Você está na página 1de 46

Introdução à

Psicolinguística
(Cont.)
• É o estudo das conexões entre a linguagem
e a mente.
• Noam Chomsky defendeu que a linguística
precisava ser encarada como parte da
psicologia cognitiva, aliada ao interesse
crescente pela aquisição da linguagem.
(Cont.)
• Avram Noam Chomsky é professor de
Linguística no Instituto de Tecnologia de
Massachussetts,
filósofo e activista político americano.
(Cont.)
• A psicologia cognitiva
• Estuda a cognição, os processos mentais que
estão por detrás do comportamento.
• Examina questões sobre a memória,
atenção, percepção , representação de
conhecimento, raciocínio, criatividade e
resolução de problemas.
Contribuições para a
Psicologia
• Chomsky criticou a teoria de Skinner defendeu que
a linguagem teria origem em mecanismos inatos.
O cérebro “deve” conter algum “programa” para
construir um número infinito de frases a partir de
uma lista finita de palavras - Gramática Universal
(GU).
(Cont.)
• Assim, Chomsky considerava que o ser
humano era dotado de uma gramática inata,
ou seja, vem biologicamente preparado
para o desenvolvimento de determinados
conhecimentos, dando conta deste modo, a
competência e criatividade do falante.
(Cont.)
• A partir do questionamento das bases da
teoria behaviorista, que dominava a
investigação linguística e psicológica na
altura, surge no final da década de
cinquenta a teoria inatista (1959), uma
corrente psicolinguística derivada das
propostas linguísticas de Chomsky,
(Cont.)
• para quem não fazia muito sentido
especular sobre o processo de aquisição
sem um melhor e mais profundo
conhecimento do que é realmente
adquirido (Sim-Sim, 1998).
(Cont.)
• A enfâse da teoria inatista é colocada na
universalidade das realizações humanas,
apontando para as programações genéticas
e determinantes biológicas da espécie (Sim-
Sim, 1998).

