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APRESENTAÇÃO
Você sabia que o consumo de refeições fora de casa é uma tendência mundial, seja no âmbito
comercial ou no da alimentação coletiva? Percebe-se que cada vez mais as pessoas se ausentam
de seus lares praticamente o dia todo e, com bastante frequência, pelo menos uma refeição é
realizada no local de trabalho. Justamente por isso, as empresas devem aproveitar e transformar
os ambientes de trabalho em locais de educação alimentar e nutricional, visando ao estímulo de
práticas alimentares saudáveis, que podem ser transmitidas através de cardápios nutricionais.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o planejamento dietético para coletividade
sadia, que tratará das necessidades de energia e nutrientes, bem como das adaptações
alimentares específicas para esse público-alvo.
Bons estudos.
DESAFIO
INFOGRÁFICO
Boa leitura!
NUTRIÇÃO
DIETÉTICA
AVANÇADA
Sandra Maria
Pazzini Muttoni
Planejamento do cardápio
qualitativo, quantitativo
e adequação para
coletividade sadia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir as necessidades de energia e nutrientes específicos para
coletividades.
Identificar os critérios para a adaptação de cardápios para coleti-
vidade sadia.
Reproduzir as etapas do planejamento e cálculo de cardápios
para coletividade sadia.
Introdução
O consumo de refeições fora de casa é uma tendência mundial, quer
seja no âmbito comercial ou na alimentação coletiva. Percebe-se que
cada vez mais as pessoas ficam ausentes de seus lares praticamente
o dia todo e, com bastante frequência, é no local de trabalho que
pelo menos uma refeição é realizada. Justamente por este fato, as
empresas devem aproveitar e transformar os ambientes de trabalho
em locais de educação alimentar e nutricional, visando o estímulo a
práticas nutricionais saudáveis, que podem ser transmitidas através
de cardápios nutricionalmente adequados, oportunizando boas es-
colhas alimentares. Neste capítulo, você vai estudar o planejamen-
to dietético para coletividade sadia, que tratará das necessidades de
energia e nutrientes, bem como as adaptações alimentares específi-
cas para este público-alvo.
150 Nutrição e dietética avançada
Oferta de energia
Independente do tipo de coletividade a ser atendida, você deverá definir o
VET das refeições contemplando a média das necessidades dos comensais.
Para tanto, você tem que conhecer as características do público-alvo, como
idade, gênero e atividade desenvolvida. Em geral, quando trabalhar com
adultos, considere o VET “padrão” em 2.000 kcal/dia, devendo ser adaptado
conforme as peculiaridades, principalmente àquelas relacionadas à atividade
de trabalho. Ao atender crianças e adolescentes, o ideal é que o VET con-
temple o estágio de vida mais predominante, pois, desta forma, a maioria dos
comensais tem suas necessidades atingidas. Relativo às UANs de estabeleci-
mentos cadastrados no PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), há
valores calóricos das refeições que devem ser obedecidos. São eles:
Nutriente Recomendação
simples adicional
Estágio de vida
Lipídeos totais
Proteína total
Carboidratos
AGS, Trans e
colesterol
(em anos)
Ômega 6
Ômega 3
(% VET)
(% VET)
(% VET)
(% VET)
(% VET)
(% VET)
1a3 45 a 65 5 a 20 30 a 40 < 25 5 a 10 0,6 a 1,2 O mínimo
possível
Carboidrato (%) 60 60
Proteína (%) 15 15
Gorduras (%) 25 25
Especialmente em relação ao sódio (sal de adição), você deve controlar sua oferta nas
refeições para coletividades sadias, uma vez que sua ingestão tem se apresentado de
maneira exagerada pela maioria das pessoas, implicando em maiores riscos à condição
de saúde. Algumas entidades apresentam suas recomendações relativas ao consumo
de sal de cozinha, sendo que todas incentivam a redução no uso. A Sociedade Brasileira
de Alimentação e Nutrição (SBAN) recomenda que consumo seja inferior a 6 gramas/
dia, já Organização Mundial da Saúde (WHO/FAO) recomenda que o consumo seja in-
ferior a 5 gramas/dia e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBD), por sua vez, estipula
a recomendação de consumo inferior a 6 gramas/dia. Lembre-se, em cada grama de
sal (NaCl – cloreto de sódio), encontramos 400 miligramas de sódio, aproximadamente.
154 Nutrição e dietética avançada
Definição dos per capitas: a partir da definição dos per capitas alimen-
tares (quantidade de cada alimento, em gramas ou mililitros). Essas quanti-
dades não são “engessadas” e devem variar, conforme o VET a ser atingido
e as quantidades de nutrientes recomendados. Existem valores considerados
“básicos”, que podem servir de parâmetro você iniciar os cálculos (os valores
referem-se ao alimento cru):
Arroz: 40 a 60gramas
Feijão: 30 a 40 gramas
Carnes: 120 a 200 gramas
Guarnições de alto rendimento: 30 a 40 gramas
Guarnições de baixo rendimento: 100 a 150 gramas
Saladas folhosas: 15 a 20 gramas
Outras saladas (tomate, pepino, cenoura, beterraba, etc): 50 a 100 gramas
Erva aromática/
Especiaria Uso na culinária
(Continua)
Planejamento do cardápio qualitativo, quantitativo e adequação para coletividade sadia 159
(Continuação)
Erva aromática/
Especiaria Uso na culinária
PHILIPPI, S. T. Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da nutrição. São Paulo: Manole,
2008.
SILVA, S. M. C. S.; MARTINEZ, S. Cardápio: guia prático para a elaboração. 3. ed. São Paulo:
Roca, 2014.
WARDLAW, G. M.; SMITH, A. M. Nutrição contemporânea. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
Leituras recomendadas
AVALIAÇÃO QUALITATIVA das preparações do cardápio de centros de educação infantil. Dis-
ponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v24n2/a05v24n2.pdf>. Acesso em: 26 set. 2016.
EXERCÍCIOS
600 kcal.
A)
800 kcal.
B)
1.200 kca.l
C)
1.600 kcal.
D)
2.000 kcal.
E)
Variabilidade de alimentos.
A)
Definição de per capitas.
B)
Atratividade das preparações.
C)
Respeito aos hábitos alimentares regionais.
D)
Oferta de fibras.
E)
NA PRÁTICA
Você sabia que um dos objetivos da produção de refeições para coletividades sadias é estimular
a adoção de práticas alimentares saudáveis? Uma das orientações do Ministério da Saúde,
adotada pelo PAT, é que as refeições para coletividades devem ter controle na quantidade de sal
e, da mesma forma, não se deve estimular o consumo de sal de adição.
Neste Na Prática, Você vai compreender que o uso de ervas aromáticas e especiarias na
produção de refeições torna-se uma ferramenta muito útil e acessível, pois elas realçam as
características organolépticas (sabor, aroma, cor, aparência) dos alimentos fazendo com que
ocorra redução no consumo de sal.
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor: