarão, e pouco à frente, o Candelabro de 7
velas, No canto à esquerda, o Altar dos Perfumes, e na frente do Altar do Ir.:
Tes.:, a mesa doa Pães da Proposição.
Refere a Bíblia, em Êxodo, XXIV, que, depois da saída dos hebreus do
Egito, Deus celebrou uma aliança com este povo, dando-lhe estatutos para o
seu governo e, por meio de instruções à Moisés, instituiu o próprio culto,
fornecendo minuciosos detalhes para a confecção do Tabernáculo, dos móveis,
utensílios e paramentos necessários ao culto para a organização dos
sacrifícios, do cerimonial litúrgico e do sacerdócio.
O simbolismo do grau de Mestre Secreto tem íntima relação com este
episódio bíblico. A Loja é transformada em Templo de Salomão e o Oriente em
Sanctus Sanctorum, onde são vistos:
1º — A Arca da Aliança
2º — O Propiciatório
3º — A Mesa dos Pães da Proposição
4º — O Candelabro de Sete Luzes
5º—0 Altar do Incenso ou dos Perfumes e vários outros símbolos.

Vamos portanto estudá-los em seus significados e em soas várias


interpretações.
Na verdade, o grau de Mestre Secreto pretende fazer entender ao
Iniciado que Deus não pode ser abarcado pelos sentidos nem compreendido
pela inteligência, e procura libertá-lo da noção de um Deus a quem foram
atribuídos vícios, paixões e preconceitos humanos, superstições estas que o
Mestre Secreto precisa derrubar a fim de poder alcançar a Verdade.
É por esta razão que o ritual do 4º grau contém sentenças como estas:
"Jamais farás imagens talhadas na pedra, à semelhança das coisas que
estão no céu, para adorá-las.
"Não faças teus deuses de metal. Quando ergueres teus olhos para a
abóbada celeste nela vires o Sol, a Lua e as Estréias, não lhes dirijas nenhum
culto, como faziam os povos de outrora.
"Não atribuas a Deus paixões e vícios humanos. Nunca dê o seu Nome
aos fantasmas que tua imaginação engendrar." (pp. 20-21)
Mostra o ritual que tudo o que a humanidade produziu como expoentes
da inteligência, se tem preocupado em libertar os povos da prática de religiões
inferiores, lutando contra a adoração dos astros e o culto dos ídolos materiais,
para afirmar que esta é também d preocupação da Maçonaria:
"A suprema e perpétua preocupação da Maçonaria é a derrubada de
todos os ídolos que procura combater pacificamente, sejam eles preconceitos
ou superstições, mentiras ou ignorância, milagres ou tiranias, ídolos religiosos
ou ídolos políticos.” (p. 22)
E assegura que a única barreira existente entre os homens e a Verdade
é o conjunto de paixões, erros e preconceitos. Para o Mestre Secreto, porém, o
obstáculo poderá ser transposto se souber utilizar a chave da perseverança, da
energia e das intenções puras.
E como prêmio pelo esforço despendido pelo Mestre Maçom a fim de
obter êxito em seus nobres propósitos, ele é coroado com termos de oliveira e
de louro, que os antigos consideravam emblemas do triunfo e da glória.
A ARCA DA ALIANÇA

O trabalho foi executado por Besaleel e Aholiabe (ÊX. XXXI, 1-11).


