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TETE
2023
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE
MEDICINA GERAL
CADEIRA: FISIOLOGIA HUMANA II
TETE
2023
Resumo
O metabolismo do organismo inclui todos os processos químicos envolvidos na produção
e liberação de energia e no crescimento. Esses processos podem ser anabólicos (formação
de compostos) ou catabólicos (quebra de compostos). Fundamentalmente, toda energia
contida nos nutrientes ingeridos e usada na forma de calor, no gasto decorrente da
interação com o meio ambiente ou no processo de crescimento. Um jovem saudável
necessita de aproximadamente 30 kcal/kg de peso corporal para manter o metabolismo
de repouso por um dia. Dessa maneira, um individuo com 70 kg necessita de 2.100
kcal/dia, valor denominado de taxa metabólica de repouso (TMR). Esse numero de
calorias necessárias para manutenção do metabolismo aumenta com o acréscimo da
atividade, doenças ou estresse. Por exemplo, a taxa metabólica pode aumentar de 2 a 3
vezes com a exposição do individuo ao frio ou durante a execução de exercício físico
intenso. A taxa metabólica basal (TMB) e a definição clinica para o metabolismo aferido
em condições padronizadas nas quais o individuo (1) teve uma noite completa de sono
repousante, (2) esteja em jejum de 12 horas, (3) encontre-se em um ambiente com
temperatura neutra e controlada, (4) esteja em repouso por uma hora, e (5) esteja livre de
estímulos físicos e psíquicos. A TMB (unidades: kcal por hora e por centímetro quadrado
de superfície corporal) em adultos e aproximadamente 5% maior em homens do que em
mulheres e decresce com o envelhecimento. A TMB e menor do que a TMR.
Palavras-chave: metabolismo energético; regulação do metabolismo energético;
metabolismo basal; taxa do metabolismo basal; funções do metabolismo basal
Índice
Capitulo I: introdutório ..................................................................................................... 5
1.Introdução .................................................................................................................. 5
1.1.Objetivo geral: ........................................................................................................ 5
1.2.Objetivos específicos: ............................................................................................. 5
1.3. Metodologia ........................................................................................................... 5
capitulo II: fundamentação teórica ................................................................................... 8
2.1. Metabolismo energético ......................................................................................... 8
2.2. Funções do metabolismo ....................................................................................... 8
2.3. Classificação das Reações metabólicas ................................................................. 8
2.4. Metabolismo hepático ............................................................................................ 9
a)Regulação hormonal .................................................................................................. 9
a)Regulação neural ..................................................................................................... 13
2.5. Metabolismo do tecido adiposo ............................................................................... 14
a) Regulação hormonal ............................................................................................... 14
b)Regulação neural ..................................................................................................... 16
2.6. Metabolismo do tecido muscular ............................................................................. 16
a) Regulação hormonal ............................................................................................... 16
b)Regulação neural ..................................................................................................... 19
2.7. Adaptações metabólicas .......................................................................................... 19
2.8. Metabolismo Basal (MB) ..................................................................................... 25
Capitulo III: conclusão ................................................................................................... 29
1.conclusão ................................................................................................................. 29
4. Referencias ................................................................................................................. 30
Capitulo I: introdutório
1.Introdução
Os dois grandes sistemas integradores do organismo, o sistema endócrino e o sistema
nervoso, interagem de diversas maneiras para assegurar a manutenção de níveis
adequados de fornecimento, armazenamento e utilização de substratos energéticos em
diferentes condições fisiológicas. No entanto, o controle neuroendócrino do metabolismo
energético envolve a interação desses dois sistemas em um grande número de processos.
Neste trabalho serão abordados exclusivamente, de maneira sucinta, as interações
daqueles dois sistemas no controle das vias metabólicas (de carboidratos, lipídios e
proteínas) dos tecidos que têm importância fundamental na homeostase calórica. Não será
abordado, por exemplo, o controle neuroendócrino da ingestão de alimentos, assunto que
tem despertado grande interesse pelas implicações no tratamento da obesidade (AIRES,
2019).
