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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
MÓDULO MATERNO INFANTIL

DETERMINAÇÃO DAS
NECESSIDADES NUTRICIONAIS DE
GESTANTES

Professoras:
Carolina Oliveira
Diva Vieira
Vivianne Sousa
OBJETIVO DA AULA

Conhecer as recomendações nutricionais na gestação


Determinação das
Necessidades Nutricionais na Gestação

Energia, Macronutrientes, micronutrientes, Fibras e Água.


NECESSIDADES NUTRICIONAIS

Fatores que determinam o custo energético da gestação (adicional energético


relativo à gestação), são: quantidade de energia necessária para o ganho de
peso gestacional (associado ao acréscimo de proteína e gordura nos
tecidos maternos, fetais e placentários).

Visando obter Valor Energético Total (VET) para alcançar o ganho


ponderal gestacional recomendado deve-se proceder, inicialmente, à
avaliação nutricional antropométrica cuidadosa, levando em
consideração o peso pré-gestacional, a estatura materna e o peso atual.
NECESSIDADES NUTRICIONAIS

O custo energético gestacional adotado pelo comitê da


FAO/WHO/UNU é de aproximadamente, 77.000 kcal,
associado a adequado ganho de peso gestacional total,
variando entre 10 e 14Kg, com média de 12 Kg, para
mulheres saudáveis e bem nutridas, com maior chance de
recém-nascido com peso de 3,0 Kg e menores índices de
complicações materno-fetais.
NECESSIDADES ENERGÉTICAS

1º passo: Avaliar o EN

 Passos básicos para


2º passo: Calcular o Gasto
determinação das energético (GE)
necessidades energéticas

3º passo: Calcular o GET


(GET= GEB + Adicional
energético)
1º Passo

• Avaliar o estado nutricional pré-gestacional ou inicial →


cálculo do IMC

• Determinar o ganho de peso gestacional recomendado


até a 40ª SG
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE GESTANTES:
PONTO DE PARTIDA PARA RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

Antropometria

Consumo Parâmetros
Anamnese bioquímicos
Alimentar
nutricional da
gestante

Inquéritos
Sinais e
socioeconômicos
sintomas clínicos
e culturais
AVALIAÇÃO ANTROPOMETRICA DE GESTANTES

Informações importantes:
 Idade gestacional (D.U.M.)
 Peso pré-gestacional (PPG)
 Peso atual
 Estatura
2º Passo 3º Passo

 Calcular o gasto energético  Calcular o GET da gestante,


(GE) a partir da estimativa da somando-se o GE com o
TMB, segundo idade materna adicional requerido para o
e nível de atividade física. ganho de peso gestacional.

Pode ser utilizado para o cálculo do GE:

Método 1: FAO/OMS (1985)


ou
Método 2: DRI/IOM (2023)
ou
Método 3: Cálculo individualizado
Método 1
(2º passo)
Gasto energético total (GET) =
gasto energético (GE) + adicional energético da gestação

GE = TMB x NAF
GE: Gasto energético; TMB: Taxa Metabólica Basal e NAF: Nível de atividade física

Cálculo da Taxa de metabolismo basal (TMB), segundo idade materna. (FAO/OMS, 1985)

Idade TMB (kcal/dia)


10 a 18 anos (12,2 x P) + 746
18 a 30 anos (14,7 x P) + 496
30 a 60 anos (8,7 x P) + 829
P (Kg) = Peso pré-gestacional (Kg)

Adaptado de OMS et al., 1985, In: Vitolo, 2014


Nível de atividade física para adultas
NAF
Categoria Perfil
(Média)
Indivíduos que não caminham longas distâncias, geralmente usam
Estilo de vida
1,40-169 veiculo para transporte, não praticam exercícios ou esportes
sedentário ou
(1,53) regularmente e gastam maior parte do tempo de lazer sentados ou
leve
parados, com pouco deslocamento.