construir uma Arca, de acordo com os dados minuciosos recebidos. O trabalho
foi executado por Besalel e Aholiabe (ÊX. XXXI, 1-11). Nela deviam ser
conservadas as Tábuas da Lei, uma Urna cheia de Maná e a Vara de Aarão.
Sobre as duas Tábuas da Lei estavam gravados os Dez Mandamentos.
Na primeira, estavam os três Deveres do Homem para com Deus. Na segunda,
os sete Deveres do Homem para com o J seus semelhantes.
A Arca da Aliança, que segundo Lenormand media 1,75 m de
comprimento por 0,80 de altura e outros tantos de largura, era uma reprodução
em ponto pequeno da Arca de Noé, que a inspirou, e servia como testemunho
da Aliança do Senhor por intermédio de Moisés.
A Arca de Noé é geralmente representada por baixo do Arco-íris e as
suas sete cores, ao qual ela está indissoluvelmente associada, como símbolo
das relações entre o céu e a terra. Segundo afirma Magister em seu 'Manual
del Maestro Secreto”:
"É o símbolo da aliança, ou seja, da reciprocidade construtiva entre o
Homem e Deus, que tornou possível a salvação do primeiro dos cataclismos
naturais em que perecem os que não reconhecem a Onipotência do
Princípio Divino que neles reside, estabelecendo a aliança indispensável com
este Princípio” (p. 152)
Construída em madeira de Acácia e forrada por dentro e por fora de
ouro puro, a Arca da Aliança era o cofre em que os hebreus guardavam os
seus maiores tesouros, tesouros místicos, espirituais e morais, pois as Tábuas
da Lei que ensinam a Verdade Divina, o Maná e a Vara de Arão são símbolos
da Vida eterna.
A Acácia, por sua vez, árvore sagrada entre os egípcios, dos quais os
hebreus acabavam de fugir, era, pela sua imputrescibilidade, também um
emblema da vida eterna e, conseqüentemente, da imortalidade e ao mesmo
tempo da inocência, ao passo que o ouro era o símbolo do poder e da
magnificência.
Na Arca da Aliança reside, pois, um simbolismo bastante extenso, que o
Mestre Secreto deve desenvolver no silêncio do seu coração, pois é um
segredo mu to importante que só a ele interessa.
Tratando dos símbolos contidos na Arca, em seu "Manual del Maestro
Secreto", escreve ainda Magister:
Com a branca chave, alegórica da pureza de suas intenções que o
Mestre Secreto possui, pode ele averiguar o conteúdo da Arca. Não obstante, a
fragilidade do material de que se compõe requer um cuidado extremo: a chave
pode quebrar-se facilmente — pomo o indicam alguma vez as alegorias
relativas a este grau — e o conteúdo da Arca permanecerá oculto e
impenetrável, se não concorrem para formá-lo o ouro da Fé, a prata da
Esperança e o cobre do Amor." (p. 73)
E com referência à Urna do Maná e à Vara de Arão, Magister explica:
"O Vaso de Maná e a Vara de Arão, que se conservam na Arca junto
das Duas tábuas da Lei, são os emblemas dá Graça e do Poder que manam da
perfeita observância da Lei em seus dois aspectos: os dons do Altíssimo que
se recebem na proporção da nossa Fé, Esperança e Amor, com o
reconhecimento de que Ele ó a Grande Fonte de tudo, o único Poder e a única
Realidade.”p(74)
Sobre a tampa da Arca da Aliança, ou seja sobre o Propiciatório,
também chamada o Assento da Misericórdia manifestou-se, por uma nuvem
visível, a Glória Divina, que habita no Templo e no Tabernáculo, e que os
judeus chamam a Xekiná, termo hebraico derivado da palavra Xakan, ou seja,
morar, habitar. Esta nuvem era o resultado do sangue do sacrifício que o Sumo
Sacerdote verte sobre esta tampa pelos pecados do povo.
Apareceu pela primeira vez sobre a Arca quando Moisés consagrou o
tabernáculo; e esteve depois disso na consagração do Templo por Salomão,
aonde foi transportada e onde permaneceu até a destruição do edifício. A
Xekiná desapareceu depois da destruição do primeiro Templo e não esteve
presente no segundo. A Xekiná era o Símbolo da Glória Divina.
Segundo afirma Ralph M. Lewis em Los Antiguos Símbolos
Sagrados":
“Para os místicos, a Arca é o emblema do lugar sagrado e secreto onde
estavam depositadas e conservadas as coisas sagradas de índole material ou
mundana, que pertenciam ao Templo, aos Oficiais ou aos Irmãos.
"Neste sentido, a Arca significa um depósito muito diferente do Livro.
Este continha e preservava as posses espirituais, as Leio Divinas, a outra
continha e preservava as coisas secretas que pertenciam à existência terrena e
aos trabalhos do Templo. Por isso, a Arca foi emblema do lugar oculto, selado
e vigiado, onde se preservavam secreta e sagradamente os vínculos que
uniam os Irmãos."
E mais adiante, o mesmo autor escreve:
"Na origem, um templo era um espaço ou área de terreno destinado a f
ns sagrados ou de adoração, onde homens e mulheres podiam congregar-se
para fazer as suas oferendas e para meditar. Era terra sagrada. Não era uma
construção, porém simplesmente um lugar.
"Era costume haver nessa área um ponto focai, representado por uma
pequena construção ou altar que recordava a presença de Deus. Este ponto
focai foi chamado o Sanctus Sanctorum e o Altar chamou-se a Arca ou a
Xekiná.
"Mais tarde, quando foram erigidos edifícios para encerrar e proteger o
lugar sagrado, a Arca ou Xekiná foi sempre colocada no centro. Era neste
lugar onde se acreditava que descia, na terra, a consciência de Deus. Até nós
chegou, através de quase todas as religiões, a crença de que sempre que o
homem dedica um lugar, uma coisa ou uma condição a Deus, ELE aí está
presente, santificando-o por ter-lha sido consagrado."
O PROPICIATÓRIO

