Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
- Faça um resumo abordando a composição e a função dos componentes nucleares: carioteca, lâmina
nuclear, cromatina, nucléolo e nucleoplasma.
A carioteca é o envoltório que isola o material nuclear do citoplasma, servindo como proteção, além de
possibilitar que o RNA recém sintetizado saia pronto para a síntese protéica. É composta por duas camadas
separadas pelo espaço perinuclear. A camada externa é repleta de polirribossomos e é continuada com o
retículo endoplasmático rugoso, se diferenciando da membrana deste pela presença de proteínas
nucleares. A membrana interna é lisa.
A lâmina nuclear é uma rede de proteínas fibrosas (laminas A, B e C) relacionadas com a membrana interna
da carioteca, exceto nos locais onde existem poros. Estabiliza e dá formato ao envelope nuclear, apóia os
segmentos de cromatina durante a interfase além de dar rigidez e resistência.
A cromatina consiste no material genético da célula durante a interfase, ou seja, consiste nos cromossomos
desespiralizados. Composta por moléculas longas de DNA associadas a proteínas histônicas (H1, H2A, H2B,
H3 e H4) e não histônicas. Tem a função de armazenar a informação genética. Quando a célula não está em
interfase e a cromatina se espiraliza por completo e forma os cromossomos. Nucleossomos são as unidades
básicas de espirilização do DNA, formado por cromatina nucleossômicas associadas a uma estrutura
octamérica de 2 histonas H2A, 2 H2B, 2 H3 e 2 H4.
O nucléolo é a estrutura mais visível do núcleo, composta por RNA ribossômico e proteínas, participando da
síntese de ribossomos. É composto por região granular (grânulos de RNA), fibrilar (RNA mais fibrilar) e
regiões cromossômicas organizadoras de nucleolo (filamentos de DNA).
O nucleoplasma é a matriz nuclear gelatinosa rica em água, íons, proteínas e aminoácidos, metabólitos,
enzimas para a síntese de RNA e de DNA.
- O que são os poros nucleares, onde estão localizados e como funciona o fluxo de moléculas entre núcleo
e citoplasma?
O complexo de poros são estruturas protéicas encontradas nos poros e sintetizados pelo RER. Formados
por pequenas aberturas da carioteca que surgem pela fusão das membranas interna e externa, sendo
rodeado por proteínas que os mantêm abertos (oito colunas protéicas aderidas à membrana por proteínas
transmembranas; atravessam as camadas nucleares, formando um anel externo e um interno. Das
extremidades saem fibrilas que se projetam para citoplasma ou interior do núcleo) e por proteínas
relacionadas ao trânsito de moléculas. Por esses poros passam passivamente pequenas moléculas e íons do
citoplasma para o núcleo e vice-versa.
As macromoléculas passam ativamente, necessitando de consumo de ATP para dilatar os poros. Elas
apresentam um peptídeo sinalizador que é reconhecido por receptores específicos na porção
citoplasmática dos poros, estimulando a dilatação dos poros e o atravessar do composto.
- Quais os tipos de cromatina? Explique as características de cada tipo.
A heterocromatina se encontra ainda mais espiralizada, sendo, por isso, inativa para a transcrição por
impossibilita a ação enzimática. Presente, sobretudo, na região dos centrômeros. Apresenta funções
estruturais durante a divisão celular, como a separação das cromátides. Pode ser de dois tipos: constitutiva
e facultativa. A constitutiva encontra-se na intérfase de todas as células, como a que compõe os
centrômeros (cromocentros). Assim, nunca se expressa como proteína. É composta por uma ou mais
sequências curtas de DNA altamente repetitivas. A facultativa é detectada em algumas células, mas ausente
(ou como eucromatina) em outras, como a cromatina sexual presente no cromossomo X das mulheres
normais. Portanto, pode se expressar como proteína em alguns indivíduos ou tipos celulares, mas não em
outros.