Indivíduos com ocupação que envolve mais gasto energético que


Estilo de vida os descritos para estilos sedentários. Pessoas com atividade
ativo ou 1,70-1,99 ocupacional sedentária e que praticam regularmente atividades
moderadamente (1,76) físicas moderadas e vigorosas, durante parte da rotina diária. Por
ativo exemplo indivíduos que praticam diariamente 1h de exercício
moderado, tais como corrida, ciclismo ou atividade aeróbica.

Indivíduos que realizam trabalhos intensos ou atividades de lazer


Estilo de vida intensas por várias horas. Mulheres com ocupação não-
vigoroso ou 2,00-2,40 sedentárias que dançam ou nada uma média de 2h por dia, ou
moderadamente (2,25) trabalhadores rurais que usam equipamentos manuais por várias
vigoroso horas ao dia e caminham longas distâncias as vezes carregando
peso.

FAO/OMS (2004)
Atenção!!

IMC pré-gestacional normal

• Usar o PPG
• Usar o peso aceitável ou calculado a partir da mediana de IMC
(22 kg/m²)

Baixo peso pré-gestacional

• Usar peso aceitável ou desejável, na tentativa de normalização


do estado nutricional materno

Sobrepeso/obesidade pré-gestacional

• Usar o PPG evitando-se que a gestante perca peso no período


gestacional
Observações: P corresponde ao peso em Kg.

• Peso aceitável: Obtido através dos valores de IMC aceitáveis (18,5


a 24,9 kg/m²);
Exemplo: Gestante com 1,60 m2
IMC aceitável = 20 Kg/m²

Peso aceitavel = 20 x 1,602


Peso aceitável = 51,2 Kg

• Peso pela mediana de IMC: adota-se a mediana de 22 kg/m²,


sugerido para a população feminina em geral.
Peso ideal = 22 x 2,56 = 56,3 Kg
Método 1
Adicional energético
(3º passo)
GET = GE + adicional energético

Comitê Adicional energético/dia Obs.


FAO/OMS + 285 Kcal (gestantes ativas) A partir do 1ᵒ T
(1985) + 200 Kcal (gestantes sedentárias)
NRC (1989) + 300 Kcal A partir do 2ᵒ T

Adaptado de FAO (2004)


Trimestre Adultas Adolescentes
1º T (IG<14 semanas) 85 kcal 85 kcal
2º T (IG >14 a < 28 semanas) 285 kcal 360 kcal
3º T (IG > 28 semanas) 475 kcal 475 kcal
IG: Idade gestacional
Método 2
(2º passo)
DRI/IOM (2023) (EER ou TEE)

Primeiro trimestre = EER ou TEE (não - gestantes) + 0

Foi assumido que a energia de depósito/mobilização é insignificante


EER gestante no 2º e 3º T = EER (kcal/d) = TEE (kcal/d) + adicional de
energia para depósito/mobilização de acordo com estado nutricional pré-
gestacional

Depósito energia por IMC pré-gestacional:


• Baixo peso: + 300kcal/dia
• Eutrofia: + 200 kcal/ dia
• Sobrepeso: + 150kcal/dia
• Obesa: + 50 kcal/dia
Método 2
(2º passo)
DRI/IOM (2023)

Primeiro trimestre = EER ou TEE (nã0 - gestantes) + 0

Foi assumido que a energia de depósito/mobilização é insignificante


Método 2
(2º passo)
DRI/IOM (2023)

EER gestante no 2º e 3º T
DETERMINAÇÃO DAS
NECESSIDADES ENERGETICA
MÉTODO 2 - Segundo as DRI’s (EER ou TEE)
9 a 13 anos
Inactive EER = 55.59 – (22.25 × age) + (8.43 × height) + (17.07 × weight) + 30
Low active EER = –297.54 – (22.25 × age) + (12.77 × height) + (14.73 × weight) + 30
Active EER = –189.55 – (22.25 × age) + (11.74 × height) + (18.34 × weight) + 30
Very active EER = –709.59 – (22.25 × age) + (18.22 × height) + (14.25 × weight) + 30

