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Tais deveres do homem para com os seus semelhantes e para consigo mesmo são a
consistente realização que se entende por moral, que se referem diretamente à
inteligência. E a Maçonaria segue uma Moral pura e propícia à formação humana,
pretendendo zelar, através de ensinamentos completados em seus mistérios e
alegorias, pela instrução da Ação Moral, obtendo a Promoção integral de seus filiados.
Como tais ensinamentos são considerados pelo ponto de vista social sobre o
individual, nossa Ordem busca atingir o sentido do desenvolvimento social dos Irmãos,
ou seja, visa aplicar a Moral Maçônica à realidade social.
Segundo tal relato, impõe-se ao Homem que seja Livre. Essa exigência dos Maçons é
um resquício de uma época em que existiam servos; subsistiu com o sentido de que
cada ser deve gozar de sua plena capacidade - jurídica ou de foro íntimo - para se
comprometer validamente. A exigência não implica nenhum descrédito moral e nos
remete ao modo da Revolução Francesa, que a Maçonaria adota como lema
emancipador e regenerador das classes sociais: LIBERDADE, IGUALDADE e
FRATERNIDADE. Só os homens Livres e de Bons Costumes, em igualdade de
oportunidades, podem conviver fraternalmente numa sociedade organizada. Os “Bons
Costumes¨ (ou uma boa reputação, como se diz) citando aos valores morais exigidos
do futuro Maçom, dos quais já tratamos. Então, passado esse juízo prévio e aprovada a
conduta moral do profano, é a hora de sua Iniciação.
Levando-me à Câmara de Reflexões, foi permitido ficar em paz com a consciência,
quando submetido à primeira prova, da Terra: o preenchimento de um questionário,
chamado Testamento. É o domínio do mundo físico. Superada a prova e preparado
pelos Irmãos da Ordem para começar a Iniciação, pediram que me despojásse de
dinheiro, joias e tudo quanto fosse metal ou que representasse valor. O significado
simbólico consiste em que o candidato entre sem posses consigo, como símbolo de
que vai ingressar numa Fraternidade onde nada significam as riquezas, títulos e honras
do mundo profano. Também se supõe que esta parte da preparação se refira
miticamente a que, ao construir-se o Templo de Salomão, não se ouvia em seu recinto
o ruído de qualquer machado, martelo ou instrumento de ferro, pois as pedras eram
completamente preparadas nas pedreiras e colocadas em seus lugares por meio de
malhetes de madeira.
A venda nos olhos que me foi posta, por fim, é o significado do estado de ignorância ou
cegueira no mundo profano; no corpo físico, é a cegueira dos sentidos. Dando entrada
no Templo com os olhos vendados, a indicar que no Templo da Sabedoria não
podemos nos servir simplesmente dos sentidos, porque a verdadeira Luz, do saber
interno, é sentida e não vista. Vendado, deve-se iniciar as viagens, significantes do
esforço que o Homem faz para atingir seu objetivo.
Uma vez chegado ao Oriente, mundo da Luz, não devemos nos deter ali; ao contrário,
seguindo de voltar ao Ocidente com a consciência iluminada que permita encarar, com
mais serenidade, as dificuldades e os preconceitos do mundo.
A segunda viagem, por sua vez, é a prova do Ar e representa o triunfo sobre o corpo
mental ou mundo mental. Mais fácil que a primeira, já não há obstáculos violentos e o
esforço dispendido na primeira ensina como superar as dificuldades que se encontram
no caminho da evolução, uma vez dominados os nossos desejos. É a luta individual,
íntima, para o domínio da mente sobre os pensamentos negativos e o segundo esforço
para regrar a vida em harmonia com os ideais elevados. É, de fato, o Batismo do Ar,
cujo objetivo é purificar a mente e a imaginação de seus erros e defeitos. O choque de
espadas que se ouve durante essa viagem é o emblema das lutas que se travam em
redor e no íntimo do Iniciado.
A terceira viagem é o Batismo de Fogo ou do Espírito Santo, para a qual fui preparado
pelas viagens antecedentes. É realizada com ainda mais facilidade que as duas outras.
É a purificação mais profunda, traduzida no dístico “INRI”, em significado simbólico:
“Ignea Natura Renovatur Integra” - o fogo renova integralmente a natureza.
Desaparecidos os obstáculos e os ruídos, só se ouve uma música profunda e
harmoniosa.
Uma vez firmados os três deveres do Juramento, foi me dada a Luz - A Luz da Verdade.
Efetuou-se esse símbolo fazendo cair a venda de meus olhos, as quais representam a
ilusão que nos impede de ver a essência da Verdade. A Luz, a refletir-se nas espadas
empunhadas pelos Irmãos, simboliza a Luz interior que passa livremente e se derrama
no mundo externo para fazer desaparecer, pouco a pouco, todo temor e qualquer
dificuldade.
A princípio, fiquei deslumbrado. Essas espadas apontavam para mim, mas não
representavam ameaças ou sequer produziam qualquer sensação de medo. Elas
demonstram as dificuldades que devo como Iniciado afrontar no cumprimento
constante de meus ideais - não devo jamais renunciar a aspirações elevadas. Vistos
pelos Irmãos com a firmeza de meu propósito, baixam-se as espadas, com o significado
de que as dificuldades são vencidas ante a firmeza da Fé.
Concluindo vem o Ato de Consagração, para o qual fui levado diante do Altar. Ali,
ajoelhando sobre o joelho esquerdo, ao passo que o direito ficasse em forma de
esquadro. Confirmei então as obrigações e o Venerável Mestre, batendo com o
Malhete três vezes na lâmina da Espada Flamígera (flamejante), antes de pousá-la
sobre minha cabeça, deu por cumprido o ato ao som da terceira vibração.
Com isso deixo como fim registrado junto a este trabalho de 3º instrução, que a cada
dia a cada momento e a cada palavre neste trabalho escrita segue como conhecimento
adquirido junto com o objetivo que tive desde o dia de minha iniciação, estar aqui
junto aos irmãos para acrescentar sempre.