A eucromatina se encontra menos espiralizada, sendo, por isso, ativa do ponto de vista transcricional, já
que os nucleossomos se afastam e expõem os genes, permitindo a ação de enzimas.
Ciclo Celular
A meiose (sigla = R!) é um processo de divisão celular pelo qual uma célula diploide (2N) origina quatro
células haploides (N), reduzindo à metade o número de cromossomos constante de uma espécie. Sendo
subdividido em duas etapas: a primeira divisão meiótica (meiose I) e a segunda divisão meiótica (meiose II).
Na primeira etapa também denominada reducional, ocorre a diminuição no número de cromossomos. Na
segunda, equacional, o número de cromossomos das células que se dividem é mantido igual aos das células
que se formam.As duas etapas possuem fases que se caracterizam por eventos biológicos marcantes, sendo
relacionadas e descritas abaixo:
Meiose I
Prófase I → é uma fase muito extensa, constituída por 5 subfases:
Leptóteno – inicia-se a individualização dos cromossomos estabelecendo a condensação (espiralização),
com maior compactação dos cromonemas;
Zigóteno – aproximação dos cromossomos homólogos, sendo esse denominado de sinapse;
Paquíteno – máximo grau de condensação dos cromossomos, os braços curtos e longos ficam mais
evidentes e definidos, dois desses braços, em respectivos homólogos, ligam-se formando estruturas
denominadas bivalentes ou tétrades. Momento em que ocorre o crossing-over, isto é, troca de segmentos
(permutação de genes) entre cromossomos homólogos;
Diplóteno – começo da separação dos homólogos, configurado de regiões quiasmas (ponto de intercessão
existente entre os braços entrecruzados, portadores de características similares);
Diacinese – finalização da prófase I, com separação definitiva dos homólogos, já com segmentos trocados.
A carioteca (envoltório membranoso nuclear) desaparece temporariamente.
Metáfase I → os cromossomos ficam agrupados na região equatorial da célula, associados às fibras do fuso;
Anáfase I → encurtamento das fibras do fuso, deslocando os cromossomos homólogos para os polos da
célula. Nessa fase não há separação do centrômero (ponto de ligação das cromátides irmãs em um
cromossomo).
Telófase I → desespiralização dos cromossomos, retornando ao aspecto filamentoso, havendo também o
reaparecimento do nucléolo, bem como da carioteca e divisão do citoplasma (citocinese), originando duas
células haploides.
Meiose II
Prófase II → os cromossomos voltam a se condensar, o nucléolo e a carioteca desaparecem novamente. Os
centríolos se duplicam e se dirigem para os polos, formando o fuso acromático.
Metáfase II → os cromossomos se organizam no plano equatorial, com suas cromátides ainda unidas pelo
centrômero, ligando-se às fibras do fuso.
Anáfase II → separação das cromátides irmãs, puxadas pelas fibras em direção a polos opostos.
Telófase II → aparecimento da carioteca, reorganização do nucléolo e divisão do citoplasma completando a
divisão meiótica, totalizando 4 células filhas haploides.
- Como é feito o controle do ciclo celular?
Para que o ciclo seja iniciado, uma seqüência ordenada de eventos necessita ocorrer, determinando o
processo de divisão:
2) Ativação deste receptor (proteína transmembrana), que ativa proteínas transdutoras de sinais presentes
no citoplasma através do domínio interno do receptor;
São conhecidas aproximadamente 50 proteínas que atuam como fatores de crescimento, liberados por
vários tipos celulares - de acordo com as necessidades do organismo. As células que possuem o receptor
específico para um determinado fator de crescimento serão iniciadas no ciclo, enquanto as que não
expressam esse receptor em sua superfície permanecerão inativas. Os fatores de crescimento podem ser
divididos em duas grandes classes: de ampla especificidade, que atuam sobre muitos receptores e
conseqüentemente sobre muitas classes de células (ex: PDGF – fator de crescimento derivado das
plaquetas, EGF – fator de crescimento epidérmico, VEGF – fator de crescimento vascular endotelial, FGF –
fator de crescimento fibroblástico); e de estreita especificidade, que atuam sobre células específicas.
