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BANCO DE EXERCÍCIOS BioGeo FOCO 11

DOSSIÊ DO PROFESSOR

Grupo I

O corpo revestido por pelos é uma característica de todos os mamíferos, nem que seja, apenas durante
uma parte do seu desenvolvimento. Nos humanos, a cabeça pode ser recoberta por cabelo, que é formado
pelo conjunto de pelos que cresce no couro cabeludo. Estes são compostos por queratina, uma proteína
produzida por células diferenciadas – os queratinócitos.
A alopecia é uma condição natural em que o cabelo gradualmente se torna mais fino com a idade. Mais
folículos capilares entram na fase de repouso e os cabelos restantes ficam mais curtos e menos numerosos.
O laboratório LABO Suisse, em 1998, patenteia um produto revolucionário para os problemas capilares – a
crescina. Trata-se de um produto capaz de reativar o crescimento capilar em zonas de cabelo ralo1, ao invés de
prevenir a queda de cabelo. A crescina, um dipéptido associado a uma glicoproteína, permite aumentar a
síntese de queratina, ao estimular a taxa metabólica das células presentes nos folículos capilares ainda ativos.
Ensaios laboratoriais demonstraram a influência da crescina no aumento de utilização de oxigénio pelas
células mantidas in vitro. Os ensaios de oxigrafia permitiram assim estabelecer uma relação direta entre o
aumento no consumo de oxigénio e o incremento do metabolismo celular.
Considere o fragmento 3’ …ACGTTCGCG… 5’ do gene que codifica parte da glicoproteína associada à
crescina e os codões de alguns aminoácidos representados na Tabela I.
Adaptado de https://www.labosuisse.com/en/content/crescina
1
ralo – pouco denso; que existe em pequena quantidade.
Tabela 1
Aminoácido Codão (codões) Codão (codões) Codão (codões)

GCU CGA
Arginina (arg)
GCC CGC
Alanina (ala)
GCA
GCG Metionina (met) AUG

UGU AAA
Cisteína (cis) Lisina (lis)
UGC AAG

1. A sequência de aminoácidos codificada pelo fragmento do gene representado é


(A) Arg-Lis-Cis
(B) Arg-Cis-Lis
(C) Cis-Arg-Lis
(D) Cis-Lis-Arg
2. Se ocorrer uma mutação no fragmento do gene apresentado que o altere para 3’... GCGTTCGCG… 5’, a
proteína
(A) pode perder a sua funcionalidade.
(B) pode continuar a executar a sua função.
(C) mantém as suas características.
(D) sofreu uma mutação silenciosa.
3. O aumento da taxa metabólica em queratinócitos, no tratamento com crescina, conduz a um
incremento no consumo de ________, com consequente ação sobre a ________ nestas células.
(A) oxigénio … síntese proteica
(B) aminoácidos … síntese proteica
(C) oxigénio … mitose
(D) aminoácidos … mitose

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4. A síntese de um polipéptido a partir da informação de um gene implica a


(A) replicação semiconservativa da informação genética.
(B) transcrição do gene para moléculas de RNA de transferência.
(C) leitura aleatória do RNA mensageiro no citoplasma.
(D) tradução da sequência de codões do RNA mensageiro processado.

5. O DNA de indivíduos diferentes apresentam quantidades


(A) diferentes de cada uma das bases nitrogenadas, mas bases púricas e pirimídicas em quantidades
iguais.
(B) iguais de cada uma das bases nitrogenadas, mas bases púricas e pirimídicas em quantidades
diferentes.
(C) iguais de cada uma das bases nitrogenadas, mas em posições diferentes na sequência
polinucleotídica.
(D) diferentes de cada uma das bases nitrogenadas e bases púricas e pirimídicas em quantidades
diferentes.

6. A síntese proteica pode ser replicada em laboratório, desde que sejam fornecidos todos os
intervenientes nesse processo. Para simular a produção de queratina, tal como ocorreria em seres
humanos, utilizaram-se constituintes celulares de diferentes indivíduos calvos: moléculas de mRNA de
um indivíduo 1, tRNA de um indivíduo 2, ribossomas de um indivíduo 3 e aminoácidos de um indivíduo
4. A queratina produzida teria uma sequência idêntica à do indivíduo
(A) 4.
(B) 1.
(C) 3.
(D) 2.

7. As afirmações seguintes dizem respeito aos ácidos nucleicos das células eucarióticas.
I. A união entre nucleótidos de uma mesma cadeia é estabelecida por pontes de hidrogénio.
II. As bases nitrogenadas púricas e pirimídicas existem em proporções idênticas.
III. O número de grupos fosfatos é igual à quantidade de bases nitrogenadas.

(A) III é verdadeira; I e II são falsas.


(B) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(D) II é verdadeira; I e III são falsas.

