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(LEB)
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
Docente: Prof.ª Dr.ª Teresa Gonçalves
2.º ano, 1.º semestre
Módulo 2 – Linguagem e
cognição
(10 horas)
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2.1. Teorias explicativas da aquisição da linguagem.
o Problemas:
Como é que adquirimos a nossa língua materna?
Que capacidades é que pomos em ação para adquirir uma
língua?
Que mecanismos usamos?
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2.1.1. A perspetiva behaviorista.
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2.1.1. A perspetiva behaviorista.
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Condicionamento operante: aprendizagem baseada na associação do estímulo e da
respetiva resposta a um reforço que gratifica ou pune. (Skinner).
Exemplo: A criança diz “Caco” e a mãe procura o boneco macaquinho, dá-o à criança e diz:
“Muito bem, o bebé já sabe pedir o macaco, lindo!”.
Modelação: aprendizagem através da observação da atuação de outrem e dos respetivos
resultados obtidos.”
Exemplo: A mãe diz “Papá!” e aponta para o Pai. “Onde está o Papá?” (o Pai esconde-se),
“Não está!“, “Não há!”.
O bebé repete: “Não há!”.
(Sim-Sim, 1998: p.299).
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O defensor principal desta teoria é Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), apologista de
que o comportamento linguístico da criança não decorre de um programa genético,
originando-se, sim, a partir da interação da criança com o ambiente, por imitação dos
comportamentos linguísticos dos pais, sendo determinado pela prática e pelo exercício. O
papel do meio é, pois, determinante.
Assim, a criança teria que ter ouvido já o que ela própria diz.
Segundo esta teoria, a progressão de uma produção aleatória de sons até uma
comunicação verbal estruturada atinge-se através dos processos gerais de aprendizagem.
Síntese:
Nesta teoria, a ênfase é colocada na aprendizagem e na influência do meio (experiência).
Contudo, esta perspetiva não consegue explicar como é que uma criança é capaz de
produzir enunciados que nunca ouviu, nomeadamente, quando diz de uma forma
incorreta.
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Burrhus Frederic Skinner (1904-1990)
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In Sim-Sim e outros, 2008: 14
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Consequências pedagógicas da teoria behaviorista da aprendizagem
da linguagem:
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2.1.2. O inatismo linguístico.
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2.1.2. O inatismo linguístico.
“(…) son innatos aquellos aspectos que forman parte del equipo biológico de la
especie, ya sean accesibles desde el nacimiento o posteriormente como fruto de la
maduración.” In Serra, M. e outros. (2008). La Adquisición del Lenguaje. Barcelona:
Editorial Ariel, S.A., p.20.
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❑Segundo os defensores desta teoria, o ser humano nasce com um dispositivo para a
aquisição da linguagem, que inclui um conjunto de componentes básicas ou princípios
gerais e procedimentos que permitem deduzir como esses princípios gerais (os
universais linguísticos [ou propriedades comuns das línguas humanas]) se aplicam a uma
determinada língua. Logo, a linguagem é uma faculdade independente de outras
faculdades mentais ou cognitivas, está dependente de uma competência específica, a
linguística.
“O Portal da Língua Portuguesa, apoiando-se em David Crystal (A first dictionary of
linguistics and phonetics. Boulder, CO: Westview. 1980), define universais
linguísticos como um termo «usado em linguística e especialmente no âmbito da
gramática generativa para referir as propriedades comuns das línguas humanas. A
descoberta e descrição destas propriedades que caracterizam a faculdade da
linguagem humana constitui o objetivo fundamental da teoria linguística.
Dependendo da componente gramatical a que nos referimos, podemos falar de
universais fonológicos [existem determinados sons que são universais; sons
vocálicos e consonânticos…], universais sintáticos [o sujeito e o predicado são
elementos fundamentais da frase, em qualquer língua; todas as línguas usam frases
negativas…], universais semânticos [por exemplo, morfemas de género e número],
etc.».
Convém ainda referir que este termo é também muito utilizado nos estudos
inspirados pelas propostas do linguista Noam Chomsky.”