Controladores Positivos do Ciclo Celular: estimulam a progressão da célula no ciclo celular, a fim de que
ocorra a divisão normal em duas células-filhas.
- CDKs (Cinases Dependentes de Ciclina): Estão presentes durante todo o ciclo celular, mas só são ativadas
em determinadas fases, quando ligadas às ciclinas. Este complexo CDK-ciclina fosforila proteínas
específicas.
- Ciclinas: são assim chamadas porque suas quantidades variam periodicamente durante o ciclo celular. São
sintetizadas somente em fases específicas, de acordo com a necessidade, e destruídas após a sua utilização.
Ligam-se às CDKs para que possam juntas exercer suas funções.
Controladores Negativos do Ciclo Celular: atuam inativando as funções dos controladores positivos, o que
leva a célula à parada no ciclo celular e à apoptose (morte programada).
- CKIs (Inibidores de Cinase dependente de Ciclina): são proteínas que interagem com CDKs ou complexos
ciclina-CDK, bloqueando sua atividade de cinase. As cinases não mais fosforilam proteínas, o que determina
parada do ciclo. As CKIs podem ser de dois tipos: específicas (ex: p15, p16, p18, p19) são seletivas sobre os
complexos ciclina D-CDK4 e ciclina D-CDK6, que atuam em G1; e inespecíficas (ex: p21, p27, p53, p57):
atuam sobre diversos tipos de complexos ciclina-CDK.
- Complexo ubiquitina: degrada ciclinas e outras proteínas, impedindo a progressão do ciclo celular.
P53 e o checkpoint: células expostas a vários agentes danosos ao DNA respondem, invariavelmente, com
um atraso no ciclo celular. Por exemplo, após a exposição a radiação ionizante, o atraso transitório
observado em G1 e G2 parece prover tempo para o reparo do dano antes que a célula reinicie a síntese
replicativa de DNA e/ou inicie a mitose. Uma falha no reparo ao dano em DNA pode resultar em
propagação de lesões mutagênicas e contribui para o acúmulo progressivo de mudanças genéticas
envolvendo transformações neoplásicas. Numerosos estudos indicam que p53 possui um papel central na
regulação do checkpoint da fase G1 em resposta ao dano no DNA de células de mamíferos. Algumas
observações sugerem que o checkpoint em G1 mediado por p53 deve envolver a inativação de genes
efetores. Um segundo gene cuja expressão é regulada por p53 é o gene p21 CIP1/WAF1; o produto deste
gene, p21, inibe a atividade de cinases dependentes de ciclinas necessária para a transição entre G1 e S.
O checkpoint de G1 mediado por p53 pode ser alterado por várias vias diferentes, incluindo mutações
deste gene, por expressão de certas proteínas celulares ou virais que interagem diretamente com p53 e
interfere com sua função de transativação, assim como por outros mecanismos que afetam a ativação ou
inativação de componentes das vias de crescimento controladas por p53. Por exemplo, a super expressão
da proteína MDM2 em células RKO resulta em interação de p53 e MDM2 e perda de transativação e
checkpoint em G1 mediado por p53, em resposta a irradiação. Células de indivíduos com ataxia-
talangiectasia (AT) mostram uma resposta anormal a irradiação, doses elevadas de irradiação são
requeridas para a indução de p53 nestas células, comparadas às células normais. Tem sido sugerido que o
produto do gene ATM seja requerido para a indução e/ou fosforilação da proteína p53.
Retículo Endoplasmático e Ribossomos
2- Desintoxicação: Nas membranas do REL estão o citocromo P450 e sua respectiva redutase que tem a
capacidade de converter substâncias tóxicas como herbicidas, desfolhantes, conservantes e corantes
alimentares, medicamentos, dejetos industriais, em substâncias menos agressivas e de fácil excreção. É
também no REL que ocorre a conjugação da bilirrubina pelo hepatócito para eliminação na forma de bile.