(Cont.)
• A expressão inatismo linguístico refere-se
assim à ideia de que a criança nasce com
uma predisposição inata para adquirir a
linguagem, materializada na capacidade
para extrair regras gramaticais daquilo que
ouve.
B. F. Skinner
• Foi um autor e psicólogo americano.
• Conduziu trabalhos pioneiros em psicologia
experimental e foi o propositor do
Behaviorismo Radical, em que o
comportamento é entendido em função das
interrelações entre a filogenética (história
evolutiva entre uma espécie ou espécies
distintas) , o ambiente (cultura) e a história
de vida do indivíduo.
(Cont.)
• Segundo Skinner
• O uso da linguagem poderia ocorrer por
meio das pistas e do condicionamento
provenientes do mundo no qual a criança
está imersa.
O que é condicionamento?
• É um processo de aprendizagem e modificação
de comportamento através de mecanismos
estímulo-resposta sobre o sistema nervoso
central do indivíduo. Esse processo é vinculado
ao Behaviorismo ou Comportamentalismo, que
é o conjunto de ideias presentes na Psicologia
que vê o comportamento como único, devendo
ser o objecto de estudo da Psicologia.
(Cont.)
• É um processo de aprendizagem e
modificação de comportamento através de
mecanismos estímulo-resposta sobre o
sistema nervoso central do indivíduo. Esse
processo é vinculado ao Behaviorismo ou
Comportamentalismo, que é o conjunto de
ideias presente na Psicologia que vê o
comportamento como único, devendo ser o
objecto de estudo da Psicologia.
(Cont.)
• O Behaviorismo foi a teoria psicológica que
dominou todo o panorama de pesquisa até
aos anos cinquenta, com particular
relevância atribuída à compreensão do
comportamento humano e animal em geral
e não à linguagem em particular (Acosta et
al., 2003)
(Cont.)
(Cont.)
• O fulcro da teoria behaviorista é a
aprendizagem, a qual corresponde à
modificação de um comportamento.
Consequentemente, o desenvolvimento da
linguagem é entendido como o resultado de
um conjunto sistematizado de
aprendizagens (Sim-Sim, 1998).
(Cont.)
• Para Skinner, tal como para todos aqueles
que partilham o ponto de vista behaviorista,
a proficiência do comportamento verbal é
adquirida através da interacção da criança
com o seu meio envolvente, por meio da
imitação de tudo aquilo que observa à sua
volta.
(Cont.)
• De acordo com esta concepção, é a partir do
momento em que as crianças desenvolvem
a capacidade de imitação que surge o
desenvolvimento da linguagem: as crianças
imitam primeiro os sons e depois as
palavras que ouvem cabendo à família e
(Cont.)
• escola a oferta do modelo correcto,
corrigindo-lhes os desvios que emergem em
distintas etapas do processo de
aprendizagem (Acosta et al., 2003).
3.Teoria Cognitivista
• A partir da segunda metade da década de
sessenta a psicolinguística desprezou em
grande parte a sua ligação à teoria
linguística, acabando por ser absorvida pela
corrente psicológica cognitivista.
(Cont.)
• Para Piaget
• a aquisição da linguagem é vista como
resultado da interacção entre o ambiente e o
organismo, por meio de assimilações e
acomodações, responsáveis pelo
desenvolvimento da inteligência em geral e
não como resultado do desencadear de um
módulo ou órgão específico para a
linguagem.
(Cont.)
• Foi professor de psicologia na Universidade
de Genebra, entre 1929 e 1954 e tornou-se
mundialmente reconhecido pela sua
revolução epistemológica.
O que é Epistemologia?
• é um ramo da filosofia que trata dos
problemas filosóficos relacionados com a
crença e o conhecimento.
• É o estudo científico da ciência
(conhecimento), sua natureza e suas
limitações.
(Cont.)
• Apesar de defenderem que a interação com
o meio é indispensável, Piaget, principal
mentor da teoria cognitivista e os seus
seguidores, assumem a existência de fases
ou estádios sequencialmente fixos. Por isso,
é possível
verificar a existência de alguma
convergência entre a
(Cont.)
• perspectiva inatista e o ponto de vista dos
cognitivistas, assumindo-se como grande
diferença a afirmação de que a apropriação
da linguagem pela criança avança de acordo
com o respectivo nível de desenvolvimento
global (Sim-Sim, 1998).
(Cont.)
• Para os cognitivistas o desenvolvimento da
linguagem segue o da cognição, o qual, de
acordo com Piaget, é processado
gradualmente desde o nível mais básico dos
processos sensório-motores até ao nível das
chamadas funções mentais superiores, de
que o pensamento hipotético-dedutivo é o
expoente máximo.
4.Teoria Interaccionista
• Na década de setenta o crescimento da base
empírica de pesquisas sobre a aquisição da
linguagem e o surgimento de novos
instrumentos de análise permitem o
estabelecimento de descrições mais precisas e
detalhadas deste fenómeno, começando a surgir
questões sobre a variabilidade individual no
ritmo e nas estratégias de crescimento
linguístico da criança (Sim-Sim, 2017).
(Cont.)
• Lev Semenovitch Vygotsky
• É o grande fundador da escola soviética de
Psicologia Histórico-Cultural
• A linguagem é um produto da actividade
humana, nascido da necessidade de
comunicação social.

