Você está na página 1de 43

NEUROCIÊNCIA NA EDUCAÇÃO

BILÍNGUE
UNIDADE IV
COMO O CÉREBRO ADQUIRE UMA NOVA LÍNGUA?
Elaboração
Lucas Tadeu Garcia

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE IV
COMO O CÉREBRO ADQUIRE UMA NOVA LÍNGUA?.................................................................................................................5

CAPÍTULO 1
A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM................................................................................................................................................. 5

CAPÍTULO 2
PROCESSOS DE AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM CEREBRAL............................................................................................ 13

CAPÍTULO 3

PROCESSOS CEREBRAIS DO PLURILINGUISMO............................................................................................................... 18

CAPÍTULO 4
FATORES SOCIAIS E LINGUAGEM.......................................................................................................................................... 24

REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................28
4
COMO O CÉREBRO
ADQUIRE UMA NOVA UNIDADE IV
LÍNGUA?

CAPÍTULO 1
A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM

A crescente necessidade de falar duas ou mais línguas atualmente gera novos


desafios e debates, como temos visto até aqui. Segundo Ramírez e Kuhl (2016),
estima-se que cerca de dois terços da população mundial compreendem ou falam
pelo menos duas línguas. Ao longo dos séculos, estudiosos têm tentado formular
teorias que explicam como ocorre o processo de aprendizagem linguística. Já se
sabe que a aquisição da linguagem é um processo muito complexo, envolvendo
inúmeros aspectos cognitivos, comportamentais e sociais. Como vimos nas
unidades anteriores, os avanços da tecnologia fizeram com que as contribuições
da neurociência fossem extremamente significativas na tentativa de esclarecer
como o cérebro consegue adquirir uma nova língua.

O plurilinguismo ainda gera muitas perguntas sobre como a aquisição de dois


idiomas ocorre simultaneamente e seus efeitos no aprendizado, por isso este
capítulo abordará o tema da aquisição da linguagem, apresentando os processos
cerebrais envolvidos, e tentando fazer um paralelo mais detalhado do que vimos
no último capítulo da unidade anterior: o cérebro multilíngue ou plurilíngue e
o cérebro monolíngue.

O objetivo deste capítulo será, portanto, entender melhor como o cérebro aprende
duas línguas, seja simultaneamente ou em sucessão, já com algumas práticas
efetivas de aquisição linguística. Dentro dos aspectos práticos, também vamos
buscar deixar claras as expectativas do processo de aquisição da segunda língua,
evidenciando formas de como medir o seu uso.

Este capítulo será subdividido em quatro partes. A primeira será uma breve
análise histórica das hipóteses dominantes sobre a aquisição de linguagem. O
foco da segunda parte será apresentar os processos cerebrais de aquisição da
linguagem, tais como o reconhecimento fonêmico e a fala, para posteriormente
abordar os aspectos da aquisição da linguagem e do bilinguismo, que será o tema

5
Unidade iv | Como o cérebro adquire uma nova língua

da terceira parte. O objetivo da quarta parte será apresentar como a aquisição


da linguagem está ligada aos aspectos sociais.

Primeiros passos na análise do fenômeno do plurilinguismo

De acordo com Campbell e Wales (1970), a aquisição da língua é o processo no


qual as crianças conseguem o controle fluente de sua língua nativa. Os autores
afirmam que a primeira tentativa de documentar o desenvolvimento linguístico
de uma criança foi feita pelo biólogo alemão Tiedemann (1787), que se concentrou
em iniciar uma seleção de dados normativos sobre o desenvolvimento infantil.
Campbell e Wales (1970) também apontam que o maior estímulo para o estudo
da aquisição da língua vem da teoria da evolução de Darwin, mas o autor que
mais contribuiu para o assunto (e começou a ser estudado mais detalhadamente)
foi o psicólogo alemão Preyer (1882), que estudou seu filho durante seus três
primeiros anos de vida, fazendo anotações detalhadas de seu desenvolvimento
linguístico.

De acordo com Brown (2000), há várias questões sobre o desenvolvimento


linguístico em relação ao tempo de aquisição do idioma, e como sua complexidade
e função social são compreendidas e empregadas. A autora afirma que, ao longo
dos anos, várias teorias sobre a aquisição da linguagem têm tentado respondê-
las e, apesar de explorar alguns aspectos contraditórios, apresentam possíveis
relações entre elas.

Skinner e o modelo behaviorista de aprendizagem linguística

Não é nada novo, nem somente deste campo de pesquisa, que o behaviorismo
se concentra nos aspectos linguísticos imediatamente perceptíveis, ou seja, nas
respostas observáveis aos estímulos. O maior princípio da teoria behaviorista é
a análise do comportamento humano, observando a interação estímulo-resposta
e a associação entre eles. Por um processo de tentativa e erro, no qual falas
acertadas são compreendidas e reforçadas, e as incorretas são inibidas pela
falta de recompensa, a criança começa a fazer discriminações mais finas, até
que seu discurso se aproxima cada vez mais do discurso da comunidade na qual
está inserida. Para o behaviorismo, todo aprendizado é o estabelecimento de
hábitos, como resultado do reforço e da recompensa. Os teóricos behavioristas
ressaltam que o aprendizado da língua é um processo mecânico que leva o
aprendiz à formação de hábitos, cujo esquema subjacente é o condicionamento
reflexo (DEMIREZEN, 1998).

6
Como o cérebro adquire uma nova língua | Unidade iv

O modelo behaviorista/comportamentalista mais conhecido é aquele


incorporado por Skinner em seu clássico “Verbal Behavior” (1957). A teoria do
comportamento verbal de Skinner foi uma extensão de sua teoria de aprendizagem
por condicionamento de trabalho. Em seu modelo, o comportamento verbal
(como todo comportamento) é controlado por suas consequências. Quando
as consequências são gratificantes, o comportamento é mantido e reforçado.
Quando as consequências são negativas, ou inexistentes, o comportamento é
enfraquecido até ser extinto.

Argumentando sobre a aquisição da linguagem e a abordagem behaviorista,


Brown (2000) afirma que uma teoria baseada apenas em estímulo-resposta,
condicionamento e reforço não é suficiente para explicar aspectos mais complexos,
tais como a capacidade de adquirir linguagem, bem como compreender seu
desenvolvimento e sua natureza abstrata. A teoria de Skinner recebeu muitas
críticas, dentre elas a de Chomsky (1959), de quem falaremos mais a seguir.

Nativismo

O nativismo, abordagem nativista, ou ainda, mais claramente, a abordagem


inata, enfatizava precisamente a tentativa de compreender os aspectos mais
complexos da linguagem, tais como a capacidade das crianças de adquirir a
linguagem, de entender como ela se desenvolve e como aspectos abstratos da
linguagem são abordados. Para os teóricos nativistas, a aquisição da linguagem é
inata, ou seja, nascemos com uma capacidade genética que nos predispõe a uma
percepção sistemática da linguagem ao nosso redor, resultando na construção
de um sistema linguístico internalizado.

Brown (2000) ressalta que algumas hipóteses nativistas tiveram apoio


considerável, como a de Lenneberg (1967) e Chomsky (1965). Lenneberg (1967)
indica que a linguagem é específica da espécie e que certos modos de percepção e
capacidade de categorização, com outros mecanismos relacionados à linguagem,
são determinados biologicamente. Chomsky (1965) acrescenta que existem
propriedades linguísticas inatas, que explicam como uma criança pode, em tão
pouco tempo, ter domínio de sua língua materna.

Campbell e Wales (1970) apontam que, para Chomsky (1968), a velocidade


com que as crianças são capazes de inferir as regras gramaticais subjacentes ao
discurso ao qual estão expostas e de, posteriormente, aplicar essas regras na
construção do discurso que nunca ouviram antes, sugere que elas nascem com
um conhecimento de princípios formais – considerados por Chomsky como

7
Unidade iv | Como o cérebro adquire uma nova língua

universais – que determinam a estrutura gramatical de sua língua, ou seja, o


fato de que as crianças podem aprender estruturas gramaticais pelo que ouvem
e aplicar a novos contextos, promovendo a hipótese nativista.

Para Brown (2000), a abordagem nativista lida mais apropriadamente com aspectos
mais profundos de aquisição de linguagem, tais como significado, abstração e
criatividade, especialmente em contraste com a abordagem comportamentalista.
Ele afirma, ainda, que pesquisas demonstraram que a linguagem da criança,
dado um certo tempo, torna-se um sistema legítimo. Ao comparar as abordagens
behaviorista e nativista, o autor explica:

O sistema de desenvolvimento da linguagem da criança não é um


processo de desenvolvimento de menos estruturas “incorretas”,
não é uma linguagem em que os estágios inferiores têm mais
“erros” do que os estágios posteriores. Em vez disso, a linguagem
da criança, em qualquer estágio, é sistemática, e a criança está
constantemente formulando hipóteses com base no conteúdo
recebido, e depois testando tais hipóteses na fala (e compreensão).
Com o desenvolvimento da linguagem, estas hipóteses são
continuamente revisadas, reformadas ou às vezes abandonadas
(BROWN, 2000, p. 25, tradução nossa).

Segundo Berko (1958), as crianças não aprendem a língua como uma série de itens
separados, mas como um sistema integrado. Ela descobriu com um simples teste
com palavras inventadas que crianças de até quatro anos, cuja língua materna era
o inglês, aplicavam regras gramaticais já conhecidas – como a formação plural,
gerúndio, passado, terceira pessoa no singular e possessivo – a novos contextos.

Brown (2000) aponta que os estudos nativistas eram livres para construir
gramáticas hipotéticas sobre a linguagem da criança, e que essas gramáticas, que
consistiam na descrição dos sistemas linguísticos, eram amplas representações
formais da estrutura profunda – as regras abstratas subjacentes à produção
superficial –, a estrutura que nem sempre se manifesta abertamente na fala.
Segundo o autor, esse modelo gerencial foi uma separação da metodologia
estrutural e permitiu às(aos) pesquisadoras(es) dar enormes passos para a
compreensão do processo de aquisição da linguagem.

Em seu estudo, Brown também apresenta o conceito da palavra âncora. Ela


ressalta que os nativistas analisaram que as primeiras “frases” das crianças
eram compostas de duas palavras e pertenciam a diferentes classes, escolhidas
com propósito, e não aleatoriamente. O autor ressalta que a primeira classe
de palavras foi chamada de pivô ou âncora de palavras, pois permite inúmeras

8
Como o cérebro adquire uma nova língua | Unidade iv

combinações com a segunda ordem de palavras, apresentando o modelo de frase


como: palavra pivô + palavra nova.

Nos anos seguintes, no entanto, o modelo de Chomsky, começou a ser contestado.


Surge, então, um novo modelo, afirmando que o desempenho linguístico deveria
ser a consequência de vários níveis de interconexões neurais acontecendo
simultaneamente (processamento distribuído paralelo – PDP), e não um processo
em série, com uma regra sendo aplicada uma após a outra.

As funções da linguagem

O aumento dos estudos sobre as funções da linguagem fez com que os enfoques
das pesquisas mudassem radicalmente, partindo da noção de que a linguagem
era uma manifestação da capacidade cognitivo-afetiva de lidar com o mundo,
com os outros e consigomesmo (BROWN, 2000).

Assim a abordagem baseada nas funções da linguagem ou funcionalismo veio a


questionar a gramática proposta pelos nativistas. Bloom (1971), após analisar
dados dentro dos contextos, concluiu que as crianças aprendem as estruturas
subjacentes das frases, não apenas as superficiais como a ordem das palavras, e
que a ideia de frase como palavra pivô + palavra não era suficiente para abordar
os vários significados que a criança poderia atribuir ao seu discurso. A pesquisa
de Bloom (1971), com as de Jean Piaget, Dan Slobin e outros, preparou o caminho
para uma nova onda de estudos com foco na relação entre desenvolvimento
cognitivo e a aquisição linguística (BROWN, 2000).

Segundo Piaget e Inhelder (1969), o desenvolvimento geral da criança é o resultado


de sua interação com o ambiente, com uma interação complementar entre suas
habilidades cognitivas perceptivas em desenvolvimento, e com sua experiência
linguística. Depois do surgimento dessa nova forma de ver a aprendizagem
linguística, pesquisadoras(es) começaram a formular regras sobre as funções
linguísticas e sua relação com as formas linguísticas, prestando mais atenção à
função do discurso da criança em suas interações sociais.

A hipótese do período crítico

Como prometemos nas unidades anteriores, vamos abordar aqui a hipótese de


que há um período crítico em maior profundidade, dada sua ampla divulgação,
e buscando dar a essa hipótese o enfoque apropriado. Vamos nos valer do
estudo de Hagen (2008), por ser relativamente recente e por se tratar de uma
argumentação voltada exclusivamente para essa hipótese.