14 a 18 anos

Inactive EER = 55.59 – (22.25 × age) + (8.43 × height) + (17.07 × weight) + 20


Low active EER = –297.54 – (22.25 × age) + (12.77 × height) + (14.73 × weight) + 20
Active EER = –189.55 – (22.25 × age) + (11.74 × height) + (18.34 × weight) + 20
Very active EER = –709.59 – (22.25 × age) + (18.22 × height) + (14.25 × weight) + 20

IOM, 2005
Método 3 Ganho de peso individualizado

• Embora não seja prático, é o mais preciso e atende as necessidades


individuais da gestante

Para um ganho ponderal gestacional de 12Kg são necessárias 77.000 Kcal, logo
1Kg → 6.417Kcal

Obtido o total de energia para o ganho de peso desejado → dividir pelo número
de dias que faltam até o termo (40ª semana) → Adicionar ao GE, obtendo o GET
para o período gestacional.

Accioly et al. (2009)


Caso ilustrativo

Gestante de 26 anos, empregada doméstica, idade gestacional


15 semanas, peso pré-gestacional de 57Kg, peso atual 59,1Kg e
altura 1,65m.

1º PASSO

Avaliação do estado nutricional pré-gestacional:

IMC = 57/(1,65)²= 20,94 kg/m² – Adequado


Quadro 1: Ganho de peso (Kg) recomendado
durante a gestação segundo o EN inicial Usar quando o GP
total for atingido
antes das 40ªSG

Estado Nutricional Ganho ponderal Ganho ponderal Ganho ponderal Ganho de peso
pré-gravídico – 1ºT 2ºT total (kg) (kg)
IMCPG (13ª semana) (14ª - 27ª semana) (até 40 ª semana) (mínimo semanal)
(MS, 2022)

Baixo peso 0,24 – 1,2 5,6 – 7,2 9,7 – 12,2 0,242

Eutrofia - 1,8 – 0,7 3,1 – 6,3 8 – 12 0,200

Sobrepeso - 0,16 – (-0,05) 2,3 – 3,7 7–9 0,175

Obesidade - 0,16 – (-0,05) 1,1 – 2,7 5 – 7,2 0,125

Kac et al, Am J Clin Nutr, 2021;


https://dataverse.nutricao.ufrj.br/dataverse/OEN
Avaliação do ganho de peso gestacional
Ganho de peso até a 15ª semana: 2,1 kg

Ganho estimado até o final do 2ºT gestacional:


6,3 – 2,1 = 4,2 kg

Vamos adotar o valor máximo aqui
4,2 kg/12 semanas que faltam para 2ºT = 0,35 kg/semana
Ganho de peso total = 2,1Kg (adquirido até a data da
consulta com 15ª SG + 4,2 Kg (ganho adicional estimado
até o 2ºT) → 6,3 Kg

(ganho total estimado, nesse exemplo considerado


adequado, pois esta dentro da faixa de 3,1 a 6,3kg
correspondente a gestantes com IMC pré-gestacional
normal)
2º PASSO

Cálculo do GET, iniciando pelo cálculo da GE, a partir da estimativa da


TMB, segundo a idade materna.

GET= GE + adicional energético


GE = TBM x NAF

TMB (18 a 30 anos) = 14,7 P (kg) + 496


TMB = 14,7 x 57 + 496 = 1333,9 kcal
(adotou-se o PPG, pois o IMC pré-gestacional é normal).

GE = 1333,9 kcal x 1,76 (estilo de vida moderado) = 2347,66kcal


3º PASSO: Cálculo do adicional energético

GET = 2347,66 Kcal + adicional energético para 2ºT

FAO/OMS: 2347,66 + 285 kcal/dia = 2632,66 Kcal/dia

NRC: 2347,66 + 300 kcal/dia = 2647,66 Kcal/dia

Cálculo do adicional energético individualizado.