De acordo com as instruções recebidas de Deus (ÊX. XXV, 17-22),


Moisés mandou construir um propiciatório de ouro puro, obra também
executada por Bezaleel, o grande artista hebreu (Êx. XXXVII, 6-9). Sobre ele
deviam ser colocados, um a cada extremidade, dois querubins de ouro batido
de asas abertas por cima do propiciatório, cobrindo-o.
O propiciatório devia ser disposto por cima da Arca, dentro da qual as
Tábuas da Lei confirmavam a proibição de render culto a imagens.
Em sua obra "Jesus e sua doutrina", A. Leterre escreve a .respeito dos
querubins:

"Os dois querubins emblemáticos, de asas estendidas, da Arca de


Moisés, cujo termo em hebraico significa Touro, símbolo da potência criadora
de Jeová, tinham a mesma analogia da estatueta de Amon com cornos
(Carneiro), por isso que Moisés é representado com esses adornos. A Bíblia
mesmo consigna que o Eterno (Jeová), ameaça seu povo com seus cornos.”
(p. 62)
E prosseguindo, este autor desenvolve estranha teoria que consignamos
aqui, sem comentários, mais a título de curiosidade:
"Ora, será admissível que Jeová tivesse ordenado a Moisés, a
construção da Arca, copando-a do culto de Amon? É mais verossímil que este
legislador tivesse recebido nos templos de Jetró, onde se iniciou, o plano dessa
Arca, construída, como era, com ouro, prata, bronze, etc., servindo, de acordo
com a formidável ciência de que era detentor, de poderoso acumulador elétrico.
"É sabido que a atmosfera, em certas regiões do globo, como no
Canadá, é carregada de fluídos elétricos de tal natureza e em tão grande
quantidade, que uma pessoa lá pode acender um bico de gás simplesmente
com a ponta do dedo.
"No Egito, então, esta propriedade ainda é mais notável, devido à secura
do ar. Não é, pois, de estranhar que sábios magos, como Moisés,
conhecessem esta força da natureza e que este tivesse sabido captá-la em seu
formidável acumulador, para aplicá-la em certas oportunidades, quando seu
povo recalcitrava ou contra inimigos em batalha.
“As extremidades das asas dos Querubins de ouro recebiam o potencial
atmosférico positivo e o condutor interior, que residia nos varais, que se
comunicavam com o solo, o negativo”.
"Segundo rezam os livros da índia, Semíramis, rainha da Babilônia,
tentou uma vez invadir este país com um exército de dois milhões de homens.
Os magos, unicamente por meio dos fluídos elétricos, derrotaram seu exército,
obrigando-a a transpor o rio Brahma-Putra, que, nesse lugar, ficou amaldiçoado
até roje, razão por que indiano algum o atravessa.
"Na história da Grécia, encontra-se o mesmo emprego dessas forças
para derrotar um exército invasor.
"Houve mesmo Pontífices fulminados pelo raio, quando, mal isolados,
invocavam o fogo celeste: Invocare fulmine, cogere fulmine, diz a frase
latina. Foi pela mesma razão que Zoroastro foi fulminado.” (pp. 62-63)
O famoso Papus trata desse mesmo assunto em seu TMSO, em que
dizia:

