Você está na página 1de 47

Fórmulas

Nutrição e Dietética
Sumário
1. ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC)................................................................................. 3

2. METROPOLITAN LIFE................................................................................................................ 7

3. FÓRMULA DE LORENTZ........................................................................................................... 9

4. NECESSIDADES E RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS ........................................................ 10

5. DETERMINAÇÃO DO GET........................................................................................................ 14

6. EQUAÇÕES DE PREDIÇÃo....................................................................................................... 18

7. DISTRIBUIÇÃO CALÓRICA E PERCENTUAL DOS MACRONUTRIENTES:.................... 35

8. DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL POR REFEIÇÃO................................................................... 38

9. CÁLCULOS DE NECESSIDADE PROTEICA........................................................................... 38

10. RECOMENDAÇÕES DE CONSUMO DE NUTRIENTES PARA


PREVENÇÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS....................................... 40

11. NPU e NDPCAL........................................................................................................................ 41


Serviço Social

PESO
Peso Teórico: definido como aquele peso adequado a um indivíduo em função de
critérios como altura, sexo, idade e biotipo.
Peso Atual: o indivíduo deverá posicionar-se em pé, no centro da balança, descalço
com roupas leves. Peso que o indivíduo apresenta no momento.
Peso Usual: é utilizado como referência na avaliação das mudanças recentes de peso e
em casos de impossibilidade de se medir o peso atual. É o peso habitual do indivíduo.
ƒƒ O peso corporal representa a soma da massa de tecidos (gordura, proteínas e os-
sos) e de água.
ƒƒ O peso também pode ser estimado a partir de dados da circunferência da pantur-
rilha, altura do joelho, circunferência do braço e outros.
ƒƒ A avaliação do peso corporal pode ser feita com base no IMC.

CÁLCULO DO PESO IDEAL OU PESO ESPERADO

1. ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC)

1.1 Adultos
IMC = Peso (kg)
Altura (m)2

Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS), 2000 1.

3
Manual de Estágio

Tabela 1: Classificação do IMC para Adultos de ambos os sexos.


CLASSIFICAÇÃO DO IMC

< 18,5 = Abaixo do peso (desnutrição)


18,5 - 24,99 = Normal (eutrófico)
25,0 – 29,99 = pré-obeso
30,0 – 34,99 = obesidade I
35,0 – 39,99 = obesidade II
≥40,0 = obesidade III
Fonte: OMS, 2000 1.

EXEMPLO:
Um indivíduo de 30 anos apresenta altura de 1,68 m e peso 68 kg. Calcule e classifique
o IMC.
IMC = Peso (kg) Logo: 68 kg = 68 kg = 24,09 kg/m2
Altura ² (m) (1,68 x 1,68) 2,8224
Classificação = Eutrófico

1.2 Idosos (>60 anos)


Tabela 2: Classificação do Estado Nutricional Segundo IMC para idosos de ambos os
sexos, segundo Lipschitz (1994).

4
Serviço Social

Classificação IMC (Kg/m2)

Desnutrição < 22

Eutrofia 22 – 27
Obesidade > 27

Fonte: Lipschitz (1994) 2.

Tabela 3: Classificação do Estado Nutricional Segundo IMC para idosos de ambos os


sexos segundo Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) (2002).
Classificação IMC (Kg/m2)
Baixo peso < 23
Eutrofia 23 – 27,9
Sobrepeso 28 – 29,9
Obesidade ≥ 30

Fonte: OPAS (2002)3.

1.3 Peso Teórico Adultos

Peso Ideal= IMC Ideal (Kg/m2) x estatura (m2)

Fonte: OMS, 2000 1.

Cálculo do IMC e dos pesos teóricos, baseado no IMC proposto pela WHO, 2000.

5
Manual de Estágio

1.3.1 Peso Mínimo, Médio e Máximo para Adultos

1. Peso Mínimo = IMC = 18,5 kg/m2


2. Peso Médio = IMC = 21,7 kg/m² ou
3. Peso Máximo = IMC = 24,9 kg/m2

ƒƒ Com o IMC é possível calcular a faixa de variação de peso considerada normal para
um indivíduo.
ƒƒ Peso teórico (mínimo, médio e máximo): peso que cada indivíduo pode ter dentro da
classificação de normalidade (eutrofia).