9
Unidade iv | Como o cérebro adquire uma nova língua

Em síntese, um período crítico diz respeito a uma espécie de janela de oportunidade,


e, que certa habilidade ou competência devem ser assimiladas ou masterizadas.
Perder essa “janela” seria o mesmo que deixar passar o último trem e não teria
soluções paliativas de nenhuma sorte. Vejamos, a seguir, como Hagen tenta
sustentar tal hipótese, utilizando seu argumento “evolutivo”.

Hagen (2008) aponta que a aquisição da língua das crianças é extremamente


rápida, e as crianças se tornam fluentes em um período de três a quatro anos,
enquanto os adultos muitas vezes levam décadas para aprender uma nova língua
e, mesmo assim, nem sempre alcançam a fluência. O autor coloca que, para
as crianças, o aprendizado de uma língua ocorre naturalmente, sem esforço;
enquanto para os adultos pode ser um processo trabalhoso, difícil e muitas
vezes frustrante. Hagen também assinala que as crianças não precisam aprender
regras gramaticais para adquirir uma língua, e que a aquisição da língua materna
acontece universalmente. Segundo ele, todas as crianças, em todas as culturas,
tornam-se fluentes em sua língua nativa. Assim, ele chega à conclusão de que
a aquisição da língua é um processo sensível à idade, que resulta de mudanças
maturacionais e neuroanatômicas, ainda mal compreendidas. (HAGEN, 2008)
(tradução própria).

Hagen aponta que os estudos de Lenneberg (1964-1984) sobre a perda de linguagem


em crianças contribuíram para a criação da hipótese do período crítico, a qual
afirma que, por volta do primeiro ano de vida até a adolescência, o cérebro
humano está preparado para adquirir a linguagem sem requerer instruções
especiais, desde que a criança seja exposta a um ambiente linguístico rico. Sua
afirmação é baseada em um estudo feito com crianças que sofreram danos no
hemisfério esquerdo do cérebro em sua fase pré-verbal, e que não sofreram
danos significativos depois disso.

Segundo o autor, a razão pela qual o cérebro humano está mais bem preparado
para aprender idiomas nos primeiros anos de vida é uma questão de evolução
física e comportamental. Ele compara as necessidades de uma cria de gnu com as
de um bebê humano, explicando que uma cria de gnu, por ser presa fácil, precisa
aprender como se mover rapidamente, o que ocorre quase imediatamente após
o parto. Um bebê humano, nascido em um ambiente socialmente acolhedor,
depende da linguagem para socializar e sobreviver, o que, segundo ele, justifica
o fato de estar entre os primeiros traços cognitivos a surgir na infância.

Hagen (2008) também afirma que a razão pela qual os adultos têm mais dificuldade
em adquirir um novo idioma remonta ao período paleolítico. O autor aduz que

10
Como o cérebro adquire uma nova língua | Unidade iv

para uma criança aprender uma língua, ela geralmente leva de três a quatro
anos, e se considerarmos a cultura dos hominídeos nômades, primeiro, eles não
teriam a oportunidade de aprender uma nova língua porque não tinham tempo
suficiente para mostrar exposição a uma nova língua e, segundo, porque têm
uma expectativa de vida muito curta, de aproximadamente 35 anos de vida, logo
aprender uma segunda língua na vida adulta seria inútil: Os humanos arcaicos
tiveram poucas oportunidades de aprender alguma coisa durante a vida adulta,
simplesmente porque a vida adulta não durou muito mais do que a infância e
a adolescência.

Para Hagen, em um cenário como o mencionado acima, a capacidade do cérebro


de aprender uma nova língua durante a vida adulta, com a mesma velocidade
e eficiência que uma criança aprende sua língua materna, não teria nenhuma
utilidade, portanto não era uma habilidade que evoluiu universalmente no
cérebro humano.

Hagen (2008, p.48) também apresenta que, entre a comunidade científica, há


defensores de que a Hipótese do Período Crítico não existe, pois “o cérebro não está
restrito a um período biológico crítico, mas a fatores sociais e comportamentais.”
Para eles, questões como crianças serem mais desinibidas do que adultos, estarem
mais motivadas a aprender e mais abertas a novas interações do que adultos é
o que as torna mais bem-sucedidas no aprendizado de uma nova língua.

Hagen (2008) contrapõe essas afirmações, observando que não há estudos


empíricos que apoiem essas ideias, além de dar exemplos de adultos que, por
mais motivados a aprender, por mais desinibidos que sejam, ainda não estão à
altura das crianças na aquisição da linguagem, da mesma forma que crianças
tímidas e introvertidas ainda têm mais sucesso na aquisição da linguagem,
mesmo se comparadas a adultos motivados e extrovertidos.

Aqui vale fazermos uma notação que acaba por ser comum a todos os defensores
da hipótese do período crítico: ao serem confrontados, apelam para a falta de
evidência científica para derrubar por completo suas ideações, contudo vale dizer
que a própria hipótese deles de que há um período crítico também não pode ser
comprovada empiricamente, já que vemos constantemente pessoas conseguindo
aprender novas línguas, mesmo em idades avançadas e, mesmo em um grande
número de casos, terminam por atingir uma fluência significativa na segunda
língua. Vale, ainda, reforçar o que já falamos anteriormente: as evidências em
muitos estudos apontam para a plasticidade neural como um fator voluntariamente
esquecido por defensores da hipótese do período crítico.

11
Unidade iv | Como o cérebro adquire uma nova língua

Para Hagen, fechando seu argumento evolucionista, a necessidade de aprender


uma língua durante a vida adulta ainda é muito recente em nossa história
evolucionária para afetar nossa arquitetura cerebral. Vista dessa perspectiva, a
aquisição da língua materna por crianças e a aquisição de uma nova língua por
adultos não são mais um mistério como parecia no passado, mas, na verdade,
encaixam-se perfeitamente no mosaico da teoria da evolução.

12
CAPÍTULO 2
PROCESSOS DE AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM CEREBRAL

As teorias de aquisição linguística, expostas no capítulo anterior, procuraram


responder à indagação de como o cérebro é capaz de adquirir uma nova língua,
tentando compreender e explicar os processos envolvidos na aprendizagem
linguística. É evidente que, ao não terem acesso à tecnologia que temos atualmente,
muitas delas se provaram falhas e incapazes de responder de forma conclusiva
à questão colocada.

Ramírez e Kuhl (2016) afirmam que estudos recentes feitos por meio de testes
de imagem do cérebro podem indicar um novo caminho na compreensão da
forma como o cérebro aprende novas línguas. Neste capítulo, vamos falar sobre
os processos cerebrais durante a aquisição da linguagem, para que mais tarde
possamos estabelecer um paralelo com o cérebro bilíngue/plurilíngue.

Técnicas de imagem cerebral e os mecanismos de


aquisição da linguagem
Graças ao rápido desenvolvimento de técnicas de imagem cerebral, os conceitos
linguísticos e neuropsicológicos da linguagem começaram a ter uma maior
atenção, especialmente quanto aos mecanismos neurais subjacentes à linguagem.
A separação do córtex cerebral em diferentes áreas corticais, com sua arquitetura
específica de citoplasma, receptores e conectividade, fornece princípios
organizacionais que podem ser correlacionados com as funções cerebrais, de
acordo com Amunts (2008).

As funções motoras e sensoriais ocupam menos da metade do córtex cerebral


em humanos. O restante do córtex é ocupado pelas áreas de associação, que
coordenam os eventos que surgem nos centros motores e sensoriais. Três áreas
de associação – a pré-frontal, a parietal-temporal-occipital e a límbica – estão
envolvidas no comportamento cognitivo: falar, pensar, sentir, perceber, planejar,
aprender, memória e movimentos habilidosos (KANDEL et al., 2013, p.1349,
tradução nossa).

De acordo com Ojemann (1991), a linguagem é processada em série, desde sua


decodificação no córtex temporal posterior (área de Wernicke) até sua expressão
motora no lobo frontal posterior inferior (área de Broca).

13
Unidade iv | Como o cérebro adquire uma nova língua

Kuhl (2010) cita que estudos usando fMRI mostraram que recém-nascidos não
apresentaram sinais de ativação cerebral na área motora da fala (área de Broca),
enquanto sua área auditiva (área de Wernicke) respondeu com robustez aos
estímulos. Os estudos realizados com bebês de três meses já indicaram a ativação
da área motora em resposta a frases, e os bebês de 6 a 12 meses apresentaram
ativação sincronizada em resposta à fala, tanto na área auditiva quanto na área
motora, o que indica a possibilidade de uma conexão entre percepção e ação
em relação ao desenvolvimento da fala a partir dos três meses de vida, quando
os bebês começam a produzir sons parecidos com vogais, complementando a
declaração de Ojemann (1991) a respeito da sequência de processamento da
linguagem.

Caramazza (1988 apud OJEMANN, 1991) explica que a área cortical dedicada
à linguagem não é única, mas compartimentada em sistemas separados que
processam os diferentes aspectos da linguagem, e que essa descoberta ocorreu
por meio de estudos sobre lesões cerebrais. Além disso, o autor assinala que os
estudos sobre lesões também indicam que existem áreas separadas para lidar
com diferentes idiomas. Ele ressalta que os estudos de Paradis (1977) mostram
que existem lesões em poliglotas, deixando intacta apenas uma das línguas,
língua que pode nem ser sua língua materna ou a mais utilizada. Ojemann (1991)
afirma que essa separação de áreas dedicadas a diferentes idiomas era evidente
tanto no córtex frontal quanto no temporal-parietal.

De acordo com Ojemann (1991), a linguagem é geralmente lateralizada no


hemisfério esquerdo do cérebro, com uma variante de 5% de pessoas com áreas
corticais bilaterais. O autor também assinala que, segundo Dennis e Whitaker
(1976), após uma lesão no hemisfério esquerdo ou no lobo parietal, durante
a infância, a linguagem desenvolver-se-á no hemisfério direito, mas, embora
funcional, não será totalmente normal, sofrendo quanto à sua competência
sintática.

Ojemann (1991) afirma que – além de a área cortical dedicada à linguagem não
ser única, mas compartimentada em sistemas separados –, os vários componentes
do sistema cortical da função da linguagem parecem ser ativados em paralelo.
Segundo ele, essa ativação em paralelo inclui as áreas essenciais dos lobos
frontal e temporal-parietal, bem como os neurônios mais amplamente dispersos,
pertencentes ao sistema de linguagem. Ele ressalta que as mudanças na frequência
da atividade neuronal cortical também refletem como os sistemas são ativados
em paralelo, e cada sistema cortical é ativado de acordo com sua função de
linguagem, incluindo áreas que contêm os neurônios mais amplamente dispersos.

14
Como o cérebro adquire uma nova língua | Unidade iv

Como apresentado acima, o processo de aquisição da linguagem ocorre


sequencialmente, envolvendo várias partes do cérebro, entre elas as mais
utilizadas são a área de Wernicke (área auditiva) e área de Broca (área motora).
A seguir, veremos como a área de audição responde aos estímulos da fala, a
fim de reconhecer os sons dos fonemas e das palavras para tentar sequenciar a
reprodução dos sons aprendidos, iniciando o processo de fala.

Reconhecendo os sons dos fonemas e das palavras


“Muito antes das crianças produzirem suas primeiras palavras, elas
aprendem os padrões de som subjacentes às unidades fonéticas,
palavras e estrutura das frases da língua que ouvem” (KANDEL
et al., 2013, online, tradução nossa).

De acordo com Kuhl (2010), o recente aumento na pesquisa relacionada à


neurociência que examina o processamento da linguagem em crianças por meio
de exames cerebrais tornou possível documentar o efeito da aprendizagem no
cérebro. O autor aponta que o nível fonético da linguagem – que é o nível da
natureza física da produção e percepção dos sons da fala humana, focalizado na
parte significativa do sinal linguístico e não em seu conteúdo – é especialmente
acessível aos estudos experimentais, e que as marcas de aprendizagem neural
no nível fonético podem ser documentadas surpreendentemente cedo durante
o processo de desenvolvimento.

Conforme Kuhl (2010), os estudos neurocientíficos que utilizam técnicas de


imagem e fala podem examinar se os sistemas cerebrais envolvidos na produção
da fala são ativados quando os bebês ouvem alguém falar. O autor apresenta
as principais varreduras cerebrais disponíveis: eletroencefalograma (EEG),
potenciais relacionados a eventos (E.R.P.), magnetoencefalografia (MEG),
ressonância magnética funcional (fMRI) e espectroscopia quase infravermelha
(NIRS). Ele explica que cada um é usado de acordo com a necessidade do estudo,
ou pode ser usado em conjunto, e a maior diferença entre eles se deve à resolução
temporal e espacial, pelo custo do exame e pela indicação de idade.