4- Contração Muscular: O REL é o principal reservatório de cálcio do citoplasma. Quando a célula recebe um
sinal químico em resposta ao estímulo, a concentração no citossol aumenta, devido à liberação do cálcio
das cisternas do REL pela abertura de canais específicos de sua membrana. Ao cessar o estímulo o cálcio
retorna.
5 – Exportação de Lipídeos: A partir do REL as moléculas de fosfolipídeos são distribuídas por meio de
vesículas transportadoras, para as membranas do CG, dos lisossomos e membrana plasmática. Para a
formação de outras membranas, como a da mitocôndrias e peroxissomos o mecanismo é diferente: os
fosfolipídeos são insolúveis em água, seu transporte se faz através proteínas citossólicas. As proteínas
reconhecem o fosfolipídeo no REL, envolve a parte hidrofóbica da molécula, retira-o da membrana e faz o
transporte até encontrar a nova membrana, pobre em fosfolipídeos, onde o insere.
- Descreve a síntese de uma proteína que não apresenta sequência sinal. Quais seus possíveis destinos?
A síntese protéica ocorre na presença de um RNA mensageiro, um RNA ribossômico (as duas subunidades
que juntas formam o complexo ribossômico) e RNA transportador. O RNAm carrega a informação da
sequência de aminoácidos a ser formada (proteína), e é composto por trincas de bases nitrogenadas
chamadas códons que codificam um aminoácido específico. O RNAt faz o carreamento dos aminoácidos e
possui anticódons que se ligam aos códons complementares. O RNAr tem dois sítios ativos, A e P. O
ribossomo caminha pelo RNAm, de forma que o códon localizado naquele momento no sítio P é ligado ao
seu RNAt (anticódon) que carrega em sua extremidade superior o aminoácido. Após tal ligação o ribossomo
caminha mais um pouco fazendo o mesmo processo ao próximo códon; neste ponto os aminoácidos estão
um ao lado do outro na extremidade superior, onde ocorre a ligação peptídica entre eles. Toda a fita de
RNAm é percorrida até o aminoácido que determina a finalização da tradução, formando a proteína
correspondente.
A síntese protéica sem sequência sinal ocorre tanto nos ribossomos livres quanto nos polirribossomos
aderidos ao RER, porém na ausência da sequência não há endereçamento, o que destina a proteína ao uso
intracelular e ao citosol.
- Descreva a síntese de uma proteína que apresenta sequência sinal. Quais seus possíveis destinos?
A síntese protéica com sequência sinal, ocorre através de uma sequência de 15 a 60 aminoácidos presentes
que destinam a proteína recém sintetizada. Se o RNAm possui tal cadeia e está sendo traduzido por um
ribossomo livre, a PRS (proteína reconhecedora de sinal) se liga ao sinal e interrompe o processo da
tradução, encaminhando o ribossomo ao receptor de membrana do RER onde a tradução continuará.
Quando isso acontece a PRS é cortada por uma protease e retorna ao citosol. Portanto, a proteína com
sinal será encaminhada para um local específico, tendo como possíveis destinos outras células ou outras
organelas dentro da própria célula. Podem ser secretadas diretamente, sem utilização de grânulos, podem
ser guardadas em grânulos para uso próprio posteriormente ou podem sofrer exocitose por grânulos.
Os ribossomos podem ser encontrados em sua forma livre, dispersos no citosol, e podem ser encontrados
aderidos ao retículo endoplasmático. São chamados polirribossomos quando há uma molécula de RNAm
presa a várias unidades ribossômicas.