A taxa metabólica basal (TMB) é a quantidade de energia necessária para a manutenção
das funções vitais do organismo, sendo medida em condições padrão de jejum, repouso
físico e mental em ambiente tranquilo com contro l e de temperatura, iluminação e sem
ruído. Desde o século XIX, a medição da TMB é feita através da determinação da
quantidade de calor produzida pelo organismo (cal o ri m e t ria direta) ou pelo cálculo de
calor indiretamente (calorimetria indireta) a partir do consumo de oxigênio e exc reção
de gás carbônico (VCO2) tanto para fins diagnósticos quanto nutricionais. Entretanto,
somente a partir do estudo de Harris & Benedict, em 1919, é que houve uma tentativa
de sistematização das informações existentes sobre o metabolismo basal com o
desenvolvimento de equações de predição da T M B, a partir de medidas antropométricas,
já que a calorimetria não era muito disponível.
1.3. Metodologia
Para o efeito desse trabalho, recorreu ao estudo do tipo exploratório com recurso ao
método de revisão bibliográfica, englobando a busca na internet e seleção de materiais
científicos como livros, artigos, dissertações e teses publicada sobre o metabolismo
energético e metabolismo basal.
Pesquisa das produções científicas nos bancos de dados do período capes, Altavista,
Pubmed e Google acadêmico, publicados recentemente, no período do ano 2010 a 2023,
com palavras-chaves: metabolismo energético; regulação do metabolismo energético;
metabolismo basal; taxa do metabolismo basal; funções do metabolismo basal
capitulo II: fundamentação teórica
2.1. Metabolismo energético~
a) Regulação hormonal
Metabolismo de carboidratos
Durante o período digestivo, grandes quantidades de glicose chegam ao fígado pelo
sistema porta e são captadas pela célula hepática por um processo de difusão facilitada.
O transportador de glicose predominante no hepatócito é o GLUT2, que não é sensível à
insulina e tem um Km (constante de afinidade) para a glicose elevado, operando, portanto,
abaixo dos níveis de saturação mesmo sob altas concentrações da hexose (AIRES, 2019)
Dessa maneira, ao contrário dos tecidos adiposo e muscular, o transporte pela membrana
não é um passo limitante (regulável) da utilização hepática de glicose, e as concentrações
de glicose livre (não fosforilada) dentro e fora do hepatócito são praticamente iguais,
mesmo em condições de hiperglicemia (AIRES, 2019).
Essas características da enzima tornam-na bem adequada, não apenas para operar nas
concentrações relativamente altas de glicose existentes na célula hepática, como para
direcionar o fluxo de carbonos da glicose para a via glicolítica e para a síntese de
glicogênio (AIRES, 2019).
O fluxo na via glicolítica também é estimulado pela insulina, que, além de acelerar a
fosforilação da glicose, ativa a fosfofrutoquinase e a piruvato quinase, enzimas-chave
dessa via (Figura 1) (AIRES, 2019).
Além disso, a insulina ativa a piruvato desidrogenase e com isso favorece a oxidação do
piruvato (produto final da glicólise) na mitocôndria. Paralelamente, a ativação da glicose-
6-fosfato desidrogenase leva a um aumento do fluxo na via das pentoses, formando
NADPH para a lipogénese. (AIRES, 2019).
O papel principal do fígado no controle da homeostase glicídica é devido, em grande
parte, à sua capacidade de sintetizar glicose a partir de moléculas menores, principalmente
aminoácidos, lactato e glicerol. Esse processo, neoglicogénese,
consiste em uma reversão da via glicolítica (AIRES, 2019)
A etapa dessa via catalisada pelo piruvato quinase é contornada, produzindo P-enol
piruvato a partir de piruvato, pela ação de duas enzimas-chave (piruvato carboxilase e P-
enol piruvato carboxiquinase) e a etapa catalisada pela fosfofrutoqulnase é revertida pela
frutose-1,6-bifosfatase (AIRES, 2019).
Metabolismo lipídico
Evidências recentes indicam que, além da glicose, via di-hidroxiacetona na via glicolítica,
e do glicerol via gliceroquinase, compostos de 3 carbonos (piruvato, lactato e
aminoácidos glicogênicos) podem ser utilizados pelo fígado para produzir o glicerol-3-
fosfato necessário para a formação de triacilgliceróis e posterior incorporação em VLDL.
Esta nova via, é denominada gliceroneogênese (AIRES, 2019).
O glucagon, por outro lado, inibe a acetil-CoA carboxilase e a síntese de ácidos graxos.
A consequente queda dos níveis intracelulares de malonil-CoA ativa a carnitina
aciltransferase I, estimulando a oxidação de ácidos graxos e a produção de corpos
cetónicos (AIRES, 2019).
Figura 2. Representação esquemática do metabolismo de carboidratos e lipídios no fígado, com
indicação dos pontos de ação hormonal. (+): estimulação; (-) inibição. INS: insulina; GLU:
glucagon; EPI: epinefrina; GLUT2: transportador de glicose (tipo 2); TG: triacilgliceróis
Fonte: AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 5a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019
a) Regulação neural
o SNC não utiliza ácidos graxos de cadeia longa e tem um requerimento absoluto de
glicose como fonte de energia. Em situações em que há tendência à redução dos níveis
circulantes de glicose, o SNC, por intermédio do sistema nervoso autônomo, intervém
para impedir uma queda no seu suprimento de hexose, agindo especialmente no fígado,
que é o principal controlador da produção desse substrato (AIRES, 2019).
O SNC pode alterar o fluxo nas vias metabólicas hepáticas diretamente, mediante a rica
inervação simpática e parassimpática do hepatócito, ou indiretamente, ativando ou
inibindo a secreção de hormônios que agem sobre as mesmas vias (AIRES, 2019).
O sistema nervoso simpático estimula a secreção de glucagon pelas células a das ilhotas
de Langerhans e inibe a secreção de insulina pelas células β. A ativação simpática também
resulta em maior síntese e secreção de catecolaminas (principalmente epinefrina) pela
medula adrenal (AIRES, 2019).
Isto leva à ativação da glicogênio fosforilase e inibição da glicogênio sintase, que resulta
na degradação do glicogênio. A estimulação de adrenorreceptores α1 também promove
aumento da glicogenólise hepática e facilita a captação de aminoácidos pelo fígado,
aumentando a disponibilidade de substratos para a neoglicogénese (AIRES, 2019).
Neurônios sensíveis à glicose foram localizados em diversas regiões do SNC, tais como:
os núcleos ventromedial, arqueado, supraquiasmático e paraventricular, no hipotálamo; a
substância nigra, a área postrema e o núcleo do trato solitário, no tronco cerebral (AIRES,
2019).
Esses neurônios são também sensíveis aoutros metabólitos e a diversos tipos de peptídios
e citocinas, participando, portanto, do controle de outros aspectos do metabolismo
energético (AIRES, 2019).
No entanto, sua capacidade de ativar as vias simpáticas eferentes para o fígado (e para o
pâncreas, medula adrenal etc.) passa a ser a atividade predominante em situações de
redução do suprimento de glicose (AIRES, 2019).
a) Regulação hormonal
metabolismo de carboidratos
O metabolismo de carboidratos no tecido adiposo está diretamente ligado às duas funções
básicas desse tecido: armazenar gordura (triacilgliceróis) e mobilizar ácidos graxos de
acordo com a demanda calórica (AIRES, 2019).
A insulina estmi ula o fluxo na via glicolítica e na via das pentoses, gerando NADPH para
a síntese de ácidos graxos. Pelo fato de o adipócito, ao contrário do hepatócito, apresentar
quantidades relativamente pequenas de gliceroquinase, o tecido adiposo é muito
dependente do fluxo na via glicolítica (e, indiretamente, da insulina) para fornecimento
do glicerol-3-fosfato necessário para a esterificação de ácidos graxos (AIRES, 2019).