“Os nossos eletricistas ficariam em situação de inferioridade perante


esses sacerdotes egípcios e seus iniciados (gregos e romanos) que
manejavam o raio, como nós empregamos o calor, e o faziam descer à sua
vontade”.
"É Saint-Yves d'AIveydre que vai mostrar-nos, (em sua “Mission de
Juifs"), como era posto em prática este segredo que constituía um dos
costumes entre os mais ocultos dos santuários.
"Na História eclesiástica de Sozomeno (liv. IX, cap. VI) pode-se ver a
corporação sacerdotal dos etruscos defendendo com trovões, contra Alarico, a
cidade de Nárnia que não foi tomada.
"Tito Lívio (liv. I, cap. XXX) e Plínio (Hist, nat, liv. II, cap. Llll, e liv.
XXVIII, cap. IV) nos descrevem a morte de Túlio Hostílio querendo evocar a
força elétrica segundo os ritos de um manuscrito de Numa e morrendo
fulminado por não ter sabido prever o choque de retorno.
"Sabe-se que a maior parte dos mistérios entre os padres egípcios não
era mais que o véu com o qual encobriam as ciências e que ser iniciado em
seus mistérios era ser instruído nas ciências que eles cultivavam. Por isso
davam a Júpiter o nome de Elício ou Júpiter elétrico, considerando-o como o
raio personificado, o que se deixava atrair sobre a terra pela virtude de certas
fórmulas e práticas misteriosas; pois Júpiter Elício não significa outra coisa
senão Júpiter suscetível de atração, Elício provém de elicere, segundo Ovídio
e Varão.” (pp. 20-21)
Durante a Antigüidade e a Idade Média homens de talento consignaram
em seus escritos muitas coisas maravilhosas que foram acreditadas graças à
sua fama e pessoas de talento quiseram transportar esses contos até os
nossos dias. Existem, na verdade, coisas que escapam ainda às investigações
científicas, mas todo o cuidado é pouco, porque também existem dogmas
científicos.
Se a Fé é uma virtude, a credulidade não. É recomendado, por outra, ao
Mestre Secreto a inocência, mas não a ingenuidade.
A MESA DOS PAIS DA PROPOSIÇÃO

Em Êxodo XXV, 23-29, Deus ordena a Moisés de fazer uma mesa,


dando-lhe as instruções sobre os detalhes, e no versículo 30 determina:

30 — Porás sobre a mesa os pães da proposição diante de mim


perpetuamente.

Em Levítico XXIV, 5-9, Deus instrui a Moisés como deverão ser feitos
os pães e de que maneira a oferta deverá ser feita:

5 — Também tomaras a flor da farinha, e dela cozerás doze pães, cada


um dos quais será de duas dízimas de uma efa.
6 — E os porás em duas fileiras, seis em cada fileira, sobre a mesa de
ouro puro perante o Senhor.
7 — Sobre cada fileira porás incenso puro, que será, para o pão, como
porção memorial; é oferta queimada ao Senhor.
8 — Em cada sábado, Arão o porá em ordem perante o Senhor
continuamente, da parte dos filhos de Israel, por aliança perpétua
9 — E será de Arão e de seus filhos, os quais o comerão no lugar santo,
porque é coisa santíssima para ele das ofertas queimadas ao Senhor, como
direito perpétuo.
Portanto, são doze os pães e não três como o exige o Ritual do 4º grau
de G.: O.: B.:, posto que esses pães são oferecidos ao Altíssimo pelas doze
tribos de Israel, um para cada e não quatro tribos para um. Isto é confirmado
por Magister em seu "Manual del Gran Elegido", o qual assim se exprime:
"Os doze pães de proposição que as doze tribos oferecem ao Altíssimo
constituem uma referência mais direta aos doze signos zodiacais, na ordem em
que usualmente lhes é reconhecida; as doze divisões cíclicas do Ritmo
Cósmico e Terrestre da Vida, e ao mesmo tempo os doze setores que
diferenciam radialmente todo campo enérgico vital” (p. 108)
O ALTAR DOS PERFUMES

