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BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR

Licenciatura em Engenharia Biomédica


Licenciatura em Química Medicinal
1º semestre 2021/2022

Departamento de Ciências da Vida


Universidade de Coimbra

1ª frequência
26 de novembro de 2021

NOME: ____________________________________________________________________________
Nº estudante: _____________________

1. (2) O conceito de que as proteínas da membrana plasmática difundem livremente no plano


horizontal da bicamada lipídica, o chamado modelo do mosaico fluido, sofreu uma reformulação
porque se verificou que há restrições à mobilidade das proteínas na membrana.

1.1. Indique dois fatores que restringem a mobilidade das proteínas na membrana.
Localização em jangadas lipídicas
Interação com proteínas do citoesqueleto

1.2. Que funções tem a restrição da mobilidade de proteínas na membrana?

Formação de complexos funcionais, por exemplo de sinalização

2. (3) A figura seguinte mostra esquematicamente os resultados de experiências em que se modificou


o terminal amínico de uma proteína localizada normalmente no citoplasma (representada a verde)
e se verificou que a proteína passou a localizar-se no retículo endoplasmático.

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2.1. (1) Explique os resultados da experiência.
Proteína passou a ter sequência sinal de endereçamento para RE

2.1. (2) Descreve sucintamente o mecanismo de importação da proteína modificada para o retículo
endoplasmático.

Ver slide 6 aula Tráfego intracelular

3. (2) Mutações em proteínas COPII (coat proteins) têm sido associadas a várias doenças humanas. A
modificação duma destas proteínas em fibroblastos interfere com a deposição extracelular de
colagénio produzido pelos fibroblastos. De que modo alterações nas proteínas COPII podem afetar
a libertação de colagénio no tecido?

Proteínas COPII são necessárias para formação (budding) de vesículas de transporte do RE para Golgi,
portanto alterações das COPII podem comprometer o transporte de proteínas sintetizadas no RE
para o Golgi e deste para as vesículas secretoras (Ver slide 21 aula Tráfego intracelular)

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4. (6) A figura mostra a marcação, por imunofluorescência, de tubulina e de caspase-3 ativa em
neurónios mantidos em cultura em condições controlo, e após tratamento com uma toxina
mitocondrial na ausência e na presença de um fator neurotrófico (NF).

4.1. (0,5) O que indica a existência de caspase-3 ativa?


Apoptose

4.2. (1,5) Descreva o mecanismo que leva à ativação da caspase-3.

Ver slides 10-12 aula Morte celular

4.3. (1) Note que a toxina alterou também a marcação da tubulina. Explique esta alteração.

Caspase-3 degrada tubulina

4.4. (1,5) Pensa que nos neurónios tratados com a toxina poderá haver problemas no transporte de
vesículas e organelos nas dendrites e axónios? Justifique a sua resposta referindo os mecanismos
envolvidos neste transporte.

Sim, porque transporte de vesículas e organelos é feito ao longo dos microtúbulos formados por
tubulina. Mecanismo envolve proteínas motoras dos microtúbulos: dineínas e cinesinas (ver slides
28 e 29 aula Citoesqueleto)

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4.5. (1,5) Proponha também uma explicação para o efeito do fator neurotrófico na ativação da
caspase-3.

Os recetores de fatores neurotróficos induzem vias de sinalização que levam à inibição de proteínas
pró-apoptóticas e/ou ativação de proteínas anti-apoptóticas (slides página 12 aula Morte celular)

5. (3) A figura seguinte representa a variação da expressão de ciclinas ao longo do ciclo celular

5.1. (1) Qual o mecanismo geral pelo qual as ciclinas regulam o ciclo celular?

ativação de CDKs (cinases dependentes de ciclinas)

5.2. (2) Escolha uma fase do ciclo celular e descreva como a ciclina envolvida regula a progressão do
ciclo celular.

As CDKs fosforilam vários substratos envolvidos nas reações de cada fase do ciclo celular:

Por exemplo, na fase S ocorre a replicação de DNA, por isso para a progressão G1-S, CDKs induzem a
expressão de enzimas necessárias para a replicação do DNA (slides páginas 5 e 6 aula Ciclo celular)

Na progressão G2-Mitose, CDKs regulam outras cinases e proteínas necessárias para a condensação
da cromatina, formação do fuso acromático e desagregação da membrana do núcleo (slide 16 aula
Ciclo celular)

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6. (2,5) O ciclo celular pode ser parado quando são detetados danos no DNA.

6.1. (0,5) Qual a função da paragem do ciclo celular nestas condições?

Promover a reparação do DNA, ou então induzir apoptose para evitar a transmissão de mutações

6.1. (2) De que modo os danos no DNA induzem a paragem do ciclo celular?

Danos no DNA são detetados por cinases ATM e ATR → ativam checkpoint kinases → levam à
paragem do ciclo celular por inibição de CDKs (slide 26 aula Ciclo celular)

Ex: dano DNA →→ fosforilação e inibição da fosfatase Cdc25 necessária para ativação de
algumas CDKs

Outros mecanismos não abordados nas aulas (fator de transcrição p53 →→ produção de
inibidores de CDKs)

7. (1,5) Em estudos da função de recetores acoplados a proteínas G (GPCRs) utiliza-se frequentemente


GTPS, um análogo não hidrolisável do GTP. Preveja qual será a consequência na ativação de
proteínas efetoras. Justifique a sua resposta.

Proteína efetora é ativada por G ligada a GTP; hidrólise de GTP termina ativação (ver slide 6
aula Sinallização Celular)

Análogo não hidrolisável de GTP pode prolongar ativação de proteínas efetoras.

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