Kuhl (2010) aponta que a percepção das unidades fonéticas da fala – vogais
e consoantes que formam a palavra – é uma das habilidades linguísticas mais
estudadas na infância e na vida adulta, e que esses estudos fornecem testes
críticos para as teorias do desenvolvimento da linguagem e sua evolução. A
pesquisa sobre percepção fonética no primeiro ano de vida da criança mostra
como as habilidades computacionais, cognitivas e sociais se unem para formar
um mecanismo de aprendizado extremamente poderoso.

15
Unidade iv | Como o cérebro adquire uma nova língua

Esse mecanismo não se assemelha ao modelo comportamentalista de Skinner de


condicionamento operacional, nem ao modelo proposto por Chomsky de construção
de parâmetros e regras. De acordo com ela, os processos de aprendizagem,
empregados pela exposição ao idioma, são complexos e multimodais. Brincar faz
parte desse aprendizado, pois ele fornece atenção a itens e eventos no mundo
real, tais como rostos, ações e vozes das pessoas ao seu redor.

Kuhl (2010, p. 716) afirma que “cada idioma utiliza um conjunto único de 40
elementos distintos, chamados fonemas, que podem mudar o significado da
palavra, como no exemplo em inglês: cat e bat.” Se pensarmos no português,
temos também o exemplo “pote” e “bote”, entre outros. Para o autor, as crianças
são expostas a mais variantes fonéticas do que elas usarão, portanto elas têm
que formar o agrupamento apropriado para seu idioma. Ela aponta, então, que
a tarefa do bebê em seu primeiro ano de vida é tentar descobrir a composição do
grupo fonético (composto de 40 categorias distintas de fonemas) de sua língua,
antes de aprender as palavras – o que dependerá dessas unidades.

De acordo com Kuhl (2010), um passo necessário para o desenvolvimento da


língua da criança é aprender quais unidades fonéticas são relevantes para as
línguas às quais estão expostas e, ao mesmo tempo, diminuir ou inibir sua
atenção às unidades fonéticas que não distinguem palavras em sua língua. O
autor explica, citando um de seus estudos anteriores ao de Kuhl (2004), que este
fato a leva a afirmar que um processo de aprendizagem implícito compromete o
circuito neural do cérebro com as propriedades da fala da língua nativa, e que
esta deficiência tem efeitos bidirecionais - aumenta a aprendizagem de padrões
compatíveis com a estrutura fonética aprendida (como a das palavras), enquanto
diminui a percepção de padrões que não fazem parte do sistema aprendido.

Quanto ao aprendizado de palavras, Kuhl (2010) aponta que as novas experiências


mostram que antes dos oito meses, os bebês já podem identificar as palavras de
forma única. O autor explica que por meio de sua sensibilidade às probabilidades
transitórias entre sílabas adjacentes, eles podem detectar possíveis candidatos
a palavras. Simplificando, os bebês têm a sensibilidade de distinguir, por
probabilidade, as sílabas que podem formar a palavra. Segundo Kuhl, para os
bebês, a probabilidade de transição entre sílabas que formam a mesma palavra
é maior, ou seja, é mais fácil distinguir as sílabas que formam a mesma palavra,
do que distinguir a sílaba que formará a seguinte palavra.

16
Como o cérebro adquire uma nova língua | Unidade iv

Aprendizagem da fala

A linguagem falada é o som mais complexo encontrado e, sobre a gama de detalhes


espectrais e temporais transmitidos pela fala, podemos detectar fonemas, sílabas,
ênfase e variações de amplitude e picos tonais.

Segundo Kuhl (2000), os bebês não aprendem somente as características


perceptivas da língua, mas se tornam falantes nativos, o que requer imitação
dos padrões da fala a que são expostos. Eleafirma que a aprendizagem da fala
depende criticamente da escuta da vocalização dos outros e de si próprio. Kuhl
coloca que a percepção e a produção são extremamente interdependentes e
explica que é por esse motivo que padrões aprendidos no início da vida se tornam
difíceis de se alterar posteriormente, ainda que possível.

De acordo com o autor, a imitação é responsável por fazer a conexão entre a


percepção e a produção da fala. Ela afirma que aos 12 meses de vida, os discursos
espontâneos de um bebê refletem sua imitação de padrões de linguagem ambiente.
Essa capacidade fundamental de imitar padrões sonoros é observada até mesmo
antes, durante 12, 16 e 20 semanas de vida.

Kuhl (2000) aponta que as primeiras teorias sobre percepção da fala sustentavam
que a fala era percebida com referência à produção, porém os dados de
desenvolvimento recentes sugerem uma conclusão diferente, sustentando que
no início da vida as representações perceptivas da fala são armazenadas na
memória e, subsequentemente, essas representações guiarão o desenvolvimento
motor da fala.

A autora explica ainda que em estudos relacionados foi possível verificar que bebês
apresentam habilidade em conectar os movimentos orais aos sons que ouvem.
Segundo ela, estudos com bebês de 20 semanas mostraram que eles prestam mais
atenção aos rostos de pessoas fazendo o movimento da pronúncia do som de uma
vogal compatível ao som que eles estão ouvindo, do que os rostos em que o som
ouvido e o movimento oral são incompatíveis. Kuhl (2000) defende que, como
resultado desses estudos, é possível apontar que as representações polimodais
da fala dos bebês provavelmente contêm informações sobre os aspectos visuais,
bem como auditivos da fala.

17
CAPÍTULO 3
PROCESSOS CEREBRAIS DO PLURILINGUISMO

Vários estudos apontam que o cérebro plurilíngue apresenta maior desenvolvimento


de funções executivas e maior plasticidade neural, já que acessa constantemente
dois códigos linguísticos (RAMÍREZ; KUHL, 2016; ABUTALEBI et al., 2004).
Como vimos anteriormente, ainda se levantam questões acerca de se isso pode
trazer possíveis atrasos no desenvolvimento da linguagem.

Segundo Ramírez e Kuhl (2016), enquanto pesquisas comportamentais apontam


que crianças expostas a duas línguas simultaneamente apresentam um ligeiro
atraso quanto à sua percepção fonética, outros estudos apontam que o trajeto
de desenvolvimento linguístico em crianças monolíngues e plurilíngues é igual.
Para as autoras, tais resultados ambíguos se dão por conta da quantidade e
qualidade da exposição às línguas ou pela dificuldade em se conduzir pesquisas
comportamentais em bebês em fase pré-verbal.

Ramírez e Kuhl (2016) colocam, ainda, que uma alternativa para pesquisas
comportamentais são exames de imagens cerebrais. Segundo as autoras, estudos
recentes mostram que o cérebro plurilíngue aos 12 meses está dentro do processo
esperado de aprendizado de duas línguas, o que indica que está no mesmo grau
de desenvolvimento esperado de um cérebro monolíngue, que aos 12 meses
se encontra na mesma fase, porém aprendendo apenas um código linguístico.
Elas também apontam que a qualidade e a quantidade de exposição à língua
têm extrema relevância no processo de aprendizagem, bem como esse processo
é criticamente dependente de interações sociais e da qualidade da fala ouvida
pelas crianças. As autoras afirmam que para uma criança plurilíngue ter um bom
desenvolvimento linguístico em ambas as línguas, ela precisa necessariamente
ter sido exposta a ambas de forma igualmente quantitativa e qualitativa.

Neste capítulo, apresentaremos alguns aspectos do processamento linguístico em


cérebros plurilíngues, como: competência linguística implícita e conhecimento
metalinguístico explícito, aquisição de vocabulário, alternância de códigos
linguísticos e mistura de idiomas, bem como as diferenças entre o cérebro
plurilíngue comparado ao monolíngue.

Competência linguística implícita e conhecimento


metalinguístico explícito
Ao falarmos de plurilinguismo, precisamos salientar que existem os plurilíngues
que nasceram expostos a dois ou mais idiomas, e existem os que aprenderam
posteriormente. De acordo com Mohades et al. (2011), existem dois tipos de

18
Como o cérebro adquire uma nova língua | Unidade iv

falantes bilíngues: falantes simultâneos, que foram expostos a duas línguas


desde o nascimento, e falantes sequenciais ou consecutivos, que aprenderam o
segundo idioma após os três anos de idade.

Segundo Paradis (2008), existe grande diferença entre o aprendizado de bilíngues


simultâneos e bilíngues consecutivos. Para o autor, bilíngues simultâneos
possuem competência linguística implícita, enquanto os consecutivos possuem
conhecimento metalinguístico explícito.

Paradis (2008) afirma que a competência linguística implícita é composta pelos


componentes da linguagem que podem ser descritos segundo regras, como:

» A fonologia.

» A morfologia.

» A sintaxe.

» As propriedades morfossintáticas do léxico.

Já o conhecimento metalinguístico explícito é formado pelos componentes


linguísticos dos quais temos consciência de uso, por exemplo, vocabulário.

Paradis (2008) define a competência linguística implícita como sendo adquirida


incidentalmente, ou seja, inconscientemente. O autor afirma que ela é armazenada
de forma implícita e usada automaticamente, sendo amparada pela memória
procedimental, enquanto o conhecimento metalinguístico explícito é aprendido de
forma consciente, sendo armazenado de forma explícita pela memória declarativa.

Paradis (2008) coloca, ainda, que fluência e acurácia não são indicadores de
competência linguística implícita, e que o processamento controlado não é
somente mais lento, mas também varia mais, quando comparado ao processamento
automático.

Naturalmente, Hagen (2008), defensor da hipótese do período crítico mencionada


anteriormente, vê resultados promissores no estudo de Paradis (2004) sobre
competência linguística implícita e conhecimento metalinguístico explícito, já
que, segundo o autor, ele pode explicar o porquê de bilíngues sequenciais terem
mais dificuldade em aprender uma segunda língua e de possuírem fala mais
hesitante e menos fluente. Este fato, contudo, não deixa nenhuma evidência
de que plurilíngues sequenciais não possam atingir uma fluência tão próxima à
nativa que seja impossível de distinguir, a não ser por analistas exímios.

19
Unidade iv | Como o cérebro adquire uma nova língua

Aquisição de novas palavras no plurilinguismo

Ramírez e Kuhl (2016) afirmam, citando Hoff et al. (2012) e Hoff e Core (2013),
que embora vários estudos apontem que falantes plurilíngues têm um vocabulário
menor em cada idioma do que falantes monolíngues, muitos outros estudos
indicam que as habilidades linguísticas da criança refletem a quantidade de
idiomas à qual foi exposta. Como falante plurilíngue, divide seu tempo entre
dois idiomas e, consequentemente, acaba ouvindo menos do que cada idioma.
Em comparação com um falante monolíngue, este fato é esperado.

De acordo com os autores, é importante ressaltar que os estudos mostram


consistentemente que falantes plurilíngues não estão atrás de falantes monolíngues
em relação ao vocabulário, se considerarmos os dois idiomas. Eles afirmam que,
somando a quantidade de vocabulário das duas línguas, falantes plurilíngues têm
um vocabulário igual ou superior ao de falantes monolíngues. A mesma situação
ocorre com seus conhecimentos gramaticais, ou seja, o plurilinguismo não faz
com que a criança seja prejudicada quanto ao seu repertório, ao contrário, amplia
suas possibilidades, já que pode usar duas línguas para se expressar.

Ramírez e Kuhl (2016) destacam que, em estudos com crianças bilíngues nos
quais a atividade cerebral foi testada em resposta às palavras, descobriu-se que
a atividade cerebral está relacionada à experiência com cada língua. E como
mencionado anteriormente, Ramírez e Kuhl (2016) afirmam que para uma
criança bilíngue ter um bom desenvolvimento linguístico em ambas as línguas,
ela precisa necessariamente ter sido exposta a ambas igualmente, quantitativa
e qualitativamente.

Como visto anteriormente, Kuhl (2010) afirma que, embora o desenvolvimento


do vocabulário atinja picos aos 18 meses, ele não parece estar condicionado à
idade, podendo ser facilmente aprendido em qualquer faixa etária, sendo uma
das evidências mais difíceis para os defensores da hipótese do período crítico
de aprendizagem da segunda língua.

Alternância de códigos linguísticos

Segundo Meisel (1989), embora frequentemente confuso, existe uma diferença


entre a alternância de códigos linguísticos e a mistura de idiomas. O autor usa
o termo “alternância de códigos linguísticos” para descrever a capacidade de
selecionar o idioma a ser usado, de acordo com o interlocutor e em relação ao
contexto. A mistura de idiomas é dada como uma combinação indiscriminada
de elementos de cada idioma.