3º PASSO:
Cálculo do adicional energético individualizado

Estimar o total de energia adicional remanescente:

Considerando que para cada 1Kg são necessárias 6.417 Kcal, logo
para os 4,2 kg que faltam são necessárias:

1kg ------ 6.417 kcal


4,2 kg --- x
x= 6.417 x 4,2 = 26.951 kcal

Accioly et al., 2008


3º PASSO:
Cálculo do adicional energético individualizado

Dividir o adicional energético estimado pelo número de dias que


faltam até completar 27 semanas de gestação (12 semanas ou
84 dias), para obter o adicional energético diário.

26.951 kcal/84 dias = 320,84 kcal/dia

Adicional energético
individualizado
Necessidade energética individualizada

GET = 2347,66 kcal + 320,84 kcal = 2668,5 kcal

Ou seja:
São necessárias 2668,5 kcal/dia para que a gestante obtenha
um ganho de peso semanal de 0,350 kg e um ganho adicional
de 4,2kg até a 27ª SG e um ganho cumulativo no 2ºT de 6,3 kg.
Outros métodos

• Recomendação da RDA 1989 (NRC, 1989):


VET = 36 kcal/Kg/dia (peso ideal para o período gestacional)

• Adolescentes = 40 a 50 Kcal/Kg/dia de peso ideal


• Obesas (evitar dieta hipocalórica = 25-30 kcal/kg)
• Obesas + 1 fator de risco (ex.: hipertensão) = 30 Kcal/KgPideal/dia
• Para diabéticas (VITOLO et al., 2015) =
30-35 kcal/kg de peso ideal/dia
24 kcal/kg de peso ideal (DM + sobrepeso ou obesidade)

• Para diabéticas (ACCIOLY et al. 2009) = 25 kcal/kg de peso atual (DM +


obesidade)
Necessidades de nutrientes
Distribuição dos Macronutrientes

Normalmente alcança
as necessidades
Açúcar de (adicional)
adição: 10%
Fibras: CHO: PTN:
25g/dia
55 – 75% 10 – 15%

LIP:
15 – 30% Evitar AG
saturados, trans e
colesterol
Água: 3L/dia
Accioly et al., 2009
Proteínas

 Síntese de proteínas teciduais;


 Outras funções metabólicas específicas:
 Enzimas

 Hormônios

 Secreções corpóreas

 Transporte de lipídeos

 Homeostase corporal
Proteínas

 “Ingestão mínima necessária para prevenir a perda de proteína corporal”


 A gestante: formação de novos tecidos (feto, placenta)

Aumento das necessidades de proteínas!

OBS: Para cálculo da proteína, utilizar o PPG ou o peso aceitável (para


gestantes de baixo peso)
Proteínas

1º • + 1g de
trim. proteína

0,8 a 1g/KgPeso
2º • + 9g de
+
trim. proteína
adicional

3º • + 31g de
trim. proteína

IOM/DRI 2002/2005: RDA = 1,1g/kg + adicional 25g ou 71g/dia


(FAO, 2007. In: Accioly, 2009)
Proteínas

NRC • + 10g proteína/dia,


1989 total de 60g/dia

0,75 – 1,0
(0,91) g/KgPeso
+
adicional
FAO/OMS
• +6g de proteína/dia
1985
Proteínas

VITOLO: suprimento (60g/dia, 50% AVB): observar período gestacional


⚪ 1 o trimestre: 0,6 g/dia

⚪ 2 o trimestre: 3,3 g/dia

⚪ 3 o trimestre: 6,1 g/dia

Adolescentes (ADA, 1989):


• < 15 anos: 1,7g/kg; As recomendações incluem o valor de
referência diário e não apenas o adicional
• > 15 anos: 1,5g/kg
Cálcio

 Necessária para formação óssea do feto (mais intensa no 3ºT)

