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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA - UEPG

DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS


Docente: Professora Drª Eliane Raupp Curso: Licenciatura em
Letras/ano 2023

Acadêmicos: João Carlos Gonçalves e Emerson Luiz Rodrigues


Turma: 1NA

Atividade referente a questões sobre funcionalismo e demais escolas linguísticas

Questões para refletir: (Angélica Cunha In: Martelotta, p. 157-159)

1. Por que o funcionalismo é uma corrente linguística oposta ao gerativismo e ao


estruturalismo? Exemplifique essa distinção:

RESPOSTA: O funcionalismo difere das abordagens formalistas - estruturalismo e


gerativismo - por conceber a linguagem como um instrumento de interação social, tendo um
interesse de investigação linguística que vai além da estrutura gramatical, pois busca no
contexto discursivo a motivação para os fatos da língua. Diria até que o funcionalismo tem
uma certa faceta realista e, por isso, poderia chamá-lo de “Realismo Linguístico”, porque
centra sua ação em dados reais, provenientes da interação real, no dia a dia, onde de fato
ocorre o contexto discursivo, o contexto conversacional. (Com MARTINS).

Já o [...] Estruturalismo (Saussure, a língua como sistema de regras) e (Gerativismo,


Chomsky, o aparato biológico e inato da faculdade da linguagem), duas correntes do
Formalismo, ambas trabalham com uma visão representacionista da linguagem, seja como
representação direta do mundo, seja como um espelho de processos mentais.

No primeiro caso, Estruturalismo, a estrutura da linguagem reflete a estrutura do mundo.

No segundo, o Gerativismo, a estrutura da linguagem reflete a estrutura da mente.

Ambas também dispensam as variáveis


sócio-histórica, cultural e pragmática, portanto
dispensam o uso.

Nesse sentido, a linguagem não é vista como resultado de atividades sociais e culturais,
integradas por sua vez com os processos cognitivos.

Consequentemente, por ser a língua entendida como sistema abstrato e homogêneo, tanto o
estruturalismo quanto o gerativismo consideram o tratamento do significado um dado
periférico, relegado a segundo plano, algo a ser estudado depois [...].( Com SANTOS).

2. Como os funcionalistas concebem a linguagem? Busque explicar essa concepção a


partir dos exemplos:

1) Maria volta ainda hoje?


2) Hoje, Maria, você, ainda volta?
3) Maria, você volta hoje ainda?
4) Maria volta hoje ainda?

RESPOSTA: Os funcionalistas concebem a linguagem como um sistema que serve para a


comunicação e a interação social. Eles acreditam que a linguagem é um instrumento que
nos permite expressar nossos pensamentos, sentimentos e ideias, e que ela é essencial para a
construção de relacionamentos e para o funcionamento da sociedade.

Os exemplos a seguir mostram como os funcionalistas analisam a linguagem:

(a) Maria volta ainda hoje?

Esta frase é um exemplo de pergunta. Ela é feita para obter informações sobre o paradeiro de
Maria. A pergunta é formulada de forma clara e concisa, e ela é fácil de entender.

(b) Hoje, Maria, você, ainda volta?

Esta frase é um exemplo de frase mal formulada. Ela é difícil de entender porque a ordem das
palavras é confusa.
(c) Maria, você volta hoje ainda?

Esta frase é um exemplo de frase bem formulada. Ela é fácil de entender porque a ordem das
palavras é correta e a frase não é redundante.

(d) Maria volta hoje ainda?

Esta frase é um exemplo de frase incompleta. Ela não fornece informações suficientes para
entender o que a pessoa está perguntando.

Os funcionalistas acreditam que a linguagem deve ser clara, concisa e fácil de entender. Eles
também acreditam que a linguagem deve ser usada de forma eficaz para comunicar ideias e
para interagir com os outros.

3. É correto afirmar que na perspectiva funcionalista os universais linguísticos derivam


de uma herança genética comum à espécie humana?

RESPOSTA: NÃO. A perspectiva funcionalista argumenta que os universais linguísticos


derivam de uma necessidade funcional.

Os universais linguísticos são características comuns a todas as línguas naturais. Eles incluem
coisas como a existência de substantivos, verbos, adjetivos e pronomes, bem como a
existência de regras de concordância e de ordem das palavras.

Existem várias teorias sobre a origem dos universais linguísticos. Alguns linguistas acreditam
que eles derivam de uma herança genética comum à espécie humana. Outros acreditam que
eles são o resultado de fatores sociais e culturais.

A perspectiva funcionalista argumenta que os universais linguísticos derivam de uma


necessidade funcional. As línguas são sistemas que servem para a comunicação e a interação
social. Os universais linguísticos são características que tornam as línguas mais eficazes para
esses fins.
Por exemplo, a existência de substantivos, verbos, adjetivos e pronomes permite que as
pessoas se refiram a objetos, ações, qualidades e pessoas. A existência de regras de
concordância permite que as pessoas combinem palavras de forma consistente. A existência
de uma ordem das palavras permite que as pessoas expressem suas ideias de forma clara e
concisa.