20
Como o cérebro adquire uma nova língua | Unidade iv

Para Meisel (1989), a alternância de códigos linguísticos é um fenômeno comum


entre indivíduos bilíngues, geralmente ocorre no nível léxico e é amplamente
utilizada como “fator de alívio” quando o material linguístico é mais facilmente
acessível em uma língua do que na outra. Por exemplo, quando se fala de algum
assunto que temos domínio de vocabulário em uma língua, “I Just drank some
refrigerante”, cujo vocabulário era mais acessível em português do que em inglês.
Segundo Mcclure (1977), a alternância de códigos linguísticos também ocorre
quando o termo “emprestado” da outra língua é uma expressão idiomática, sem
equivalente preciso e culturalmente adequado.

Segundo Meisel (1989), a alternância de códigos linguísticos é uma competência


pragmática de falantes bilíngues e ocorre conscientemente. O falante escolhe usar
as palavras de um ou outro código linguístico, corrigindo-se intencionalmente
quando necessário, o que é diferente quando se trata da mistura de idiomas, que
segundo Mcclure (1977, pp.7-8) ocorre para que palavras gramaticais, morfologia
e sintaxe sejam abruptamente interrompidas, como no exemplo dado pelo autor:
“I put the forks em las mesas” (Coloco os garfos nas mesas.). Metade da frase
está em inglês; e a outra metade, em espanhol.

Meisel (1989) aponta que a mistura de idiomas é frequentemente citada da mesma


forma que a alternância de códigos linguísticos, não sendo claro na literatura
quando um autor está falando de um ou de outro. Segundo ele, a mistura pode
ocorrer por duas razões: se a criança tem maior competência em uma língua do
que em outra, ou se os adultos ao seu redor misturam os códigos linguísticos
livremente em seu discurso.

Diferenças e semelhanças cerebrais entre bilíngues e monolíngues

Como mencionamos anteriormente, Ramírez e Kuhl (2016) apontam que cerca


de dois terços da população mundial compreendem ou falam pelo menos duas
línguas. Dado este fato, o plurilinguismo se tornou a norma, não a exceção. Ao
acessar constantemente dois códigos linguísticos, o cérebro plurilíngue tem
maior desenvolvimento das funções executivas e maior plasticidade, quando
comparado aos cérebros monolíngues (RAMÍREZ; KUHL, 2016; ABUTALEBI
et al., 2004).

Um dos diferentes aspectos do cérebro bilíngue é sua consciência fonológica.


Ramírez e Kuhl (2016) apontam que as crianças bilíngues adquirem dois sistemas
fonéticos, o que implica manipular mais os sons da língua, de modo que a

21
Unidade iv | Como o cérebro adquire uma nova língua

exposição a duas línguas aumenta sua consciência fonológica. Os autores ressaltam


que o acesso contínuo a duas línguas ajuda a criança em seu desenvolvimento
linguístico e alfabetização, facilitando a compreensão da relação entre som e
símbolo, compreensão gramatical e aprendizagem de vocabulário.

Outro ponto em que o cérebro plurilíngue se distingue do cérebro monolíngue é o


quanto suas habilidades metacognitivas e metalinguísticas se distinguem. Ramírez
e Kuhl (2016) afirmam, citando Bialystok (2007), que a constante necessidade
de administrar a atenção entre duas línguas faz com que a criança reflita mais
sobre a linguagem, o que leva ao aumento das habilidades metacognitivas e
metalinguísticas.

Os autores também chamam nossa atenção para o desenvolvimento de funções


executivas em cérebros plurilíngues. De acordo com Ramírez e Kuhl (2016), os
principais processos do sistema de funções executivas são:

» Mudança de foco de atenção.

» Pensamento flexível (flexibilidade cognitiva).

» Atualização de informações na memória de trabalho.

As pesquisas indicam que a experiência de usar dois idiomas e ter que gerenciar
constantemente a atenção sobre qual idioma usar para cada contexto aumenta as
conexões cerebrais, tornando-as mais robustas em termos de funções executivas ao
longo da vida. Kuhl (2010) também aponta que habilidades cognitivas específicas,
tais como controle do foco de atenção e controle inibitório – que fazem parte das
funções executivas – também estão associadas à exposição a mais de uma língua.

Outro diferencial apontado pelo plurilinguismo é a neuroplasticidade. Abutalebi


et al. (2004) citam estudos realizados por Mechelli et al. (2004), que indicam
que alterações plásticas induzidas pelo plurilinguismo foram relatadas em
adultos jovens no lobo parietal inferior esquerdo e em sua parte direita. Os
autores também afirmam que a idade de aquisição da segunda língua e sua
proficiência está correlacionada com o aumento da massa cinzenta no mesmo
local. Abutalebi et al. (2004) também apontam que a plasticidade neural, tanto
funcional quanto estrutural, resulta da experiência com duas línguas, e que a
neuroplasticidade nessas regiões depende de quão bem e com que frequência
uma segunda língua é usada.

Segundo Conboy e Mills (2005), estudos indicam que quando a segunda língua
é adquirida após a infância, ela é mediada por sistemas neurais não idênticos
ao da língua materna. Quando as duas línguas são adquiridas simultaneamente,

22
Como o cérebro adquire uma nova língua | Unidade iv

durante a infância, elas são mediadas pelos mesmos sistemas cerebrais. Os


autores também afirmam, citando Paradis (1990) e Vaid e Hall (1991), que estudos
com bilíngues adultos têm sugerido que bilíngues simultâneos demonstram
maior lateralização da segunda língua no hemisfério direito do que bilíngues
sequenciais, o que indica que o hemisfério direito deve estar relacionado ao
processo de aquisição simultânea da língua, e não ao processo de aquisição de
falantes sequenciais ou monolíngues. Meisel (1989) aponta que após vários testes
realizados com crianças de 12 meses a 4 anos, analisando fenômenos linguísticos,
como ordem das palavras e concordância verbal-nominal, é possível afirmar que
um indivíduo, exposto a dois idiomas desde cedo, pode diferenciar dois códigos
linguísticos sem passar por uma fase de confusão entre eles.

23
CAPÍTULO 4
FATORES SOCIAIS E LINGUAGEM

É evidente que a aquisição do idioma existe apenas com um propósito: a


comunicação. Não haveria necessidade de aprender um código linguístico se
não precisássemos nos comunicar com as pessoas ao nosso redor.

A linguagem é a característica que define o ser humano, e viver


sem ela cria um mundo totalmente diferente, como é vivenciado
tão dolorosamente pelos pacientes com afasia após um derrame
(KANDEL, 2013, p. 1354, tradução nossa).

Como a língua é uma ferramenta de interação social, e para nossa sobrevivência


como seres humanos, não podemos deixar de analisar a influência dos fatores
sociais na aprendizagem de línguas. Neste capítulo, pretendemos apresentar
como os fatores sociais têm sido vistos nos estudos de aquisição da linguagem,
apresentar brevemente a visão de Vygotsky – um grande teórico dos estudos
da linguagem e das interações sociais – sobre o assunto e o que a neurociência
descobriu sobre a linguagem e a interação social.

Fatores sociais podem influenciar a aquisição da


linguagem?
De acordo com Ochs e Schieffelin (1982), os processos de aquisição de linguagem
e socialização foram erroneamente considerados como domínios separados. De
acordo com os autores, os processos de aquisição de línguas são geralmente
vistos como relativamente não afetados por fatores sociais, como organização
social e crenças do lugar onde o indivíduo está inserido, e esses fatores são
geralmente referidos como “contexto”, ou seja, algo que pode ser separado da
língua e do aprendizado.

Vygotsky, intelectual que desenvolveu teorias sobre a inter-relação dos processos


individuais e sociais na aprendizagem e desenvolvimento, tinha uma visão
diferente, afirmando que o desenvolvimento do pensamento e da linguagem está
totalmente ligado à interação social e aos meios em que o indivíduo falante está
inserido. Shabani (2016) aponta que as teorias de Vygotsky propõem que a origem
da construção do conhecimento não deve ser procurada na mente, mas na interação
social co-construída entre indivíduos de diferentes níveis de conhecimento.
Shabani (2016) ressalta que, segundo Vygotsky, a construção do conhecimento é
um processo social e culturalmente mediado, afetado por ferramentas e artefatos
físicos e psicológicos, e a linguagem é a principal ferramenta do pensamento.

24
Como o cérebro adquire uma nova língua | Unidade iv

Mahn e Steiner (2012) também explicam que, para Vygotsky, a forma como
a atividade social se internaliza durante o processo de aprendizagem ajuda o
desenvolvimento da linguagem e dos processos de pensamento.

Ochs e Schieffelin (1982) destacam que, ao observar a interação entre


crianças e seus responsáveis, em várias sociedades, foi possível perceber que a
principal preocupação dos responsáveis era garantir que as crianças pudessem
compreender e apresentar comportamentos adequados às interações sociais, o
que é possível principalmente por meio da linguagem. Eles também propõem
que os comportamentos pré-linguísticos e linguísticos sejam examinados a fim
de determinar como eles são contínua e seletivamente afetados pelos valores e
crenças dos membros de sua sociedade.

Ochs e Schieffelin (1982) propõem duas perspectivas sobre linguagem e


socialização:

» A primeira aponta que os processos de aquisição de linguagem são


profundamente afetados pelo processo de se tornar um membro competente
da sociedade.

» A segunda perspectiva expõe que o processo de se tornar um membro


competente da sociedade é realizado pela linguagem, na aquisição de
conhecimentos sobre sua função, sua distribuição social e interpretações
sobre situações socialmente definidas, por meio de intercâmbios linguísticos
em situações sociais específicas.

Ochs e Schieffelin (1982) concluem, em suas pesquisas, observando a interação


entre as crianças e suas(seus) tutoras(es), que o processo de aquisição do idioma
e o processo de aquisição de conhecimentos socioculturais estão intimamente
ligados. De acordo com eles, por meio da participação social, a criança desenvolve
uma variedade de habilidades, intuições e conhecimentos, permitindo-lhe
comunicar de forma culturalmente preferida. Os autores também argumentam
que essas faculdades são partes integrantes do processo de se tornar um orador
competente.

Fatores sociais, linguagem e neurociência


Segundo Ramírez e Kuhl (2016), a aprendizagem de línguas durante a infância
depende criticamente das interações sociais. Eles apontam que os bebês aprendem
melhor por meio de frequentes interações sociais, e de boa qualidade.

25
Unidade iv | Como o cérebro adquire uma nova língua

Kuhl (2010) também afirma que os sistemas de cérebro social estão totalmente
envolvidos no processo de aquisição de línguas e, de fato, eles são necessários
para explicar a aprendizagem natural das línguas. Citando seus estudos anteriores,
Kuhl (2007) propõe que as interações sociais criam uma situação de aprendizagem
muito diferente, na qual fatores adicionais, inseridos em um contexto social,
influenciam a aprendizagem. O autor afirma que as interações sociais podem
aumentar a atenção, a captura de informações, o senso de relacionamento e a
ativação de mecanismos cerebrais, conectando percepção e ação.

Kuhl (2010) afirma que durante estudos feitos com bebês interagindo com tutores,
foi possível perceber que as sugestões sociais dadas pelo tutor, como olhar
fixamente e apontar para um objeto de referência, podem ajudar as crianças a
segmentar palavras do discurso em andamento, facilitando o aprendizado fonético
dos sons contidos nessas palavras. Em seu estudo, Kuhl também provou, por meio
de exames de potenciais relacionados a eventos (E.R.P.), que as crianças mais
engajadas socialmente demonstraram maior aprendizado, tanto dos fonemas
quanto das palavras.

Hari e Kujala (2009 apud KUHL, 2010) afirmam que as interações sociais
devem ativar mecanismos cerebrais para evocar um senso de relacionamento
entre o eu e o próximo, assim como os sistemas de compreensão social conectam
percepção e ação.

Conclusão
Nas páginas anteriores, examinamos a aquisição da linguagem, apresentando os
processos cerebrais envolvidos e traçando um paralelo entre o cérebro bilíngue e
o cérebro monolíngue. Com base nas principais teorias de aquisição linguística,
vimos brevemente os processos cerebrais envolvidos no processo de aprendizagem
linguística e falamos sobre as nuances do bilinguismo, do plurilinguismo, bem
como a influência de fatores sociais na aquisição linguística, do surgimento da
nova ciência englobando a neurociência, a aprendizagem e suas aplicações na
educação.

Percebemos que a aquisição linguística se torna mais fácil nos primeiros anos de
vida, já que o cérebro está mais bem preparado para aprender códigos linguísticos,
o que é explicado por fatores biológicos e evolutivos. Entretanto, é importante
ressaltar que embora seja mais fácil aprender uma língua nos primeiros anos de
vida, é evidente que a capacidade de aprender é inerente ao cérebro em todas
as idades e que não há nenhum período crítico para nenhum tipo de habilidade.

