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PLANEJAMENTO DIETÉTICO
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................4
Primeiro passo: identificação do estado nutricional pelo índice de massa corporal .................5
Estratégias dietéticas.............................................................................................................. 11
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INTRODUÇÃO
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ASPECTOS QUANTITATIVOS
É importante realizar o diagnóstico nutricional do indivíduo para quem o plano alimentar será
realizado. Para isso, é importante o cálculo e classificação do índice de massa corporal (IMC).
IMC = P/h²
NED = GMR x FA
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A taxa metabólica basal (ou gasto metabólico basal) é a quantidade de energia utilizada em 24
horas de repouso físico e mental em um ambiente termicamente neutro e representa a maior parte das
necessidades energéticas diárias. Entretanto, pela dificuldade em alcançar estas condições, é adotado
o GMR que considera a energia despendida nas atividades necessárias para manutenção das funções
fisiológicas básicas para manutenção da vida. As fórmulas para cálculo do GMR segunda as equações
da FAO/WHO/UNU (1985) estão contidas na tabela 2.
Tabela 2: Fórmulas para cálculo do gasto metabólico de repouso segundo sexo, idade e peso corporal
Observação
Para não superestimar o gasto metabólico de repouso em indivíduos com IMC acima da faixa
de eutrofia, é possível ajustar o peso utilizado na estimativa do GMR utilizando o IMC médio de
indivíduos eutróficos. Isto é, 20,8kg/m² para o sexo feminino e 22,0kg/m² para o sexo masculino.
Além das funções biológicas básicas, é importante considerar o uso de energia com atividade
física, tanto o gasto com a atividade laboral quanto com a prática de exercício. Para tal, multiplica-se
ao GMR, o fator de atividade contido na tabela 3.
Tabela 3: Fatores de atividade (FA) segundo sexo, idade e intensidade da atividade física
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Exemplo de cálculos
IMC = P/h²
NED = GMR x FA
NED = GMR x FA
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As necessidades de energia diária de um indivíduo podem ser alcançadas através de diferentes
quantidades de carboidratos, proteínas e lipídeos. Estes três macronutrientes são os responsáveis por
fornecer a energia contida nas refeições, sendo 4kcal por grama de carboidratos e proteínas e 9kcal
por grama de lipídeos. Existem muitas combinações de gramatura desses nutrientes que podem
compor o valor energético total de um cardápio, mas algumas faixas já foram estabelecidas por órgãos
de referência e estão apresentadas na tabela 4.
Observação
Observação
Exemplo de cálculos
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Uma possível distribuição para essa necessidade de energia é 65% de carboidratos (CHO),
15% de proteínas (PTN) e 20% de lipídeos (LIP). Dessa forma, tem-se que:
Observação
Considerando que carboidratos (CHO) e proteínas (PTN) contêm 4kcal/g e que lipídeos (LIP)
contêm 9kcal/g, temos que:
c) A quantidade de energia por refeição considerando que ela está acostumada a realizar 4 refeições
por dia (café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar):
Observação
Perceba que se foram somados os percentuais de cada refeição, o resultado será 100%. E
que, somados os valores energéticos, será obtido o valor da NED de 2016kcal.
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ASPECTOS QUALITATIVOS
Exemplos de refeições
1. Café da manhã
- Café com leite, bolo de milho e melão
- Leite, cuscuz, ovo de galinha e banana
- Café, pão integral com queijo e ameixa
- Café com leite, tapioca e banana
- Café com leite, pão de queijo e mamão
- Café com leite, bolo de mandioca, queijo e mamão
- Suco de laranja natural, pão francês com manteiga e mamão
- Café com leite, cuscuz e manga
2. Almoço
- Arroz, feijão, coxa de frango assada, beterraba e polenta com queijo
- Arroz, feijão, omelete e jiló refogado
- Feijoada, arroz, vinagrete de cebola e tomate, farofa, couve refogada e laranja
- Salada de tomate, arroz, feijão, bife grelhado e salada de frutas
- Alface, arroz, lentilha, pernil, batata, repolho e abacaxi
- Alface, tomate, feijão, farinha de mandioca, peixe e cocada
- Arroz, feijão, angu, abóbora, quiabo e mamão
- Alface e tomate, arroz, feijão, berinjela e suco cupuaçu
3. Jantar
- Arroz, feijão, fígado bovino e abobrinha refogada
- Salada de folhas, arroz, feijão, ovo e maçã
- Sopa de legumes, farinha de mandioca e açaí
- Salada de folhas, macarrão e galeto
- Arroz, feijão, coxa de frango, repolho, moranga e laranja
- Alface, tomate, arroz, feijão, omelete, mandioca de forno
- Arroz, feijão, peito de frango, abóbora com quiabo e compota de jenipapo
- Arroz, feijão, carne moída com legumes
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4. Pequenas refeições
- Iogurte com frutas
- Castanhas
- Leite batido com frutas
- Salada de frutas
Diferentes combinações de alimentos e preparações culinárias podem ser utilizadas para atingir
as necessidades de nutrientes e energia de um indivíduo, de modo que o Guia Alimentar para a
População Brasileira resume seus princípios em uma regra de ouro: dar preferência sempre para
alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias a alimentos
ultraprocessados. Não apenas a qualidade de alimentos, mas também pensar sobre a
biodisponibilidade de nutrientes e as possíveis interações entre eles, bem como as proporções
utilizadas é fundamental para garantir a qualidade nutricional de um plano alimentar.
Estratégias dietéticas
Existem diversas estratégias que podem ser utilizadas para estimular o consumo de
determinados alimentos. Abaixo serão pontuadas algumas dessas estratégias que potencializam a
aderência aos cardápios e a ingestão de nutrientes.
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consumo de refeições em ambientes calmos e sem distrações, bem como estimular a companhia de
familiares a amigos para que o momento da refeição seja uma experiência ainda mais agradável.
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PLANILHA DE CÁLCULOS
A planilha para auxiliar nos cálculos e elaboração do planejamento dietético pode ser acessada
pelo link abaixo:
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1zBk9ACsKSDnV14EIZa6KuAwZftzbNOF3/edit?usp=sharing
&ouid=108295001198351456648&rtpof=true&sd=true
É recomendável fazer o download de uma cópia para editar o planejamento sem alterar o
arquivo original.
ATENÇÃO: A planilha é muito bem-vinda para facilitar a vida de vocês, porém é muito importante que
todos saibam como os resultados foram obtidos, quais os caminhos matemáticos que foram usados.
Quanto mais se conhece o mecanismo, mais se compreende os resultados.
CASO DE ESTUDO
Paciente do sexo feminino, sedentária, 58 anos de idade, 1,62m de estatura e 85 kg. Foi
recentemente encaminhada ao Ambulatório de Nutrição de um Hospital Universitário. Durante a
consulta, foi possível obter informações diversas sobre a composição das refeições realizadas,
horários, preferências, aversões, habilidades culinárias e outras informações sobre hábitos e rotina
alimentar. A partir da aplicação de questionários de consumo alimentar, foi constatada uma ingestão
energética de aproximadamente 2.800 kcal/dia, distribuídas em 4 refeições diárias. Além disso, a
paciente relatou baixa ingestão de frutas e hortaliças e elevado consumo de alimentos
ultraprocessados. Sugira um rascunho de plano alimentar para essa paciente, seguindo os passos
descritos na apostila.
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