In ? CIBERDÚVIDAS da LÍNGUA PORTUGUESA, disponível em
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https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/a-definicao-de-universais-
❑ Segundo esta teoria, a rapidez com que a criança vem a utilizar uma estrutura tão
complexa, como é a linguagem, não pode se explicar pelos mecanismos da imitação ou
da aprendizagem.
❑ Portanto, esta teoria defende que a linguagem resulta de uma programação genética
inata e de determinantes biológicas da espécie, sublinhando a universalidade das
realizações linguísticas humanas.
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Para ler, em trabalho autónomo.
In
http://197.249.65.74:8080/biblioteca/bitstream/123456789/882/1/O%20essencial%20s
obre%20linguistica.pdf
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Exemplo de dedução de uma regra.
Sim-Sim, 2008:12
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Na perspetiva de Chomsky, devemos distinguir competência linguística de
desempenho linguístico, entendendo este como o uso particular que cada falante
faz da língua numa situação particular de comunicação. Assim, o desempenho
linguístico é flutuante, consoante um conjunto de múltiplos fatores em copresença.
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Consequências pedagógicas da teoria inatista da aquisição da
linguagem:
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2.1.3. Teorias da cognição.
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Nascemos com predisposições gerais (e não com um dispositivo específico ou com uma
faculdade da linguagem ou com uma competência específica para a aquisição da
linguagem) que nos permitem o acesso ao conhecimento e também à linguagem, e que
determinam tudo o que aprendemos, ou seja, nascemos com capacidade cognitiva.
A criança quando nasce dispõe de mecanismos funcionais que lhe permitem raciocinar,
mas não nasce com conhecimentos; procede ao conhecimento do mundo que a rodeia
enformando-o em categorias, através de relações linguísticas.
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2.1.3. Teorias da cognição.
• A linguagem faz, pois, parte de uma organização cognitiva mais vasta e a sua
apropriação pela criança progride de acordo com o seu respetivo nível de
desenvolvimento global (veja-se, por exemplo, o desenvolvimento do aparelho
fonador), em especial o cognitivo.
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Lev Vygostsky (1896-1934) Jean Piaget (1896-1980)
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Mas, se não existe uma faculdade da linguagem, como se explica
que todos os seres humanos adquiram uma ou mais línguas?
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Para Piaget, o desenvolvimento do domínio da linguagem depende, pois, da
evolução cognitiva, que se processa por fases ou estádios sequencialmente fixos,
estudados na Psicologia.
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Para visionar em trabalho autónomo.
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Desenvolvimento cognitivo
A cognição é uma forma de adaptação biológica indispensável à interação do sujeito com o
meio, porque se não compreendermos como funciona o meio, não conseguiremos nele
sobreviver.
Qualquer organismo tem a tendência para se adaptar ao meio em que vive, para poder
sobreviver, por vezes em condições adversas.
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Para visionar em trabalho autónomo.
Exemplo de adaptação ao meio.
http://www.youtube.com/watch?v=R9nA-U2Cc58
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Consequências pedagógicas da teoria cognitivista da aquisição da
linguagem:
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Em suma:
“Para uns – os behavioristas – a linguagem é um comportamento
verbal, aprendido por imitação e reforço, cabendo, portanto, ao meio
um papel decisivo; outros – os inatistas – defendem que a capacidade
para a linguagem é geneticamente herdada e que a criança, munida
dessa capacidade, reconstrói a língua da comunidade em que cresce;
para outros – os cognitivistas – a linguagem é um instrumento do
pensamento e, por isso, o desenvolvimento linguístico está dependente
do desenvolvimento cognitivo. “ (Sim-Sim, 1998: 333.)
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Consequências pedagógicas das teorias behaviorista (Skinner),
inatista (Chomsky: teoria generativa) e cognitivista (Piaget)
da aquisição da linguagem
Importância de Importância de
Importância de
Importância da modelos ambiente rico
ambiente rico
motivação linguísticos de de
de linguagem
correção aprendizagem
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Leia, reflita e diga se as quatro afirmações que se seguem são verdadeiras ou falsas.
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Para visionar em trabalho autónomo.
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