A Bíblia (ÊX. XXX, 1-10) refere-se a ordem dada por Deus a Moisés para
a confecção de um altar para nele queimar incensa O altar era de forma
quadrada, coberto de ouro e com "chifres que formarão uma só peça com ele".
Os altares dos antigos eram de duas categorias: para os sacrifícios e
para o incenso. Os primeiros eram erigidos fora e em frente ao Templo,
somente os segundos eram permitidos no interior.
Supõem alguns pesquisadores que o incenso servia para afugentar os
maus odores, sendo utilizado para corrigir o ar viciado dos templos
subterrâneos.
Segundo a "Encyclopaedía" de Mackey, o uso do incenso fazia parte
do culto à Divindade, sendo comum a todos os povos da antigüidade. Porém,
em Maçonaria, o incenso é o símbolo da prece.
Entretanto, Jules Boucher (LSM) observa que o incenso e a fumaça que
ele produz, possuem uma ação anti-séptica já comprovada, e esta ação física é
acompanhada de uma ação" psíquica; ela produz um estado de alma particular
propício à elevação espiritual".
O incenso que se emprega nas Igrejas é uma mistura de várias resinas,
mistura na qual, às vezes, não entra sequer um grão de incenso puro. A
palavra designa "tudo o que queima", sem indicar qualquer material em
particular. O verdadeiro incenso é o Olíbano (Oleum Libani) ou óleo do Líbano.
Para as fumigações maçônicas, Jules Boucher preconiza uma mistura
em três partes de Olíbano, duas de Mirra e uma de Benjoim, que tem um odor
bastante agradável e que, na sua opinião, simbolizaria os três mundos: divino,
humano e material, acrescentando:
"As velas e as fumigações são, em nossa opinião, o coadjuvante
indispensável das cerimônias maçônicas, às quais dão aquela nota "sagrada"
que deve reinar nos Templos. Dizemos bem um "coadjuvante", pois é evidente
que não modificam os ritos fundamentais da Ordem Maçônica." (pp. 122-123)
O CANDELABRO DE SETE LUZES

O candelabro de sete luzes, velas ou braços, uma das qual? devia estar
continuamente acesa para o serviço do Tabernáculo, foi confeccionado de
acordo com as instruções emanadas do Altíssimo, segundo o Êxodo, XXV, 31-
40.
Este candelabro tinha sete ramos, três de cada lado e um no centro, e
estava colocado ao lado oposto ao da mesa dos Pães de Proposição, que
pretendia iluminar obliquamente, e para tanto as lâmpadas estavam dispostas
de maneira a ter vista para o Oriente e o Sul.
No simbolismo judaico, segundo alguns comentadores, os sete ramos
indicavam os sete planetas clássicos dos antigos; outros, porém, pensam
tratar-se dos sete dias da semana. Os cristãos primitivos fizeram do
Candelabro de sete ramos um emblema alusivo ao Cristo, "A Luz do Mundo" e,
neste sentido, tornara-se um dos símbolos favoritos da arte cristã primitiva.
Existe grande analogia entre o Candelabro e a Arca da Aliança, sendo
ele mais uma testemunha da aliança mística existente entre a criatura e o
Criador e do homem com o Princípio de Vida. E explica Magister:
"Por esta razão, a Arca há de ser iluminada pelo candelabro de sete
luzes, que são ao mesmo tempo os sete Elohim ou Criadores (manifestados
nos sete raios, as sete Forças Planetárias e nos sete Anjos que se sentam
diante do Trono de Deus), as sete virtudes, as sete Artes e os sete dons do
Espírito Santo: Sabedoria, Inteligência, Conselho, Juízo, Fortaleza, Ciência e
Temor a Deus (Compreensão da Lei).
''Estas sete luzes filosóficas devem iluminar e completar, no Mestre
Secreto, a Fé, a Esperança e o Amor, cujo conhecimento prático foi objeto dos
três graus simbólicos. A Devoção e o Respeito à Lei, vêm primeiro e conduzem
naturalmente à verdadeira ciência — discernimento e conhecimento da
Realidade. Es e conhecimento é a verdadeira força do Iniciado: a Força
Invencível que se torna manifesta como fortaleza de caráter.
Por sua vez, a Retidão do Juízo, que nasce da firmeza do dis-
cernimento, é a base de todo são conselho, sem o qual não pode haver
verdadeira inteligência. E a Sabedoria, que vem por último, é a primeira em
categoria, pois integra em si todos os demais dons. A ela refere-se João
Batista, personificação da Inteligência, quando diz: "Este é aquele de quem eu
dizia: Aquele que vem atrás de mim, é antes de mim".
"As sete luzes ou fogos, devem ser acesos e brilhar no Santuário de
nossa íntima consciência, ante a Arca ou receptáculo arcano, símbolo
daquela Aliança que nos converte em verdadeiros Maçons — Obreiros
Iluminados e Conscientes do Grande Arquétipo, que se dedicam com Fé,
Ardor, Liberdade e Firmeza à realização de seus planos, com um
conhecimento cada vez mais perfeito e uma observação de suas Leis cada vez
melhor.” (pp. 150-151)
Referindo-se ao Apocalipse, A. Leterre (JSD), fala do Candelabro de 7
braços dizendo:
"O sistema planetário, ali, está designado, sem nenhuma espécie de
equívoco, por um castiçal de 7 braços ou por 7 castiçais e por 7 estrelas que
empunha o gênio luminoso, semelhante ao deus princípio, Ormuzd, adorado
pelos persas.
"Este emblema simbolizava os 7 grandes corpos celestes (Sol, Lua,
Júpiter, Saturno, Marte, Vênus e Mercúrio) nos quais se distribui a luz incriada
e no centro dos quais brilha o Sol, seu principal foco. É o anjo do Sol que, sob
a forma de gênio resplandecentes de luz aparece a João e lhe descobre os
mistérios que ele deve revelar aos iniciados.
"São os próprios escritores judeus e cristãos que nos fornecem a
explicação que damos dos 7 castiçais que exprimem aqui a mesma idéia
cosmogônica, indicada pelo símbolo do castiçal de 7 braços, colocado no
templo de Jerusalém.
"Clemente, bispo de Alexandria, pretende que o castiçal de 7 braços,
colocado no meio do Altar dos perfumes, representava os 7 planetas. De cada
lado partiam três braços suportando cada um, uma lâmpada. No meio estava a
lâmpada do Sol, centralizando os 6 braços, porque este astro colocado no meio
do sistema planetário, comunica sua luz aos planetas que estão abaixe e
acima, segundo as leis de sua ação divina e harmônica.
"Josefo e Filon, dois escritores judaicos, dão a mesma explicação. O
autor do Apocalipse nada mais fez, portanto, do que empregar um emblema
aceito para exprimir os sistemas harmônicos do Universo, no santuário do qual
a iniciação introduzia o homem.”
SÍMBOLOS DO GRAU DE "MESTRE SECRETO"