O Complexo de Golgi (CG) é encontrado na maioria das células eucarióticas esua disposição varia de acordo
com o tipo e função da célula. Geralmente localiza-se próximo ao núcleo nas células animais, ou estão
dispersos no citoplasma, nas células vegetais. Consiste empilhas de sacos membranosos achatados, que
delimitam as cisternas, associadas a vesículas de transporte. Essas vesículas, que brotam de uma
membrana e se fusionam em outra, transportam proteínas, lipídios, hormônios,carboidratos, para dentro e
para fora do CG e entre suas cisternas, de forma que essas moléculas transportadas sofram uma série de
modificações. Cada uma dessas pilhas com suas vesículas associadas constitui uma unidade do CG,
denominada dictiossomo. Cada dictiossomo, por sua vez, apresenta uma face convexa chamada cis, ou
proximal,por estar, geralmente, mais próxima ao núcleo e ao RE; e uma face oposta côncava trans, ou
distal, por ser a mais distante do núcleo ou do RE, e estar voltada para a membrana plasmática. Entre essas
faces, localizam-se as cisternas médias. Associados às faces cis e trans encontram-se uma rede de cisternas
tubulares, a rede cis do Golgi(formada por vesículas que se movem, por meio de microtúbulos, do RE para o
CG), diversas cisternas nas quais proteínas passam e são modificadas, e a rede trans do Golgi(da
ondebrotam as vesículas com o conteúdo processado).Cada porção se diferencia segundo sua composição
e função.
Polimerização de açúcares: é também no CG que ocorre a síntese da porção glicídica das proteoglicanas,
que são componentes da matriz também presentes na superfície celular. Nas células vegetais, o CG está
envolvido com a síntese de glicoproteínas e dos componentes glicídicos da parede celulósica.
Transporte intracelular: as proteínas, os lipídios e os polissacarídeos são transportados do Golgi para seus
destinos finais através da via secretora. Essa via envolve o empacotamento das macromoléculas em
diferentes tipos de vesículas de transporte que, por sua vez, brotam da rede trans do Golgi e liberam seu
conteúdo nos locais apropriados.
Composição dos lisossomos: a formação de lisossomos envolve a síntese de proteínas que vão compor
suas membranas, bem como de proteínas solúveis (as marcadas por manose-6-fosfato), que ficam nas
cavidades do lisossomo. Receptores específicos presentes na membrana da rede trans do Golgi, os MPRs
(manose fosfate receptor), reconhecem a manose-6-fosfato e as proteínas que carregam esses resíduos. Os
complexos resultantes da ligação receptor-proteína são empacotados em vesículas de transporte
especificamente destinadas aos lisossomos
Os lisossomos se constituem no principal local de degradação das organelas celulares e das moléculas que
são introduzidas nas células por pinocitose e fagocitose. Cada lisossomo é envolvido por uma unidade de
membrana, contém enzimas hidrolíticas com atividade máxima em pH ácido (mantido por uma bomba de
hidrogênio que utiliza ATP) e, por isso, genericamente denominadas de hidrolases ácidas (o fato do pH
citossólico ser neutro constitui uma proteção adicional na ocorrência eventual da ruptura de lisossomos).
As vesículas de fagocitose ou fagossomos fundem-se com lisossomos, misturando-se assim o material a ser
digerido com as enzimas lisossômicas. Algumas vezes permanecem, nos lisossomos, depósitos de material
que resistiu ao processo digestivo, formando-se os corpos residuais, que se acumulam, com o decorrer do
tempo, nas células de vida longa (exemplo: grânulos de lipofuscina nos neurônios e nas células do músculo
cardíaco).
As recém-fabricadas pelo Golgi vesículas contendo enzimas digestivas constituem os lisossomos primários.
Após a fusão desses com os fagossomos, formam-se os lisossomos secundários.
Nas células eucariontes, observa-se a degradação de porções do citoplasma pela atividade das enzimas dos
lisossomos pelo processo denominado autofagia. Organelas alteradas ou que não são mais necessárias são
envolvidas por membrana derivada do REL, que imediatamente se funde com diversos lisossomos, expondo
assim o conteúdo do vacúolo à atividade hidrolíticas das enzimas lisossômicas.