26
Como o cérebro adquire uma nova língua | Unidade iv

Também podemos afirmar que quando a criança é exposta a duas ou mais línguas
simultaneamente, desde o nascimento, ambas serão aprendidas da mesma
maneira, usando os mesmos mecanismos cerebrais, e seu aprendizado ocorrerá
de forma natural e implícita. E, se o bilinguismo ocorrer sequencialmente,
ou seja, após a língua materna já ter sido adquirida, a segunda língua será
aprendida explicitamente e dependerá do conhecimento metalinguístico. Também
concluímos que a aquisição da língua em bilíngues sequenciais segue os padrões
já formados pela língua materna – o que explica, por exemplo, o fato de alguns
adolescentes e adultos terem um sotaque de língua nativa quando falam a língua
estrangeira.

Enfatizamos que a aquisição da fala e as interações sociais estão intimamente


ligadas, uma depende da outra, pois não haveria necessidade de desenvolver a
fala se não precisássemos interagir com as pessoas ao nosso redor. A interação
social sem fala está bastante comprometida, como é possível verificar nas pessoas
com afasia.

Conseguimos comparar o cérebro bilíngue e monolíngue, e usar fundamentos


teóricos para explicar questões sobre bilinguismo, como sua preocupação em gerar
atraso no desenvolvimento da fala ou diminuição do vocabulário, derrubando mitos
e mostrando diferenciais do cérebro bilíngue, a fim de apoiar o(a) professor(a)
e a família com relação às dúvidas que surgem sobre estes assuntos.

Com este estudo, foi possível apresentar de forma muito breve vários aspectos
sobre aquisição linguística e bilinguismo pelo viés da neurociência, mas este tema
oferece vários desafios. Novos estudos podem contribuir para o aprofundamento
dos temas aqui abordados, a fim de melhor compreender o complexo processo
de aquisição linguística.

27
REFERÊNCIAS

ABUTALEBI, J. et al. Bilingualismprovides a neural reserve for agingpopulations. Neuropsychologia,


v. 69, pp. 201-210, 2015.

ABUTALEBI, J. et al. The Neuroprotective Effects of Bilingualism Upon the Inferior Parietal Lobule:
A Structural Neuroimaging Study in Aging Chinese Bilinguals. Journal of Neurolinguistics,
v. 33, pp. 3-13, Feb./2015. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/
S0911604414000657. Acesso em: 2 jan. 2022.

ADESOPE, O. O. et al. A systematic review and meta-analysis of the cognitive correlates of


bilingualism. Review of Educational Research, v, 80, n. 2, pp. 207-245, 2010.

ALARCON, M. et al. A twin study of mathematics disability. Journal of Learning Disabilities,


v. 30, n. 6, pp. 617-623, 1997.

ALATIS, J. E. Bilingualism and Language Contact. Washington, D.C:Georgetown University


Press, 1970.

ALLMAN, J. M. Cérebros em evolução. Nova York: WH Freeman, 1999.

AMUNTS, K. Architectonic Language Research. In: STEMMER B.; WHITAKER. H. A. (Eds.).


Handbook of the Neuroscience of Language. San Diego, CA: Academic Press, 2008.

ANDERSON, S. W.et al. Impairment of social and moral behavior related to early damage in
human prefrontal cortex. Foundations in Social Neuroscience, v.2, pp. 333-343, 1999.

ANSARI, D. Effects of development and enculturation on number representation in the brain.


Nature Reviews Neuroscience, v. 9, n. 4,pp. 278-291, 2008.

ANSARI, D.; COCH, D. Bridges over troubled waters: Education and cognitive neuroscience.
Trends in Cognitive Sciences, v. 10, n. 4,pp. 146-151, 2006.

ANSARI, D. et al.”Neural correlates of symbolic number processing in children and adults”.


NeuroReport, v. 16, n. 16,pp. 1769-1773, 2005.

ANSARI, D.; KARMILOFF-SMITH, A. Atypical trajectories of number development: a


neuroconstructivist perspective. Trends in Cognitive Sciences, v. 6, n. 12, pp. 511-516, 2002.

ANTONIOU, M. The Advantages of Bilingualism Debate. Annual Review of Linguistics, v.


5, n. 1,pp. 395-415, 2019.

APPLEBY, L.; SHRIBMAN, S.; EISENSTADT, N. Promoting the mental health and
psychological well being of children and young people. Report on the Implementation
of Standard. v. 9, 2006.

CARLSON, S. M.; MELTZOFF, A. N. Bilingual experience and executive functioning in young


children. Developmental Science, v. 11, n. 2, pp. 282-298, mar. 2008.

ARSENIAN, S. Bilingualism and mental development: a study of the intelligence and the
social background of bilingual children in New York city. New York: Teachers college Columbia
university, 1902.

28
Referências

ATKINSON, A. L. Does Bilingualism Delay the Development of Dementia? Journal of European


Psychology Students, v. 7, n. 1, pp. 43-50, 2016

BADDELEY, A.; ANDERSON, M. C.; EYSENCK, M. W. Memória. Porto Alegre: Editora Artmed,
2011.

BAKER, C. Foundations of bilingual education and bilingualism.4 th ed. Clevedon:


Multilingual Matters, 2006.

BARON-COHEN, S. The essential difference: Men, women and the extreme male brain.
London: Allen Lane, 2003.

BEDDINGTON, J. et al. The mental wealth of nations. Nature, v. 455, n. 7216, pp. 1057-1060,
2008.

BEGLEY, S. Your child’s brain. Newsweek, v. 127, pp. 54-57, 18 Feb. 1996.

BELL, P. et al. (Eds.). Learning science in informal environments. Washington, D.C:National


Academy Press, 2009.

BENNETT, D. A. et al. The effect of social networks on the relation between Alzheimer’s disease
pathology and level of cognitive function in old people: a longitudinal cohort study. The Lancet.
Neurology, v. 5, n. 5, pp. 406-412, 2006.

BENNETT, D. A. et al. Education modifies the relation of AD pathology to level of cognitive


function in older persons. Neurology, v. 60, n. 12, pp. 1909-1915, 2003.

BENNETT, B. B.; ROLHEISER-BENNETT, N. C. Beyond Monet: The artful science of instructional


integration. Philadelphia, PA: Bookation, 2001.

BERCOW, J.”A Review of Services for Children and Young People (0–19) with Speech,
Language and Communications Needs” The Bercow Report, 2008.

BEST, J. R.; MILLER, P. H.; NAGLIERI, J. A. Relations between Executive Function and Academic
Achievement from Ages 5 to 17 in a Large, Representative National Sample. Learning and
Individual Differences, v. 21, n. 4, pp. 327-336, 2011.

BIALYSTOK, E. Levels of bilingualism and levels of linguistic awareness. Developmental


Psychology, v. 24, n4, pp. 560-567, 1988.

BIALYSTOK, E. Metalinguistic awareness: The development of children’s representations


of language. In PRATT, C.; Garton, A. (Eds.). Systems of representation in children:
Development and use. Washington, D.C.: Wiley & Sons, 1993. pp.211-233.

BIALYSTOK, E. Effects of bilingualism and biliteracy on children’s emerging concepts of print.


Developmental Psychology, v. 33, n. 3, pp. 429-440, 1997.

BIALYSTOK, E. Cognitive complexity and attentional control in the bilingual mind. Child
Development, n. 3, pp. 636-644, 1999.

BIALYSTOK, E.; CRAIK, F.; LUK, G. Bilingualism: consequences for mind and brain. Trends
in Cognitive Sciences, v. 16, n. 4, pp. 240-250, 2012.

BIALYSTOK, E.; CRAIK, F.; LUK, G. Cognitive control and lexical access in younger and older
bilinguals. Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory, and Cognition, v. 34,
n. 4, pp. 859-873, 2008.

29
Referências

BIALYSTOK, E.; CRAIK, F. I.; FREEDMAN, M. Bilingualism as a protection against the onset
of symptoms of dementia. Neuropsychologia, v. 45, n. 2, pp. 459-464, 2007.

BIALYSTOK, E. et al. Bilingualism, aging, and cognitive control: evidence from the Simon task.
Psychology and Aging, v. 19, n. 2, pp. 290-303, 2004.

BIALYSTOK, E.; LUK, G.; KWAN, E. Bilingualism, biliteracy, and learning to read: Interactions
among languages and writing systems. Scientific Studies of Reading, v. 9, n. 1, pp. 43-61,
2005.

BIALYSTOK, E. et al. Receptive vocabulary differences in monolingual and bilingual children.


Bilingualism, v. 13, n. 4, pp. 525-531, 2010.

BIALYSTOK, E.; MARTIN, M. M. Attention and inhibition in bilingual children: evidence from
the dimensional change card sort task. Developmental Science, v. 7, n. 3, pp. 325-39, 2004.

BIALYSTOK, E. et al. Effects of bilingualism and aging on executive function and working
memory. Psychology and Aging, v. 29, n. 3, pp. 696-705, 2014.

BIALYSTOK, E.; SHENFIELD, T.; CODD, J. Languages, scripts, and theenvironment: Factors
in developing concepts of print. Developmental Psychology, v. 36, n. 1, pp. 66-76, 2000.

BIALYSTOK, E. Factors in the growth of linguistic awareness. Child Development, v. 57, n.


2, pp. 498-510, 1986.

BIALYSTOK, E. Effect of bilingualism and computer video game experience on the Simon task.
Canadian Journal of Experimental Psychology, v. 60, n. 1, pp. 68-79, 2006.

BLAIR, C.; DIAMOND, A. Biological processes in prevention and intervention: The promotion of
self-regulation as a means of preventing school failure. Development and psychopathology,
v. 20, n. 3, pp. 899-911, 2008.

BLAKEMORE, S. J.; CHOUDHURY, S. Development of the adolescent brain: implications for


executive function and social cognition. Journal of Child Psychology and Psychiatry, v.
47(3–4), pp. 296-312, 2006.

BLAKEMORE, S. J. The social brain in adolescence. Nature Reviews Neuroscience, v. 9, n.


4, pp. 267-277, 2008.

BLAKEMORE, S. J.; FRITH, U. The learning brain: lessons for education: a precis. Developmental
Science, v. 8, n. 6, pp. 459-465, 2005.

BLOM, E.et al. Cognitive Advantages of Bilingual Children in Different Sociolinguistic Contexts.
Frontiers in Psychology, v. 8, pp.1-12, Apr./2017.

BLOOM, B. S. The 2 Sigma Problem: The Search for Methods of Group Instruction as Effective
as One-to-One Tutoring. EducationalResearch, v. 13, n. 6, pp. 4-16, jun.-jul./1984.

BLUMENFELD, H. K.; MARIAN, V. Bilingualism influences inhibitory control in auditory


comprehension. Cognition, v. 118, n. 2, pp. 245-257, 2011.

BOGULSKI, C. A. et al. Executive control in fluent and lapsed bilinguals. Bilingualism:


Language and Cognition, v. 18, n. 3, pp. 561-567, 2015.

30
Referências

BONGARD, J.; ZYKOV, V.; LIPSON, H. Resilient machines through continuous self-modeling.
Science, 314(5802): pp. 1118-1121, 2006.

BRAINARD, M. S.; DOUPE, A. J. What songbirds teach us about learning. Nature, v. 417, pp.
351-358, 2002.

BRANSFORD, J. D.; BROWN, A. L.; COCKING, R. R. How people learn: brain, mind, experience,
and school. National Academy of Sciences: Committee on Developments in the Science of Learning
and Committee on Learning Research and Educational Practice, (Expandeded.). Washington,
DC, 2000.

BRUER, J. T. Education and the brain: A bridge too far. Educational Researcher, v. 26, n.
8, pp. 4-16, 1997.

BRUNER, J. The culture of education. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1996.

BUTKO, N. J.; FASEL, I. R.; MOVELLAN, J. R. Proceedings of the 5th IEEE International
Conference of Development and Learning, 2006.

BYRNES, J. P.; FOX, N. A. The educational relevance of research in cognitive neuroscience.


Educational Psychology Review, v. 10, n. 3, pp. 297-342, 1998.

CACIOPPO, J. T.; BERNTSON, G. G. Social psychological contributions to the decade of the brain.
Doctrine of multilevel analysis. The American Psychologist, v.47, n. 8, pp. 1019-1028, 1992.

CAMPBELL, R.; WALES, R. The Study of Language Acquisition. Westminster, England:


Penguin Books, 1970.

CAPLAN, D. Functional neuroimaging studies of written sentence comprehension. Scientific


Studies of Reading, v. 8, n. 3, pp. 225-240, 2004.

CARAMAZZA, A. Alguns aspectos do processamento de linguagem revelados através da análise


da Afasia Adquirida: os sistemas léxicos. Annu. Rev. Neurobiology, 1988.

CARREIRAS, M.; CLIFTON, C. Another word on parsing relative clauses: eyetracking evidence
from Spanish and English. Memory & Cognition, v. 27, n. 5, pp. 826-833, 1999.