EXEMPLO PARA ADULTO:


Indivíduo do sexo masculino, 35 anos, 1,74 m e 56 kg. Calcule o peso teórico, médio e
máximo.
IMC atual = 56/ (1,74)2 = 56/3,03 = 18,5 kg/m2
Através desses resultados pode-se
PT mínimo = 18,5 x (1,74)2 = 18,5 x 3,03 = 56 kg afirmar que o indivíduo está no seu peso
teórico mínimo.
PT médio = 21,7 x (1,74)2 = 21,7 x 3,03 = 65,7 kg
PT máximo = 24,9 x (1,74)2 = 24,9 x 3,03 = 75,4 kg

1.3.2 Peso Mínimo, Médio e Máximo para Adultos


1. Peso Mínimo = IMC = 23 kg/m2
2. Peso Médio = IMC = 25,5 ou
3. Peso Máximo = IMC = 27,9 kg/m2

Fonte: OPAS (2002)3.

6
Serviço Social

EXEMPLO PARA IDOSO:


Indivíduo do sexo masculino, 66 anos, 1,81 m e 68 kg. Calcule o peso teórico, médio e
máximo.
IMC atual = 68/(1,81)2 = 68/3,27 = 20,79 kg/m2
Através desses resultados pode-se
PT mínimo = 23 x (1,81)2 = 23 x 3,27 = 75,21 kg afirmar que o indivíduo está com déficit
de peso de aproximadamente 7,2 kg em
PT médio = 25,5 x (1,81)2 = 25,5 x 3,27 = 83,38 kg
relação ao seu peso teórico mínimo.
PT máximo = 27,9 x (1,81)2 = 27,9 x 3,27 = 91,23 kg

2. METROPOLITAN LIFE

Compleição = _____Estatura (cm)____


Perímetro de Punho (cm)

Tabela 4: Compleição Física

Compleição física Grande Média Pequena

C = E (cm) Homens < 9,6 9,6 – 10,4 > 10,4


PP (cm) Mulheres < 10,1 10,1 – 11,0 > 11,0

Fonte: Krause, Mahan, 2002, Apêndice 18 4.

7
Manual de Estágio

Tabela 5: Classificação da Compleição Física, segundo Metropolitan Life:

METROPOLITAN LIFE, 1983

HOMEM MULHER

Alt. (cm) Peq. Méd. Gran. Alt. (cm) Peq. Méd. Gran.

157 57-60 59-63 62-67 147 46-50 49-54 53-59


159 58-61 60-64 63-69 150 46-51 50-55 54-60
162 59-62 61-65 64-70 152 47-52 51-57 55-61
165 60-63 62-66 65-72 155 48-53 52-58 56-63
167 61-64 63-68 66-74 157 49-54 53-59 57-64
170 62-65 64-69 67-75 160 50-56 54-61 59-66
172 63-66 65-70 68-77 162 51-57 56-62 60-68
175 64-67 66-72 70-79 165 52-58 57-63 61-70
177 65-69 68-73 71-81 167 54-60 58-65 63-71
180 66-70 69-75 72-83 170 55-61 60-66 64-73
183 67-72 70-76 74-85 172 56-62 61-67 66-75
185 68-74 72-78 75-86 175 58-64 62-69 67-76
187 70-75 74-80 77-88 178 59-65 64-70 68-78
190 71-77 75-82 79-91 180 61-66 65-71 70-79
192 73-79 77-84 81-93 183 62-68 66-73 71-80

Fonte: Krause, Mahan, 2002, Apêndice 19 4.

8
Serviço Social

3. FÓRMULA DE LORENTZ

Peso Ideal = (A – 100) – (A – 150) ± 5


4
Altura (A) = cm

Obs.: + 5 para estrutura grande


- 5 para estrutura pequena
= não acrescentar valores para estrutura média

Fonte: Augusto et al., 1995 5.

EXEMPLO:
Uma mulher com 1,70 m de altura e circunferência de 14 cm para o pulso do braço não
dominante:

Estrutura = 170(cm)/ 14(cm) = 12,14 (pequena)

Peso Ideal = (170 -100) - (170 - 150) - 5 = 60 Kg


4

9
Manual de Estágio

4. NECESSIDADES E RECOMENDAÇÕES DIETÉTICAS

4.1 Necessidade energética


É a quantidade de energia, na forma de calorias (kcal), necessária para o crescimento
e a manutenção das funções vitais de um indivíduo de acordo com sua idade, sexo,
massa corporal, estatura e grau de atividade física. Em situações especiais, como infância,
gestação e lactação, as necessidades energéticas devem ser apropriadas para a correta
manutenção do organismo. Em processos patológicos, o consumo de energia também deve
ser avaliado e considerado de acordo com o gasto energético. É importante enfatizar que
pessoas doentes ou que sofreram trauma podem ter seu consumo energético aumentado
ou diminuído. Além disso, a composição corporal do indivíduo é um fator determinante para
adequação ou inadequação energética. Por exemplo, uma pessoa com maior quantidade de
massa magra corporal do que de massa gorda, ou vice-versa, pode necessitar de consumo
energético diferente em comparação com uma pessoa normal.