Os peroxissomos são cuja função está relacionada ao armazenamento de enzimas (oxidases e catalases:
oxidação de substratos em presença de oxigênio molecular e decomposição do peróxido de hidrogênio
proveniente daquelas oxidações). A catalase catalisa o peróxido de hidrogênio (água oxigenada - H 2O2),
uma substância tóxica que necessita ser degradada. Também estão envolvidos na produção de ácidos
biliares sintetizados no fígado.
Mitocôndrias
A origem das mitocôndrias é explicada pela teoria endossimbiótica proposta por Lynn Margulis. Essa teoria
propõe que as mitocôndrias que compõem as células eucarióticas tenham surgido como consequência de
uma associação simbiótica estável entre organismos. As mitocôndrias têm origem num procarionte
autotrófico que viveu em simbiose dentro de outro organismo, também unicelular, obtendo proteção e
fornecendo ao hospedeiro a energia necessária para as atividades metabólicas.
Mitocôndrias possuem DNA circular, sem histonas (tal como ocorre com os procariotos) e
capacidade de autoduplicação.
A estrutura dos ribossomos encontrados nas mitocôndrias é mais parecida com a estrutura dos
ribossomos dos procariontes do que dos eucariontes.
As mitocôndrias são organelas com dupla membrana envolta, o que ocorre com as bactérias.
Mitocôndrias são capazes de produzir parte de suas proteínas (enzimas), independentemente do
material genético nuclear.
As mitocôndrias provêm do crescimento e divisão de outras mitocôndrias (fissão) – auto reprodução. Toda
mitocôndria surge da reprodução de outra mitocôndria. Antes que a célula se divida, todos os seus
componentes são duplicados, incluindo as mitocôndrias. A reprodução das mitocôndrias ocorre por fissão
binária, onde acontece um aumento de tamanho da organela preexistente para a fissão. Nem todas as
mitocôndrias existentes na célula sofrem fissão, e para compensar isso, algumas se dividem repetidas
vezes.A divisão das mitocôndrias ocorre durante todo o ciclo celular, tanto na interfase como na mitose.
- Descreva a síntese de ATP a partir de ácido graxo indicando onde ocorre o ciclo do ácido cítrico, o
acoplamento quimiostático e a fosforilação oxidativa.
Dentro da mitocôndria, os ácidos graxos são degradados por uma sequência de reações, chamada de β-
oxidação de ácidos graxos. Neste processo, os ácidos graxos vão perdendo os seus carbonos na forma de
acetil-CoA e também ocorre redução de NAD e FAD, que acabam cedendo seu par de elétrons na cadeia
respiratória. O acetil-CoA liberado é, por sua vez, aproveitado no ciclo de Krebs.
O processo pelo qual o ácido graxo é convertido em acetil-CoA para a entrada deste no ciclo do ácido cítrico
é chamado de β oxidação. A β oxidação acontece dentro da mitocôndria. As enzimas da oxidação de ácidos
graxos estão localizadas dentro da mitocôndria. Os ácidos graxos livres podem passar para dentro da célula
por difusão simples pela membrana plasmática, porém não podem entrar livremente para o interior das
mitocôndrias. A entrada dos ácidos graxos no interior das mitocôndrias requer primeiro a transformação
dos ácidos graxos em acetilCoA, depois em acil-carnitina que é translocada para dentro da matriz
mitocondrial pelo transportador acil-carnitina/carnitina que se encontra na membrana mitocondrial
interna. Uma vez dentro da mitocôndria, é convertido novamente em acil-CoA graxo, assim ficando
disponível para a β oxidação. Na β oxidação o ácido graxo sofre remoção gradativa de dois átomos de
carbonos na forma de acetilCoA, começando pela extremidade da carboxila do ácido graxo, para a
formação de 1 molécula de acetilCoA, 1 de NADH e 1 de FADH2 a cada quebra. A quebra do ácido graxo em
moléculas de acetilCoA se deve a quatro reações consecutivas que constituem a β oxidação. A quebra de
ácidos graxos com insaturações, requer duas reações adicionais e ácidos graxos que apresentam número
ímpar de carbonos necessita de 3 reações adicionais, para a quebra completa da cadeia. Os produtos da β
oxidação seguem o Ciclo do Ácido Cítrico e a fosforilação oxidativa para a formação de ATP. O resultado da
β oxidação de um ácido graxo de 16C é a formação de 8 moléculas de Acetil-CoA, 7 de NADH e 7 de FADH2.