CASTELLI, F.; GLASER, D. E.; BUTTERWORTH, B. Discrete and analogue quantity processing
in the parietal lobe: A functional MRI study. Proceedings of the National Academy of
Sciences of the USA, v. 103, n. 12, pp. 4693-4698, 2006.

CATTS, H. W. The relationship between speech-language impairments and reading disabilities.


Journal of Speech and Hearing Research, v. 36, n. 5, pp. 948-958, 1993.

CATTS, H. W. et al. Language basis of reading and reading disabilities: Evidence from a longitudinal
investigation. Scientific Studies of Reading, v. 3, n. 4, pp. 331-361, 1999.

CHOMSKY, N. A Review of B. F. Skinner’s Verbal Behavior. Language. 1959.

CHOMSKY, N. Aspects of the Theory of Syntax. Cambridge: M. I. T. Press, 1965.

CHOMSKY, N. Language and Mind, Brace &World. Nova York: Harcourt, 1968.

COCH, D.; ANSARI, D. Thinking about mechanisms is crucial to connecting neuroscience and
education. Cortex, v. 45, n. 4, pp. 546-547, 2008.

31
Referências

COMBOY, B. T.; MILLS, D. L. Two Languages, One Developing Brain: event-related


potential to words in bilingual toddlers. School of Speech, Language, & Hearing Sciences, San
Diego State University, Dept. Psic., Elmory University, Texas, 2005.

COOK, V. The consequences of bilingualism for cognitive processing. Tutorials in Bilingualism:


Psycholinguistic Perspectives, pp. 279-300, 1997.

CORONA, H. D. Principles of Language Learning and Teaching. White Plains, NY:


Longman, 2000.

COSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. Neurociência e Educação: Como o cérebro aprende. Porto


Alegre. Editora Artmed, 2011.

COSTA, A.; HERNÁNDEZ, M.; SEBASTIÁN-GALLÉS, N. Bilingualism aids conflict resolution:


evidence from the ANT task. Cognition, v. 106, n. 1, pp. 59-86, 2008.

CRAIK, F. I.; BIALYSTOK, E.; FREEDMAN, M. Delaying the onset of Alzheimer disease:
bilingualism as a form of cognitive reserve. Neurology, v. 75, n. 19, pp. 1726-1729, 2010.

DAMASIO, A. R. The neurobiological grounding of human values. In: CHANGEUX, J. P.et al.
(Eds.). Neurobiology of human values, in Neurobiology of human values. London:
Springer-Verlag,2005. pp. 47-56.

DARCY, N. T. A review of the literature on the effects of bilingualism upon the measurement
of intelligence. The Pedagogical Seminary and Journal of Genetic Psychology, v. 82,
n. 1, pp. 21-57, 1953.

DARCY, N. T. Bilingualism and the measurement of intelligence: Review of a decade of research.


The Journal of Genetic Psychology, v. 103, n. 2, pp. 259-282, 1963.

DAVIS, A. Thecredentials of brain-based learning. Journal of Philosophy of Education, v.


38, n. 1, pp. 21-36, 2004.

DE BRUIN, A.; TRECCANI, B.; DELLA SALA, S. Cognitive advantage in bilingualism: an example
of publication bias? Psychological Science, v. 26, n. 1, pp. 99-107, 2015.

DE GROOT, A. M.; CHRISTOFFELS, I. K. Language control in bilinguals: monolingual tasks and


simultaneous interpreting. Bilingualism: Language and Cognition, v. 9, n. 2, pp. 189-201, 2006.

DECETY, J.; MEYER, M. From emotion resonance to empathic understanding: A social


developmental neuroscience account. Development and Psychopathology, v. 20, n. 4, pp.
1053-1080, 2008.

DEHAENE, S.; DEHAENE-LAMBERTZ, G.; COHEN, L. Abstract representations of numbers


in the animal and human brain. Trends in Neurosciences, v. 21, n. 8, pp. 355-361, 1998.

DEHAENE, S. et al. Three parietal circuits for number processing. Cognitive Neuropsychology,
v. 20, n. 3, pp. 487-506, May 2003.

DEHAENE, S.et al. Sources of mathematical thinking: behavioral and brain-imaging evidence.
Science, v.284, n. 5416, pp. 970-974, 1999.

DEKKER, S. et al. Neuromyths in education: Prevalence and predictors of misconceptions among


teachers. Frontiers in Psychology, v. 3, p. 429, 2012.

32
Referências

DELAZER, M.et al. Learning by strategies and learning by drill-evidence from an fMRI study.
Neuroimage, v. 25, n. 3, pp. 838-849, 2005.

DENNIS, M.; WHITAKER, H. Language acquisition following hemidecortication: Linguistic


superiority of the left over the right hemisphere. Brain and Language, v. 3, pp. 404-433, 1976.

DIAMOND, A.et al. Preschool program improves cognitive control. Science, v. 318, n. 5855,
pp. 1387-1388, 2007.

DIAZ, M. R. Thought and Two Languages: The Impact of Bilingualism on Cognitive Development.
Review of Research in Education, v. 10, n. 1, pp. 23-54, 1983.

DOCKRELL, J. E.; LINDSAY, G. Children with Specific Speech and Language Difficulties – the
teachers’ perspective. Oxford Review of Education, v. 27, n. 3, pp. 369-394, 2001.

DONLAN, C. et al. The role of language in mathematical development: Evidence from children
with specific language impairments. Cognition, v. 103, n. 1, pp. 23-33, 2007.

DONNELLY, S.; BROOKS, P. J.; HOMER, B. D. Is there a bilingual advantage on interference-


control tasks? A multiverse meta-analysis of global reaction time and interference cost.
Psychonomic Bulletin & Review, v. 26, n. 4, pp. 1122-1147, 2019.

DUÑABEITIA, J. A. et al. The inhibitory advantage in bilingual children revisited: myth or


reality? Experimental Psychology, v. 61, n. 3, pp. 234-251, 2014.

et al. DURAND LÓPEZ, E. M. A bilingual advantage in memory capacity: Assessing the roles
of proficiency, number of languages acquired and age of acquisition. International Journal
of Bilingualism, 2021.

DURGUNOGLU, A. Acquiring literacy in English and Spanish in the United States. In:
DURGUNOGLU, A.; VERHOEVEN, L. (Eds.). Literacy Development in a Multilingual
Context: A Cross-Cultural Perspective. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, 1998.
pp.135-146.

DURGUNOGLU, A.; NAGY, W.; HANCIN-BHATT, B. Cross-language transfer of phonological


awareness. Journal of Educational Psychology, v. 85, n. 3, pp. 453-465, 1993.

DUSSIAS, P. E.; SAGARRA, N. The effect of exposure on syntactic parsing in Spanish-English


bilinguals. Bilingual Language Cognition, v.10, pp. 101-116, 2007.

EDEN, G. F.et al. Neural changes following remediation in adult developmental dyslexia.
Neuron, v. 44, n. 3, pp. 411-422, 2004.

ELBERT, T.et al. Increased cortical representation of the fingers of the left hand in string players.
Science, v. 270, n. 5234, p. 305, 1995.

EMMOREY, K. et al. The source of enhanced cognitive control in bilinguals: evidence from
bimodal bilinguals. Psychological Science, v. 19, n. 12, pp. 1201-1206, 2008.

ENGEL DE ABREU, P. M. et al. Bilingualism enriches the poor: enhanced cognitive control in
low-income minority children. Psychological Science, v. 23, n. 11, pp. 1364-1371, 2012.

FISCHER, K. W. Mind, Brain, and Education: Building a scientific groundwork for learning and
teaching. Mind, Brain and Education, v. 3,n. 1, pp. 3-16, 2009.

33
Referências

FLEGE, J.; EEFTING, W. Cross-language switching in stop consonant production and perception
by Dutch speakers of English. Speech Communication, v. 6, n. 3, pp. 185-202, 1987.

FONTENEAU, E. et al. (Eds.). Electrical Brain Responses in Language-Impaired Children Reveal


Grammar-Specific Deficits. PLOS ONE, v. 3, n. 3, p. 1832, 2008.

FRITH, C. Making Up the Mind: How the Brain Creates Our Mental World. Oxford: Blackwell,
2007.

FRITH, U.; HAPPE, F. Why specific developmental disorders are not specific: On-line and
developmental effects in autism and dyslexia. Developmental Science, v. 1, n. 2, pp. 267-
272, 1998.

GABRIELI, J. D. Dyslexia: a new synergy between education and cognitive neuroscience. Science,
v. 325, n. 5938, pp. 280-283, 2009.

GOLD, B. T. et al. Lifelong bilingualism maintains neural efficiency for cognitive control in
aging. The Journal of Neuroscience, v. 33, n. 2, pp. 387-396, 2013.

GOLDMAN-RAKIC, P. S. Development of cortical circuitry and cognitive function. Child


Development, v. 58, n. 3, pp. 601-622, 1987.

GOLDSTEIN, M.; KING, A.; WEST, M. Proceedings of the National Academy of Science of the
USA,100, p. 8030, 2003.

GOLLAN, T. H.; BROWN, A. S. From tip-of-the-tongue (TOT) data to theoretical implications


in two steps: when more TOTs means better retrieval. Journal of Experimental Psychology
General, v. 135, n. 3, pp. 462-483, 2006.

GOLLAN, T. H. et al. More use almost always a means a smaller frequency effect: Aging,
bilingualism, and the weaker links hypothesis. Journal of Memory and Language, v. 58,
n. 3, pp. 787-814, 2008.

GOPNIK, Alison; TENENBAUM, Joshua B. Bayesian networks, Bayesian learning and cognitive
development. Developmental science, v. 10, n. 3, pp. 281-287, 2007.

GOSWAMI, U. Neuroscience and education. British Journal of Educational Psychology,


v. 74, n. 1, pp. 1-14, 2004.

GOSWAMI, U. Neuroscience and education: from research to practice? Nature Reviews


Neuroscience, v. 7, n. 5,pp. 406-411, 2006.

GREEN, D. W. Mental control of the bilingual lexico-semantic system. Bilingualism: Language


and Cognition, v. 1, n.2, pp. 67-81, 1998.

GREENOUGH, W. T.; BLACK, J. E.; WALLACE, C. S. Experience and brain development. Child
development, v. 58, n. 3, pp. 539-559, 1987.

GREENWOOD, R. Where are the educators? What is our role in the debate? Cortex, v. 45, pp.
552-554, 2009.

GROSJEAN, F.;Li, P. The Psycholinguistics of Bilingualism. Malden, MA: Wiley-Blackwell,


2013.

34
Referências

GUTTORM, T. K.et al. Brain event-related potentials (ERPs) measured at birth predict later
language development in children with and without familial risk for dyslexia. Cortex, v. 41, n.
3, pp. 291-303, 2005.

HACKMAN, D. A.; FARAH, M. J. Socioeconomic status and the developing brain. Trends in
Cognitive Science, v. 13, n. 2, pp. 65-73, Feb. 2009.

HAGEN, L. K. The Bilingual Brain: Human Evolution and Second Language Acquisition.
Evolutionary Psychology, v. 6, n. 1, pp. 44-48, 2015.

HAKUTA, K.; DIAZ, R. M. The relationship between degree of bilingualism and cognitive ability:
a critical discussion and some new longitudinal data. In: NELSON, K. E. (Ed.). Children’s
Language. Erlbaum, 1985. pp.320-344. v. 5.

HAKUTA, K.; BIALYSTOK, E. In other words: the science and psychology of second-language
acquisition. New York:BasicBooks, 1994.

HARI, R.; KUJALA, M. V. Brain Basis Of Human Social Interaction: From Concepts to Brain
Imaging. Physiology Review, v. 89, p. 453, 2009.

HECKMAN, J. J. Science. 312, p. 1900, 2006.

HEIM, S.; TSCHIERSE, J.; AMUNTS, K. Cognitive subtypes of dyslexia. Acta Neurobiologiae
Experimentalis, v. 68, n. 1, pp. 73-82, 2008.

HEIN, Grit; SINGER, Tania. I feel how you feel but not always: the empathic brain and its
modulation. Current opinion in neurobiology, v. 18, n. 2, pp. 153-158, 2008.

HERBA, C.; PHILLIPS, M. Annotation: Development of facial expression recognition from


childhood to adolescence: Behavioural and neurological perspectives. Journal of Child
Psychology and Psychiatry, v. 45, n. 7, pp. 1185-1198, 2004.

et al. HOFF, Erika et al. Dual language exposure and early bilingual development. Journal of
child language, v. 39, n. 1, pp. 1-27, 2012.

HORWITZ, B.; WISE, R. J. S. PET Research of Language. In:STEMMER, B.; WHITAKER, H. A.


(Eds.). Handbook of the Neuroscience of Language. London, England: Academic Press,
2008.

HOSHINO, N.; KROLL, J. F. Cognate effects in picture naming: does cross-language activation
survive a change of script? Cognition, v. 106, n. 1, pp. 501-511, 2008.