4.2 Componentes dos gastos energéticos


Os três componentes que formam o gasto energético total (GET) diário de uma pessoa
são o gasto energético basal (GEB) ou taxa de metabolismo basal (TMB), o efeito térmico
do alimento (ETA) e a termogênese por atividade (TA).

4.3 Estimativa do GEB


Na sequência serão apresentadas equações para estimar o GEB de indivíduos a partir do
peso corporal (kcal/dia), segundo gênero, faixa etária e peso corpóreo.

10
Serviço Social

4.3.1 Cálculos pelos métodos da FAO/OMS (2004)


Quadro 1 - Equações para cálculo da TMB sugeridas para uso internacional pela FAO/
WHO/UNU (2004).

IDADE (anos) HOMENS – TMB (Kcal/dia) MULHERES – TMB (Kcal/dia)


<3 (59,512 x P) - 30,4 (58,317 x P) – 31,1
3 – 9,9 (22,706 x P) + 504,3 (20,315 x P) + 485,9
10 – 17,9 (17,686 X P) + 658,2 (13,384 x P) + 692,6
18 – 29,9 (15,057 x P) + 692,2 (14,818 x P) + 486,6
30 – 59,9 (11,472 x P) + 873,1 (8,126 x P) + 845,6
> 60 (11,711 x P) + 587,7 (9,082 x P) + 658,5

Fonte: FAO/OMS, (2004)6. Peso (P) em kg

Quadro 2 - Fator atividade física (FAF) (FAO/OMS, 2004).


Natureza da atividade FAF
Sedentária ou leve 1,53
Ativa 1,76
Muito ativa 2,25

Fonte: FAO/OMS, (2004)6.

11
Manual de Estágio

Então, para calcular o valor energético total (VET) segundo FAO/OMS, 2004, deve-se
calcular primeiro a TMB e multiplicar pelo valor de FAF.

Exemplo: Para a faixa etária entre 30 e 60 anos, mulheres, a fórmula é:


TMB = (8,126 x peso em kg) + 845,6
TMB = (8,126 x 69) + 845,6
TMB = (560,694) + 845,6
TMB = 1.406,29 kcal

Se esta mulher for sedentária: Utilizar o FAF 1,53


Então: TMB= 1.406,29 x 1,53 = 2.151,62 Kcal/dia
4.3.2 Equações de Harris Benedict (1919)7 – utilizado principalmente em indivíduos
enfermos.
Homens: 66,47 + (13,75 x peso) + (5,00 x estatura) - (6,76 x idade)
Mulheres: 655, 0955 + (9,5634 x peso) + (1,8496 x estatura) - (4,6756 x idade)
Em que:
ƒƒ peso = kg;
ƒƒ estatura = centímetros;
ƒƒ idade = anos.

12
Serviço Social

4.3.3 SBAN
Tabela 6: Equações para Cálculo de GEB, segundo SBAN (1990):

Idade Homem Mulher


18 – 30 15,3 x P + 679 14,7 x P + 496
30 – 60 11,6 x P + 879 8,7 x P + 829
> 60 13,5 x P + 487 10,5 x P + 596

Fonte: SBAN, 1990 8. Peso (P) = kg

4.3.4 OMS, 1999


Tabela 7: Equações para cálculo de GEB, segundo OMS (1999).
Homem 10-18 16,6 P + 77 A + 572
18-30 15,4 P - 27 A + 717
30-60 11,3 P + 16 A + 901
>60 8,8 P + 1128 A – 1071

P= Kg / Altura (A) = m

Mulher
10-18 7,4 P + 482 A + 217
18-30 13,3 P + 334 A + 35
30-60 8,7 P - 25 A + 865
>60 9,2 P + 637 A - 302

Fonte: FAO/OMS/UNU, 19999.

13
Manual de Estágio

5. DETERMINAÇÃO DO GET

Para determinação do GET, é necessário estimar o GEB e acrescentar os fatores adicionais


para o ETA e para atividades. Uma maneira simplificada de estimar adicionais por atividade
física ao GEB é usar estimativas do grau de atividade física, que serão então multiplicadas
pelo GEB medido ou estimado. Para estimar o GET para a atividade mínima, deve-se
aumentar o GEB em 10% a 20%; para atividade moderada, aumentar o GEB em 25% a
40%; para atividades extenuantes, aumentar o GEB em 45% a 60%.
Para se obter a Gasto Energético Total (GET) são acrescidos ao GEB (ou TMB –Taxa
Metabólica Basal) a energia gasta com a prática de atividades, ou seja, calcular o GEB e
multiplicar pela atividade física:
GET = GEB x FA

Quadro 3: Fatores para estimar a recomendação de energia diária em diferentes níveis


de atividade física.

Fator atividade
Atividade
Homens Mulheres

Muito leve 1,3 1,3

Leve 1,6 1,5

Moderada 1,7 1,6

Pesada 2,1 1,9

Muito pesada 2,4 2,2

Fonte: Food and Nutrition Board, 198910.

14
Serviço Social

Quadro 4: Classificação das atividades físicas.


LEVES
Atividade realizadas em pé ou sentado
Trabalho de laboratório ou de escritório
A maioria dos profissionais liberais (médico, arquiteto, advogado, contadores)
Músicos, motoristas, professores, pintores de quadros
Costurar, passar, cozinhar, passar roupas
Garagistas, eletricistas, carpinteiros, impressores
Garçons e trabalhadores de restaurantes
Costureiros e alfaiates
Cuidar de crianças, lavar roupas
Donas de casa com aparelhos eletrodomésticos
Caminhar em superfícies planas
Golfe, tênis de mesa, vôlei, sinuca, bilhar, navegação
MODERADAS
Jardineiros, pescadores
Donas de casa sem aparelhos eletrodomésticos
Comerciários, estudantes
Carregar peso
Trabalhar com enxadas
Esquiar, jogar tênis, dançar, ciclismo, nadar
PESADAS OU INTENSAS
Caminhar carregando pesos, ladeira acima
Derrubar árvores
Trabalho manual em mineração
Carregadores, ferreiros, metalúrgicos
Recrutas e soldados do exército na ativa
Basquete, futebol, alpinistas, dançarinos, natação, handebol, atletismo, remo, ginástica, marcha

Fonte: RDA, 198911.

15
Manual de Estágio

Para Harris Benedict, o GEB deve ser corrigido pelo fator atividade e pelo fator injúria.
Em que:
Quadro 5: Fatores de Atividade

Acamado 1,2
Acamado + móvel 1,25
Deambulante 1,3

Fonte: MARTINS, 200012.

Quadro 6: Fatores de Estresse (Injúria)

Injúria Fator Injúria Fator

Multitrauma
Jejum simples 0,85 1,5
(reabilitação)
Cirurgia menor 1,1 – 1,2 Multitrauma + sepse 1,6
Câncer 1,1 – 1,3 ITU, pneumonia 1,0 – 1,2
Infecção: leve 1,1 AVC 1,0 – 1,2
Moderada (sepse) 1,3 SIDA 1,8 - 2,1
Grave (tipo Queimaduras: SCQ
1,4 1,1 – 1,5
peritonite) (0– 20%)
Trauma: esquelético 1,4 SCQ (20 – 40% 1,5 – 1,8
fratura 1,2 SCQ (> 40%) 1,8 – 2,0
cabeça 1,4 (comatoso) Febre 1,01 + 0,13 por ºC
1,6 (terapia c/
Desnutrição grave 1,5
esteroides)

Fonte: WAITZBERG e RODRIGUES, 199513.

16
Serviço Social

Quadro 7: Fatores Térmicos

38 ºC 1,1

39 ºC 1,2

40 ºC 1,3

41 ºC 1,4

Fonte: WAITZBERG e RODRIGUES, 199513.

5.1 Estimativa de Kcal / Kg de peso corporal Fórmula de Bolso


(Nesta situação, o fator injúria já está contemplado pelo valor energético estipulado)

Kcal/Kg de peso/
Situação Kcal/Kg de peso/dia Situação
dia
Indivíduo estável 20 – 22 Kcal/Kg Cirurgia eletiva 32 Kcal/kg

Perda de peso 20 – 25 Kcal/kg Politraumatismo 35 – 40 Kcal/kg

Manutenção de Peso 25 – 30 Kcal/kg Sepse 25 – 30 Kcal/kg

Ganho de peso 30 – 35 Kcal/kg Hepatopata 30 – 40 Kcal/kg

Nefropatas 30 – 35 Kcal/kg

Fonte: Ferrannini 1988; Martins, 200012, 14.

17
Manual de Estágio

6. EQUAÇÕES DE PREDIÇÃO

Órgãos internacionais como a National Academy of Sciences (NAS), o Institute of


Medicine (IOM) e o Food and Nutrition Board (FNB) definiram as necessidades energéticas
estimadas para homens, mulheres, crianças e bebês, e para gestantes e lactantes. A
necessidade energética estimada (NEE) ou EER (Estimated Energy Requirement) é a média
de ingestão de energia da dieta para manter esse equilíbrio em um adulto saudável, de
acordo com idade, sexo, massa corporal, estatura e grau de atividades físicas ideais para a
saúde. A tabela a seguir mostra os valores de referência média de ingestão dietética para
pessoas saudáveis e ativas, de estatura, massa corporal e idade de referência para cada
grupo etário.

Quadro 8: Valores de referência de ingestão dietética das DRIs para indivíduos ativos.
Estágio da
Critério NEE de NAF ativo (kcal/dia)a
vida
Sexo masculino Sexo feminino
Gasto de energia + de-
0-6 m 570 520 (3 meses)
posição de energia
Gasto de energia + de-
7-12 m 743 676 (9 meses)
posição de energia
Gasto de energia + de-
1-2 a 1.046 992 (24 meses)
posição de energia
Gasto de energia + de-
3-8 a 1.742 1.642 (6 anos)
posição de energia
Gasto de energia + de-
9-13 a 2.279 2.071 (11 anos)
posição de energia
Gasto de energia + de-
14-18 a 3.152 2.368 (16 anos)
posição de energia
> 18 a Gasto de energia 3.067b 2.403 (19 anos)

18
Serviço Social

Gestantes
14 a 18 a
Primeiro
2.368 (16 anos)
trimestre NEE adolescente do
Segundo sexo feminino + altera-
2.708 (16 anos)
trimestre ção em TEE + deposição
Terceiro de energia da gravidez
2.820 (16 anos)
trimestre
19-50 a
Primeiro
2.403b (19 anos)
trimestre NEE adulta do sexo
Segundo feminino + alteração
2.743b (19 anos)
trimestre em GTE + deposição de
Terceiro energia da gravidez
2.855b (19 anos)
trimestre
Lactantes
14-18 a
Primeiro NEE adolescente do
2.698 (16 anos)
semestre sexo feminino + débito
Segundo de energia do leite –
2.768 (16 anos)
semestre perda de peso
19-50 a
Primeiro NEE adulta do sexo
2.733b (19 anos)
semestre feminino + débito de
Segundo energia do leite – perda
2.803b (19 anos)
semestre de peso

19
Manual de Estágio

Fonte: Institute of Medicine.

Nota: Para americanos e canadenses saudáveis ativos na altura e peso de referência;


a
NAF = nível de atividade física; NEE = necessidade estimada de energia; GET = gasto
total de energia; bSubtrair 10 kcal/dia para homens e 7 kcal/dia para mulheres, para
cada ano de idade acima de 19 anos.

Fonte: PADOVANI, R. M.; et al. (2006)15.

6.1 Equações de predição para quatro graus de atividade física


A seguir serão listadas as equações de predição de NEE para pessoas com massa
corporal adequada. As equações de predição do GET também serão listadas para vários
grupos com sobrepeso ou de obesos, bem como para a manutenção da massa corporal
em meninas e meninos obesos.
6.1.1 Necessidades energéticas estimadas DRIs (2001) ou EER (Estimated Energy
Requirement)

Quadro 9: Equações de Predição para Quatro Graus de Atividade Física†


NEE (EER) para bebês e crianças pequenas de 0 a 2 anos (dentro do percentil de
massa corporal/estatura de 3 a 97)

NEE = GET‡ + deposição energética


0-3 meses (89 × massa corporal do bebê [kg] – 100) + 175 (kcal para deposição
energética)

20
Serviço Social

4-6 meses (89 × massa corporal do bebê [kg] – 100) + 56 (kcal para deposição energética)
7-12 meses (89 × massa corporal do bebê [kg] – 100) + 22 (kcal para deposição
energética)
13-35 meses (89 × massa corporal do bebê [kg] – 100) + 20 (kcal para deposição
energética)

NEE para meninos de 3 a 8 anos (dentro do percentil de massa corporal/estatura


de 5 a 85 para IMC)§

NEE = GET‡ + deposição energética


NEE = 88,5 – 6,9 × idade (anos) + AF × (26,7 × massa corporal [kg] + 903 × estatura [m])
+ 20 (kcal para deposição energética)

NEE para meninos de 9 a 18 anos (dentro do percentil de massa corporal/estatura


de 5 a 85 para IMC)

NEE = GET + deposição energética


NEE = 88,5 – 61,9 × idade (anos) + AF × (26,7 × massa corporal [kg] + 903 × estatura [m])
+ 25 (kcal para deposição energética)
Em que:
AF = coeficiente de atividade física para meninos de 3-18 anos:
AF = 1 se GAF é estimado em ≥ 1 < 1,4 (sedentário)
AF = 1,13 se GAF é estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (baixa atividade)
AF = 1,26 se GAF é estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativo)
AF = 1,42 se GAF é estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativo)

