Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Esses instrumentos – a Régua de 24 PP.’., o Maço e o Cinzel – são essenciais para que o
Aprendiz consiga desbastar a sua ‘pedra bruta’, que significa o próprio Aprendiz nas
condições em que se encontra no mundo profano, com seus defeitos (arestas), e sobre o
qual deverá proceder à sua auto-lapidação, sua auto-escultura, seu auto-desenvolvimento,
transformando-se na ‘pedra polida’ em busca da construção de seu ‘Templo Moral’
consagrado ao G.’.A.’.D.’.U.’..
A RÉGUA DE 24 PP.’.
A origem da palavra régua é francesa (règle) e significa “lei ou regra”. Remete-nos a idéia do
traçado reto e da medida (REIS, 2008). A função da Régua de 24 PP.’. é medir a longitude,
base de todas as medidas, que permite compreendermos o que é cada objeto (GOMG,
2004), avaliarmos o transcurso do tempo e registrarmos seus fenômenos em movimento
(PESSANHA, 2008).
Como instrumento de medida pode ser utilizada para comparar e aferir os resultados
alcançados mediante o que foi planejado, além de permitir definir parâmetros de ação
quando do desbaste da ‘pedra bruta’ (DANIEL, 2008). A Régua de 24 PP.’., portanto, guia o
Aprendiz na realização de seu trabalho, permitindo-lhe planejar suas ações e criar regras,
leis e padrões de conduta norteadores de seus objetivos.
Nos dias de hoje a preocupação com a administração do tempo, representada na lição das
24 polegadas, é fundamental, dada a dinâmica da vida cotidiana, onde é preciso reconhecer
e aceitar nossos limites e aprender a priorizar e eliminar atividades que desperdiçam um dos
recursos mais valiosos que o ser humano possui e que não pode ser recuperado, o tempo.
O Maço (ou martelo rudimentar) foi o primeiro instrumento imaginado pelo homem primitivo
para mover a matéria de um lugar para o outro no plano material (GOMG, 2004),
inaugurando a era das ferramentas, na qual coisas alheias ao próprio corpo começaram a
ser utilizadas pelo homem para conseguir seus intentos. Até então, o homem era o maço de
si mesmo, utilizando seus próprios músculos como ‘instrumento’ de força. Com a sua
evolução, foi se apoderando dos maços da natureza e de sua força, potencializando suas
energias para o alcance de seus objetivos (PESSANHA, 2008).
Como instrumento que serve para descarregar golpes, o Maço representa o método mais
simples da aplicação da força (e do poder) e simboliza, na Maçonaria, todas as forças físicas,
morais, mentais e espirituais. O poder do Maço é ilimitado, pois dentro de cada pessoa existe
uma reprodução do G.’.A.’.D.’.U.’., cujo poder é onipotente (GOMG, 2004).
O CINZEL
O Cinzel possui o poder de cortar, dar forma, abrir caminho através da matéria. Para isso,
necessita ter um fio cortante e resistente, de maneira a receber e transmitir a força que lhe
for aplicada pelo Maço, e de acordo com a obra que com ele o Aprendiz será capaz de
realizar (GOMG, 2004). O Cinzel significa a capacidade de enxergar aquilo que é preciso
mudar, deve ser a autocrítica do Maçom que, apoiada pela força de vontade, fará com que
consiga o desbaste necessário de sua ‘pedra bruta’ (DANIEL, 2008).
Conclusão
O conhecimento está ligado à Régua de 24 PP.’., pois permite ao Aprendiz medir suas
emoções, paixões e vaidades, dominando-as para que possa evoluir enquanto Maçom. A
ação está ligada à aplicação da força pelo Maço sobre o Cinzel, onde deve ser observado o
controle emocional do Irmão Aprendiz na aplicação dos golpes para que não haja um
acidente ou imperfeições na confecção da obra a ser construída. O Cinzel representa a
qualidade de sentir, pois é o instrumento com que o Aprendiz entre em contato com a
matéria do mundo externo. Portanto, “conhecemos com a Régua de 24 PP.’., sentimos com
o Cinzel e agimos com o Maço” (GOMG, 2004; ROSENHAIM).
Relembrando o que foi comentado no início deste trabalho, a utilização dos três instrumentos
do Aprendiz deve servir para polir a ‘pedra bruta’ na busca por transformá-la em ‘pedra
polida’. Isso significa determinar as ações, aplicar toda a energia e desenvolver todas as
faculdades, educando e dominando a si mesmo em busca do aperfeiçoamento moral e
espiritual. Este trabalho que é realizado com a Régua de 24 PP.’., o Maço e o Cinzel, nunca
deve ser considerado como concluído.
Por último vale também destacar a correspondência entre os três instrumentos de trabalho
do Aprendiz e as três principais Luzes da Loja: a Régua de 24 PP.’. corresponde à Sabedoria
do Venerável Mestre quando do planejamento e direção dos trabalhos que devem estar
ajustados à perfeição e à beleza da obra de arquitetura que se realiza em cada sessão da
Loja; o Maço corresponde à força e transmissão de energia realizada pelo 1º Vigilante em
sua missão, cujo equilíbrio e discernimento deverá saber usá-lo no momento próprio; e o
Cinzel corresponde ao 2º Vigilante, que representa a beleza e a forma como o Maçom
cinzela a ‘pedra bruta’ (GOMG, 2004; ROSENHAIM).
BIBLIOGRAFIA: