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UMA EXPLORAÇÃO TEÓRICA DA CONSTRUÇÃO DO CONTRAMITO: UM

ESTUDO DE CASO EM NOITES DE VIGÍLIA DE BOAVENTURA CARDOSO

JUSTIFICATIVA DO PROJETO

1.1. JUSTIFICATIVA EXTERNA: O presente estudo trata da análise da dinâmica


do mito e contramito desenvolvido no projeto de literatura de Boaventura Cardoso,
especialmente no livro Noites de Vigília (2014), do escritor angolano. Nessa linha, o estudo
se justifica na medida em que o referencial teórico pode ser útil no que diz respeito ao
monitoramento e análise de mudanças ideológicas e culturais em Angola a partir da
literatura africana pós-independência e dos conceitos que envolvem o tema proposto. A
estrutura para análise mítica e contramítica oferecida aqui também pode ser valiosa no
contexto da doutrina colonialista e da ideologia revolucionária e, uma vez que este país
experimentou, no panorama de sua história recente, uma grande diversidade de episódios de
agitação social, assimilação, ódio ao colonialismo, guerrilha, movimentos de rebeldia nos
musseques em 1974 e 1975, a saída dos brancos do país na ocasião da independência e a
mudança de poder; a presença de mito(s) e contramito(s) em Angola é atualmente
abundante.
Os gregos arcaicos que criaram os mitos antigos estavam convencidos de que a
educação e a cultura não constituem uma arte formal ou uma teoria abstrata, distintas da
estrutura histórica objetiva da vida social e espiritual de uma nação; para eles, tais valores
concretizavam-se na mitologia e na literatura, que seriam a expressão real de toda cultura
superior. Todo povo que atinge certo grau de desenvolvimento ou independência sente-se
naturalmente inclinado à exames na prática da educação. Ela é o princípio por meio do qual a
comunidade humana conserva e transmite a sua peculiaridade física, intelectual e espiritual.
Com a constante mudança das coisas, mudam os indivíduos; o tipo sóciopolítico e cultural
permanece o mesmo.
Em nenhuma parte o influxo da comunidade nos seus membros tem maior força que
no esforço constante de educar cada nova geração em conformidade com o seu próprio sentir.
A estrutura de toda a sociedade assenta nas leis e normas escritas e não escritas que a unem e
unem os seus membros. Toda educação é assim o resultado da consciência viva de uma norma
que rege uma comunidade humana, quer se trate da família, de uma classe ou de uma
profissão, quer se trate de um agregado mais vasto, como um grupo étnico ou um Estado.
A educação participa na vida e no crescimento da sociedade, tanto no seu destino
exterior como na sua estruturação interna e desenvolvimento espiritual; e, uma vez que o
desenvolvimento social depende da consciência dos valores que regem a vida humana, a
história da educação está essencialmente condicionada pela transformação dos valores válidos
para cada sociedade.
Parte da união necessária e inseparável de toda a narrativa com o mito – o
conhecimento das grandes ações do passado – e daí deriva a função social e educadora do
narrador. Para o filósofo Platão, essa função não consiste em nenhuma espécie de desígnio
consciente de influenciar os ouvintes. O simples fato de manter viva a memória e os valores
através da narrativa é por si só, uma ação educadora. Falamos então do valor educativo dos
exemplos criados pelo mito.
O mito contém em si esse significado normativo, mesmo quando não é empregado
expressamente como modelo ou exemplo. Ele não é educativo pela comparação de um
acontecimento da vida corrente com o acontecimento exemplar que lhe corresponde no mito,
mas sim pela sua própria natureza. A tradição do passado celebra o notório, o conhecimento
do que é importante e prestigiado, e não um acontecimento qualquer. O extraordinário, até
pelo simples reconhecimento do fato, obriga. Mas o seu narrador não se limita a referir os
fatos. Louva e rechaça o que no mundo é digno de elogio e de recusa. Os mitos e as lendas
heroicas constituem um tesouro inesgotável de exemplos e modelos da nação, que neles bebe
o seu pensamento, ideais e normas para a vida.
De modo geral, os mitos são um assunto de interesse ilimitado, incitam a uma
infinidade de narrações e reflexões e em muitos cenários constituem toda a ideologia daquela
cultura. A atitude exemplar característica do ser humano perante a existência ganha forma nos
mitos. Por isso é que todas as classes sociais possuem o próprio tesouro de mitos. Ao lado dos
mitos, o povo guarda a sua antiga sabedoria prática, adquirida pela experiência imemorial de
incontáveis gerações e que se compõe de conhecimentos e conselhos profissionais, e de
normas morais e sociais, concentradas em fórmulas breves, de modo a permitir conservá-los
na memória.
Neles, os exemplos míticos estão perfeitamente no seu lugar. O mito é como um
organismo: desenvolve-se, transforma-se e se renova sem cessar. É o narrador que realiza essa
transformação. Mas não a realiza em obediência a um simples desejo arbitrário. Ele estrutura
uma nova forma de vida para o seu tempo e interpreta o mito de acordo com as suas novas
evidências interiores. O mito só se mantém vivo por meio da contínua metamorfose da sua
ideia e além disso a ideia nova encontra transporte no veículo seguro do mito.
A cultura não é um dom dos deuses aos mortais, como ensina o mito. A partir da
sensibilidade humana e de uma percepção equilibrada, os seres humanos descobrem e
redesecobrem a si mesmos pelos seus esforços inquiridores, e é por meio delas que vão
acrescentando novos elementos à cultura.
A falta de mito na sociedade moderna obrigou o homem ocidental a conceber a ciência
da Psicanálise para ajudá-lo a lidar com seu mundo interior. As histórias da mitologia, que
não pressupunham uma interpretação literal, constituíam uma forma antiga de Psicologia. O
mito, considerado essencial era pedagógico, referia-se ao que se julgava intemporal e
constante na existência da humanidade. Remontava às origens da vida, aos fundamentos da
cultura, aos níveis mais profundos da mente humana. Reportava-se a significados, não a
questões de ordem prática. Se os seres humanos não encontram algum significado em suas
vidas, facilmente desesperam-se.
Dentro do contexto acima, o estudo busca (i) fornecer uma contribuição para o corpo
mais amplo da literatura e teoria sobre mitos e (ii) fornecer um método para a descrição das
mudanças míticas que estão ocorrendo no panorama social, cultural e político refletidos na
desconstrução das visões canônicas da história.