O SINAL DO SILÊNCIO

O Sinal do Mestre Secreto se faz colocando-se os dedos médio e


indicador sobre os lábios, significando silêncio e segredo.
Na Introdução que ARYAN fez para o livro "La masoneria Oculta y la
Iniciación Hermética” de J. M. Ragon, ao referir-se a este símbolo este
prefaciador comentava:
"O símbolo em Maçonaria, assim como em ocultismo, é sempre
acompanhado de silêncio. Calar é uma das virtudes que deve possuir o
iniciado. Dizia Carlyle que o silêncio "é o elemento em que se plasmam as
grandes coisas para saírem com o templo à luz meridiana da vida
completamente amoldadas e majestosas".
"Falar, não é, como dizia um célebre francês, a arte de ocultar o
pensamento, mas de pará-lo e de sufocá-lo... A palavra é coisa temporal; o
silêncio, coisa eterna". O silêncio tem sido exaltado em todas as escolas
iniciáticas como eterno dever do homem. Os discípulos de Pitágoras eram
submetidos a uma grande prova de silêncio. Os iniciados de Elêusis saíam do
antro onde se encontrava o leito de Perséfone com um dedo sobre os lábios
para significar que o que tinham experimentado era inefável. Os exercícios de
concentração das escolas iogues são também provas de silêncio nos quais a
alma se isola do mundo dos sentidos, acalma suas paixões e contempla-se a si
mesma.”