21
Manual de Estágio

NEE para meninas de 3 a 8 anos (dentro do percentil de massa corporal/estatura


de 5 a 85 para IMC)

NEE = GET + deposição energética


NEE = 135,3 – 30,8 × idade (anos) + AF × (10 × massa corporal [kg] + 934 × estatura [m])
+ 20 (kcal para deposição energética)

NEE para meninas de 9 a 18 anos (dentro do percentil de massa corporal/estatura


de 5 a 85 para IMC)

NEE = GET + deposição energética


NEE = 135,3 – 30,8 × idade (anos) + AF × (10 × massa corporal [kg] + 934 × estatura [m])
+ 25 (kcal para deposição energética)
Em que:
AF = coeficiente de atividade física para meninas de 3-18 anos:
AF = 1 (sedentário)
AF = 1,16 (baixa atividade)
AF = 1,31 (ativo)
AF = 1,56 (muito ativo)

22
Serviço Social

NEE para homens com 19 anos ou mais (IMC entre 18,5 e 25 kg/m2)

NEE = GET
NEE = 662 – 9,53 × idade (anos) + AF × (15,91 × massa corporal [kg] + 539,6 × estatura
[m])
Em que:
AF = coeficiente de atividade física: AF = 1 (sedentário)
AF = 1,11 (baixa atividade)
AF = 1,25 (ativo)
AF = 1,48 (muito ativo)

Homens obesos e com sobrepeso com 19 anos ou mais (IMC ≥ 25 kg/m2)

GET = 1.086 – 10,1 × idade (anos) + AF × (13,7 × massa corporal [kg] + 416 × estatura
[m])
Em que:
AF = coeficiente de atividade física
AF = 1 se o GAF for estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentário)
AF = 1,12 se GAF for estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (baixa atividade)
AF = 1,29 se GAF for estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativo)
AF = 1,59 se GAF for estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativo)

23
Manual de Estágio

Mulheres obesas e com sobrepeso com 19 anos ou mais (IMC ≥ 25 kg/m2)

GET = 448 – 7,95 × idade (anos) + AF × (11,4 × massa corporal [kg] + 619 ×
estatura [m])
Em que:
AF = coeficiente de atividade física
AF = 1 se o GAF for estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentário)
AF = 1,16 se GAF for estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (baixa atividade)
AF = 1,27 se GAF for estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativo)
AF = 1,44 se GAF for estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativo)

NEE para mulheres com 19 anos ou mais (IMC entre 18,5 e 25 kg/m2)

NEE = GET
NEE = 354 – 6,91 × idade (anos) + AF × (9,36 × massa corporal [kg] + 726 × estatura [m])
Em que:
AF = coeficiente de atividade física: AF = 1 (sedentário)
AF = 1,12 (baixa atividade)
AF = 1,27 (ativo)
AF = 1,45 (muito ativo)

NEE para gestantes

24
Serviço Social

14-18 anos: NEE = NEE adolescente + deposição energética em gestantes


Primeiro trimestre = NEE adolescente + 0 (deposição energética em gestantes)
Segundo trimestre = NEE adolescente + 160 kcal (8 kcal/semana × 20 semanas) + 180
kcal
Terceiro trimestre = NEE adolescente + 272 kcal (8 kcal/semana × 34 semanas) + 180 kcal
19-50 anos: NEE = NEE adulto + deposição energética em gestantes
Primeiro trimestre = NEE adulto + 0 (deposição energética em gestantes)
Segundo trimestre = NEE adulto + 160 kcal (8 kcal/semana × 20 semanas) + 180 kcal
Terceiro trimestre = NEE adulto + 272 kcal (8 kcal/semana × 34 semanas) + 180 kcal

NEE para lactantes

14-18 anos: NEE = NEE adolescente + energia para a produção do leite – perda de massa
corporal
Primeiros 6 meses = NEE adolescente + 500 − 170 (energia para a produção do leite –
perda de massa corporal)
6 meses subsequentes = NEE adolescente + 400 − 0 (energia para a produção do leite –
perda de massa corporal)
19-50 anos: NEE = NEE adulto + energia para a produção do leite – perda de massa cor-
poral
Primeiros 6 meses = NEE adulto + 500 − 70 (energia para a produção do leite – perda de
massa corporal)
6 meses subsequentes = NEE adulto + 400 − 0 (energia para a produção do leite – perda
de massa corporal)

