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FILOSOFIA

GERAL
MYTHOS E
LOGOS
"Mythos" era a narração através de palavras
que os gregos usavam até aquele momento
para explicar tudo o que os rodeava. Eram
narrações realizadas por poetas, em geral
de forma oral, nas quais se contava
como os deuses davam sentido ao
mundo, isto é, como através da figura dos
deuses ocorria tudo o que era narrado
nestas histórias.
A palavra mito tem um sentido próprio e um
sentido vulgar. Vulgarmente, a sua noção
está associada à ideia de alucinação, delírio,
fantasia difícil de se realizar. Propriamente
falando, a dimensão mítica do ser humano
está vinculada à construção de sentido,
sentido este que procura uma explicação
para as suas necessidades vitais. Uma
dessas necessidades refere-se à criação do
mundo e dos seres humanos.
Os mitos nascem pelo medo ao desconhecido. O ser humano,
não sabendo explicar a origem da vida e do mundo, cria o mito.
Este lhe dá tranqüilidade à desordem interna. O mito foi a
primeira forma de acesso ao conhecimento. Somente depois é
que veio a razão.
Pode-se dizer que o mito fundamenta-se na imaginação; a razão,
na explicação racional. Há dois mil anos na Grécia antiga, o ser
humano começou a questionar o mundo externo, não pela via
mítica, mas pela via da razão, pela explicação racional das
coisas.
Na antiguidade, o nascimento da filosofia – que dava ênfase ao
logos – tinha por objetivo desconstruir a visão mítica – fantasiosa
– do mundo. O dualismo se fez presente. Assim sendo, o mito é
atraso, a filosofia traz o progresso; o mito é treva, a filosofia é luz;
o mito é obscuro, a filosofia é clara; o mito é a ignorância, a
filosofia o saber; o mito é imobilismo, a filosofia representa o
progresso histórico; o mito é simbologia, a filosofia constrói
Mithos é termo grego que possui como
significado principal a idéia de “palavra”
ou “discurso”. Mas não palavra ou
discurso no sentido que compreendemos
hoje; trata-se de um discurso
“escondido”, velado, não explícito e que
somente pode ser compreendido por um
grupo de pessoas que possua uma dada
índole emocional comum.
Mito é uma narrativa que pretende
explicar, por meio de forças,
poderes ou seres superiores ao
homem, a origem da realidade
universal ou parte desta mesma
realidade.
A base de compreensão de tal narrativa
é a crença e a tradição, no sentido de
entrega, passagem do enredo mítico de
um para outro. O mito difere-se da
alegoria, pois esta é uma ficção, isto é,
uma metáfora narrativa na qual se diz
algo para se apresentar outro; não há
uma realidade emocional velada.
O mito brota de emoções profundamente
humanas, mas não é em si emoção; é
expressão dela, é a imagem (expressão
simbólica) da emoção.
Funciona ou atua na vida social como um
veículo a fixar modelos de realidade ou de
atuação humana, por isto tem finalidade
prática, visa uma atividade de objetivação,
uma função objetiva.
O mito forma um modelo de sociedade.
A filosofia surge justamente para
questionar o modelo de sociedade
mítico. Por isto realiza-se a
filosofia mediante atividade crítica
constante e profunda, por meio da
especulação de todos os
pressupostos.
Se os pressupostos residem na
tradição da sociedade ou da
comunidade, é esta que tem de
ser questionada. Como se faz tal
questionamento?
Pelo Logos.
Pelo discurso, não mais o discurso
velado, residente nas esferas
emocionais, mas o discurso a ser
colhido e recolhido (leguein=colher),
constantemente, pela força e uso de
um princípio racional unificador da
trama comunitária, que é o próprio
Logos.
O Logos é objeto e instrumento. Nele
está inserido, por ele se recolhe e dele
nasce o conhecimento. Tudo está
imerso no Logos. O modo de se
relacionar com o Logos é que vai
construir o modelo filosófico de cada
pensador, cuja missão principal é a
constante busca de toda sabedoria
nele inserida e presente.
Passagem do pensamento mítico para o pensamento
filosófico
3 respostas:

2 - a Filosofia 3 - a Filosofia,
1 - ruptura nasceu, percebendo as
radical vagarosa e contradições e
com os lentamente, do limitações dos mitos,
mitos interior dos foi reformulando e
próprios racionalizando as
mitos, como narrativas míticas,
uma transformando-as
racionalização numa outra coisa,
deles. numa explicação
inteiramente nova e
diferente.
Quais as diferenças entre filosofia e mito?

MITO FILOSOFIA

- pretendia narrar como as coisas eram - se preocupa em explicar como e por


ou tinham sido no passado imemorial, que, no passado, no presente e no
longínquo e fabuloso futuro as coisas são como são.

- narrava a origem através de - explica a produção natural das coisas


genealogias e rivalidades ou alianças por elementos e causas naturais e
entre forças divinas e sobrenaturais impessoais.

- não se importava com contradições, - exige que a explicação seja coerente,


com o fabuloso e o incompreensível lógica e racional

- a confiança e a crença no mito vinham - a autoridade da explicação não vem


da autoridade religiosa do narrador da pessoa do filósofo, mas da razão.
Poderes
Discurso
super.
Escondi
ao
do
homem

Mythos
Forma
Índole um
emoc. modelo
comum social
RAZÃO
COLHER

LOGOS
OBJETO E DISCUR
INSTRUMEN SO
TO
nas grandes
É a fé da
MITO comunidade
questões do
mundo e da
vida

a matéria do que dá ao dos deuses


seu povo
pensamento. e homens,

Recebem-na irrefletida,
É a fé da
da tradição crente e
comunidade.
popular, cegamente.
Um conceito Traduzido
LOGOS filosófico como razão

de Tanto como
Individual, racionalização a capacidade

Como um
princípio da ordem E da beleza.
cósmico

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