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Símbolos - Simbolismo - Simbologia

"O Simbolismo transforma os fenômenos visíveis em uma idéia, e a idéia em imagem, mas
de tal forma que a idéia continua a agir na imagem, e permanece, contudo, inacessível; e
mesmo se for expressa em todas as línguas, ela permanece inexprimível. Já a Alegoria,
transforma os fenômenos visíveis em conceito, o conceito em imagem, mas de tal maneira,
que esse conceito continua sempre limitado pela imagem, capaz de ser inteiramente
apreendido e possuído por ela, e inteiramente exprimido por essa imagem."
Goethe.
(ouça esta introdução na voz de Walker Blaz)
A Maçonaria, é definida através das instruções maçônicas inglesas, como um sistema
peculiar de moralidade, velado por alegorias e ilustrado por símbolos.
Em sua "Encyclopedia of Freemasonry", o sábio Albert Galatin Mackey prefere ir mais
longe:
"A Maçonaria é um sistema de moralidade desenvolvido e inculcado pela ciência do
simbolismo. Este caráter peculiar de instituição simbólica e também a adoção deste método
genuíno de instrução pelo simbolismo, emprestam à Maçonaria a incolumidade de sua
identidade e é também a causa dela diferir de qualquer outra associação inventada pelo
engenho humano. É o que lhe confere a forma atrativa que lhe tem assegurado sempre a
fidelidade de seus discípulos e a sua própria perpetuidade."
De fato, a Maçonaria adotou o método de instrução, ela não o inventou.
A simbologia é a ciência mais antiga do mundo e o método de instrução dos homens
primitivos. É graças a ela que tomamos conhecimento hoje, da sabedoria dos povos antigos
e dos filósofos. O acervo religioso, cultural e folclórico da humanidade está preservado
através do simbolismo, desde a pré-história.
O princípio do pensamento simbólico está fincado em uma época anterior à história, nos
fins do período paleolítico. Os mestres da humanidade primitiva, podem ser facilmente
localizados, através de estudos sobre gravações epigráficas.
A Maçonaria é a legítima herdeira espiritual das sociedades iniciáticas da antiguidade,
porque perpetua o tradicional método de instrução, no ensinamento de suas doutrinas.
Nicola Aslan, em sua obra "Estudos Maçônicos sobre Simbolismo", divide os símbolos maçônicos
em cinco classes principais:

1. Símbolos religiosos, místicos e tradicionais:

Deus, a criação e perfeição


São representados pelo Selo de
Salomão ou Escudo de Davi
(Estrela de Davi).

Evocação da idéia de Deus


Representada pelo Triângulo, Delta
Luminoso ou por Três Pontos ∴
(detalhe da nota de um dolar americano)

Sol
Representado pelo Círculo com um
ponto central.

Símbolo do Poder
Representado pelo TAU grego.

2. Símbolos da Arte da Construção:

Medida na pesquisa
Representada pelo Compasso.

Retidão na ação
Representada simbolicamente pelo
Esquadro.
Vontade na aplicação
Representada pelo Malho (ou
Malhete).

Discernimento na investigação
Representado pelo Cinzel.

Profundeza na observação,
Representada pela Perpendicular
(prumo).

Emprego correto dos


conhecimentos,
Representado pelo Nível.

Precisão na execução,
Representada pela Régua.

Poder da vontade,
Representado pela Alavanca.

Benevolência para com todos,


Representada pela Trolha.
Trabalho constante,
Representado pelo Avental.

O dualismo,
Representado pelo Pavimento de
Mosaico.

O Trabalho do Aprendiz,
Representado pela transformação
da Pedra Bruta na Pedra Polida
(Pedra Cúbica).

Selo dos Correios - Brasil 2004


Desbastando a Pedra Bruta
(veja também: Filatelia Maçônica)

3. Símbolos herméticos e alquímicos:

Os quatro elementos herméticos,


Representados pelos elementos
clássicos: Ar, Terra, Água, Fogo.