 Recomendação (DRI/IOM, 2011):


 1000mg para gestantes de 19 – 50 anos
 1300mg para gestantes adolescentes (14 - 18 anos)

Igual à recomendação para mulheres


não gestantes
Cálcio

 Alterações hormonal:
 Aumenta taxa de utilização pelos ossos (reduz reabsorção óssea)

 Aumenta taxa de absorção no intestino

Aumento do aproveitamento de Ca na gestação


Cálcio

 Exemplo no cardápio:

 2 copos de leites → 597mg


967,66 mg de Ca

 1 fatia de queijo → 241,4mg

Em populações com baixa ingestão diária de cálcio,


são recomendados suplementos diários (1,5 – 2,0g
de Ca elementar oral) para reduzir o risco de pré-
eclâmpsia (OMS, 2016)
Ácido fólico e B12
 Precursor de cofatores enzimáticos envolvidos na transferência de
unidade de carbono

 Deficiência prejudica divisão celular e síntese proteica, e está


associada com efeitos indesejados na gestação:
 Aborto, prematuridade, descolamento da placenta, hipertensão
específica da gravidez.
 Defeitos do tubo neural
Ácido fólico e B12

Ácido Fólico
 Mulheres em idade fértil : 400µg/dia

 Gestação: 600µg/dia

 Suplementação de ácido fólico (0,4 mg/dia e para aquelas com


risco de defeitos do tubo neural 5mg/dia) – segundo MS

Vitamina B12
 Gestação: 2,4µg/dia

Vitolo et al (2014)
Ferro

 Aumento da massa eritrocitária para suprir o feto (maior no 3º trimestre)

 Depósito de Fe no feto durante o 3º trimestre: 340mg

 Prematuros: deficiência de Fe (estoques são formados no último


trimestre)
Ferro
 Recomendações (DRI, 2002/2005) → Gestante: 27mg/dia durante 2º e 3º T

 Dieta comum: 6-7mg para cada 1000Kcal


→ 5000Kcal para atingir?!

Suplementação de Ferro

OMS (2021) Ministério da Saúde (2022)


• Suplementar 30 a 60 mg de Fe
elementar
Vitamina A

 Deficiência durante gestação:


 Anormalidades congênitas
 RN mais susceptíveis ao estresse oxidativo do parto (danos ao
trato respiratório)

 Recomendação (DRI, 2002/2005):


 Gestantes (18 – 50 anos): 770 µg/dia
 Gestantes adolescentes: 750µg/dia

Fácil de atingir com


alimentos fontes!

VITOLO (2014)
Recomendações nutricionais para
gestantes em situações especiais
Gestantes gemelares

 Adicional energético:
 + 150 Kcal, além das 300 Kcal já prescritas para gestações não
gemelares

 Adicional de proteínas:
 + 20g de proteínas/dia

 Uso de suplementos após 12 semana gestacional:

15mg de Zinco 300µg de ácido fólico


2mg de Cobre 50mg de Vitamina C
250mg de Cálcio 5µg de vit. D
2mg de vit. B6 30mg de ferro

VITOLO (2014)
Diabetes gestacional

 Objetivo: atingir metas glicêmicas


 CHO
 40-55% do VET - mínimo 175g
 Fibras: mínimo de 28 g/dia
 Sacarose: <5% do VET
 PTN
 15 a 20% do VET - Ingestão mínima de 71 g/dia. Pode-se estimar a ingestão
recomendada considerando 1,1 g/kg/dia
 LIP
 30 a 40% do VET
 <6% de gordura saturada do VET
 <300 mg de colesterol/dia

 AG trans: devem ser evitados


 ômega 3: mínimo de 2 porções de peixes/semana, com exceção das
preparações fritas OPAS (2019)
Diabetes gestacional

 Os edulcorantes podem ser usados como alternativa para a substituição da


sacarose (açúcar) → uso deve ser forma moderada
 Não ultrapassar as quantidades máximas de 6 saches ou 15 gotas/dia

OPAS (2019)
Diabetes gestacional

 Preferencia por alimentos de baixo índice glicêmico, alimentos


integrais e ricos em fibras.