Metabolismo lipídico
Tal como ocorre no hepatócito, no tecido adiposo os ácidos graxos são sintetizados de
novo no citosol a partir de acetil-CoA, proveniente, em sua maior parte, da
descarboxilação do piruvato (produzido na via glicolítica ou a partir de outros
metabólitos) pelo complexo intramitocondrial do piruvato desidrogenase (AIRES, 2019).
Esse processo é estimulado pela insulina, que além de aumentar o fluxo na via glicolítica,
ativa o sistema do piruvato desidrogenase e as enzimas acetil-CoA carboxilase e
glicogênio sintase (AIRES, 2019).
O tecido adiposo pode também captar ácidos graxos já formados que se encontram na
circulação incorporados em triacilgliceróis de lipoproteínas (especialmente, no período
pós-absortivo, em quilomícrons e VLDL). Essa captação é estimulada pela insulina, que
ativa a lipase lipoproteica, enzima localizada na membrana basal dos capilares próximos
dos adipócitos, que hidrolisa os triacilgliceróis de lipoproteínas (AIRES, 2019).
b) Regulação neural
Talvez pela falta de métodos mais sensíveis, não há, até o momento, evidências claras da
existência de inervação parassimpática do tecido adiposo (AIRES, 2019).
a) Regulação hormonal
Metabolismo de carboidratos
A captação da glicose pela célula muscular ocorre principalmente por difusão facilitada
pelos transportadores do tipo 4 (GLUT 4), sensíveis à insulina, semelhante ao que ocorre
na célula adiposa. Assim que a glicose atravessa a membrana, é rapidamente fosforilada
pela hexoquinase a glicose-6-fosfato, de tal maneira que a quantidade de glicose livre
dentro da célula é praticamente nula (AIRES, 2019).
De acordo com (AIRES, 2019), pelo fato de o tecido muscular representar quase a metade
do peso corporal, ele é o principal responsável pela clearance da glicose circulante após
uma refeição. Uma vez dentro da célula muscular, a glicose pode seguir a via de síntese
do glicogênio (glicogênese), a qual em condições normais encontra-se ativada,
principalmente pela ação da insulina, que estimula a atividade da glicogênio sintase e
inibe a glicogênio fosforilase, semelhante ao que ocorre no hepatócito (Figura 2).
A glicose pode também seguir a via glicolítica, fornecendo ATP e lactato, principalmente
em músculos brancos, de contração rápida, ricos em fibras do tipo II, que são pobres em
mitocôndrias e trabalham em condições de anaerobiose (AIRES, 2019).
Outra via metabólica que pode ocorrer em músculos esqueléticos, ainda não muito
explorada, é a glicogeniogênese, que consiste na síntese de glicogênio a partir de outros
substratos diferentes da glicose, principalmente do lactato. Quando produzido pelo
músculo em grande quantidade, o lactato pode ser utili zado pelas próprias células
musculares e sintetizar glicogênio, havendo, em parte, a participação da enzima PEPCK,
mas principalmente a reversão da reação catalisada pela enzima piruvato quinase (AIRES,
2019).
O lactato liberado pelas células musculares, principalmente as de tipo II, pode também
ser utilizado tanto pelas células vizinhas do tipo I, dentro de um mesmo músculo de
natureza mista; além disso, ao ser liberado na corrente sanguínea, pode ser utilizado por
fibras musculares esqueléticas oxidativas e cardíacas, pela conversão do lactato em
piruvato (pela presença da desidrogenase láctica, LDH intramitocondrial) e,
posteriormente, em acetil-CoA, sendo oxidado pelo ciclo de Krebs para a produção de
energia. Esses processos metabólicos ocorrem principalmente em situações de exercício,
quando há formação de grande quantidade de lactato (AIRES, 2019).
