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° 1
Grupo I
Texto 1
O gene da lactase humana (LCT) contém instruções para a síntese dessa enzima, que é segre-
gada no duodeno e no intestino delgado. Esta enzima, com 1927 aminoácidos, permite a digestão
da lactose, um açúcar encontrado no leite e em outros produtos lácteos. É segregada nos recém-
nascidos e em muitos adultos, nos quais se verifica a sua persistência, havendo, no entanto, uma
percentagem assinalável de indivíduos que deixam de a produzir, tornando-se intolerantes à lactose.
Em alguns casos ainda, o gene LCT, localizado no cromossoma 2, é afetado por mutações que
conduzem à deficiência congénita de lactase, o que impede, ou limita severamente, a digestão da
lactose pelos recém-nascidos.
Num estudo realizado em 2009, na Finlândia, foram detetadas quatro mutações distintas no gene
LCT, em 32 pacientes, de 24 famílias, afetados por aquele problema. Três mutações levam a uma
finalização prematura da síntese da lactase, enquanto uma outra leva à síntese de uma proteína anó-
mala. Dos 32 pacientes, 27 carregavam uma substituição T→A, uma mutação sem sentido, que
resulta num codão STOP prematuro no exão 9, levando à falta de 537 aminoácidos. Nos indivíduos
em que esta mutação foi detetada, tanto o cromossoma 2 materno como o cromossoma 2 paterno
tinham o gene alterado. Dois pacientes apresentavam uma deleção de quatro nucleótidos (TGAG) no
exão 14 do cromossoma paterno, levando a um codão STOP prematuro após 55 aminoácidos altera-
dos. A terceira mutação, que ocorria em três pacientes, consistia numa deleção de dois nucleótidos
(CT) no exão 2, que leva à paragem da síntese da proteína no codão 224. Um dos indivíduos estava
afetado por uma quarta mutação, detetada no cromossoma materno, correspondente a uma substitui-
ção G→C no codão 268, que leva a uma substituição do aminoácido da histidina por glutamina, no
último nucleótido do exão 3. Na figura 1 está representado o código genético.
Baseado em Torniainen, S. et al. (2009). Four novel mutations in the lactase gene (LCT) underlying congenital lactase
deficiency (CLD). BMC Gastroenterol, 9, 8. DOI:org/10.1186/1471-230X-9-8
1. O gene LCT
(A) existe apenas em células do duodeno e do intestino delgado, onde se encontra ativo.
(B) existe em todas as células do organismo, mas apenas se encontra ativo nas células do
duodeno e do intestino delgado.
(C) encontra-se ativo em todas as células do organismo.
(D) apenas apresenta atividade nos indivíduos sem mutações.
7. Tendo em conta a do código genético, é possível que seja codificado/a por mais
do que um codão.
(A) não ambiguidade … um aminoácido (C) redundância … um aminoácido
(B) redundância … uma proteína (D) não ambiguidade … uma proteína
Fichas de avaliação Ficha de avaliação n.° 1
Coluna I Coluna II
(a) Implica a intervenção direta do DNA. (1) Transcrição
(b) Pressupõe a quebra de ligações fosfodiéster. (2) Tradução
(c) Nas células eucarióticas ocorre no citoplasma. (3) Processamento
(d) Está associado ao estabelecimento de ligações peptídicas.
(e) Provoca o encurtamento do RNA.
Texto 2
O operão lac, estudado, pela primeira vez, na bactéria Escherichia coli por François Jacob e
Jacques Monod, constitui um exemplo de um processo de regulação da expressão de genes,
comum em células procarióticas. Os genes deste operão codificam proteínas que permitem às bac-
térias a utilização da lactose como fonte de energia. Quando este dissacarídeo está presente no
meio, entra para as bactérias por ação de uma permease, sendo depois hidrolisado pela enzima
β-galactosidase. Os monossacarídeos resultantes, galactose e glicose, podem ser, então, usados
como fonte de carbono e de energia.
Os genes responsáveis pela expressão destas enzimas (permease e β-galactosidase) fazem
parte do conjunto de genes estruturais do operão lac. Além destes genes, o operão lac integra tam-
bém uma zona reguladora, da qual faz parte o promotor (P), e uma região operadora (O), à qual
podem ligar-se fatores codificados por genes reguladores (R) (fig. 2). Na ausência de lactose, o
repressor lac é produzido através da atividade do gene regulador. O repressor liga-se à região ope-
radora, impedindo a RNA-polimerase de transcrever os genes estruturais. Quando a lactose está
presente, liga-se ao repressor e altera a sua forma, impedindo a sua ligação ao operador. Nestas
circunstâncias, a RNA-polimerase pode ligar-se ao operador e iniciar a transcrição dos genes estru-
turais lac.
Baseado em https://courses.lumenlearning.com/microbiology/chapter/gene-regulation-operon-theory/
[consult. mar 2022]
10. No operão lac, o promotor é o local do gene onde se liga a , promovendo a dos
três genes numa única molécula de mRNA.
(A) RNA-polimerase … tradução
(B) DNA-polimerase … transcrição
(C) RNA-polimerase … transcrição
(D) DNA-polimerase … tradução
13. Ao contrário do que acontece nas células eucarióticas, nas células bacterianas
(A) as moléculas transcritas não são sujeitas a alterações do seu tamanho.
(B) as moléculas de RNA de transferência ligam-se especificamente a aminoácidos.
(C) a tradução é um processo catabólico.
(D) a síntese proteica ocorre sem intervenção dos ribossomas.
14. No DNA bacteriano, a relação quantitativa entre as bases existentes nos nucleótidos pode ser
traduzida pela expressão
(A) A + T = G + C
(B) (A + T) / (G + C) = 1
(C) (A + G) / (C + T) = 1
(D) (C + G) / (A + T) = 1
15. Explique por que razão o mecanismo de regulação do operão lac permite, às bactérias, uma
gestão eficaz dos seus recursos energéticos.