25
Manual de Estágio

GET de manutenção de massa corporal para meninos de 3 a 18 anos com sobrepeso


e com risco de sobrepeso (IMC > percentil 85 para sobrepeso)

GET = 114 – 50,9 × idade (anos) + AF × (19,5 × massa corporal [kg] + 1.161,4 ×
Estatura [m])
Em que:
AF = coeficiente de atividade física
AF = 1 se o GAF for estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentário)
AF = 1,12 se GAF for estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (baixa atividade)
AF = 1,24 se GAF for estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativo)
AF = 1,45 se GAF for estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativo)

GET de manutenção de massa corporal para meninas de 3 a 18 anos com sobrepeso


e com risco de sobrepeso (IMC > percentil 85 para sobrepeso)

GET = 389 – 41,2 × idade (anos) + AF × (15 × massa corporal [kg] + 701,6 ×
estatura [m])
Em que:
AF = coeficiente de atividade física
AF = 1 se o GAF for estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentário)
AF = 1,18 se GAF for estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (baixa atividade)
AF = 1,35 se GAF for estimado em ≥ 1,6 <1,9 (ativo)
AF = 1,60 se GAF for estimado em ≥ 1,9 <2,5 (muito ativo)

26
Serviço Social

Homens eutróficos e com sobrepeso ou obesos com 19 anos ou mais (IMC ≥ 18,5
kg/m2)

GET = 864 – 9,72 × idade (anos) + AF × (14,2 × massa corporal [kg] + 503 ×
estatura [m])
Em que:
AF = coeficiente de atividade física
AF = 1 se o GAF for estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentário)
AF = 1,12 se GAF for estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (baixa atividade)
AF = 1,27 se GAF for estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativo)
AF = 1,54 se GAF for estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativo)

Mulheres eutróficas e com sobrepeso ou obesas com 19 anos ou mais (IMC ≥ 18,5
kg/m2)

GET = 387 – 7,31 × idade (anos) + AF × (10,9 ×x massa corporal [kg] + 660,7 ×
estatura [m])
Em que:
AF = coeficiente de atividade física
AF = 1 se o GAF for estimado em ≥ 1,0 < 1,4 (sedentário)
AF = 1,14 se GAF for estimado em ≥ 1,4 < 1,6 (baixa atividade)
AF = 1,27 se GAF for estimado em ≥ 1,6 < 1,9 (ativo)
AF = 1,45 se GAF for estimado em ≥ 1,9 < 2,5 (muito ativo)

27
Manual de Estágio

IMC, Índice de massa corporal; NEE, necessidade energética estimada; AF, atividade física;
GAF, grau de atividade física; GET, gasto total de energia.
O NEE é a ingestão dietética média prevista para manter o equilíbrio energético em um
adulto saudável de determinada idade, sexo, massa corporal, estatura e grau de ativi-
dade física compatível com uma boa saúde. Em crianças, gestantes e lactantes, o NEE
inclui as necessidades associadas à deposição de tecidos ou à secreção de leite em taxas
compatíveis com uma boa saúde.
† GAF é o grau de atividade física que é a razão entre o gasto energético total e o gasto
energético basal.
‡ GET é a soma do gasto energético em repouso, a energia gasta em atividades físicas e o
efeito térmico do alimento.
§ IMC é determinado dividindo a massa corporal (em quilogramas) pelo quadrado da
estatura (em metros).

Fonte: Adaptado de: INSTITUTE OF MEDICINE, 200216.


6.1.2 Categorias de atividades em cinco níveis gerais como múltiplos do GEB.

Quadro 10: Fator de Atividade para homens e mulheres, de 19 a 50 anos de idade

Nível de Atividade Fator de Atividade (FA)


Geral Homem Mulher
Muito Leve (Datilografar,
laboratório, comércio, 1,3 1,3
dirigir, cozinhar)
Leve (caminhadas leves,
limpeza doméstica, cuidar 1,6 1,5
de crianças)

28
Serviço Social

Moderado (caminhadas,
pedalar, carregar peso, 1,7 1,6
jogar tênis, dançar)
Pesado (jogar basquete,
2,1 1,9
futebol)
Excepcional (subir ladeira
2,4 2,2
carregando peso

Fonte: Adaptado de: Food and Nutrition Board, RDA, 198911.