Metabolismo de lipídios
O estudo do metabolismo lipídico em músculo deve ser analisado com cautela, uma vez
que os achados experimentais podem ser decorrentes dos processos metabólicos que
ocorrem no tecido adiposo que existe entre as fibras e não propriamente no interior das
células musculares (AIRES, 2019).
Metabolismo de proteínas
O músculo é o tecido que contém a maior quantidade de proteínas do organismo e é
certamente o tecido especializado na síntese e na degradação das proteínas. Embora nos
mamíferos não existam proteínas de reserva, estas biomoléculas estão em constante
renovação, tendo cada proteína uma meia-vida diferente, variando de minutos até dias
(AIRES, 2019).
A insulina estimula a captação dos aminoácidos pelas células musculares, assim como
estimulamos processos de síntese proteica (como transcrição de genes, formação dos
polissomas, velocidade de tradução dos aminoácidos e síntese dos fatores de iniciação e
elongação) (AIRES, 2019).
Os mecanismos pelos quais a insulina inibe os processos de degradação das proteínas
ainda são pouco conhecidos. Há evidências de que a ni sulina reduz a formação dos
lisossomas, assim como inibe a atividade da via dependente de cálcio e inibe também a
síntese dos componentes da via proteolítica UPS (tais como a síntese das subunidades α
e β das proteassomas 20S e 26S e da própria ubiquitina (AIRES, 2019).
Durante o jejum prolongado, por exemplo, a queda dos níveis dos hormônios tireoidianos
proporciona uma diminuição na síntese, mas, principalmente, uma redução na degradação
das proteínas, fazendo com que as proteínas musculares sejam preservadas e o indivíduo
possa sobreviver um maior período de tempo sem alimento (AIRES, 2019).
b) Regulação neural
A regulação das reações metabólicas depende tanto do ambiente químico dentro das
células, como os níveis de ATP e de oxigênio, quanto de sinais provenientes dos sistemas
nervoso e endócrino. Alguns aspetos do metabolismo dependem de quanto tempo se
passou desde a última refeição (TORTORA, 2019).
Durante o estado absortivo, os nutrientes ingeridos estão entrando na corrente sanguínea
e a glicose está prontamente disponível para a produção de ATP. Durante o estado
pós-absortivo, a absorção de nutrientes a partir do sistema digestório terminou e as
necessidades energéticas devem ser satisfeitas por combustíveis que já estão no corpo
(TORTORA, 2019).
Uma refeição típica requer cerca de quatro horas para que seja completamente absorvida;
com três refeições por dia, o estado absortivo ocorre por cerca de 12 h por dia.
Considerando que não há lanches entre as refeições, as outras 12 h – normalmente o final
da manhã, o final da tarde e a maior parte da noite – são passadas no estado pós-absortivo
(TORTORA, 2019).
Durante os jejuns rápido e prolongado, a maior parte das células do corpo utilizam os
corpos cetónicos para a produção de ATP (TORTORA, 2019).
Cerca de 4 horas após a última refeição, a absorção de nutrientes pelo intestino delgado
está praticamente completa e os níveis sanguíneos de glicose começam a diminuir porque
a glicose continua a deixar a corrente sanguínea e entrar nas células do corpo, ao mesmo
tempo que nenhuma glicose está sendo absorvida pelo sistema digestório. Desse modo, o
principal desafio metabólico durante o estado pós absortivos é a manutenção do nível
sanguíneo normal de glicose entre 70 e 110 mg/100 mℓ (3,9 a 6,1 mmol/litro)
(TORTORA, 2019).
Níveis sanguíneos baixos de glicose também ativam a parte simpática do SNA. Neurônios
sensíveis à glicose no hipotálamo detetam os níveis baixos de glicose e aumentam o tônus
simpático. Como resultado, as terminações nervosas simpáticas liberam o
neurotransmissor norepinefrina e a medula da glândula suprarrenal libera duas
catecolaminas – epinefrina e norepinefrina – na corrente sanguínea. Assim como o
glucagon, a epinefrina estimula a clivagem do glicogênio. Epinefrina e norepinefrina são
estimuladores potentes da lipólise. Essas ações das catecolaminas ajudam a aumentar os
níveis de glicose e de ácidos graxos no sangue (TORTORA, 2019).
