Você está na página 1de 4

Questões Resumo para a Frequência

1. Por que, dentre outras características, a linguagem humana deve ser entendida
como uma cognição? Explique com suas palavras, por que a linguagem deve ser
entendida como uma cognição humana (embase teoricamente a sua resposta).

O termo cognição diz respeito a tudo que se relacione a aquisição, estocagem,


recuperação e uso de conhecimento. A linguagem – junto com outros fenômenos, tais
como perceção, atenção, memória, conceitos, crenças, raciocínio, emoções, etc. faz
parte da nossa cognição. Podemos caracterizar a linguagem como um fenômeno
cognitivo na medida que ela é um tipo de conhecimento específico (tácito, implícito e
inconsciente) a ser adquirido e, ao mesmo, permite que novo conhecimento possa ser
construído e transmitido. Denominamos esse conhecimento sobre a língua de
conhecimento linguístico ou competência linguística.

2. Casos de afasia e comprometimentos específicos ou não à linguagem fornecem


evidências sobre a modularidade da mente. Nomeie algumas dessas evidências e
explique como elas se relacionam com a linguística. Casos de pessoas que
apresentam dissociações e afasias no desenvolvimento de aspetos cognitivos
diversos (linguísticos ou não) fornecem evidência que permite rejeitar uma
hipótese generalista da inteligência. Especificamente no que diz respeito ao
desenvolvimento linguístico, o comprometimento de um aspeto cognitivo com
preservação dos restantes, constitui evidência favorável para a hipótese da
existência de submódulos nos sistemas cognitivos. Isso também é verdade em
relação à linguagem? Explique.

Além de ser um módulo mental, a linguagem é constituída por módulos internos, os


submódulos. Casos atípicos de aquisição da linguagem que mostram dissociações entre
diferentes aspetos linguísticos (bom domínio de um aspeto juntamente com o
comprometimento de outro) podem ser tomados como evidência da existência de
módulos específicos e relativamente independentes. Casos como os de Chelsea e Genie
- procurar no google as referências - mostram um bom desenvolvimento lexical,
semântico e pragmático combinado comum comprometimento da sintaxe e, de Antony
(que apresenta sintaxe, morfologia e fonologia bem preservadas a despeito de problemas
pragmáticos e semânticos) sugerem que o conhecimento linguístico estaria organizado
em frações que podem ser individualmente afetadas.

3. Como podemos definir o que é chamado de Faculdade da Linguagem? Discorra


sobre o conceito de Faculdade da Linguagem.

Chamamos de faculdade da linguagem a disposição biológica que todos seres humanos


com sua capacidade linguística intacta possuem para adquirir, produzir e compreender
palavras, frases e discursos.

4. Como podemos definir os conceitos de Língua-E e Língua-I? Discorra sobre os


conceitos de Língua E e Língua I. Dê exemplos.

O termo Língua-I (internalizada, intencional) foi proposto por Chomsky para fazer
referência à língua em sua aceção cognitiva. Já Língua-E (externalizada, extensional) é
o termo proposto para fazer referência à língua como fenômeno sociocultural. A
Língua-E diz respeito ao conjunto de sentenças geradas por uma gramática ou os
enunciados efetivamente produzidos. A Língua-I, por sua vez, é a gramática interna, ou
internalizada na mente do falante. Tem a ver com a GU (Gramática Universal) e os
princípios das línguas.

5. Porque a criatividade é considerada uma propriedade crucial das línguas


naturais?

Os falantes de uma língua são capazes de criar e de absorver novas palavras e conceitos
da sua língua materna. Essa é uma característica crucial das línguas naturais versus as
línguas inventadas ou línguas artificiais, como a computação. Essa característica está
diretamente relacionada com a capacidade cognitiva de internalizar estruturas de
línguas. Explique, relacione e dê exemplos sobre a criatividade linguística. A
criatividade – ou seja, a capacidade de criar e compreender novas frases diferentes
daqueles que já produzimos ou já ouvimos – é o que distingue as línguas humanas dos
sistemas de comunicação animal. Diferentemente dos animais treinados para utilizar
uma linguagem natural, cada frase que proferimos ou ouvimos é sempre uma criação
inédita e única, e não uma repetição de algo guardado em nossa memória de maneira
passiva. A produtividade – ou seja possibilidade de sempre falar “coisas novas” (o
ineditismo do uso da linguagem) – está garantida em boa medida, pelo uso infinito de
meios finitos. Isto é, temos um número finito de palavras ou itens no nosso léxico e um
número finito de regras para combinar esses elementos, mas a aplicação dessas regras
não tem limites a priori (é recursiva). Nesse sentido, podemos dizer que termos como
“recursividade”, produtividade”, “ineditismo”, “infinitude discreta” e “uso infinito de
recursos finitos” são termos quase-sinônimos de criatividade.

6. Segundo o Behaviorismo, a criança aprende a falar por imitação. Nasce ‘Tábula


Rasa’ e aprende tudo que precisa para o desenvolvimento e sobrevivência na
prática. Dessa forma, a criança necessita apenas de escutar as palavras e frases de
uma língua e, repetindo, aprenderá a falar. Suponha que um curso de inglês utilize
puramente a metodologia behaviorista– os alunos desse curso deverão repetir as
estruturas e o vocabulário da língua até aprendê-los de fato. Agora imagine que
um aluno aprenda a frase “How are you?” (Como vai você?). Descreva pequenos
conjuntos de pergunta e respostas possíveis para que o aluno aprenda as possíveis
respostas para essa pergunta. Seguindo essa ideia, analise os conjuntos de dados e
escreva um texto argumentativo evidenciando a utilização desse método no
aprendizado (1) de línguas estrangeiras (2) de primeiras línguas Explique os
pontos negativos/positivos e contra-argumente.

Através das discussões apresentadas até o momento nas aulas, é possível traçar um
paralelo entre aprendizagem e consciência por um lado e entre aquisição e
inconsciência, por outro. Processos de aprendizagem são conscientes na medida em que
o aprendiz atua sobre o objeto a ser aprendido, interagindo de modo que há uma troca
de informações. Há reflexão, mudança de posição e amadurecimento devidos ao papel
que o objeto desempenha para o aprendiz. Já na aquisição, considera-se que há um
processo inconsciente, pois não se leva em conta que aquele que adquire precisa refletir
ou interagir de modo consciente com o objeto. É muito mais um processo de
assimilação e crescimento internalizado o que caracteriza a aquisição.

Você também pode gostar