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Essas falsas noções são desmistificadas pela Linguística. Segundo Petter (in
FIORIN, 2002), a Linguística, ciência que investiga a linguagem verbal humana,
de qualquer língua indistintamente, não está interessada em propor regras
Linguísticas para os indivíduos seguirem, em que muitas em nada correspondem
ao uso. A Linguística, em suas pesquisas, busca descrever/ explicar as regras
utilizadas naturalmente pelos falantes de uma língua (gramática descritiva) e
revela-nos outros resultados. Em primeiro lugar, não há uma variedade da língua
melhor que a outra, há diferentes maneiras de se expressar em uma mesma
língua; a língua escrita, também, não pode ser modelo para a fala, em razão de
a fala preceder a escrita e de suas organizações e usos serem diferentes; não
se tem línguas mais evoluídas que outras, pois as línguas possuem os recursos
necessários para que seus falantes estabeleçam comunicação; também, não há
fala/escrita erradas apenas pelo fato de não seguirem a GT nem seu usuário é
inferior. Em razão disso, na verdade, deve-se pensar em noções de adequações
de uso da língua a contextos – situações comunicativas variadas. Por exemplo,
imagine-se escrevendo um convite para uma festa junina seguindo as regras da
gramática normativa. O convite ficaria descaracterizado. Nesse contexto, seria
inadequado aplicar as regras da GT, pois o adequado seria escrever
aproximando-o de uma linguagem caipira, ou seja, desobedecendo a regras
impostas.