(Cont.)
• A própria consciência é uma construção da
linguagem. Não há consciência fora dela.
• As imagens sensoriais formadas na
consciência só adquirem seu carácter
significativo pela mediação da linguagem.
(Cont.)
• Para Vygotsky, segundo Sim-Sim (2017):
O pensamento e a linguagem são duas realidades
distintas, com existência autónoma, que partilham um
espaço comum, o pensamento verbal. Numa
perspectiva de desenvolvimento, existe um período
pré-cognitivo da linguagem e um período pré-verbal
da cognição (pensamento), confirmando
ontogenicamente que as raízes e o curso seguido pelo
desenvolvimento cognitivo diferem dos da linguagem.
(p. 14)
(Cont.)
• Esta nova teoria vem afirmar que os processos
de aquisição da
linguagem pela criança se regem pela interacção
com o meio.
• Para os interaccionistas a linguagem tem um
carácter biológico e social sendo o seu processo
de desenvolvimento influenciado pela interacção
da criança com os falantes que a rodeiam.
Nessa fase de escrita alfabética
• a criança pode escrever palavras como, por
exemplo, “dinosauro” (dinossauro),
“tatussinho” (tatuzinho) e “jacare” (jacaré).
• Estar em contacto com vários materiais
escritos, para perceber as diferenças no
padrão de escrita do idioma, adquirindo a
escrita ortográfica.
Solução:
• Estar em contacto com vários materiais
escritos, para perceber as diferenças no
padrão de escrita do idioma, adquirindo a
escrita ortográfica.
É importante ressaltar
• que podem ocorrer diferenças individuais
quanto à idade em que as crianças passam
por cada fase de evolução da escrita
• Essas diferenças têm a ver também com o
maior ou menor interesse e estimulação
(principalmente da família) em relação à
oferta de material significativo de leitura e
escrita.
O que se deseja que os
professores e os pais façam?
• Que observem a evolução de todo esse
processo e estejam atentos a dificuldades
específicas, que podem necessitar de ajuda
profissional, principalmente quando a
criança está em uma fase inicial do
processo.
(Cont.)
• Que diagnostiquem os factores que estão
interferindo para, então, fazer com que a
criança evolua e acompanhe o que é
pedido para seu nível de escolaridade.
• A leitura, parte desse processo
(Cont.)
• Também se desenvolve gradualmente,
• é um hábito a ser adquirido e deve ser fonte
de prazer e não apresentada de forma
obrigatória, com imposição, cercada de
castigos e ameaças.
A leitura reflecte-se de forma
significativa
• na escrita da criança (e do adulto também),
• ao ler, memorizamos as correspondências
ortografia-som apreendemos também as
excepções.
(Cont.)
• ampliamos o vocabulário e o conhecimento
das estruturas de diferentes textos, o que
aumenta o repertório e reflecte-se numa
escrita melhor.
Escrever, respeitando os
padrões da língua
• é um processo gradual, mas depende muito
da estimulação que a criança recebe quanto
ao uso significativo de material escrito.
• E os adultos?
• Devem ser modelos de leitura. Será?
• Ler é um hábito a ser desenvolvido.
(Cont.)
• O hábito só se instala se for repetido muitas
vezes.
• A aprendizagem é gradativa.
• Diferenças individuais devem ser
respeitadas.
Não se deve punir e criticar
• a criança por ela não estar lendo ou
escrevendo como outra da mesma idade.
• Porquê?
• Isso poderia atrapalhar o seu
desenvolvimento, gerando nela sentimentos
de insegurança e incapacidade.
Ao contrário!
Deve-se compreender que
• quanto mais a criança associar a leitura e a
escrita com actividades úteis e que lhe deem
prazer, maior será o seu desejo de aproximar-se
delas, maior facilidade ela terá, de aprendizado.
• Afinal, aprende-se a ler e escrever lendo e
escrevendo e mais chances ela terá de levar a
leitura e a escrita como aliadas para toda a vida.
Bibliografia
• Acosta, V. M., Moreno, A., Ramos, V., Quintana, A., & Espino, O.
(2003). Avaliação da Linguagem - Teoria e Prática do Processo
de Avaliação do Comportamento Linguístico Infantil (1ª ed.). São
Paulo: Livraria Santos Editora.
• Faria, I. H., Pedro, E. R., Duarte, I., & Gouveia, C. A. (1996).
Introdução à Linguística Geral e Portuguesa. Lisboa: Editorial
Caminho.
• Sim-Sim, I. (2017). Aquisição da linguagem: Um olhar
retrospetivo sobre o percurso do conhecimento. Em M. J. Freitas,
& A. L. Santos, Aquisição da língua materna e não materna:
Questões gerais e dados do português
(pp. 3-31). Berlin: Language Science Press.
(Cont.)
• Sim-Sim, I. (1998). Desenvolvimento da Linguagem . Lisboa:
Universidade Aberta.
Sim-Sim, I. (2014). Avaliação da Linguagem Oral: Um contributo para o
conhecimento do desenvolvimento linguístico das crianças portuguesas
(6.ª ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
• Sim-Sim, I., Duarte, I., & Ferraz, M. J. (1997). A Língua Materna na
Educação Básica: Competências Nucleares e Níveis de Desempenho.
Lisboa: Ministério da Educação: Departamento da Educação Básica.
Sim-Sim, I., Silva, A. C., & Nunes, C. (2008). Linguagem e Comunicação
no Jardim de Infância. (M. d.-D. Curricular, Ed.) Lisboa: Ministério da
Educação: Direção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular.

Você também pode gostar