CETRO

Nos Altos Graus, o Cetro é o símbolo do poder, um dos atributos de


Salomão que neles desempenha papel tão preponderante.
No grau de Mestre Secreto, como nos seguintes da série dos graus de
Perfeição, o Cetro substitui o Malhete para dar sobre a espada os golpes
simbólicos da consagração. Representa ó Poder ^e Unidade que se manifesta
na Inteligência (mão esquerda) como sabedoria, e na Vontade (mão direita)
como capacidade e efetividade de domínio. Ambos estes aspectos do símbolo
têm relação com os dois aspectos da letra lod, conhecida pelo Mestre Secreto
e que se manifestam como princípios e potencialidades ativas no homem
(MMS — pp. 86-87)

CHAVE
Em nosso GDEMS, escrevemos longo artigo sobre a chave (VEP) em
que dizíamos que nos Altos Graus maçônicos a chave é o símbolo do Segredo.
Segundo Adoum, a chave é a razão princípio da Sabedoria Infinita. É o
pensamento concentrado com o qual se abre a Arca. (p. 21)
Da mesma forma diz-se que as chaves místicas são as palavras
sagradas ou de passe que, simbolicamente, servem paia abrir o Templo.
COROA

Ornato muito usado na Antigüidade para cingir a cabeça, sendo as


primeiras consagradas às divindades segundo as plantas que fazem parte de
seus atributos (ver GDEMS). Os sacerdotes e sacrificadores portavam, durante
os sacrifícios, coroas de oliveira a de louro e assim segundo os seus cargos, os
magistrados, os embaixadores, os atletas, os militares, etc.
Tornou-se depois um atributo do poder. Assim, desde Júlio César, os
imperadores usaram a coroa triunfal que é dê louro, e assim foi também usada
na Maçonaria como emblema de majestade, poder, martírio, glória e triunfo.

JÓIA DO PRESIDENTE DA LOJA DE PERFEIÇÃO

É um Delta dourado tendo, no anverso, inscritas em forma de triângulo,


as letras I (Jota) em cima, Alpha (A) à esquerda e Omega (O), à direita em
baixo. Jota (I) significa a existência, Alpha (A), o começo, e ômega (O), por ser
a última letra do alfabeto grego, o fim.
Também dispostos em triângulo, no reverso, são vistos símbolos
alquímicos. Em cima o do ouro (um círculo); à direita o da prata (um círculo
encimado por uma meia-lua, e por baixo uma pequena linha vertical) e, à
esquerda, o do cobre (um círculo com uma pequena cruz grega em baixo).
As letras do anverso Jota, Alpha e ômega formam um antigo
hierograma IAO, usado pelos gregos, semelhante ao lod, Hê, Vau hebraico e o
AUM hindu; símbolos fonéticos da divina Triada da qual o Triângulo é o
símbolo gráfico.
Quanto aos símbolos alquímicos do reverso, sabe-se que, em
esoterismo, cada metal tem um nome astrológico e corresponde a um planeta.
Assim, o ouro está ligado ao Sol, a prata à Lua e o cobro a Vênus. Podemos
então traçar o quadro do que eles representam esotericamente:
Sol — ouro — espírito — espiritualidade — idealidade, perfeição.
Lua — prata — vida ou alma; segundo os hermetistas, objetividade,
intelectualidade, sentimento puro.
Vênus — cobre, corpo, sensibilidade, instintividade, sexualidade.

Descrevendo a jóia do Presidente de uma Loja de Perfeição, diz a


"Liturgy of A. A. S. R.":
"O triângulo, que é a jóia do Presidente, como o que está dentro de um
círculo suspenso no Oriente representa o Grande Arquiteto do Universo. Os
três lados dele são Sabedoria, Força e Beleza, ou, mais propriamente,
Sabedoria, Poder e Harmonia; três atributos divinos muito falados pelos
Maçons; Sabedoria que concebe, Poder, que cria e Harmonia, que regula e
preserva o universo.
"O universo é simbolizado por nós, como o era pelos antigos, por um
círculo. A estrela flamejante de cinco pontas representa a grande luz central,
que muitas nações adoraram no sol; e a letra IOD circundada por seus
esplendores, é a inicial hebraica do nome da grande fonte de luz, o verdadeiro
DEUS, que os Maçons reverenciam", (pp. 18-19)
Segundo escreve Papus no século XIX:
“Os hindus e sobretudo a nação chinesa, estacionaria por excelência,
pois ainda hoje emprega a datilografia primitiva, conservaram este primeiro
nome do Criador que o homem não devia pronunciar nunca, IAO, nome bíblico
e trinitário. lod, Hê, Vau. Hê, que, com as aspirações arcaicas, produziu entre o
povo de Deus Jehaho, Jehová ao passo que entre os infiéis tornou-se Jovis,
donde Jovis Pater.
"O primitivo IOA produziu por analogia a tríplice divindade egípcia Ísis,
Osíris, Anúbis. Os nomes e a forma são a obra dos homens; o espírito, o
protótipo, é a onipotência eterna.”