1.2. JUSTIFICATIVA INTERNA: O estudo da literatura preocupa-se


principalmente com a teorização do mito como método de pesquisa. A teorização do mito
como método historicamente variou muito no espectro de disciplinas que estudaram o mito,
assim como a(s) compreensão(ões) teórica(s) do mito se metamorfoseou ao longo do tempo.
Por exemplo: há uma diferença distinta na compreensão do mito entre os teóricos do
mito do século XIX e do século XX. Em ambos os casos, mas particularmente pelos teóricos
do século XIX, o mito é visto em grande parte em relação à ciência. Os teóricos do século
XIX consideravam a origem e a função do mito uma descrição simbólica ou uma explicação
literal do mundo físico (o assunto). Portanto, embora a ciência também se preocupe com o
mundo físico, ela é considerada moderna, e o mito é considerado sua contraparte primitiva.
Em contraste, os teóricos do século XX não consideram o mito uma contrapartida
desatualizada ou primitiva da ciência e, de acordo com esses teóricos (que vêem o mito como
quase tudo), os mitos podem ser e são mantidos ao lado da ciência (Segal 2007: 3).
Segal (2007: 2) considera como várias disciplinas teóricas diferentes vêem o mito e
afirma que, apesar das variações naturais que surgem, três questões principais permanecem
constantes. Essas questões dizem respeito à origem, função e tema do mito. A questão da
"origem" leva em consideração como o mito surge. Por "função" entende-se por que e como o
mito sobrevive e perdura. A resposta a ambas as perguntas é geralmente uma necessidade de
algum tipo, que o mito originalmente surge para atender e sobrevive continuando a cumprir.
O assunto do mito aponta para seu referente, o que pode nos revelar que necessidade o mito é
construído para atender (embora isso possa variar entre as disciplinas) (Segal 2007: 2).
Significativamente, as teorias do mito estão quase sempre impregnadas de
preocupações com os campos teóricos dos quais se originam. Nenhuma das disciplinas
teóricas que consideraram o mito foi capaz de desenvolver uma teoria unificada do mito única
e amplamente aplicável (Segal 1996: vii).
Quando um evento marcante acontece na história de uma sociedade, depreende-se
algo com o episódio e recordando-o para alguém, estará contando-se um mito, uma
reminiscência que quando ouvida por alguém, passa por uma recriação dentro de sua mente e
coração ensinando algo. Os mitos, mesmo na Grécia antiga, não eram sinônimo exclusivo de
histórias filosóficas, religiosas ou culturais, podiam ser também histórias verdadeiras e que de
fato aconteceram.
Com a dominação dos romanos sobre os gregos, toda essa mitologia começou a ser
travestida por erros de interpretação e descrença, assim tornando-se sinônimo de mentira.
Muitos conceitos que temos hoje em dia perderam seu significado original por alguma
influência ao longo da história. Então sempre é bom revelar o significado mais profundo de
um termo, de um conceito ou mesmo de uma ideia.
O mito define-se por uma narratividade monológica, na qual se articulam imagens e
símbolos que exigem uma interpretação. A sua substância encerra a realidade tomada como
horizonte de compreensão do mundo, procurando uma totalidade representável, Não é
possível o compreender ou interpretar sem um horizonte de compreensão e interpretação
previamente dado, isto é, sem uma condição de possibilidade; do mesmo modo que não faz
sentido postular esse horizonte sem um movimento hermenêutico a jusante, isto é, sem uma
finalidade. O conjunto de narrativas relacionadas com os mitos de um grupo denuncia uma
forma especular que pretende refletir algo de absolutamente inacessível (a totalidade do real),
não precisando, pois, de se voltar sobre si mesmo.
O estudo do mito, também conhecido como mitologia, é uma prática teórica que
ocorre em várias disciplinas acadêmicas (como será discutido no capítulo 4), incluindo
história da arte, ciência política, arqueologia, história, estudos religiosos e teologia e
sociologia. Cada um dos vários campos que investigam o mito opera de acordo com um
conjunto de suposições sobre o mito que é particular ao campo em questão. A compreensão
filosófica e semiótica do mito, que informa como o mito é examinado no campo dos estudos
de literatura, tem origem nos teóricos Claude Lévi-Strauss (1955; 1978) e Roland Barthes
(1972 e 1977). Este último é de particular importância para o estudo, pois Barthes (1972)
formulou um arcabouço técnico para o funcionamento semiótico do mito, segundo o
significante e o significado, como elementos do texto, e de acordo com a compreensão
semiótica do funcionamento do signo.
O estudo desenvolve um quadro teórico que poderá ser usado para a análise de
representações míticas e contramíticas em uma variedade de textos narrativos. A ênfase neste
estudo, no entanto, está no romance (como um exemplo de texto(s) narrativo(s)). Portanto,
para servir como um exemplo ilustrativo de como o quadro teórico para a análise do mito e
contramito pode ser aplicado na prática aos textos literários africanos, um atencioso do
representativo romance de Boaventura Cardoso onde é feita a “desarticulação das visões
históricas canônicas criando novos pontos de vista que demonstra serem múltiplas as versões
da história, resultantes de constantes e deslizantes negociações de sentido” (SECCO, 2013) é
conjuntamente descrito de acordo com a teoria desenvolvida no estudo. A investigação da(s)
narrativa(s) contida(s) em Noites de Vigília (2014) no estudo é então fundamental e ilustrativo
do objetivo concomitante do estudo, que é contribuir para o campo acadêmico de investigação
da teoria do mito e estudos de literatura africana.
Embora o estudo possa partir de pressupostos nas áreas de estudos culturais e estudos
de literatura, como pode ser verificado a partir do parágrafo anterior, deve-se enfatizar que o
estudo é principalmente no domínio dos estudos de literatura e, mais especificamente, no
campo da teoria da literatura relacionada à narrativa e à produção de sentido. Os objetivos
principais do estudo são contribuir para a teoria da narrativa, teorizando o contramito e
formulando um modelo para a análise da representação do mito e do contramito em textos
narrativos e aplicá-lo à obra cardoseana enriquecendo a sua fortuna crítica.
O modelo desenvolvido pelo estudo é demonstrado por meio de um estudo de caso do
romance Noites de Vigília (2014) que apresenta uma complexa mesclagem de gêneros com
multifoco narrativo que evidencia os apagamentos e as exposições dos muitos hibridismos
culturais da labiríntica Angola pós-independência. Embora o fundamento romance pós-
moderno seja selecionado para o estudo de caso, isso não indica que este estudo se situa
principalmente no campo dos estudos da metaficção historiográfica. A realização de um
escrutínio da revigoração do discurso narrativo com estratégias romanescas no que diz
respeito à criação de neologismos, às reinvenções léxicas e sintáticas fundamenta a
constituição do trabalho.
Os pressupostos do mito segundo os quais operam a teorização do mito e os estudos
de literatura que apresentaremos originaram-se no campo da semiótica, em grande parte com
o teórico Roland Barthes (1972). Portanto, embora este estudo não pretenda realizar uma
análise estritamente semiótica, as teorias do mito de Barthes são necessariamente revisitadas:
isso é feito porque o objetivo do estudo é fazer uma nova contribuição para o corpo da teoria
do mito dos estudos de literatura. Os pressupostos fundamentais do mito, originalmente
teorizados na semiótica por Barthes, e agora estabelecidos em diversas disciplinas de estudos
acadêmicos, são, portanto, discutidos e expandidos. Os Estudos de Literatura, como uma
disciplina, enfatizam o aspecto social ou valor do mito e como o mito é disseminado pela
narrativa (como gênero textual) para atingir o público. Este estudo examina como os mitos de
identidade social pós-independência angolana e os contramitos são disseminados para o
público por meio de uma modalidade polifônica de narrativa.
O objeto de análise do estudo é o mito, mas o mito foi/é examinado por uma variedade
de disciplinas dentro das ciências sociais e cada uma dessas disciplinas aborda o estudo do
mito de acordo com os pressupostos do respectivo campo de investigação (Segal 1996: vii).
Por exemplo, a análise de representações míticas no campo dos estudos visuais é
frequentemente caracterizada por uma análise semiótica dos códigos visuais envolvidos nessa
representação.
Conforme mencionado acima, este estudo envolve-se com a semiótica em um nível
teórico, devido a como os pressupostos do mito praticados pelas disciplinas de estudos do
mito se originam no campo da Literatura. Formulada de forma diferente, a análise do mito por
este estudo e praticamente demonstrada no estudo de caso não constitui uma análise semiótica
pura ou autêntica (significando uma análise semiótica por, por exemplo, a tradição estrutural-
formalista).
Em vez disso, a semiótica conforme tratada e usada neste estudo deve ser vista como a
base filosófica (semiótica como uma filosofia) da teorização do estudo do mito (Naugle 2002:
319-323). O exame do mito e do contramito consiste em uma descrição de uma seleção de
mitos, como eles são disseminados por meio do romance, uma descrição de sua narrativa,
bem como seu conteúdo alegórico (semiótico) e uma projeção de seu significado social ou
valor social.
O valor de adotar a abordagem dos estudos de literatura para o mito com sua fundação
na semiótica como uma filosofia (em oposição a uma abordagem puramente semiótica
(estrutural-formalista)) para o mito, reside no fato de que o estudo também considera o
contexto sociopolítico em que os mitos e contramitos selecionados para descrição são
produzidos, e como os mitos podem informar desenvolvimentos no ambiente social daquele
contexto (pós-independência em Angola) que seja estritamente de uma abordagem teórica e
não empírica.
Este estudo opera de acordo com a compreensão de mito conjecturada pelo semiótico
Roland Barthes (1972). Ao longo deste estudo, o termo "mito" é usado para indicar o que
também pode ser chamado de mitos dominantes, que são modos de discurso praticados a
partir de uma posição particular de poder social e/ou político, que funcionam para justificar
ou naturalizar uma mensagem ideológica. O processo de ‘naturalização’ em semiótica,
entendido para descrever como uma representação, particularmente uma com conteúdo
mítico, encoraja a crença de que a visão de mundo de uma ideologia particular é apropriada,
natural e da maneira que as coisas deveriam ser. Assim, se a naturalização de uma mensagem
dentro de uma representação for bem-sucedida, os leitores que decodificarem tais mensagens
dificilmente questionarão a posição da ideologia que informou o texto.
O termo "mito" é preferido pelo estudo, em vez de mito "dominante", uma vez que
isso é consistente com a maioria da literatura da teoria do mito. O termo "contramito" refere-
se a mitos que, em seu conteúdo, se opõem ativamente ao conteúdo de um mito (dominante),
ou que tentam suplantar o discurso do mito dominante com um significado alternativo e
decididamente diferente daquele do mito dominante. Enquanto os mitos dominantes
costumam estar bem estabelecidos no discurso popular de uma sociedade, os contramitos
oferecem mensagens de oposição.
A principal característica do contramito é que ele aparece como uma ação consciente
de produção de mito porque se origina de um produtor que atua em nome de um grupo social
que está em conflito ideológico com as mitologizações de uma ideologia mais dominante.
Enquanto o mito (dominante) funciona para fornecer aos leitores de mitos uma visão
naturalizada do mundo (uma certa versão ou ponto de vista da realidade), o mito contrário
funciona para desnaturalizar as representações do mito dominante e substituí-las por uma
visão alternativa do mundo.
É importante ressaltar que, embora o mito dominante muitas vezes funcione para
manter as estruturas sociais, o contramito funciona para mudá-las e funciona para encorajar o
reconhecimento da necessidade de mudança social. Como o contramito freqüentemente
funciona como um catalisador para a mudança social, ele é frequentemente reconhecido como
político em seu conteúdo. Enquanto os contramitos são inspirados por um sentimento de
discórdia pelo conteúdo de um mito dominante, também tentam traduzir novamente o
discurso do mito dominante para um que exiba mais simetria com o posicionamento
ideológico do contramito.
Embora a estrutura teórica para a análise e descrição do contramito desenvolvida no
estudo seja aplicada ao romance Noites de Vigília (2014) de Boaventura Cardoso, este estudo
sugere que essa estrutura pode ser aplicada, em um formato adaptado, a qualquer número de
representações da bibliografia cardoseana, de literatura africana produzida em Angola ou com
a devida atenção dispensada pode trabalhar com a literatura representativa de qualquer
território ou grupo étnico. Formulados de outra forma, os mitos e contramitos, contidos nos
textos africanos e que são analisados de acordo com o referencial teórico da análise e
descrição do contramito deste estudo, não encontram representação exclusiva no romance,
mas em inúmeros formatos de texto. Portanto, a orientação do referencial teórico não está
vinculada a um meio específico, mas sim enfatiza a extração e análise crítica do mito a partir
de uma representação textual em um sentido mais amplo.
A fim de criar um quadro teórico eficaz para a descrição do mito e contramito, a
compreensão teórica atual do mito é primeiro explorada. As teorias de mito mais recentes e
amplamente aceitas de uma ampla gama de literatura sobre mitos são investigadas de forma
crítica e as lacunas potenciais nas teorias são destacadas. Um quadro técnico para a
construção do contramito é oferecido, visto que este é de relevância específica para os vários
contramitos que atualmente encontram representação na literatura africana pós-colonial,
incluindo o romance.
As problemáticas em torno da definição de mito são abordadas separando as categorias
de mito como narrativa e mito como objeto, com o propósito de examinar como essas duas
formas separadas de mito contribuem para o conteúdo mítico da narrativa. Uma vez que esses
aspectos filosóficos e teóricos e preocupações com o mito tenham sido discutidos, é
apresentado um modelo teórico para a descrição do mito na literatura africana, após o qual é
aplicado ao texto Noites de Vigília (2014) especialmente a uma seleção de narrativas
angolanas pós-independência entrelaçadas por Boaventura Cardoso. A intenção do estudo é
que, uma vez realizada esta aplicação, fique claro que o contramito, o mito político, o mito-
como-narrativa e o mito-como-objeto estão todos contribuindo extensivamente para a
reformulação das identidades narrativas e míticas da história de Angola. Uma análise revela
evidências de uma remitologização da paisagem histórica nacional e social angolana e, em
particular, uma reconstrução sociopolítica contramítica das identidades amalgamadas na
angolanidade.

2. DELIMITAÇÃO DO TEMA: De acordo com as disciplinas de estudos de


literatura, as preocupações com a narrativa são de importância significativa para este
estudo: a maneira pela qual o conteúdo narrativo de uma seleção de episódios históricos e
incidentes eventuais constrói mitologizações da identidade social será descrita
exemplarmente em um estudo de caso. Se um modo de análise puramente semiótico fosse
adotado para o exame do mito, o papel vital que a narrativa desempenha na construção de
significados míticos seria excluído da investigação. O meio do romance é aquele que tem
um conteúdo narrativo mais longo e denso, e a narrativa muitas vezes desempenha grande
parte do trabalho de infundir um significado mítico em um texto. Uma vez que o romance é
selecionado como o objeto de exame no estudo de caso, a abordagem dos estudos de
literatura ao mito é, portanto, considerada a mais apropriada para a investigação, em
oposição a uma abordagem puramente semiótica.
Adicionalmente, discute-se a categoria da metaficção historiográfica, conforme
teorizado por Linda Hutcheon (1991), a fim de contextualizar o gênero do romance de
metaficção historiográfica na Angola pós-independência, uma vez que este é o local para a
descrição do estudo de caso da investigação. No entanto, o termo "romance histórico" é
utilizado por este estudo apenas em contraste com o gênero de romance pós-moderno que
constitui o estudo de caso, o romance de metaficção historiográfica da Angola pós-
independente. O termo 'romance de nova história' é adicionalmente empregado pelo estudo
para indicar que o gênero de romance descrito no estudo de caso realiza a
contramitologização de uma parte da história de Angola, de acordo com uma das funções
sociais do contramito.
Enquanto as narrativas de testemunho mediam grande parte da compreensão coletiva
da história, o conteúdo mítico desses textos é importante porque resulta na mitologização do
passado, resultando em formulações específicas de identidade e do senso coletivo de
comunidade no presente. É importante ressaltar que a produção de vários romances recentes
do período pós-independência africanos pode constituir o desenvolvimento de um novo
gênero de romances de história da África: a importância desse gênero, e do trabalho
mitológico que realiza, não deve ser ignorado por causa de seu posicionamento e capacidade
de informar a ideia da comunidade coletiva sobre o passado e a compreensão do presente
político.
Em particular, o estudo enfatiza a atenção que tais romances dão à representação de
personagens ou protagonistas assimilados, os brancos como grupo coletivo, os episódios de
resistência e a narrativa como construção de identidade. O modelo teórico para a análise do
mito e do contramito desenvolvido é utilizado para examinar como o autor vem trabalhando
nos últimos anos para remitologizar, de uma maneira contramítica, as identidades construídas
do povo angolano. Argumenta-se que isso é feito de maneira que contrasta com as
mitologizações da era do colonialismo sobre o africano e buscam estar de acordo com os
novos entendimentos ideológicos de uma Angola democrática e a ideia de reconciliação
nacional após um passado traumático.
Desde o advento da independência angolana a partir de 1975, uma mudança notável
ocorreu no panorama cultural produzida em Angola, inclusive na esfera da literatura. A
cultura angolana encontra-se, em um clima de democracia, reformulando e reinterpretando
rapidamente as identidades nacionais que eram previamente prescritas legalmente por um
governo de colonial. Com efeito, as representações da angolanidade, as várias etnias culturais
e a paisagem cultural ou espaços físicos em Angola estão passando por uma ressemiotização,
à medida que a semiótica do colonialismo não é mais considerada relevante ou apropriada
dentro do ambiente popular e discurso político de uma era democrática.
Conseqüentemente, algo relativamente único e semioticamente raro está ocorrendo na
paisagem cultural angolana: novas mitologias estão surgindo. Esses mitos e contramitos são
os que têm a tarefa de ajudar os angolanos a reconhecer suas identidades dentro de uma
estrutura comunitária democrática pós-moderna e, pode-se argumentar, chegar a termos com
um passado doloroso e um futuro melhor e mais humano.
A evidência cultural dessas tendências míticas é especialmente dominante em meios
como literatura, publicidade, música, dança, programação de televisão, como novelas e
comédias de situação, e filmes. O escritor angolano Boaventura Cardoso se encontra em uma
posição única: raramente um país tem a oportunidade de remodelar quase toda a sua mitologia
sócio-política e cultural, e o estudo tem como objetivo explorar como esse literário foi
estruturado e representou através de perspectivas múltiplas e divergentes quase três décadas
de independência em Angola no romance Noites de Vigília (2014).
Esses desenvolvimentos importantes na literatura angolana devem ser pesquisados e
documentados por uma série de razões. Em primeiro lugar, é importante analisar o
funcionamento ideológico dos gêneros literários onde, à medida que o país independente se
converteu à democracia, uma grande parte dos meios de comunicação teve efetivamente que
mudar sua posição ideológica influenciando ostensivamente a cultura. Essas mudanças na
produção cultural hegemônica não devem passar despercebidas.
Em segundo lugar, a mídia e a cultura desempenham papéis cruciais na formação e
reformulação das identidades pessoais e nacionais. Há muito trabalho social e político que
precisa ser feito aqui se adotarmos o ponto de vista de uma literatura engajada, uma vez que a
ênfase do governo colonial na atribuição de identidade de acordo com a raça só fez muito
mal, no que diz respeito à maior ênfase nas diferenças e separação entre os povos de acordo
com marcadores como raça.
Em terceiro lugar, embora seja evidente que a mídia está ativamente reformulando
identidades mitológicas para os angolanos, é importante analisar criticamente o conteúdo
dessas novas mitologias com o propósito de desenvolver e sustentar uma democracia
saudável. O desafio acadêmico é avaliar se essas mitologias são de natureza ética, ou seja, se
não são prejudiciais em seu conteúdo ou, na verdade, não indicam ódio ou discurso
depreciativo, inconstitucional, e como pretendem auxiliar os angolanos mais excluídos na
reformulação de suas próprias identidades e de uma cultura mais significativa para suas
comunidades em meio ao individualismo e insensibilidade característicos das sociedades do
século XXI.
O projeto reconhece a limitação inerente da abordagem do estudo de caso em que as
conclusões estabelecidas por tal abordagem podem ser aplicáveis apenas ao estudo de caso
específico que está sendo examinado, e não são necessariamente universalmente relevantes.
No entanto, deseja-se ilustrar que a importância do estudo de caso aqui é dupla: primeiro, o
estudo de caso serve como um cenário no qual o novo quadro teórico desenvolvido para a
análise do contramito pode ser testado e, segundo, as representações mitológicas com que o
estudo de caso trata são de significado ideológico, sociológico, político e literário para a
sociedade angolana. A abordagem do estudo de caso é valiosa para este estudo porque fornece
uma plataforma na qual os conceitos teóricos desenvolvidos durante a seção de revisão da
literatura do estudo podem ser executados.
As conclusões tiradas no estudo são baseadas em suposições que são qualificadas e
investigadas na medida do possível. O caráter interpretativo e descritivo do estudo o situa
como uma pesquisa qualitativa. Todas as suposições são examinadas criticamente com o
máximo de detalhes e objetividade possível. O estudo está situado no campo dos Estudos de
Literatura Africana de Língua Portuguesa, com uma preocupação particular para a teoria do
mito, e baseia-se nos pressupostos teóricos da semiótica. A natureza interdisciplinar dos
estudos da narrativa (e comunicação visual) significa que é possível recorrer às teorias de uma
série de discursos filosóficos, como pós-modernismo e pós-colonialismo, e estudos de
semiótica. No entanto, o estudo está situado na esfera dos estudos de literatura e teoria do
mito, e não está situado principalmente nos estudos de semiologia ou semiótica, embora os
dois últimos campos cruciais de investigação sejam mencionados no estudo.
Esta pesquisa é de natureza qualitativa e analítica, não envolve nenhum trabalho de
campo e se baseia na aplicação da estrutura desenvolvida pelo autor à amostra de narrativas,
narradores e narratários descritos em relação ao seu conteúdo de mito e contramito no estudo
de caso realizado pelo trabalho.