 A ceia é uma refeição importante para prevenção de episódios de


hipoglicemia naqueles que fazem uso de insulina a noite, devendo
conter 25g de CHO, além de proteínas e lipídeos.

 Gestantes em uso de insulina devem manter os horários fixos das


refeições, minimizando-se assim variações glicêmicas

OPAS (2019)
Hipertrigliceridemia gestacional

 Concentração plasmática de TG é muito sensível a variações do peso


corporal e a alterações na composição da dieta, particularmente quanto à
qualidade e à quantidade de CHO e LIP

 Hipertrigliceridemia primária grave


 redução da gordura na dieta → máximo de 10% VCT (até melhora do
quadro)
 Hipertrigliceridemia primária moderada
 Recomendam-se ~25 a 35% das calorias na forma de gorduras e
controle da ingestão de açúcares.
 Hipertrigliceridemia de causa secundária (observada na obesidade e no
diabetes)
 Manter controle de gorduras (30 a 35% das calorias) e a adequação
no consumo de CHO, com ênfase na restrição de açúcares
FADUDI et al. (2017)
Síndromes Hipertensivas gestacional

 Energia → Práticas de restrição calórica a fim de controlar o ganho de


peso não é recomendado.

Hipertensão gestacional
Estágio 1
 PTN: 2g/kg/dia
 Sódio: Normosódica (até 6g/dia), evitando alimentos ricos em sódios
 Cálcio: Ingestão de 2000 mg/d

Estágio 2 (internação hospitalar)


 PTN: 2g/kg/dia
 Sódio: Normosódica (até 6g/dia), evitando alimentos ricos em sódios.
Dependo do caso dietas com restrição de sódio (máximo de 2 a 3 g/dia)
 Cálcio: Ingestão de 2000 mg/d
ACCIOLY et al. (2009)
Síndromes Hipertensivas gestacional

Eclampsia – Dependo do nível de consciência (dieta enteral)


 PTN: 2g/kg/dia
 Sódio: Normosódica. Dependo do caso dietas com restrição de sódio
(máximo de 2 a 3 g/dia)
 Cálcio: 2000 mg/d

Prevenção da eclampsia
→ Não se recomenda suplementação de cálcio (> 1g/dia) para gestantes
com ingestão normal desse íon.

ACCIOLY et al. (2009); MALACHIAS et al. (2016)


ORIENTAÇÃO PARA GESTANTES

 Recomendação 1: consumo diário de feijão


 Recomendação 2: evite bebidas açucaradas
 Recomendação 3: evite produtos
ultraprocessados
 Recomendação 4: consumo diário de
legumes e verduras
 Recomendação 5: consumo diário de frutas
 Recomendação 6: ambiente alimentar
apropriado
Referências

 Institute of Medicine (IOM) Dietary reference intakes. Applications in dietary assessment. National
Academy Press, 285p., 2000.

 VITOLO, Márcia Regina. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Ed Rubio,


2014.

 ACCIOLY, Elizabeth; SAUNDERS, Claúdia; LACERDA, Elisa Maria De Aquino. Nutrição em


obstetrícia e pediatria. 2. ed. reimp. rev. e atual. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2009

 ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Ministério da Saúde. Federação Brasileira das


Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Sociedade Brasileira de Diabetes.Tratamento do
diabetes mellitus gestacional no Brasil. Brasília, DF: OPAS, 2019.

 Faludi AA, Izar MCO, Saraiva JFK, Chacra APM, Bianco HT, Afiune Neto A et al. Atualização da
Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arq Bras Cardiol 2017;
109(2Supl.1):1-76

 Malachias MVB, Souza WKSB, Plavnik FL, Rodrigues CIS, Brandão AA, Neves MFT, et al. 7ª
Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83

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