A degradação completa de uma molécula de ácido graxo com 16 átomos de carbonos liberará 8 unidades
de Acetil-CoA, 7 NADH e 7 FADH2 durante a β oxidação, 24 NADH, 8 FADH2 e 8 GTP durante o ciclo do
ácido cítrico, e após a cadeia respiratória totaliza um total de 131 moléculas de ATP.
Transporte Passivo: este transporte é realizado através de difusão ou osmose. A difusão se dá a favor do
gradiente de concentração, ou seja, as moléculas tendem a se deslocar para o meio menos concentrado, e
é chamada neste caso difusão simples. Quando há o auxílio de uma proteína de membrana (permeases)
para o transporte das moléculas, a difusão é chamada facilitada. Ambos o tipos de transporte não
demandam gasto energético. Há também o processo de osmose que em que o solvente, neste caso, o
líquido citoplasmático, é quem se desloca para o compartimento com a maior concentração.
Transporte Ativo: realizado pelas enzimas ATPases, com ação da bomba de sódio e potássio, que trabalha
no intuito de manter o potencial eletroquímico das células. Algumas células possuem também uma ATPase
do cálcio, que opera quando as concentrações de cálcio estão baixas, e controla a concentração normal ou
de reserva, visto que o cálcio é um importante mensageiro secundário. Este processo demanda energia.
Os outros dois tipos de transporte utilizam a própria estrutura da membrana celular que envolve a matéria
a ser transportada, é útil principalmente para grandes moléculas. O primeiro deles é a endocitose em que a
membrana envolve partículas ou fluidos do exterior, por fagocitose ou pinocitose, e a transporta pra dentro
na forma de uma vesícula. O segundo é a exocitose em que o material deve ser levado para fora se une a
membrana celular, que depois expulsa o seu conteúdo. A exocitose é dividida em clasmocitose, que é a
defecação celular, ou clasmatose que é quando resíduos provenientes da digestão intracelular.
- Superfície Apical:
Microvilosidades: prolongamentos do citoplasma cobertos por membrana. Função de aumentar a
superfície de contato para facilitar a absorção de nutrientes da luz para dentro das células. São encontrados
em grande número e organizados nas células de absorção. Cada vilosidade contem microfilamentos de
actina, responsáveis pela manutenção da forma dos microtúbulos, unidos nas suas extremidade pela
actina. Na base do microvilos existe a trama terminal, formada por actina e miosina.
Estereocílios: são expansões longas e filiformes da superfície livre de certas células epiteliais.
Embora flexuosos, não têm a estrutura nem a capacidade de movimento dos cílios verdadeiros. São
semelhantes aos microvilos, porém possuem maior comprimento e se ramificam frequentemente.
Cílios: Os cílios são estruturas microtubulares curtas que se projetam para o meio extracelular. Sua função
é realizar a locomoção ou criação de corrente no líquido que rodeia a célula. Nas células epiteliais situam-se
sempre na superfície apical.
- Superfície Lateral:
Zônula Oclusiva: é uma estrutura em torno da porção apical das células epiteliais adjacentes que cria uma
barreira, vedando o espaço intercelular, evitando a passagem de íons e moléculas entre as células.
Junção Comunicante: Trata-se de uma estrutura para estabelecer comunicação entre as células. Cada
junção, geralmente circular, é constituída por conjunto de tubos protéicos paralelos que atravessam as
membranas das duas células.