3. OBJETIVOS: O objetivo é contribuir para a compreensão de como essa leitura


de mito(s) e contramito(s) poderia fornecer uma visão sobre como os angolanos, como
nação ou coletivo, estão reconstruindo sua(s) compreensão(ões) de seu senso de identidade
e suas opiniões um do outro.
Este estudo compreende um estudo bibliográfico e um estudo de caso. A primeira
parte do estudo é um estudo de literatura e centra-se na teorização do mito por mitólogos
proeminentes, bem como na teorização do contramito realizada pelo autor. A última parte do
estudo compreende uma aplicação dos princípios teóricos a uma descrição de estudo de caso
de um texto que oferece um mosaico de narrativas da nova história angolana pós-
independência.
O propósito principal da primeira parte do estudo é contribuir para o método da teoria
do mito, ou mitologia, no campo acadêmico de investigação dos Estudos de Literatura. Para
tanto, a primeira parte do estudo compreende uma revisão da literatura sobre a teoria do mito
relevante, durante a qual se destaca a disparidade quantitativa na teoria do mito, entre a
literatura sobre mitos que descreve o mito dominante e aquela que trata do contramito.
A finalidade deste trabalho não é tanto uma contribuição teórica para o campo da
mitologia semiótica, quanto é da mitologia praticada na disciplina de estudos de literatura,
teorizando o funcionamento do mito, do contramito, da dinâmica encontrada em suas
interações e demonstrando como essa teoria de contramito pode ser aplicado na prática ao
examinar-se uma complexa narrativa de literatura africana.
Os termos mitologia semiótica e teoria do mito semiótica são usados pelo estudo para
delinear o corpo da teoria/literatura do mito para o qual este estudo pretende contribuir e no
qual o estudo encontra seu fundamento teórico.

4. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS: O mito faz parte das bases da humanidade, pois