HOSHINO, N., THIERRY, G. Do Spanish-English Bilinguals have Their Fingers in Two Pies
- or is It Their Toes? An Electrophysiological Investigation of Semantic Access in Bilinguals.
Frontiers in Psychology, v. 3, p. 9, 2012.

HARDIMAN, M. Connecting brain research with dimensions of learning. Educational


Leadership, v. 59, n. 3, pp. 52-55, 2001.

HOWARD-JONES, P.; PICKERING, S. DIACK, A. Perception of the role of neuroscience


in education. Summary Report for the DfES Innovation Unit, 2007.

IANCO-WORRALL, A. D. Bilingualism and cognitive development. Child Development, v.


43, n. 4, pp. 1390-1400, 1972.

35
Referências

et al. IMADA, Toshiaki et al. Infant speech perception activates Broca’s area: a developmental
magnetoencephalography study. Neuroreport, v. 17, n. 10, pp. 957-962, 2006.

IMMORDINO-YANG, M. H.; DAMASIO, A. We feel, therefore we learn: The relevance of affective


and social neuroscience to education. Mind, Brain, and Education, v. 1, n.1, pp. 3-10, 2007.

ISCHEBECK, A. et al. How specifically do we learn? Imaging the learning of multiplication and
subtraction. NeuroImage, v. 30, n. 4, pp. 1365-1375, 2006.

JACOBS, Robert A.; DOMINGUEZ, Melissa. Visual development and the acquisition of motion
velocity sensitivities. Neural computation, v. 15, n. 4, pp. 761-781, 2003.

JONES, A. P.et al. Amygdala hypoactivity to fearful faces in Neural computation boys with
conduct problems and callous-unemotional traits. American Journal of Psychiatry, v. 166,
n. 1, p. 95, 2009.

KANDEL, E. R. et al. Princípios de Neurociências. 5.ed. Porto Alegre: Editora Artmed, 2014.

KAPA, L. L.; COLOMBO, J. Attentional Control in Early and Later Bilingual Children. Cognitive
Development, v. 28, n. 3, pp. 233-246, 2013.

KATZIR, T., PARE-BLAGOEV, J. Applying cognitive neuroscience research to education: The


case of literacy. Educational Psychologist, v. 41, n. 1, pp. 53-74, 2006.

KIRKHAM, N. Z.; DIAMOND, A. Sorting between theories of perseveration: performance in


conflict tasks requires memory, attention and inhibition. Developmental Science, v. 6, n. 5,
pp. 474-476, 2003.

KNUDSEN, E. I. et al. Proceedings of the National Academy of Science of the USA,


103, p. 10155, 2006.

KOEDINGER, Kenneth R.; ALEVEN, Vincent. Exploring the assistance dilemma in experiments
with cognitive tutors. Educational Psychology Review, v. 19, n. 3, pp. 239-264, 2007.

KONNIKOVA, M. Is Bilingualism Really an Advantage? The New Yorker, January 22, 2015.
Disponível em: https://www.newyorker.com/science/maria-konnikova/bilingual-advantage-
aging-brain. Acessoem: 07 jul. 2021

KROLL, J. F.; BIALYSTOK, E. Understanding the Consequences of Bilingualism for Language


Processing and Cognition. Journal of Cognitive Psychology, v. 25, n. 5, pp. 497-514, 2013.

KROLL, J. F.et al. Language selection in bilingual speech: evidence for inhibitory processes.
Acta Psychologica, v. 128, n. 3, pp. 416-430, 2008.

KROLL, J. F.; BOBB, S. C.; WODNIECKA, Z. Language selectivity is the exception, not the
rule: arguments against a fixed locus of language selection in bilingual speech. Bilingualism,
Language and Cognition, v. 9, n. 2, pp. 119-135, 2006.

KROLL, J. F.et al. Bilingualism, Mind, and Brain. Annual Review of Linguistics, v. 1, n. 1,
pp. 377-394, 2015.

KROLL, J. F.; GOLLAN, T. H. Speech planning in two languages: what bilinguals tell us about
language production. In: GOLDRICK, M.; FERREIRA, V. S.; MIOZZO, M. (Eds.). The Oxford
Handbook of Language Production. Oxford: Oxford University Press, 2014. pp.165-181.

36
Referências

KROLL, J. F.; TOKOWICZ, N. Models of Bilingual Representation and Processing: Looking Back
and to the Future. In: KROLL, J. F.; DE GROOT, A. M. B. (Eds.). Handbook of bilingualism:
Psycholinguistic approaches. Oxford: Oxford University Press, 2005.pp. 531-553.

KUCIAN, K.et al. Impaired neural networks for approximate calculation in dyscalculic children:
a functional MRI study. Behavioral and Brain Functions, v. 2, n. 1, p. 31, 2006.

KUHL, P. K. Learning and representation in speech and language. Current Opinion in


Neurobiology, v. 4, n. 6, p. 812, 1994.

KUHL, P. K.; MELTZOFF, A. N. Infant vocalizations in response to speech: vocal imitation and
developmental change. The Journal of the Acoustical Society of America, v. 100, 4 Pt 1,
pp. 2425-2438, 1996.

KUHL, P. K., A New View of Language Acquisition. Seattle, WA: Washington University,
2000.

KUHL, P. K.; TSAO, F. M.; LIU, H. M. Proceedings of the National Academy of Science of the
USA, 100, p. 9096, 2003.

KUHL, P. K. Early Language Acquisition: Cracking The Speech Code. Nature Review of
Neuroscience, v. 5, p. 831, 2004.

KUHL, P. K.; RIVERA-GAXIOLA, M. Neural substrates of language acquisition. Annual Review


of Neuroscience, v. 31, pp. 511-534, 2008.

KUHL, P. K. et al. Phonetic learning as a pathway to language: new data and native language
magnet theory expanded (NLM-e). Biological Sciences, v. 363, n. 1493, pp. 979-1000, 2008.

KUHL, P. K., Brain Mechanisms of Early Language Acquisition. Seattle, WA: Washington
University, 2010.

KUHL, P. K.; DAMASIO, A. R. Language. In: KANDEL, E. R. et al. American Journal of


Principles of Neuroscience. 5. ed. New York: McGraw Hill, 2013.

LANDERL, K.; BEVAN, A.; BUTTERWORTH, B. Developmental dyscalculia and basic numerical
capacities: a study of 8-9-year-old students. Cognition, v. 93, n. 2, pp. 99-125, 2004.

LEHTONEN, M. et al. Is bilingualism associated with enhanced executive functioning in adults?


A meta-analytic review. Psychological Bulletin, v. 144, n. 4, pp. 394-425, 2018.

LENNEBERG, E. New Directioins in Language Studies. Cambridge, MT: M. I. T. Press, 1964.

LENNEBERG, E. Biological Foundations of Language. Nova York-NY: John Wiley & Sons,
1967.

LENNEBERG, E. Biological Foundations of Language. R. E. Krieger, Malabar, FL, 1984.

LENROOT, R. K.; GIEDD, J. N. Brain development in children and adolescents: insights from
anatomical magnetic resonance imaging. Neuroscience and Biobehavioral Reviews, v.
30, n. 6, pp. 718-729, 2006.

LEOPOLD, W. F. Patterning in Children’s Language Learning. Language Learning, v. 5 (1-2),


pp. 1-13, 1953.

37
Referências

LINCK, J. A., KROLL, J. F., SUNDERMAN, G. Losing access to the native language while
immersed in a second language: evidence for the role of inhibition in second-language learning.
Psychological Science, v. 20, n. 12, pp. 1507-1515, 2009.

LINCK, J. A.; SCHWIETER, J. W.; SUNDERMAN, G. Inhibitory control predicts language


switching performance in trilingual speech production. Bilingualism: Language and Cognition,
v.15, n.3, pp. 651-662, 2012.

MAGUIRE, E. A. et al. Navigation-related structural change in the hippocampi of taxi drivers.


Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America,
v. 97, n. 8, pp. 4398-4403, 2000.

MAHN, H.; STEINER, V. J. Vygotsky and Sociocultural Approaches to Teaching and Learning.
Handbook of Psychology.2. ed. 2012.

MALT, B. C.; SLOMAN, S. A. Linguistic diversity and object naming by non-native speakers of
English. Bilingualism and Language Cognition, v. 6, n. 2,pp. 47-67, 2003.

MARIAN, V.; SPIVEY, M. Competing activation in bilingual language processing: within- and
between language competition. Bilingualism and Language Cognition, v. 6, n. 2, pp. 97-
115, 2003.

MARIAN, V.; SHOOK, A. The Cognitive Benefits of Being Bilingual. Cerebrum, v. 2012, Sep.
2012. Disponível em: https://www.dana.org/article/the-cognitive-benefits-of-being-bilingual/.
Acesso em: 7 jan. 2022.

MASON, L. Bridging neuroscience and education: A two-way path is possible. Cortex, v. 45,
n. 4, pp. 548-549, 2009.

MAYE, J.; WERKER, J. F.; GERKEN, L. Infant sensitivity to distributional informationcan affect
phonetic discrimination. Cognition, v. 82, p. B101, 2002.

MAZZOCCO, M. M. M.; MCCLOSKEY, M. Math performance in girls with Turner orfragile X


syndrome. In: CAMPBELL, J. I. D. (Ed.). Handbook of Mathematical Cognition. Hove;
New York: Psychology Press, 2005. pp. 269-297.

MCARTHUR, G. M.; BISHOP, D. V. M. Which people with specific language impairment have
auditory processing deficits? Cognitive Neuropsychology, v. 21, n. 1, pp. 79-94, 2004.

MCARTHUR, G. M. et al. Auditory processing deficits in children with reading and language
impairments: Can they (and should they) be treated? Cognition, v. 107, n. 3, pp. 946-977, 2008.

MCCANDLISS, B. D.; NOBLE, K. G. The development of reading impairment: a cognitive


neuroscience model. Mental Retardation and Developmental Disability Research
Review, v.9, n. 3, pp. 196-204, 2003.

MCCLURE, E. F. Aspects of Code Switching in the Speech of Mexican-American Bilingual


Children. Technical Report, Cambridge-MA, n. 44, pp. 1-38, Apr. 1977.

MCCLURE, E. F. A meta-analytic review of sex differences in facial expression processing and


their development in infants, children, and adolescents. Psychological Bulletin, v.126, n. 3,
pp. 424-453, 2000.

38
Referências

MECHELLI, A.et al. Neurolinguistics: Structural Plasticity in the Bilingual Brain. Nature, v.
431, p. 757, 2004.

MEISEL, J. M. Early Differentiation of Languages in Bilingual Children. In: HYLTENSTAM,


K.; OBLER, L. K. Bilingualism Across the Lifespan: Aspects of Acquisition, Maturity and
Loss. London: Cambridge University Press, 1989.

MELTZOFF, A. N. et al. Foundations for a New Science of Learning. Science, v. 325, n.5938,
pp. 284-288, 2009.

MISDRAJI-HAMMOND, E. et al. Object familiarity and acculturation do not explain performance


difference between Spanish-English bilinguals and English monolinguals on the Boston Naming
Test. Archives of Clinical Neuropsychology, v. 30, n. 1, pp. 59-67, 2015.

MITCHELL, T. M. Machine Learning. New York, NY: McGraw-Hill, 1997.

MOHADES, S. G. et al. DTI Revela Diferenças Estruturais em Tratos de Matéria


Branca entre Crianças bilíngues e monolíngues. VrijeUniversiteit Brussel (VUB),
UniversitairZiekenhuis (UZ Brussel), Ministério Flamengo de Educação e Treinamento, Bélgica,
2011.

MORALES, J.; CALVO, A.; BIALYSTOK, E. Working memory development in monolingual and
bilingual children. Journal of Experimental Child Psychology, v. 114, n. 2, pp. 187-202,
2013.

MORENO, S. et al. Conflict Resolution in Sentence Processing by Bilinguals. Journal of


Neurolinguistics, v. 23, n. 6, pp. 564-579, 2010.

MOVELLAN, J. R.; WATSON, J. S. Proceedings of the 2nd IEEE International Conference of


Development and Learning, 2002.

MUNDY, Peter; NEWELL, Lisa. Attention, joint attention, and social cognition. Current
directions in psychological science, v. 16, n. 5, pp. 269-274, 2007.

NEWTON, P. M. The Learning Styles Myth is Thriving in Higher Education. Frontiers in


Psychology, v. 6, p. 1908, 2015.

NG, A. Y., RUSSELL, S. Proceedings of the 17th International Conference on Machine


Learning. Morgan Kaufmann, pp.63-670, San Francisco, CA, 2000.