8. A alopecia androgenética, uma condição de origem genética, é o tipo mais comum de queda de cabelo.
O problema pode iniciar-se na adolescência, porém, fica mais evidente entre os 40 e 50 anos. Os
cabelos ficam ralos e, progressivamente, o couro cabeludo mais aberto. Nas mulheres, a região central
é mais acometida, enquanto os homens apresentam falhas nas entradas e no topo da cabeça.
Frequentemente, o tratamento com crescina, de indivíduos completamente calvos, com mais de 50
anos, não apresenta os resultados pretendidos.

Encontre uma explicação para nestes indivíduos, apesar do tratamento com crescina, não ocorrer
regeneração capilar.

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Grupo II

A radiação solar e a radiação nuclear são importantes agentes mutagénicos capazes de causar graves
lesões no material genético.

Deinococcus radiodurans é uma bactéria extraordinariamente resistente a agentes mutagénicos,


nomeadamente à radiação ionizante, tendo adquirido a capacidade de reparar eficazmente o seu DNA
danificado. Estas bactérias são capazes de resistir a breves exposições de 10 000 Gray (Gy) ou a
exposições contínuas de 50 Gy/hora. (Uma dose de 5 Gy é letal para o ser humano.)

Na tentativa de compreender como é que D. radiodurans sobrevive às elevadas doses de radiação, M. J.


Daly e os seus colaboradores cultivaram esta bactéria em três meios com diferentes concentrações do ião
manganês (Mn): 50 nM, 100nM e 250 nM. À medida que ocorria o crescimento das bactérias, estas
incorporavam o Mn do meio.

Posteriormente, bactérias provenientes de cada um destes meios foram inoculadas em diferentes zonas
de placas de Petri, as quais continham meios com baixa ou elevada concentração de Mn.

De seguida, expuseram algumas dessas placas a 50 Gy/hora de radiação ionizante.

Após um período de crescimento observaram os resultados.

Nota: Gray (Gy) – unidade S.I. que representa a quantidade de radiação absorvida por unidade de massa (1Gy = 1J/kg)
Adaptado de Brooker et al. (2008). Biology. McGraw-Hill. International Edition.

Figura 1 – Experiência de M. J. Daly e colaboradores (2004).

1. A hipótese subjacente à experiência descrita foi


(A) a acumulação de elevados níveis de manganês ajuda D. radiodurans a proteger-se dos efeitos da
radiação ionizante.
(B) a absorção de manganês por D. radiodurans é induzida pela radiação ionizante.
(C) a radiação ionizante condiciona o crescimento de D. radiodurans.
(D) a exposição de D. radiodurans a radiações equivalentes a 50 Gy/hora conduz à sua morte.
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2. É(são) grupo(s) de controlo da experiência


(A) o meio de cultura com concentração de 50 nM de manganês (Mn).
(B) as placas de Petri cujo meio não continha manganês (Mn) e as que não foram irradiadas.
(C) apenas as placas de Petri que não foram irradiadas.
(D) apenas as placas de Petri cujo meio não continha manganês (Mn).

3. Os resultados da experiência permitem concluir que


(A) a absorção de manganês é proporcional ao tempo de exposição aquele ião.
(B) a absorção de manganês é proporcional ao tempo de exposição à radiação ionizante.
(C) quando as concentrações de manganês no meio são baixas, as células são mais afetadas pela
radiação ionizante.
(D) as células que crescem em meios sem manganês não são afetadas pela radiação ionizante,
apresentando, por isso, um elevado crescimento.

4. Pode comprovar-se que a incorporação inicial de elevados níveis de manganês é determinante para a
sobrevivência das bactérias
(A) comparando os resultados das placas 2 e 3.
(B) comparando os resultados das placas 1 e 3.
(C) observando os resultados da placa 2.
(D) observando os resultados da placa 3.

5. Na experiência descrita, é uma variável independente


(A) a concentração intracelular de manganês.
(B) a taxa de absorção de manganês.
(C) a quantidade de radiação absorvida por D. radiodurans.
(D) a concentração de manganês no meio de cultura.

6. Quando D. radiodurans se divide, ocorre replicação _______ do DNA, o que envolve a intervenção da
________.
(A) conservativa ... RNA polimerase
(B) semi-conservativa ... DNA polimerase
(C) conservativa ... DNA polimerase
(D) semi-conservativa ... RNA polimerase

7. D. radiodurans é incluído no reino Monera por


(A) possuir ribossomas dispersos no citoplasma.
(B) ser unicelular.
(C) apresentar nucleoide.
(D) possuir parede celular.

8. Explique em que medida os resultados da experiência permitem concluir que quanto mais elevado for o
nível de incorporação Mn pelas bactérias, melhor elas crescem, após serem sujeitas à radiação.

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Grupo III

A transferência horizontal, ou lateral, de genes (LGT) corresponde ao movimento direto de DNA entre dois
organismos.