é, desde sempre, a narrativa mais eficiente no sentido de ordenar e compreender a natureza
e o homem, bem como os aspectos imanentes ao si que não podem ser explicados
racionalmente. Então, por sua influência e por sua origem, as noções de mito, que temos
dos gregos Como herança viva, habitam em uma tradição intrínseca ao pensamento
ocidental e têm sido alvo de grandes especulações no âmbito científico.
A origem da palavra mito foi o mythos da Grécia antiga e de lá veio seu mais puro
significado; mito como sinônimo de uma história exemplar, um conto que carrega
ensinamentos e que tem o propósito de transmitir um aprendizado. Além disso, na época
helênica os mitos eram utilizados como ferramenta essencial na educação dos jovens. As
histórias e narrativas de deuses, deusas e outras figuras mitológicas tinham o papel de trazer
uma consistente mensagem, os jovens e adultos que ouviam os mitos contados, recriavam
dentro de si aquela história. Era uma tradição oral, trazia conceitos à tona como ética, caráter,
meritocracia, controle dos instintos e vícios, exercício das virtudes e por aí vai. Eram
inúmeras suas funcionalidades, assim foi transmitida a cosmogonia grega (criação do
universo), partindo de um suposto Caos primordial, tendo Gaia como mãe Terra, Cronos,
como deus do tempo, titãs, gigantes, etc.
A busca por métodos de interpretação, para decifrar as conhecidas “narrativas
absurdas”, deliberou uma série de perspectivas do seu conceito. O mito então passa a ser visto
como um modo de expressão do pensamento humano com sua linguagem e com suas
particularidades. Um primeiro elemento, como postula Vernant (2003, p. 171), que deve ser
levado em consideração, é o passo dado a partir da tradição oral para diversos tipos de
Literatura escrita. Mas os estudos acerca de seu conceito ganharam largas dimensões, indo
desde o âmbito histórico e religioso, como apresentam os estudos do antropólogo Eliade
(1969, 1972, 1979, 1989, 2008), até os influxos do mito sobre as competências psicológicas
Do homem, consoante Jung, Campbell (1990, 1991, 1997), Mardones (2000), que trarão bases
para nossa discussão.
Vernant aborda, em linhas gerais, a ideia de palavra formulada referindo-se ao sentido
de mythos: Portanto, de acordo com essa colocação do helenista, é possível afirmar que o
mythos possui íntima relação com a linguagem dadora de instruções cívicas e lições de
religiosidade, e possui a sua retoricidade, não deixando de ter seu valor racional (apesar do
caráter irracional vívido em suas narrativas) e garantindo um construto social. A maior marca
dessa organicidade do mythos é a própria transmissão oral, aspecto forte e determinante nos
fundamentos da tradição literária de todas as culturas.
A noção de mythos como narrativa formulada, percebida nas entranhas do texto
literário, com o passar do tempo e através da intervenção do pensamento filosófico, é
concebida com uma nova face na literatura, ab-rogando do termo seu forte sentido religioso e
enfatizando o valor de composição de discurso, que será abordada com severidade e eficiência
por Platão e Aristóteles. Diante disso, buscaremos então observar como o mythos assumiu
uma posição de conceito principal na composição do texto literário.
Conforme Malinowsky (1948, p. 36), o mythos cumpre, dentro da cultura primitiva,
uma função indispensável. Ele expressa, dá vigor e codifica o credo, salvaguarda e reforça as
morais de um povo, é a voz eficiente do rito e contém regras práticas para a orientação
humana. O mythos de uma sociedade proporcionava-lhe um contexto que dava sentido a seu
cotidiano; dirigia sua atenção para o eterno e o transitório, para o universal e o particular.
Também se arraigava no que chamaríamos de inconsciente.
A fim de abordar a quantidade comparativamente menor de teoria relacionada com o
contramito, o estudo prossegue para teorizar as funções técnicas semióticas do contramito, as
funções sociopolíticas do contramito e examina os valores sociais e os perigos do contramito
na sociedade. Além disso, o contramito é considerado em relação ao enquadramento da
narrativa, a relação entre o contramito e o mito político é abordada e as características e
critérios do contramito são delineados. Em consonância com o objetivo principal do estudo,
que é fornecer uma nova contribuição para a teoria do mito, confronta-se a problemática
teórica da definição e classificação do mito e do contramito e sugere-se mecanismos para
contornar essas dificuldades teóricas. É desenvolvido um referencial teórico para a análise do
mito e contramito na narrativa literária, que se baseia na teorização do contramito realizada no
estudo da literatura.
Na segunda parte do estudo, este referencial teórico é aplicado ao romance Noites de
Vigília (2014) de Boaventura Cardoso propositalmente selecionado como um estudo de caso.
O objetivo principal deste estudo de caso é examinar uma seleção de contramitos africanos
pós-independência, que explicitamente trabalham para remitologizar a construção da
identidade social coletiva dos angolanos, no ambiente sócio-político pós-1975. Dessa forma, o
estudo demonstra como o mito e o contramito podem facilitar a (re)construção da identidade
durante e após um período de convulsão ou transformação social. O objetivo secundário do
estudo de caso é servir como uma demonstração de como o referencial teórico para a análise
do mito e contramito pode ser utilizado na análise crítica de textos literários africanos, neste
estudo aplicado ao romance angolano (como um texto narrativo).
Os três primeiros capítulos do trabalho são um estudo de literatura, que examinam
uma ampla gama de teorias semióticas e míticas relevantes para este estudo. A tese, portanto,
emprega o estudo da literatura como método de pesquisa. Isso porque está de acordo com o
objetivo principal do estudo, que é contribuir para o corpo da literatura sobre o estudo
filosófico-semiótico do mito, teorizando o funcionamento, as características e o arcabouço
técnico do contramito. O autor realiza a teorização do contramito em relação à literatura já
existente sobre o mito (dominante), e essa literatura sobre mitos é frequentemente referida. O
estudo da literatura como método na primeira parte, portanto, é considerado apropriado para o
estudo.
O estudo do mito no campo da semiótica originou-se principalmente de dois teóricos:
Claude Lévi-Strauss e Roland Barthes. Na década de 1950, o antropólogo Claude Lévi-
Strauss iniciou seu trabalho sobre o mito. Sua posição estruturalista enfatizou a estrutura do
mito, pois Lévi-Strauss aplicou princípios estruturalistas da linguística à análise do mito. Ao
contrário dos folcloristas, teóricos religiosos ou críticos literários que foram os principais
analisadores do mito antes dele, Lévi-Strauss achou a estrutura do mito de importância
primária, enquanto o conteúdo do mito, secundário, e ele descartou o conteúdo como
superficial (Lévi-Strauss 1978, Segal 1996: xiii). A estrutura do mito, de acordo com Lévi-
Strauss, envolve uma série de reafirmações dos elementos-chave de um mito. A natureza
dialética do mito significa que ele é capaz de se engajar em uma série de novas tentativas para
resolver certas contradições na experiência dentro da sociedade. De acordo com Lévi-Strauss,
o mito nem sempre resolve completamente essas tensões, mas fornece maneiras aceitáveis de
lidar com elas (Lévi-Strauss 1978, Segal 1996: xiii).
A teorização técnica do mito por Roland Barthes, conforme explicado em Myth Today
(Mythologies 1972: 109-159) como um sistema semiológico de segunda ordem, é um