NISHITANI, Nobuyuki; HARI, Riitta. Viewing lip forms: cortical dynamics. Neuron, v. 36, n.
6, pp. 1211-1220, 2002. OCHS, E.; SCHIEFFELIN, B. B. Language Acquisition and Socialization
– Three Developmental Histories and their Implications. Sociolinguistic Working Paper
Number 105, Washington, pp. 277-320, nov.1982.

ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT– OECD.


Understanding the Brain: Towards a New Learning Science. Washington: OECD Publishing,
2002.110p.

OJEMANN, George A. Cortical organization of language. Journal of Neuroscience, v. 11, n.


8, pp. 2281-2287, Seattle, WA, 1991..

OLDFIELD, R. C.; WINGFIELD, A. Response latencies in naming objects. The Quarterly


Journal of Experimental Psychology, v. 17, n. 4, pp. 273–281, 1965.

39
Referências

PAAP, K. R.; GREENBERG, Z. I. There is no coherent evidence for a bilingual advantage in


executive processing. Cognitive Psychology, v. 66, n. 2, pp. 232-258, 2013.

PAAP, K. R.; JOHNSON, H. A.; SAWI, O. Are bilingual advantages dependent upon specific tasks
or specific bilingual experiences? Journal of Cognitive Psychology, v.26, pp. 615-639, 2014.

PALMER, E. D.et al. Investigation of the functional neuroanatomy of single word reading and
its development. Scientific Studies of Reading, v. 8, n. 3, pp. 203-223, 2004.

PANTEV, C. et al. Increased auditory cortical representation in musicians. Nature, v. 392, pp.
811-814, 1998.

PARADIS, M. Bilingualism and aphasia. In: WHITAKER, H.; WHITAKER, H. A. (Eds.). Studies
in neurolinguistics. New York: Academic Press,1977.v. 3, pp. 65-121.

PARADIS, M. Language and Communication Disorders in Multilinguals. Montreal,


Canadá: Universitédu Quebec à Montréal, 2008.

PARADIS, M. Language lateralization in bilinguals: enough already! Brain and Language,


v. 39, n. 4, pp. 576-586, 1990.

PARADIS, M. A Neurolinguistic Theory of Bilingualism. Amsterdam, Philadelphia: John


Benjamin Publishing Co., 2004.

PARSONS, S.; BYNNER, J. Does numeracy matter more? UK: Institute of Education, 2005.

PASHLER, H. et al. Learning Styles: Concepts and Evidence. Psychological Science in the
Public Interest, v. 9, n. 3, pp. 105-119, 2008.

PETITTO, L. A.; DUNBAR, K. New findings from educational neuroscience on bilingual brains,
scientific brains, and the educated mind. In: FISCHER, K.; KATZIR, T. (Eds.). Building Usable
Knowledge in Mind, Brain, & Education. Cambridge University Press, 2004.

PETRIDES, K. V.; FREDERICKSON, N.; FURNHAM, A. The role of trait emotional intelligence
in academic performance and deviant behavior at school. Personality and individual
differences, v. 36, n. 2, pp. 277-293, 2004.

PIAGET, J.; INHELDER, B. The Psychology of Children. New York, NY: Basic Books, 1969.

PICARD, R. W. Affective Computing. Cambridge, MA: MIT Press, 1997.

PINKER, S.; JACKENDOFF, R. The faculty of language: what’s special about it? Cognition,
v.95, n. 2, pp. 201-236, 2005.

PRICE, G. R. et al. Impaired parietal magnitude processing in developmental dyscalculia.


Current Biology, v.17, n. 24, pp. 1042-1043, 2007.

PRIOR, A.; GOLLAN, T. H. Good language-switchers are good task-switchers: evidence


from Spanish-English and Mandarin-English bilinguals. Journal of the International
Neuropsychological Society, v. 17, n. 4, pp. 682-691, 2011.

RIVERA-MINDT, M. et al. Neuropsychological, cognitive, and theoretical considerations for


evaluation of bilingual individuals. Neuropsychology Review, v. 18, n. 3, pp. 255–268, 2008.

ROGERS, S. J.; WILLIAMS, J. H. G. (Eds.). Imitation and the social mind: Autism and
typical development. New York: Guilford, 2006.

40
Referências

ROHRER, D.; PASHLER, H. Learning styles: where’s the evidence? Medical Education, v.
46, n. 7, pp. 634-635, 2012.

RONALD, A.et al. Evidence for overlapping genetic influences on autistic and ADHD behaviours
in a community twin sample. Journal of Child Psychology and Psychiatry, v. 49, n. 5, pp.
535-542, 2008.

RUMSEY, J. M. et al. Failure to activate the left temporoparietal cortex in dyslexia: An oxygen 15
positron emission tomographic study. Archives of Neurology, v. 49, n. 5, pp. 527-534, 1992.

SALOVEY, P.; SLUYTER, D. J. Emotional development and emotional intelligence:


Educational implications. Basic Books, 1997.

SCARBOROUGH, D. L.; CORTESE, C.; SCARBOROUGH, H. Frequency and repetition effects in


lexical memory. Journal of Experimental Psychology: Human Perception and Performance,
v. 3, pp. 1-17, 1977.

SCASSELLATI, B. How social robots will help us to diagnose, treat, and understand autism.
In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM OF ROBOTICS RESEARCH, 12,San Francisco, CA,
Proceedings…2005.

SCASSELLATI, B. Quantitativemetrics of social response for autism diagnosis. In: IEEE


INTERNATIONAL WORKSHOP ON ROBOT AND HUMAN INTERACTIVE COMMUNICATION,
14,Piscataway, N. J, Proceedings… 2005.

SCHROEDER, S. Do Bilinguals Have an Advantage in Theory of Mind? A Meta-Analysis.


Frontiers in Communication, v. 3, 2018.

SCHWEIZER, T. A.et al. Bilingualism as a contributor to cognitive reserve: evidence from brain
atrophy in Alzheimer’s disease. Cortex: A Journal Devoted to the Study of the Nervous System
and Behavior, v. 48, n.8, pp. 991-996, 2012.

SHABANI, K. Applications of Vygotsky’s Sociocultural Approach for Teachers’


Professional Development. Cogent Education, 2016.

SHALEV, R. S. et al. Developmental dyscalculia is a familial learning disability. Journal of


Learning Disabilities, v. 34, n. 1, pp. 59-65, 2001.

SHAYWITZ, B. A.; LYON, G. R.; SHAYWITZ, S. E. The role of functional magnetic resonance
imaging in understanding reading and dyslexia. Developmental Neuropsychology, v.30,
n. 1, pp. 613-632, 2006.

SHAYWITZ, S. E. et al. Neural systems for compensation and persistence: Young adult outcome
of childhood reading disability. Biological Psychiatry, v. 54, n. 1, pp. 25-33, 2003.

SHONKOFF, J. P.; PHILIPS, D. A. (Eds.). From neurons to neighborhoods. Washington,


DC: National Academy Press, 2000.

SILANI, G. et al. The neurophysiological bases of inner emotional experience in autism spectrum
disorders: an fMRI investigation. Social Neuroscience, v. 3, n. 2, pp. 97-112, 2008.

SKINNER, B. F. Verbal Behavior. New York, NY: Appleton-Century-Crofts, 1957.

SOKOLIK, M. E. Learning Without Rules: Pdo and a Resolution of the Adult Language Learning
Paradox. Tesol Quarterly, 1990.

41
Referências

STERN, Y. What is cognitive reserve? Theory and research application of the reserve concept.
Journal of the International Neuropsychological Society, v. 8, n. 3, pp. 448-460, 2002.

STERN, Y. et al. Influence of education and occupation on the incidence of Alzheimer’s disease.
JAMA, v. 271, n. 13, pp. 1004-1010, 1994.

STRAUSS, V. Starting where science meets education. Washington Post, A11, November 19,
2002.

TALLAL, P. Improving language and literacy is a matter of time. Nature Reviews Neuroscience,
pp. 721-728, 2004.

TANAKA F.; CICOUREL, A.; MOVELLAN, J. R. Proceedings of the National Academy of Science
of the USA, 104, p. 17954, 2007.

TANG, Y.et al. Arithmetic processing in the brain shaped by cultures. Proceedings of the
National Academy of Sciences of the United States of America, v. 103, n. 28, pp. 10775-
10780, 2006.

TEMPLE, E. et al. Neural deficits in children with dyslexia ameliorated by behavioral remediation:
Evidence from functional MRI. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 100,
n. 5, pp. 2860-2865, 2003.

TEMPLE, E.; POSNER, M. I. Brain mechanisms of quantity are similar in 5-year-old children
and adults. Proceedings of the National Academy of Sciences of the USA, v. 95, n. 13,
pp. 7836-7841, 1998.

THOMSON, J.; BALDEWEG, T.; GOSWAMI, U. Amplitude envelope onsets and dyslexia: a
behavioural and electrophysiological study. ISCA, 2005.

TIEDEMANN, D. Beobachtungenuber die Entwicklimg der SeelenfahigkeitenbeiKindern.


Altenburg, 1787.

TOMBLIN, J. B.; ZHANG, X. The dimensionality of language ability in school-age children.


Journal of Speech, Language, and Hearing Research, v. 49, n.6, pp. 1193-1208, 2006.

TOMBLIN, J. B. et al. The stability of primary language disorder: Four years after kindergarten
diagnosis. Journal of Speech, Language, and Hearing Research, v. 46, n. 6, pp. 1283-
1296, 2003.

VAID, J.; HALL, D. G. Neuropsychological Perspectives on Bilingualism: Right, left, and center.
In: REYNOLDS, A. (Ed.). Bilingualism, multiculturalism and second language learning.
Hillsdale: Erlbaum, 1991. pp. 81-112.

VALIAN, V. Bilingualism and cognition. Bilingualism: Language and Cognition, v. 18, n. 1,


pp. 3-24, 2014.

VARMA, S.; MCCANDLISS, B. D.; SCHWARTZ, D. L. Scientific and pragmatic challenges for
bridging education and neuroscience. Educational Researcher ,v. 37, n. 3, p. 140, 2008.

VERMA, D.; RAO, R. P. N. Advances in Neural Information Processing Systems. MIT


Press, pp. 1393-1400, Cambridge, MA, 2006.

42
Referências

VERREYT, N. et al. The influence of language-switching experience on the bilingual executive


control advantage. Bilingualism: Language and Cognition, v. 19, n. 1, pp. 181-190, 2016.

WIESEL, T. N.; HUBEL, D. H. Extent of recovery from the effects of visual deprivation in kittens.
Journal of Neurophysiology, v. 28, n. 6, pp. 1060-1072, 1965.

WILLIAMSON, Rebecca A.; MELTZOFF, Andrew N.; MARKMAN, Ellen M. Prior experiences
and perceived efficacy influence 3-year-olds’ imitation. Developmental psychology, v. 44,
n. 1, p. 275, 2008.

WILLINGHAM, D. T.; LLOYD, J. W. How educational theories can use neuroscientific data.
Journal Compilation, Mind, Brain, and Education, v.1, n. 3, pp. 140-149, 2007.

WILLINGHAM, D. T. Three problems in the marriage of neuroscience and education. Cortex,


v. 45, n. 4, pp. 544–545, 2009.

WU, Y. J.; THIERRY, G. Event-related brain potential investigation of preparation for speech
production in late bilinguals. Frontiers in Psychology, v. 2, p. 114, 2011.

ZAGO, L. et al. Neural correlates of simple and complex mental calculation. NeuroImage, v.
13, n. 2, pp. 314-327, 2001.

ZAHN-WAXLER, C.; RADKE-YARROW, M.; KING, R. A. Child rearing and children’s prosocial
initiations toward victims of distress. Child Development, v. 50, n. 2, pp. 319-330, 1979.

ZHANG Y. et al. Neural signatures of phonetic learning in adulthood: A magnetoencephalography


study. NeuroImage, v. 46, p. 226, 2009.

ZUCKERMANN, G. Revivalistics: From the Genesis of Israeli to Language Reclamation in


Australia and Beyond. New York, NY: Oxford University Press, 2020.

Sites
Fonte: https://phys.org/news/2010-06-japanese-baby-bot-human-video.html. Acesso em: 9/6/2021.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC166444/#__sec1title.

https://www.researchgate.net/figure/RUBI-4-during-early-prototyping-Software-RUBI-4-runs-the-
CERT-perceptual-software-and_fig1_221473518. Acessado em: 6/9/2021.

https://www.researchgate.net/figure/RUBI-4-during-early-prototyping-Software-RUBI-4-runs-the-
CERT-perceptual-software-and_fig1_221473518. Acesso em: 6/9/2021.

LEISMAN et al., 2015, p. 81.

Adaptado para o português de https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9780128018712000071.


Acesso em: 7/9/2021.

https://www.researchgate.net/publication/243750735_The_Child’s_Learning_of_English_Morphology.

https://doi.org/10.1017/s0305000910000759.

43

Você também pode gostar