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Dicente: Ana Paula Evangelista da Costa

1 período de letras do Campus de Campos Belos GO.

Leia nosso material didático p.19-20, e depois responda:


1. O que é linguística e o que é semiótica?

O que é Linguística? Bem, a resposta a essa pergunta não é muito tranquila se


você responder que é uma ciência que investiga a linguagem. Por que não é
uma resposta tranquila? Pelo simples fato de termos linguagem verbal (pautada
na palavra) e linguagem não verbal (pautada em outros sistemas de
comunicação que não o da palavra) – conforme visto na Unidade 1, subunidade
“O que é linguagem”. A resposta a essa indagação é que a Linguística é uma
ciência que investiga a linguagem verbal humana – apenas um dos tipos de
linguagem que podemos usar em um ato de comunicação. Essa resposta
poderia nos conduzir a um outro questionamento: Há uma ciência que trataria da
linguagem não verbal? Bem, na verdade, temos uma outra ciência de amplitude
maior que estuda qualquer sistema de comunicação, tanto a linguagem verbal
quanto a não verbal. Segundo Ferdinand Saussure, denomina-se Semiologia;
segundo Sanders Pierce, Semiótica. Pelo fato de a Linguística tratar apenas da
linguagem verbal, em razão de ser o sistema de comunicação mais bem
desenvolvido e de maior uso, podemos considerar que a Linguística está inserida
na Semiologia/Semiótica.

2. Pesquise na internet quem foi Ferdinand Saussure.


Saussure, neto do botânico Nicolás Théodore de Saussure e bisneto do
naturalista Horace Bénédict de Saussure, investigou a construção lógica da
linguagem. Professor de Línguas Indo-europeias e Sânscrito em Genebra desde
1891, estabeleceu as bases do estruturalismo linguístico (Curso de Linguística
Geral, publicado postumamente em 1916). Saussure diferenciava o sistema da
linguagem ou "língua", articulado numa série de leis gerais, da utilização
individual e concreta ou "fala". Estabeleceu ainda a distinção entre métodos de
investigação sincrônicos, que estudam a língua num determinado ponto de sua
evolução, e diacrônicos, que a analisam no decurso da história. Definiu o o signo
linguístico como a união da forma física ou "significante" com a imagem psíquica
ou "significado".
3. Qual a diferença entre linguística e a gramática tradicional?

Pelo que já foi abordado, podemos considerar que Linguística e Gramática


Tradicional (GT) são sinônimas? Esse seria um questionamento possível de ser
formulado por iniciantes nessa área a um docente em razão do peso da tradição
da gramática tradicional.

Mas, a resposta do professor seria “não”. Por quê? Porque a Gramática


Tradicional (retomar subunidade Noções e tipos de gramática) corresponde a um
manual que descreve as regras da língua que devem ser seguidas pelos seus
usuários, tanto para fala quanto para escrita – em razão de não diferenciar essas
duas modalidades, mas considerar a escrita modelo. Essa gramática difundiu
falsos conceitos e até preconceitos a respeito da linguagem. Que falsos
conceitos seriam esses?

• A difusão de que há uma variedade da língua melhor do que a outra


(privilegia-se o falar do grupo social de prestígio em detrimento dos
demais grupos);
• A consideração de que a língua escrita é o modelo para a língua falada
(segundo essa gramática, a fala deve espelhar a escrita);
• O fato de propor que há línguas mais lógicas, mais ricas e melhores que
outras (línguas clássicas);
• A noção de que há línguas mais evoluídas que outras, consideradas
primitivas...

Além de preconceitos inúmeros, vejamos apenas dois:

• O indivíduo que não usa as regras que a gramática tradicional prescreve


fala/escreve errado;
• O indivíduo que não segue a GT é inferior em relação a quem a segue...

Essas falsas noções são desmistificadas pela Linguística. Segundo Petter (in
FIORIN, 2002), a Linguística, ciência que investiga a linguagem verbal humana,
de qualquer língua indistintamente, não está interessada em propor regras
Linguísticas para os indivíduos seguirem, em que muitas em nada correspondem
ao uso. A Linguística, em suas pesquisas, busca descrever/ explicar as regras
utilizadas naturalmente pelos falantes de uma língua (gramática descritiva) e
revela-nos outros resultados. Em primeiro lugar, não há uma variedade da língua
melhor que a outra, há diferentes maneiras de se expressar em uma mesma
língua; a língua escrita, também, não pode ser modelo para a fala, em razão de
a fala preceder a escrita e de suas organizações e usos serem diferentes; não
se tem línguas mais evoluídas que outras, pois as línguas possuem os recursos
necessários para que seus falantes estabeleçam comunicação; também, não há
fala/escrita erradas apenas pelo fato de não seguirem a GT nem seu usuário é
inferior. Em razão disso, na verdade, deve-se pensar em noções de adequações
de uso da língua a contextos – situações comunicativas variadas. Por exemplo,
imagine-se escrevendo um convite para uma festa junina seguindo as regras da
gramática normativa. O convite ficaria descaracterizado. Nesse contexto, seria
inadequado aplicar as regras da GT, pois o adequado seria escrever
aproximando-o de uma linguagem caipira, ou seja, desobedecendo a regras
impostas.

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