Os universais linguísticos não são regras fixas e imutáveis. Eles podem variar de uma língua
para outra, mas eles sempre são adaptados às necessidades das pessoas que falam essas
línguas.

A perspectiva funcionalista é uma abordagem importante para o estudo dos universais


linguísticos. Ela nos ajuda a compreender como os universais linguísticos são adaptados às
necessidades das pessoas que falam as línguas naturais.

Aqui estão alguns exemplos de universais linguísticos:

● Todas as línguas naturais têm substantivos, verbos, adjetivos e pronomes.


● Todas as línguas naturais têm regras de concordância que determinam como as
palavras devem ser combinadas.
● Todas as línguas naturais têm uma ordem das palavras que determina a estrutura das
frases.
● Todas as línguas naturais têm uma forma de expressar a negação.
● Todas as línguas naturais têm uma forma de expressar a interrogação.
● Todas as línguas naturais têm uma forma de expressar a exclamação.

Os universais linguísticos são uma evidência de que a linguagem humana é um sistema


complexo e sofisticado. Eles também são uma evidência de que as línguas naturais são todas
relacionadas e que compartilham uma origem comum.
4. A aquisição da linguagem é compreendida da mesma forma entre os funcionalistas e
gerativistas? Procure justificar sua resposta com base no capítulo lido:

RESPOSTA: Não! A aquisição da linguagem não é compreendida da mesma forma entre os


funcionalistas e gerativistas.

Os gerativistas acreditam que os humanos nascem com um dispositivo de aquisição da


linguagem (LAD), que é um conjunto de princípios e parâmetros que nos permite aprender
qualquer língua.

Os funcionalistas, por outro lado, acreditam que a aquisição da linguagem é um processo


de construção social, no qual as crianças aprendem a linguagem interagindo com os adultos
que as cercam.

Os gerativistas argumentam que as crianças são capazes de aprender qualquer língua porque
elas nascem com um LAD.

O LAD é um conjunto de princípios e parâmetros que nos permite aprender as regras da


gramática de qualquer língua. Por exemplo, o LAD nos permite aprender que as frases devem
ter um sujeito e um verbo, e que os substantivos devem concordar com os verbos em número.

Os funcionalistas, por outro lado, argumentam que a aquisição da linguagem é um processo


de construção social. As crianças aprendem a linguagem interagindo com os adultos que as
cercam. Os adultos fornecem às crianças modelos de linguagem, e as crianças aprendem a
repetir esses modelos. As crianças também aprendem a linguagem por meio de feedback dos
adultos. Quando as crianças dizem algo errado, os adultos as corrigem. Isso ajuda as crianças
a aprender as regras da gramática da língua.

A aquisição da linguagem é um processo complexo que ainda não é totalmente


compreendido. Os gerativistas e os funcionalistas oferecem diferentes perspectivas sobre a
aquisição da linguagem. No entanto, ambos os grupos concordam que a linguagem é um
instrumento essencial para a comunicação e interação humanas.
5. Procure explicar por que para a análise funcionalista:
1) A língua desempenha funções que são externas ao sistema linguístico em si
2) As funções externas influenciam a organização interna do sistema linguístico.

RESPOSTA: A análise funcionalista da linguagem é uma abordagem que enfatiza a função


da linguagem na comunicação e na interação social. Os funcionalistas acreditam que a
linguagem não é apenas um conjunto de regras, mas também um instrumento que usamos
para nos conectar uns com os outros e para construir significados.

Os funcionalistas argumentam que a língua desempenha funções que são externas ao sistema
linguístico em si. Por exemplo, a linguagem pode ser usada para:

● Informar
● Persuadir
● Expressar emoções
● Construir relacionamentos
● Negociar
● Solucionar problemas
● Contar histórias
● Entreter
● E muito mais

Os funcionalistas também argumentam que as funções externas da linguagem influenciam a


organização interna do sistema linguístico. Por exemplo, a necessidade de expressar emoções
pode levar ao desenvolvimento de uma gama de recursos linguísticos, como interjeições,
metáforas e eufemismos. A necessidade de construir relacionamentos pode levar ao
desenvolvimento de formas de linguagem que são amigáveis, respeitosas e inclusivas. A
necessidade de negociar pode levar ao desenvolvimento de formas de linguagem que são
claras, concisas e persuasivas.

A análise funcionalista da linguagem é uma abordagem rica e abrangente que oferece uma
visão valiosa sobre a natureza da linguagem.
LINKS DE REFERÊNCIA:
https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/11504/6784

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