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À GL DO GR ARQ DO UN

Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia

TRAD GR BEM E VEN LOJ MAÇ FILHO DE SALOMÃO, Nº 07 - OriSSA

Salvador – 16 de agosto de 2022.

PEÇA DE ARQUITETURA DA TERCEIRA INSTRUÇÃO DO


APRENDIZ MAÇOM

A terceira instrução diz respeito as nossas qualidades e aperfeiçoamentos no desbastar


da nossa pedra bruta. Todo aperfeiçoamento deve ser feito com o esforço de nossa inteligência,
esta faculdade que todos concordamos, nos é dada pelo GRANDE ARQUITETO DO
UNIVERSO, e que nos torna capazes de empreendermos as nossas ações distinguindo, dentre
elas, o Bem do Mal. A inteligência a ser empregada nestas obras e realizações é algo susceptível
de progresso e de aperfeiçoamento. Uma vez dominadas as nossas imperfeições, quer no
aprimoramento das nossas virtudes, quer por uma simples elucidação do saber, estaríamos
alcançando, com nosso pleno julgamento, a Retidão em nossas condutas e a Justa Medida para
com os nossos semelhantes - pautando-nos, enfim, pela Igualdade e a Justiça.

Tais deveres do homem para com os seus semelhantes e para consigo mesmo são a
consistentes realizações que se entende por Moral, onde se referem diretamente à inteligência.
Como tais ensinamentos são considerados pelo ponto de vista social sobre o individual, nossa
Ordem busca atingir o sentido do desenvolvimento social dos Irmãos, ou seja, visa aplicar a
Moral Maçônica à realidade social.

O verdadeiro objetivo da Maçonaria pode resumir-se em extinguir, dentre os homens, os


preconceitos de classe, cor, origem, opinião, nacionalidade, além de outras; também, em
aniquilar o fanatismo, a superstição, e extirpar o ódio. Desse modo, tendemos em acabar com a
discórdia do seio da humanidade.

É certo que a Maçonaria impõe ao Homem que seja Livre. Só os homens Livres e de
Bons Costumes, em igualdade, podem conviver fraternalmente numa sociedade organizada. Os
“Bons Costumes¨ (ou uma boa reputação, como se diz) aludem aos valores morais exigidos do
futuro Maçom. Então, passado esse juízo prévio e aprovada a conduta moral do profano, é a
hora de sua Iniciação.

Segundo o Ritual, ao chegar ao Templo, nós, postulantes, fomos imediatamente


vendados e informados de que as práticas Maçônicas são puramente simbólicas, mas
apresentadas de modo sugestivo, e que, se conseguíssemos a graça de sermos recebidos
Maçons, deveríamos não nos esquecer jamais dessas provas, de elevado sentido moral.

Realizamos durante a nossa Iniciação três viagens.

A primeira viagem, repleta de dificuldades, com muitos perigos e rumores, nos leva na
direção do Ocidente para o Oriente. Ela começa no Ocidente, quer dizer, do nosso
conhecimento objetivo da realidade exterior, e prossegue pela obscura noite do Norte em nossa
busca da Verdadeira Luz; não nos devendo assustar com a escuridão ou com as dificuldades em
nosso caminho para a Luz. Uma vez chegados ao Oriente, não devemos nos deter ali; ao
contrário, devemos voltar ao Ocidente com a consciência iluminada, que nos permita encarar,
com mais serenidade, as dificuldades e os preconceitos do mundo.

A segunda viagem, por sua vez, representa o triunfo sobre o corpo mental ou mundo
mental. Mais fácil que a primeira, já não há obstáculos violentos, e o esforço dispendido na
primeira viagem nos ensina como superar as dificuldades que se encontram no caminho da
evolução, já dominados os nossos desejos. É a luta individual íntima, para o domínio da mente
sobre os pensamentos negativos, e esforços para regrar a vida em harmonia. O choque de
espadas que se ouve durante essa viagem é o emblema das lutas que se travam no caminho do
Iniciado. A purificação pela Água, cujo objetivo é limpar a mente e a imaginação de seus erros e
defeitos, nos eleva, cada vez mais, ao caminho para receber a Luz da Verdade.

A terceira viagem, para a qual fomos preparados pelas viagens antecedentes. É realizada
com ainda mais facilidade que as duas outras. É a purificação mais profunda - o fogo - onde
renova integralmente a natureza. Desaparecendo assim os obstáculos e os ruídos.

Ao final de cada viagem, batemos em uma porta. A primeira delas, significando a


Sinceridade, ficava ao Sul, e nela mandaram que passássemos. A segunda, cujo significado é a
Coragem, ficava no Ocidente, e nela fomos purificados pela Água. E a terceira, cuja
significação é a Perseverança, localizava-se no Oriente e nela fomos purificados pelo Fogo.
Simbolicamente grava-se com o Fogo da Fé os corações dos Iniciados; e a Fé é o único selo
pelo qual os Maçons se reconhecem entre si.

Prestamos então o nosso Juramento, cujas obrigações são três:

 1ª - O silêncio. Significa não revelar a ninguém os segredos da Ordem;

 2ª - Não escrever, gravar ou formar nenhum sinal que possa revelar nada que se sabe;

 3ª - É a União Eterna com a Fraternidade Espiritual, com seus ideais, aspirações e


tendências. Firmamos o compromisso de ajudar os nossos Irmãos a cada momento.

Uma vez firmados os três deveres do Juramento, foi-nos dada a Luz - A Luz da Verdade.
Efetuou-se esse símbolo fazendo cair as vendas de nossos olhos, as quais representam a ilusão
que nos impede de ver a essência da Verdade. A Luz, a refletir-se nas espadas empunhadas por
nossos Irmãos, simboliza a Luz interior que passa livremente e se derrama no mundo externo
para fazer desaparecer, pouco a pouco, todo temor e qualquer dificuldade.

Concluindo vem o Ato de Consagração, para o qual fomos levados diante do Altar. Ali,
ajoelhamo-nos sobre o joelho direito, ao passo que o esquerdo ficasse em forma de esquadro.
Confirmamos então nossas obrigações, e o Venerável Mestre batendo com o Malhete três vezes
na lâmina da Espada, deu por cumprido o ato.

Para finalizar, mister reforçar, ainda hoje, nossos votos, lembrando um momento da
Iniciação em que se recita a seguinte Prece: “Dignai-vos, oh! G:,A:.D:.U:., proteger os OObr:.
da paz aqui reunidos; animai o nosso zelo, fortificai nossas almas na luta contra as paixões;
inflamai nossos corações com o Amor da Virtude e guiai-nos para que, sempre perseverantes,
cumpramos as Vossas Leis. Assim seja!”

Apr M

José Castro Mendonça Júnior

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