O LAUREL E A OLIVEIRA

Segundo Adoum, estas folhagens simbolizam a vitória sobre si mesmo e


a paz na vida espiritual e física. Significam vitória è paz, o que se consegue
pelo triunfo do Espírito sobre a Matéria.
Diz porém o "Manual del Maestro Secreto" que o Laurel e a Oliveira
que coroam o Mestre Secreto "são o emblema da Vitória alcançada sobre si
mesmo, sobrepondo os seus ideais aos seus vícios, erros e paixões, e a paz
da alma que deriva desta conquista — a Paz que sucede às tempestades
interiores, à luta obscura com os instintos e tendências negativas —
inteiramente desconhecida por aquele que não tenha triunfado alguma vez,
vitoriosamente, na luta sobre as suas tendências inferiores. Somente quando
sabemos levar intactos os nossos Ideais no Ocidente da vida material,
podemos efetivamente merecer esta coroa mística", (p. 82)
A oliveira da Paz identifica-se, simbolicamente, com o Rei Salomão; o
rei universalmente reconhecido e renomado por sua sabedoria e cujo nome
significa igualmente paz.
O laurel é o símbolo dá vitória que acompanha o homem, segundo a
elevação de suas aspirações.
Assim, enquanto o laurel é a recompensa do mérito, a oliveira o é da
fidelidade. E essa última tem como significados simbólicos: a Paz, a Caridade,
a Abundância e a Fecundidade.

PAINEL DO GRAU 4º

Segundo Vassal (CCM), o painel deste grau compõe-se do santuário do


Templo, fechado por uma balaustrada e pela palavra de passe do grau que
significa balaustrada. No interior do santuário e próximo a esta balaustrada,
acha-se figurado um túmulo que parece representar aquele destinado a conter
os despojos mortais de Hiram.
A guarda desta parte do Templo era confiada aos levitas e a chave da
balaustrada lhes era igualmente confiada, o que certamente deu a idéia aos
autores do R. E. A. A. de com estes elementos formar os Mestres Secretos,
cuja marca distintiva é uma chave semelhante a dos camareiros, que teve ser
figurada sobre o avental.
TEMPLO DE SALOMÃO

Mackey (SOFM) escreve nesta sua obra:


"Os construtores da antiga Jerusalém construíram um templo terrestre e
material que devia ser consagrado ao serviço e ao culto de Deus — uma casa
na qual Jeová devia morar visivelmente por meio de sua Xekiná (sua glória) e
de onde, por Urim e Tumim, devia fazer ouvir os seus oráculos e governar e
dirigir o seu povo escolhido.
"Mas a arte operativa (a construção de edifícios materiais) tendo;
terminado para nós, como Maçons especulativos, simbolizamos os trabalhos
dos nossos predecessores empregando-nos na construção do templo espiritual
em nossos corações, templo puro e sem máculas, digno de ser a morada
d'Aquele que é o autor de toda pureza — onde Deus será adorado em espírito
e verdade, e de onde todo mau pensamento e toda paixão desregrada estarão
banidas, como o pecador e o gentio estarão banidos do santuário tio templo
judaico,
"Esta espiritualização do templo de Salomão é a primeira de todas as
instruções da Maçonaria, a mais importante e a mais profunda de todas."
OS GRAUS POR COMUNICAÇÃO

Como já dissemos em outra parte deste livro, existem no Rito Escocês


Antigo e Aceito graus que não são mais praticados, ou seja não se exige mais
uma iniciação aos candidatos para conferi-los.

Comportam apenas uma instrução dada pelo Presidente da Oficina, sem


qualquer espécie de cerimonial iniciático. Diz-se então que tais graus foram
conferidos por comunicação.
Nas Lojas de Perfeição, no Brasil, tais graus são os seguintes: 5, 6, 7, 8,
10. 11, 12 e 13.

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