Você está na página 1de 30

Produção e

Recepção de
Texto I
Bruno Felipe Marques Pinheiro
(UFS/DLEV/GELINS)
Sujeito,
texto e
discurso
Afinal, o que
é texto?
• A palavra texto vem
do latim textum que
significa tecido,
entrelaçamento. O texto
seria então o resultado
de uma combinação
perfeita de “fios”
(orações) tendo como
resultado uma costura
(texto propriamente
dito).
Conceitos

• pelas teorias acionais, como uma


unidade linguística (do sistema)
superior à frase; sequência de atos de fala;
• pelas vertentes cognitivistas, como
sucessão ou combinação de fenômeno primariamente psíquico,
frases; resultado, portanto, de processos
cadeia de pronominalizações mentais;
ininterruptas; • pelas orientações que adotam por
cadeia de isotopias; pressuposto a teoria da atividade
verbal, como parte de atividades
mais globais de comunicação, que
complexo de proposições vão muito além do texto em si, já que
semânticas. este constitui apenas uma fase desse
processo global.
Começando a entender a
ideia de discurso
O conceito de
sujeito
• Mesmo sabendo que está muito distante da
pessoa com quem fala e, claro, de
realmente não estar chegando, quem fala
não fala porque quer, fala porque todos
falam.

• Todo mundo fala “estou chegando” ao


celular

• Essa voz impensada é de um locutor


enquanto sujeito social coletivo. No
indivíduo, o “estou chegando” é meio
inconsciente.
• O “eu já estou chegando” (um presente
em andamento) antecipa a chegada,
porque abre um intervalo semântico
(um tempo discursivamente construído
ao suspender os limites definidos)

• As noções dêiticas (espaço/tempo –


eu/tu), fundamentais na enunciação,
precisam ser redefinidas tendo em
vista a inferência dos novos meios de
comunicação (redes sociais)
Professor,
buguei
geral!!
Sujeito não é o
indivíduo
• A ideia de sujeito não pode ser entendida
como individuo, mas sim como uma
configuração discursiva/histórica
localizada em um tempo, espaço e
condições de produção.

• Para a AD o sujeito é dividido, não há


unidade e sim pluralidade, como
anunciado pela psicanálise, é uma
invenção da linguagem. A sua constituição
é atravessada por diversos fatores externos
ao próprio sujeito.
—Louis Althusser

• o sujeito é um efeito ideológico


elementar. É elementar por não
ser a consequência de algo. O
indivíduo é interpelado pela
ideologia como sujeito, e o
indivíduo é sempre já sujeito,
pois já o é antes de seu
nascimento.
—Michel Pêcheux

• o sujeito se constitui
pelo esquecimento
daquilo que o determina.
Refere-se a esse campo
como Sujeito, com a letra
s em maiúscula. O sujeito
do discurso não é autor
desse discurso, mas
alimenta o equívoco de
sê-lo. O sujeito fala
atravessado pelo discurso
do Outro/Sujeito.
—Michel Foucault

• Não emprega a palavra sujeito como pessoa ou


forma de identidade, mas os termos
'subjetivação', no sentido de processo, e 'si', no
sentido de relação (relação a si). Os modos
de subjetivação são os processos através dos
quais nos tornamos sujeitos.
Repetição

Memória Discursiva
Conceitos
importantes Lugar social

Formações Imaginárias
• O discurso é como um efeito da articulação de
língua, história e sujeito.

• O efeito de sentidos entre locutores.


Conceitos de
• O discurso se constitui em formações
discurso discursivas. Ou seja, um conjunto de enunciados
que não se reduzem a objetos linguísticos, tal como as
proposições, atos de fala ou frases, mas submetidos a
uma mesma regularidade e dispersão na forma de
uma ideologia, ciência, teoria, etc.

• Chamaremos de discurso um conjunto de


enunciados, na medida em que se apoiem na mesma
formação discursiva; ele é constituído de um número
limitado de enunciados, para os quais podemos
definir um conjunto de condições de existência (...).
Um outro jeito de
pensar sujeito e
discurso...
• A partir de uma perspectiva cognitivo-
funcional
• Construção de uma face negativa ou
positiva
“O termo face pode ser definido como um
valor social positivo que uma pessoa reclama
para si mesma através daquilo que os outros
presumem ser a linha tomada por ela durante
um contato específico. Face é a imagem do eu
delineada em termos de atributos sociais
aprovados (...)” (GOFFMAN,1967:5)

Para o autor, toda interação é potencialmente


ameaçadora, o que leva os interlocutores a
realizarem, continuamente, um trabalho de
monitoramento do comportamento verbal de
todos os participantes, incluindo o seu, de
modo a realizar, sempre que possível, os
reparos necessários para a manutenção da
imagem pública e da harmonia social.
A noção de linha (enquadre
interacional) está ligada ao modo
como os interactantes concebem a
interação em termos de ação, de
papéis sociais e de relações
intersubjetivas de poder e de
solidariedade. Leva em conta,
portanto:

1. gênero discursivo;
2. grau de intimidade e de
familiaridade;
3. hierarquia social;
4. localização na dinâmica de
grupos (nós x eles);
5. contexto situacional
(dinamicamente atualizado).
ATIVIDADE 2
UNIDADE I

Orientações da atividade:
• Leitura do artigo
disponibilizado pelo
SIGAA e resolução das
perguntas do roteiro
• Individual
• Roteiro de leitura sobre
o texto “Repensando a
Textualidade” de Maria
Costa Val.

Você também pode gostar