princípio fundamental para o estudo. Quando Barthes (1972: 109) registrou a ideia de mito
como um tipo de discurso, ele ofereceu a possibilidade de a representação do mito ser
desconstruída criticamente usando a semiótica como um modo de análise. A descrição de
Barthes (1972: 109) do mito como um tipo de discurso e "um modo de significação, uma
forma" fornece a base para a compreensão semiótica do mito e como ele opera por meio da
significação. Porque a teoria do mito de Barthes é tão fundamental para o estudo e forma a
principal suposição do modelo semiótico de contramito desenvolvido pelo estudo, a teoria do
mito de Barthes é examinada em detalhes. O estudo reconhece como a compreensão de
Barthes sobre o mito varia muito daquela de muitos outros mitologistas, particularmente
aqueles de outros campos que não a semiótica, mas também preocupados com a mitologia,
como teologia, estudos de literatura, filosofia, história e sociologia (muitos dos quais vêem o
mito como ser apenas narrativa e não um ato de fala). O estudo também reconhece a possível
simplificação excessiva do funcionamento do mito, sugerida pelo modelo diagramático do
mito de Barthes (1972: 115). No entanto, o diagrama de Barthes (1972: 115) é usado como
base para um diagrama recém-formulado que ilustra o funcionamento do contramito. Este
diagrama revela que, enquanto Barthes descreveu o mito como um sistema semiológico de
segunda ordem, o contramito é de fato um ato de fala multicamadas e multidimensionais, o
que significa que a construção técnica do mito e do contramito é mais complexa do que os
semióticos seguindo a origem de Barthes finalmente pensado.
O estudo reconhece a contribuição significativa que a teoria do mito de Barthes deu ao
campo da semiótica. Ao afirmar que o discurso mítico não se limita ao discurso oral ou
escrito no sentido tradicional, mas pode consistir em várias formas ou escritos ou
representações, incluindo fotografia, cinema e outras mídias, Barthes (1972: 110) tornou
possível aos semióticos efetivamente, tornem-se mitologistas e examinem o conteúdo mítico
de textos que anteriormente escapavam a tal análise.
Além disso, o estudo reconhece que Roland Barthes expôs sua teoria da construção do
mito algumas décadas atrás e que esta é agora uma compreensão tradicional ou conservadora
do mito. No entanto, sua concepção da construção do mito como um sistema semiológico de
segunda ordem, embora criticada, não mudou muito no campo da semiótica desde 1972 e,
portanto, é aceita como válida e valiosa.3
A crítica notável da teorização do mito por Barthes (1972), e de relevância para este
estudo, vem do campo da Semiótica Social. A crítica de Theo van Leeuwen (2001: 92) à
teoria do mito de Barthes (1972) inclui que a semiótica visual barthiana permanece limitada a
argumentos textuais, embora muitas vezes ignore o contexto do texto em questão. Além disso,
a semiótica bartheana é acusada de tratar os significados culturais como uma espécie de
"moeda dada" que é compartilhada por todos os leitores (van Leeuwen 2001: 92 e 117). Como
solução para essa lacuna teórica, van Leeuwen (2001: 92-101) sugere a incorporação da
iconografia, que “preste atenção crítica ao contexto em que a imagem é produzida e circulada,
e a como e por que os significados culturais e visuais expressões surgem historicamente ”. A
fim de navegar pelas deficiências da análise do mito semiótico de Barth, o estudo emprega a
tática semiótica social de incorporar uma consideração pela iconografia (ver 4.3.2). A crítica
notável da teorização do mito por Barthes (1972), e de relevância para este estudo, vem do
campo da Semiótica Social. A crítica de Theo van Leeuwen (2001: 92) à teoria do mito de
Barthes (1972) inclui que a semiótica visual barthiana permanece limitada a argumentos
textuais, embora muitas vezes ignore o contexto do texto em questão. Além disso, a semiótica
bartheana é acusada de tratar os significados culturais como uma espécie de "moeda dada"
que é compartilhada por todos os leitores (van Leeuwen 2001: 92 e 117). Como solução para
essa lacuna teórica, van Leeuwen (2001: 92-101) sugere a incorporação da iconografia, que
“preste atenção crítica ao contexto em que a imagem é produzida e circulada, e a como e por
que os significados culturais e visuais expressões surgem historicamente ”. A fim de navegar
pelas deficiências da análise do mito semiótico de Barth, o estudo emprega a tática semiótica
social de incorporar uma consideração pela iconografia (ver 4.3.2).
No que diz respeito à discussão, definição teórica e desenvolvimento de um quadro
técnico de contramito e uma análise do mito político, o estudo trata também dos escritos de
Barthes (1972), John Fiske (1982), Sheridan-Rabideau (2001) , Bottici e Challand (2006),
Flood (1996) e Tudor (1972), todos os quais são examinados no capítulo dois e no capítulo
três. A taxonomia dos mitos de Schöpflin (1997: 205-220) é utilizada para estabelecer uma
lista das funções do contramito, que faz parte da teorização do contramito que é o objetivo
principal deste estudo (ver 2.5), que é para contribuir com o corpo mais amplo da teoria
semiótica do mito.
Ao examinar a separação na classificação do mito-como-narrativa e mito-como-objeto,
este estudo demonstra as dificuldades em torno desta questão, resumindo as definições de
mito por vários teóricos do mito dos séculos XIX e XX, incluindo Lévi-Strauss '(1955 )
posição estruturalista, Dundes (1984), Ricoeur (1969), Schöpflin (1997), Oden (1992), Segal
(2007), Coupe (1997), Cohen (1969) e vários outros.
O trabalho de Theo van Leeuwen (2005) no campo da semiótica social também será
empregado, especialmente no que diz respeito à formulação de um inventário semiótico como
parte do quadro teórico para a análise do mito em filme (s) (ver 4.3). O inventário (ou
elaboração de inventários) é outro método empregado pelo estudo. O inventário é utilizado
como um método semiótico social, em primeiro lugar como uma so Como já foi dito, os
capítulos um, dois, e três do estudo são um estudo detalhado da literatura, que examinam uma
ampla gama de teorias semióticas e míticas relevantes para o estudo e, portanto, esta literatura
não será discutida em detalhes nesta subseção (1.3) . A literatura que complementa o
desempenho do estudo de caso no capítulo seis é discutida de uma forma integrada no
capítulo seis e, portanto, também não será aprofundada na subseção 1.3. O capítulo cinco do
estudo constitui o quadro teórico desenvolvido pelo autor para o estudo para a descrição
sistemática do contramito: a literatura relevante para o desenvolvimento deste quadro teórico
é discutida detalhadamente nos três capítulos anteriores (ver capítulos 2, 3 e 4).
lução para a tarefa de classificação genérica de mito e contramito (ver 4.3.3). Ao longo
deste estudo, o termo "genérico" é usado com referência ao termo "gênero", especialmente
quando se fala da classificação genérica dos mitos, em que o autor sugere que os mitos podem
ser categorizados de acordo com o gênero.
Além disso, os inventários são empregados como uma técnica para a análise do mito
como uma tática para a classificação de um corpo de representações como mito, uma vez que
um critério definidor do mito é a representação repetida (Barthes 1972: 120). No que diz
respeito ao estudo de caso, um inventário da representação do bom perpetrador branco e do
mau perpetrador branco, conforme representado em uma seleção de filmes da nova história da
África do Sul pós-apartheid, é oferecido na subseção 6.3.4, para fins de ordenança descrição
desses dois contramitos.