Como resultado, os músculos utilizam mais ácidos graxos para a produção de ATP e
mais glicose fica disponível para o sistema nervoso.
Situações de estresse
De uma maneira geral, essas respostas de aumento da glicemia ou dos AGL do plasma
são mediadas pelo SNC (AIRES, 2019).
O mecanismo da excitação destes neurônios pela glicose parece ser bastante semelhante
ao das células 13 pancreáticas e envolve o fechamento de canais de K+ sensíveis ao ATP.
Quando ocorrem alterações dos níveis de glicose circulante, essas áreas contribuem para
a manutenção de níveis adequados de substratos energéticos no plasma, tanto modulando
a secreção de hormônios pancreáticos (insulina e glucagon) ou adrenais (catecolaminas e
glicocorticoides), quanto atuando diretamente, por via neural, nos tecidos periféricos,
como o hepático, o adiposo e o muscular (AIRES, 2019).
Jejum
A manutenção dos níveis glicêmicos nos mamíferos é de fundamental importância para
o SNC, que não utiliza ácidos graxos de cadeia longa. Quando o jejum se inicia, a
tendência à queda dos níveis glicêmicos estimula a glicogenólise hepática que representa
o mecanismo inicial para a correção da glicemia (AIRES, 2019).
Mínimo de energia necessária para que o organismo consiga realizar suas atividades
básicas em repouso. É responsável por cerca de 50% a 70% de todo o gasto energético
diário na maioria dos indivíduos sedentários (GUYTON, 2017).
Uma vez que o nível de atividade física é muito variável entre as diferentes pessoas, a
determinação do MB representa meio útil de comparação entre onmetabolismo de uma
pessoa e a de outra (GUYTON, 2017).
O indivíduo não deve ter ingerido alimentos por, pelo menos, 12 horas.
O MB é determinado após noite de sono tranquilo.
Nenhuma atividade enérgica é realizada por, pelo menos, 1 hora antes do teste.
Todos os fatores físicos e psíquicos, que provoquem excitação, devem ser
eliminados.
A temperatura do ar deve ser confortável, situando-se entre 20 e 26,5°C.
Nenhuma atividade física é permitida durante o teste (GUYTON, 2017).
Grande parte da redução do MB, com o avanço da idade, é provavelmente devido à perda
de massa muscular e à sua substituição por tecido adiposo, que apresenta uma intensidade
metabólica mais baixa. De igual modo, os MBs um pouco mais baixos entre as mulheres,
se comparadas às dos homens, são devidos, em parte, a seu menor percentual de massa
muscular e à maior percentagem de tecido adiposo em mulheres (GUYTON, 2017).
A febre, não importando sua causa, aumenta as reações químicas corporais em cerca de
120%, em média, para cada 10°C de elevação da temperatura (GUYTON, 2017).
Genética
O efeito de características herdadas no equilíbrio energético pode ser observado na
variedade de tipos de corpos normais. Algumas pessoas possuem um metabolismo muito
eficiente que converte a energia do alimento em energia armazenada no tecido adiposo
com pequena perda de calor, ao passo que outros podem comer grandes quantidades de
alimento e nunca ganham peso porque seu metabolismo é menos eficiente
(SILVERTHON, 2017).
Funções de taxa metabolismo basal
Para quem esta em busca de emagrecer ou pessoas que querem ganhar alguns
quilos.
Controlar suas alimentações e atividades físicas diárias.
Saber quantas calorias você precisa se manter vivo
E quantas calorias e necessário para emagrecer ou engordar (SILVERTHON,
2017).
Capitulo III: conclusão
1.conclusão
GUYTON, A.C. e Hall J. E. – Tratado de Fisiologia Medica. Editora Elsevier. 13a ed.,
2017.
AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 5a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.