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1. Por que, dentre outras características, a linguagem humana deve ser entendida
como uma cognição? Explique com suas palavras, por que a linguagem deve ser
entendida como uma cognição humana (embase teoricamente a sua resposta).
O termo Língua-I (internalizada, intencional) foi proposto por Chomsky para fazer
referência à língua em sua aceção cognitiva. Já Língua-E (externalizada, extensional) é
o termo proposto para fazer referência à língua como fenômeno sociocultural. A
Língua-E diz respeito ao conjunto de sentenças geradas por uma gramática ou os
enunciados efetivamente produzidos. A Língua-I, por sua vez, é a gramática interna, ou
internalizada na mente do falante. Tem a ver com a GU (Gramática Universal) e os
princípios das línguas.
Os falantes de uma língua são capazes de criar e de absorver novas palavras e conceitos
da sua língua materna. Essa é uma característica crucial das línguas naturais versus as
línguas inventadas ou línguas artificiais, como a computação. Essa característica está
diretamente relacionada com a capacidade cognitiva de internalizar estruturas de
línguas. Explique, relacione e dê exemplos sobre a criatividade linguística. A
criatividade – ou seja, a capacidade de criar e compreender novas frases diferentes
daqueles que já produzimos ou já ouvimos – é o que distingue as línguas humanas dos
sistemas de comunicação animal. Diferentemente dos animais treinados para utilizar
uma linguagem natural, cada frase que proferimos ou ouvimos é sempre uma criação
inédita e única, e não uma repetição de algo guardado em nossa memória de maneira
passiva. A produtividade – ou seja possibilidade de sempre falar “coisas novas” (o
ineditismo do uso da linguagem) – está garantida em boa medida, pelo uso infinito de
meios finitos. Isto é, temos um número finito de palavras ou itens no nosso léxico e um
número finito de regras para combinar esses elementos, mas a aplicação dessas regras
não tem limites a priori (é recursiva). Nesse sentido, podemos dizer que termos como
“recursividade”, produtividade”, “ineditismo”, “infinitude discreta” e “uso infinito de
recursos finitos” são termos quase-sinônimos de criatividade.
Através das discussões apresentadas até o momento nas aulas, é possível traçar um
paralelo entre aprendizagem e consciência por um lado e entre aquisição e
inconsciência, por outro. Processos de aprendizagem são conscientes na medida em que
o aprendiz atua sobre o objeto a ser aprendido, interagindo de modo que há uma troca
de informações. Há reflexão, mudança de posição e amadurecimento devidos ao papel
que o objeto desempenha para o aprendiz. Já na aquisição, considera-se que há um
processo inconsciente, pois não se leva em conta que aquele que adquire precisa refletir
ou interagir de modo consciente com o objeto. É muito mais um processo de
assimilação e crescimento internalizado o que caracteriza a aquisição.