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: A seção final do estudo é um


estudo de caso que investiga os filmes sul-africanos produzidos durante o período pós-
colonial e pós-apartheid deste país, utilizando o quadro teórico de análise desenvolvido no
terceiro capítulo. O método do estudo de caso é empregado pelo estudo a fim de demonstrar
na prática o referencial teórico para a análise do mito e contramito no cinema, teorizado nos
capítulos dois, três e quatro, e desenvolvido no capítulo cinco. O método de estudo de caso
é considerado apropriado para o estudo porque fornece uma oportunidade de demonstrar a
aplicação das várias teorias de mitos discutidas, descritas e desenvolvidas no estudo de
literatura anterior.
Como os filmes selecionados para análise se referem ao passado da África do Sul, a
relação entre o filme e a história deve ser considerada. Isso é feito de forma lateral, levando
em consideração a relação do mito com a história, durante a discussão do novo filme de
história (ver 6.1). Se os filmes são tão essenciais na formulação da ideia do coletivo de seu
próprio passado histórico, e os mitos prevalecem no cinema, então os mitos são responsáveis
pela remitologização fílmica da história.
Os ensaios pós-apartheid sobre mídia de massa, cultura e identidade incluem uma série
de ensaios que oferecem insights sobre como as identidades sociais e culturais na África do
Sul estão sendo reformuladas dentro de várias representações da mídia visual e é referido no
capítulo seis.