Os três princípios da Grande


Obra,
(Sal, Mercúrio e Enxofre)
Representados pelo Sal, Mercúrio e
Enxofre
Ainda temos outros símbolos
herméticos e alquímicos, como
por exemplo:

O Sol e a Lua;

O Sol e a Lua

Coluna B (Boaz ou Booz) e


Coluna J (Jachim);

O VITRIOL (Visita
Interiora Terrae Rectificando
Invenies Occultul Lapidem, que
significa "visita o interior da terra
e, retificando-te, encontrarás a
pedra oculta");

Outros símbolos ocultos

Colunas J e B

(VITRIOL)

4. Símbolos com significado particular:


A união entre os Maçons,
Representada pela Romã.

A cooperação para atingir o


mútuo desenvolvimento,
Representada pela Colméia.

A união fraternal,
Representada pela Cadeia de (Cadeia da União)
União.

A luz do aprendizado, do
conhecimento e da revelação,
Representada pela Lamparina.

A iluminação,
Representada pela Estrela
flamejante.

O conhecimento,
Representado pela letra G. Sétima
letra do alfabeto latino e terceira
letra do alfabeto grego (Gama).
Ghimel, em fenício e em hebráico,
Gomal em siríaco e Gun em árabe.
A letra G é equivalente ao Gama
grego - O Conhecimento - (de
Gnosis). Representa o Grande
Arquiteto do Universo e a ciência
da Geometria.

O equilíbrio,
Representado pelas colunas da
Sabedoria, Força e Beleza.

Colunas maçônicas representando


a Sabedoria, Força e Beleza
(veja também: Filatelia Maçônica)

A imortalidade e inocência,
Representadas pelo ramo de
Acácia.

O amor e a abnegação,
Representados pelo Pelicano.

5. Outros símbolos tradicionais:

Pitagóricos,
Representados pelos números, pelo
Pentagrama (estrela de cinco
pontas), pela Proporção Áurea (ou
Proporção Dourada) e pelo
Teorema de Pitágoras.
Cabalísticos,
Representados pelas sefirotes ou
sefiras (manifestações ou esferas
da Árvore da Vida).
Keter: Coroa
Binah: Compreensão
Hochma: Sabedoria
Daath: Gnose ou Conhecimento
Gevura: Julgamento
Hesed: Misericórdia
Hod: Reverberação
Tepheret: Equilíbrio/Beleza
Netzah: Eternidade
Yesod: Fundação
Malcut: Reino

Geométricos (ex: Círculo,


Triângulo, etc.), religiosos e
(outros símbolos)
muitos outros que servem a um
significado maçônico.

Com muita propriedade, Jean-Pierre Bayard, em sua obra "A Franco-Maçonaria", define
o simbolismo: "O simbolismo é a linguagem da ascese. Para além do tempo e do espaço,
liga a dimensão individual quotidiana, psicológica à escala cósmica, supra-individual. Pode
variar na sua expressão, nas suas representações exteriores, mas os seus fundamentos
permanecem imutáveis". Diz ele, que "os símbolos não são simples imagens passivas,
transformadores de energia psíquica, modificam a natureza secreta do homem. O símbolo
não é um conceito sábio, em entidade abstrata, mas sim uma lei profunda, que exerce o seu
poder sobre a natureza interior do ser humano. O símbolo permite a transmissão da
mensagem, veicula o elemento central da idéia, para além das diferenças de cultura e de
civilização. Ele é intemporal.
Em Les Cahiers du Pélican, em seu no. 10, André Pothier, destaca:
"O símbolo oferece-se em silêncio àquele cujos olhos do coração estão abertos".
Fontes de informações:
"Estudos Maçônicos sobre Simbolismo" - Nicola Aslan - Editora Aurora - Rio de
Janeiro - 4a Edição.
"A Franco-Maçonaria" - Jean-Pierre Bayard - Publicações Europa-América -
Portugal - 1989.
"Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia" - Nicola Aslan -
Editora Artenova - Rio de Janeiro - 1974.

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