Junção Aderente: Em certos epitélios de revestimento, circunda a parte apical da célula, como um cinto
contínuo. Além da forma de cinto pode ocorrer também na forma circular ou oval como as desmossomos.
Na altura da junção aderente existem placas, onde se inserem microfilamentos de actina que fazem parte
do citoesqueleto e são contráteis. Geralmente, as junções aderentes se localizam imediatamente abaixo
das zônulas oclusivas.
- Superfície Basal
Hemidesmossomos: é o resultado da divisão em dois do desmossomo, com cada parte pertencendo a uma
célula filha presente na membrana basal. Os hemidesmossomos são semelhantes aos desmossomos,
porém ligam a membrana plasmática de uma célula à lâmina basal adjacente, por meio de filamentos
de actina que estão ligados à proteínas de ancoramento. Formados por integrinas.
Contato ou adesão focal: pontos de adesão que ancoram a célula à matriz extracelular e possibilita a
movimentação celular. Esta ligação é mediada por proteínas transmembrana como as integrinas, as quais
são ligadas através de outras proteínas, a filamentos de actina no citoplasma. Relacionadas a adesão. Tem
integrinas.
Matriz extracelular
A matriz extracelular é uma rede organizada de várias proteínas e polissacarídeos secretados localmente,
mantendo relação com as células que a secretam. Ela ajuda a manter as células e tecidos unidos, garante
uma rede organizada dentro da qual as células podem migrar e interagir umas com as outras.
A matriz extracelular é desenvolvida no tecido conjuntivo e praticamente ausente no tecido epitelial
(lâmina basal). Ela é formada por elementos fluidos e fibrosos. Os fluidos são as glicosaminoglicanas e
proteoglicanas; os constituintes fibrosos são proteínas estruturais (colágeno, fibras elásticas ou fibras
colágenas) e proteínas adesivas (fibronectina e laminina).
As principais funções da Matriz Extracelular são: Preencher os espaços não ocupados pelas células; Conferir
aos tecidos resistência à compressão e ao estriamento; Constituir um meio por onde cheguem os
nutrientes e sejam eliminados dejetos celulares; Ser um veículo por onde migram células quando se
deslocam de um ponto para outro; Ser um meio pelo qual chegam as substâncias.
Sinalização celular
Sinalização neuronal: a molécula sinalizadora (um neurotransmissor) é liberada tão próxima à célula-alvo
que apenas uma célula é afetada pela molécula. Na célula sinalizadora sinais elétricos estimulam a
liberação de neurotransmissores que são jogados na fenda sináptica. Os neurotransmissores, então, ligam-
se a receptores presentes na célula-alvo. Consequentemente, a informação é transmitida de uma célula a
outra.
Sinalização parácrina: ocorre quando a molécula sinalizadora é liberada no meio intercelular e afeta as
múltiplas células-alvo, próximas do local de síntese. A célula sinalizadora lança as moléculas sinalizadoras
no espaço que a circunda. Como as moléculas sinalizadoras não devem se difundir para muito longe, elas
são rapidamente captadas pelas células-alvo vizinhas. Após isso, as moléculas são destruídas por enzimas
extracelulares ou ainda imobilizadas na matriz extracelular.
Sinalização autócrina: a célula responde a substâncias liberadas por ela mesma, as moléculas sinalizadoras
são os mediadores locais. Os mensageiros químicos são secretados pela célula sinalizadora no liquido
extracelular e afetam a função das mesmas células que os produziram, ligando-se aos receptores na
superfície celular.
Sinalização endócrina: a molécula sinalizadora entra na corrente sanguínea para ser transportada até a
célula-alvo situada a uma distância da célula sinalizadora. Uma célula sinalizadora secreta moléculas
sinalizadoras – hormônios – na circulação sanguínea, as quais encaminham os sinais às células-alvo
distribuídas no organismo. Tais células possuem receptores para ligação específica com o hormônio.