6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DA PESQUISA: Elaboração de


cronograma, prevendo períodos para o desenvolvimento de etapas da Pesquisa.
O capítulo dois explora o entendimento semiótico tradicional bartheano do mito para
criar, no capítulo cinco, uma estrutura diagramática e teórica do contramito. É feita uma
distinção entre mito (ou mito dominante) e contramito, e as características associadas ao
contramito são identificadas e descritas em relação às suas diferenças em relação ao mito
(dominante). A característica mais marcante do contramito é que ele constitui uma ação
consciente de produção de mito, porque se origina de um produtor que atua em nome de um
grupo social que está em desacordo ideológico com as mitologizações de uma ideologia mais
dominante (ver 2.1). A semiótica O contramito é desenvolvido nas subseções 2.2 e 2.4, e a
influência e transposição da ideologia no e do contramito é discutida. A relação entre o
contramito e o enquadramento da mídia é descrita na subseção 2.3. As funções sociais do
mito e do contramito são então discutidas (ver 2.5): isso é feito para ilustrar que as funções
sociais do mito e do contramito são, na verdade, muitas vezes notavelmente diferentes em
maneiras inerentes.
A relação entre o contramito e o mito político é discutida no capítulo dois e no
capítulo th ree (ver 2.6 e 3.1): embora os mitos políticos e os contramitos não sejam
equivalentes, os contramitos são frequentemente de natureza caracteristicamente política.
Além disso, as contra-construções míticas da identidade coletiva branca representada no filme
da nova história da África do Sul pós-apartheid discutido no estudo de caso do estudo (ver
capítulo 6) são inerentemente políticas, o que torna valiosa uma discussão sobre a natureza do
mito político. O trabalho discursivo de construção do contramito é examinado na subseção
2.7. Aqui é explicada a interanimação que ocorre entre o mito dominante e o contramito:
embora o contramito funcione para desnaturalizar o mito dominante, o discurso do contramito
deve inevitavelmente recorrer ao discurso do contramito, visto que este é o contramito ponto
de partida semiótico (ver 2.1).
O capítulo dois e as subseções 2.1 a 2.7 são, em sua maior parte, de natureza
puramente teórica e filosófica. O capítulo três, portanto, aborda a questão da importância da
pesquisa do contramito e procura explicar por que a teorização do contramito é um exercício
valioso no que diz respeito ao desenvolvimento de uma ferramenta crítica para a análise de
tendências sociais influentes e movimentos políticos. O papel dos mitos políticos na
construção da identidade nacional coletiva é examinado em particular para ver como os
contramitos operam dentro de um ambiente pós-colonial, a fim de reformular identidades
nacionais que estão em oposição aos mitos de identidade nacional da era colonial (ver 3.1). O
estudo dos contramitos políticos pós-coloniais de identidade (como o estudo realizado no
capítulo 6) tem o potencial de fornecer insights sobre como várias sociedades anteriormente
colonizadas chegaram a um acordo com o complexo ambiente pós-independência (ver 3.2).
Os mitos e os contramitos estabelecem limites à cognição coletiva, desempenham um papel
ativo na formação da percepção e das crenças coletivas, enquanto às vezes inspiram a ação
social (ver 3.3). Como uma ilustração do poder potencial do contramito para efetuar a
trajetória da sociedade, a subseção 3.4 discute alguns exemplos históricos de como o
pensamento contra-mítico trouxe mudanças sociais e / ou políticas massivas. A maneira pela
qual os estereótipos podem resultar na representação de uma visão negativa de um grupo
coletivo e o papel do contramito nessa ocorrência são examinados na subseção 3.5.
É feita uma discussão sobre a posição amplamente defendida na teoria da mitologia a
respeito da relação entre mito e narrativa (ver 4.1). Enquanto os semióticos da tradição
barthiana aceitam a suposição do mito como um ato de fala capaz de operar em textos não
narrativos, muitos mitólogos de outros campos acadêmicos entendem que o mito funciona
apenas como uma narrativa. As problemáticas teóricas da última posição são examinadas (ver
4.1.1 e 4.1.2) e, ao fazê-lo, as definições de mito formuladas por vários teóricos de mitos
proeminentes são criticamente discutidas. A posição bartheana é então reconsiderada no
contexto deste debate a fim de avaliar e justificar sua validade, e o conceito de mito-como-
objeto é introduzido e qualificado (ver 4.1.2 e 4.1.3). Igualmente problemáticas dentro da
esfera da teoria do mito são as definições díspares e freqüentemente vagas de mito. Para
maior clareza, a problemática em torno da compreensão do mito é discutida na subseção
4.1.3. Ressalta-se a importância do reconhecimento do mito como objeto, especialmente no
que diz respeito à análise fílmica (ver 4.2): o mito como objeto se revela como um mecanismo
de significação frequentemente empregado para o avanço do mito -como narrativa dentro do
texto fílmico. Essa parte da teoria é então demonstrada de forma prática no capítulo seis (ver
6.3.4).
A utilidade de alguns dos pressupostos da semiótica social (e em particular, aqueles de
Theo Van Leeuwen 2005) na análise do mito é explorada (ver 4.3). Primeiramente, discute-se
a possibilidade da classificação genérica do mito, ou categorização dos mitos de acordo com
os gêneros (gêneros do mito). A iconografia é investigada como um local para o
estabelecimento de categorias genéricas de mitos (ver 4.3.2). A noção semiótica social de
criação de inventários semióticos é empregada para sugerir a utilização de inventários de
mitos semióticos a fim de auxiliar na identificação de mitos e classificação genérica (ver
4.3.3).
O capítulo cinco oferece um modelo teórico para a descrição do mito e contramito no
cinema. De acordo com as discussões teóricas e percepções incluídas nos capítulos dois, três e
quatro, o capítulo cinco identifica seis fatores-chave que podem ser investigados pelo
mitólogo ao conduzir um estudo de mito ou contramito, e o mito como narrativa e / ou mito
como objeto. Uma discussão sobre a identidade do mito envolve situar o mito ou contramito
que ocupa a atenção do mitólogo, no que diz respeito ao seu contexto histórico, social,
cultural e geográfico (ver 5.1). Os meios pelos quais o mito em questão é representado devem
ser identificados e um inventário de mitos pode ser usado para ilustrar a frequência da
representação do mito (ver 5.2). Se o mito em questão opera como um mito dominante ou
como um contramito (tipo de mito), deve ser estabelecido porque isso terá implicações sobre
como o mito opera e quais funções sociais ele visa cumprir (ver 5.3). O formato do mito deve
ser abordado, que detalha se o mito funciona como o mito-como-narrativa, ou o mito-como-
objeto, ou ambos (ver 5.4) a fim de analisar claramente o funcionamento semiótico do mito.
Um inventário semiótico também poderia ser usado para o estabelecimento das categorias do
gênero e subgênero do mito em que o mito em questão pode ser colocado, se a classificação
genérica do mito for possível (ver 5.5). Uma análise aprofundada da iconografia mítica do
mito em questão pode revelar marcadores significativos que facilitam a categorização
genérica do mito (ver 5.6).
O capítulo seis consiste em um estudo de caso, que é realizado para demonstrar
propositalmente a aplicação da estrutura teórica para a análise contra-mítica, teorizada nos
capítulos dois, três e quatro e descrita no capítulo cinco. O filme é selecionado como um meio
de comunicação de massa para a análise do mito neste estudo de caso, e o gênero particular de
filme que foi selecionado é o filme da nova história da África do Sul pós-apartheid. Portanto,
e a fim de contextualizar o estudo de caso, é fornecida uma descrição e discussão do gênero
do filme de história e do cinema nacional com particular referência à paisagem
cinematográfica sul-africana contemporânea (ver 6.1).
Na subseção 6.2, a estrutura para a análise mítica desenvolvida no capítulo cinco é
aplicada e colocada em prática. Os dois contramitos selecionados para esta descrição do
estudo de caso são o mito do bom perpetrador branco e o mito do mau perpetrador branco.
Esses mitos são contextualizados em uma discussão que detalha a política de identidade em
torno da representação de (re) construções visuais mitologizadas da brancura na África do Sul
pós-apartheid, onde a compreensão coletiva da brancura necessariamente mudou após a era
do apartheid (ver 6.3.1). Um inventário de filme tabular detalhado do mito do bom
perpetrador branco e do mito do mau perpetrador branco no filme da nova história da África
do Sul pós-apartheid é apresentado para demonstrar a alta frequência da representação dos
dois mitos acima mencionados dentro do Sul recentemente produzido Filmes africanos (ver
6.3.2). O status contra-mítico do mito do bom perpetrador branco e do mito do mau
perpetrador branco é descrito com referência às funções sociais desses dois mitos particulares,
que, entre outras funções, oferecem uma visão alternativa da história às representações da
história inscrito em textos de mídia da era do apartheid (ver 6.3.3).
A subseção 6.3.4 oferece então uma descrição da contra-representação mítica em uma
seleção de filmes da nova história da África do Sul pós-apartheid. São descritos o mito-
narrativo e o mito-objeto, tal como aparecem nos filmes selecionados, bem como a
iconografia do mito. A descrição deste filme inclui uma discussão sobre a representação de
brancos ruins e brancos bons no filme (ver 6.3.4.1), a mitologização coletiva de brancos ruins
(ver 6.3.4.2), a representação de como certos brancos ruins se metamorfoseiam em brancos
bons (ver 6.3.4.3) e a representação de uma figura branca mais complexa e multifacetada (o
novo branco) (ver 6.3.4.4). Um inventário do gênero mito das mitologias raciais da brancura
em uma seleção de filmes da nova história da África do Sul pós-apartheid é fornecido na
subseção 6.3.5.
O capítulo sete é o capítulo final do estudo, onde o c As conclusões e implicações do
estudo são explicadas (ver 7.1). A contribuição do estudo para o campo da mitologia
semiótica é enfatizada e as limitações do estudo são reconhecidas (ver 7.1). São propostas
sugestões para pesquisas futuras sobre o funcionamento do contramito na sociedade e nos
meios de comunicação de massa (ver 7.2).
Em resumo, então, o objetivo do estudo é expandir o corpo geral da literatura da
mitologia semiótica, formulando uma teoria que delineia a estrutura semiótica e o
funcionamento do contramito, e desenvolver uma estrutura teórica para o estudo do
contramito na mídia de massa. Texto:% s. Um objetivo secundário do estudo é demonstrar a
utilidade deste quadro teórico por aplicação na descrição dos mitos do bom e mau perpetrador
branco em uma seleção intencional de filmes da nova história da África do Sul pós-apartheid.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BÁSICAS

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