Quase todos os genomas bacterianos mostram evidências de ter ocorrido transferência lateral de
genes (LGT) ao longo da sua evolução.

A LGT não está confinada às bactérias. Foram reconhecidas transferências de material genético de
micróbios para plantas, fungos e animais. Estão ainda documentadas situações de LGT de fungos para
insetos e de algas para lesmas-marinhas.

No genoma humano encontram-se documentadas dezenas de possíveis episódios de transferência lateral


de genes.

As inserções no genoma humano de genes provenientes de LGT podem ser causadoras de doenças. Por
exemplo, 80% dos casos de cancro do colo do útero são causados pelo vírus do papiloma humano (HPV). O
vírus tem a capacidade de integrar o seu material genético nas células do colo do útero. Algumas proteínas
do HPV são capazes de interferir nos processos de apoptose e de proliferação celular, podendo conduzir ao
cancro.

Da mesma forma, o vírus da hepatite B, ao inserir alguns dos seus genes nas células do fígado, podem
desencadear processos que conduzem ao cancro.

Tendo em consideração o elevado risco de a transferência lateral de genes poder conduzir ao


desenvolvimento de doenças, várias equipas de investigadores têm procurado identificar situações de LGT
de DNA bacteriano no genoma humano.

Uma equipa da Universidade da Geórgia identificou integrações da bactéria Helicobacter pylori em 36


genes de células gástricas, tendo verificado a existência de maior número de integrações nos tumores do
que nas amostras-controlo.

Figura 1 – A transferência de DNA bacteriano para células somáticas humanas pode


conduzir à transformação de células normais em células cancerosas.

adaptado de http://www.the-scientist.com/?articles.view/articleNo/47125/title/
Bacteria-and-Humans-Have-Been-Swapping-DNA-for-Millennia/

1. Na espécie humana, os cancros associados a LGT resultam de material proveniente


(A) apenas de bactérias.
(B) apenas vírus.
(C) micróbios, fungos e plantas.
(D) vírus e bactérias.

2. O fenómeno de transferência lateral de genes ocorre

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(A) exclusivamente entre organismos da mesma espécie.


(B) entre organismos da mesma espécie de uma geração para a seguinte.
(C) entre organismos de diferentes espécies de uma geração para a seguinte.
(D) entre organismos que coexistem num dado momento.

3. A transferência lateral de genes


(A) conduz invariavelmente ao surgimento de células cancerosas.
(B) pode conduzir a alterações nos processos de proliferação celular nos organismos recetores.
(C) tem como consequência o aumento da variabilidade genética do emissor.
(D) conduz invariavelmente ao surgimento de novas espécies.

4. Os estudos relativos à relação entre Helicobacter pylori e o cancro do estômago permitem


(A) concluir que o cancro do estômago resulta da inserção de material genético de H. pylori nas células
gástricas.
(B) concluir que todas as células tumorais apresentam inserções de material genético de H. pylori.
(C) estabelecer uma correlação entre o número de inserções de material genético de H. pylori e o
surgimento de células cancerosas.
(D) concluir que existe um menor número de inserções de material genético de H. pylori nas células
tumorais do que nas células-controlo.

5. O DNA bacteriano difere do DNA humano pelo facto de


(A) não se associar a histonas.
(B) possuir uracilo em substituição do nucleótido timina.
(C) não estar envolvido no processo de transcrição.
(D) não possuir genes.

6. A sequência cronológica correta de etapas que conduzem à formação de proteínas é


(A) processamento, transcrição, ligação do mRNA ao ribossoma.
(B) transcrição, ligação do mRNA ao ribossoma, formação de ligações peptídicas.
(C) tradução, ligação do mRNA ao ribossoma, formação de ligações peptídicas.
(D) processamento, ligação da RNA polimerase ao DNA, tradução.

7. Faça corresponder cada uma das descrições presentes na coluna A com o termo que consta da coluna
B.

Coluna A Coluna B

1. Codão
(a) Molécula de RNA associada a vários ribossomas.
2. Anti-codão
(b) Sequência de nucleótidos que sofre transcrição, mas não é
3. Intrão
traduzida.
4. Exão
(c) Sequência de três nucleótidos do mRNA.
5. Polissoma

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8. A exposição de populações bacterianas a um determinado antibiótico é, normalmente, acompanhada


pelo desenvolvimento de estirpes resistentes a esse fármaco.
O uso excessivo de antibióticos e a sua eliminação para o meio ambiente tem conduzido ao aumento
de bactérias resistentes a vários tipos de antibióticos (multirresistentes) constituindo uma das mais
graves ameaças à saúde comunitária e individual.
Explique em que medida a transferência lateral de genes pode contribuir para a rápida proliferação da
resistência a antibióticos, mesmo em bactérias que nunca estiveram em contacto com estes fármacos.

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