6.1.3 Gasto energético bruto por atividade física realizada

Tabela 8: Fator energético por atividade física, segundo gêneros:


Homens Fator
Manutenção 1,4
Dormindo 1,0
Sentado tranquilamente 1,2
De pé tranquilamente 1,4
Caminhar
• Passeando 2,5
• Lentamente 2,8
• Velocidade normal 3,2
• Carregando 10 kg 3,5
Ladeira acima
• Lentamente 4,7
• Velocidade normal 5,7
• Carregando 10 kg 6,7
• Rapidamente 7,5
Ladeira abaixo
• Lentamente 2,8

29
Manual de Estágio

• Velocidade normal 3,1


• Carregando 10 kg 3,6
• Jogando cartas 1,4
Costurando 1,5
Tecendo 2,1
Afiando faca 1,7
Afiando machado 2,2
Cozinhando 1,8
Limpeza doméstica leve 2,7
Limpeza doméstica moderada 3,7
Trabalho de escritório (sentado) 1,3
Trabalho de escritório (de pé, movendo-se) 1,6
Indústria leve
• Gráfica 2,0
• Alfaiataria 2,5
• Sapataria 2,6
• Mecânica 3,6
• Carpintaria 3,5
• Ferramentas 3,1
• Eletricidade 3,1
• Química 3,5
• Trabalhos de laboratório 2,0
• Dirigir caminhões 1,4

Indústria de construção civil


• Trabalho de “peão” 5,2
• Colocação de ladrilhos 3,3
• Carpintaria 3,2
• Pintura 2,8
Agricultura mecanizada
• Dirigir tratores 2,1
• Alimentar animais 3,6
• Reparar cercas 5,0

30
Serviço Social

• Carregar fardos 4,7


Agricultura tropical
• Ordenha manual 2,9
• Recolher e espalhar esterco 5,2
• Colheita de espigas 2,1
• Colheita de raízes 3,5
• Selecionar ajoelhado 1,6
• Cortar cana 6,5
• Varrer com ancinho 3,9
• Levantar fardos para pesar 3,7
• Carregar fardos 7,4
• Desmatar (de acordo com o terreno) 2,9 a 7,9
• Cortar árvores 4,8
• Plantar árvores 4,1
• Podar árvores 7,3
• Cultivar plantas em viveiros 3,6
• Fazer cerca 3,6
• Amarrar estacas 2,7
• Cortar madeira para estacas 4,2
• Plantar 2,9
• Alimentar animais 3,6
• Escavar canais 5,5
Caça e pesca
• Remar canoa 3,4
• Pescar em canoa 2,2
• Pescar com arpão 2,6
• Caçar aves 3,4
• Cortar árvores com machado 7,5
• Serrar com serra manual 7,5
• Serrar com serra a motor 4,2
• Fabricação com tijolos 3,0
• Amassar argila 2,7

31
Manual de Estágio

• Peneirar a terra 4,4


• Carregar terra 6,2
• Escavar terras 5,7
Edificação
• Construir paredes de bambu 2,9
• Telhar a casa 2,9
• Cortar bambu 3,2
• Cortar trancos 4,1
• Colocar pisos 4,1
Veículos de pedal
• Pedalar com passageiros 8,5
• Pedalar sem passageiros 7,2
Arrastar carretas
• Com carga 5,9
• Sem carga 5,3
Mineração
• Trabalho com picareta 6,0
• Trabalho com pás 5,7
• Construção de suportes para paredes 4,9
Forças armadas
• Limpeza de material 2,4
• Instrução 3,2
• Marcha na selva 5,7
• Marcha em estradas 4,4
• Patrulha na selva 3,5
Pilotar helicóptero
• Voo normal 1,5
• Voo estacionário 1,6
• Verificações antes do voo 1,8
Atividades recreativas
• Sedentárias (jogo de carta etc.) 2,2
• Leves (bilhar, golfe, navegação a vela) 2,2 a 4,4

32
Serviço Social

• Moderadas (dança, tênis, natação etc.) 4,4 a 6,6


• Pesadas (futebol, atletismo, remo etc.) 6,6 ou +
• Ginástica 6,0

MULHERES
Manutenção 1,4
Dormindo 1,0
Sentado tranquilamente ou recostada 1,2
Costurando roupas 1,4
Tecendo 1,5
Caminhar
• Passeando 2,4
• Lentamente 3,0
• Carregando 10 kg 4,0
• Velocidade normal 3,4
Ladeira acima
• Velocidade normal 4,6
• Rapidamente 6,6
Ladeira abaixo
• Lentamente 2,3
• Velocidade normal 3,0
• Rapidamente 3,4
• Carregando 10 kg 4,6
• Limpeza leve 2,7
• Limpeza moderada 3,7
• Varrer a casa 3,0
• Varrer o pátio 3,5
• Lavar a roupa 3,0
• Passar a roupa 1,4
• Cuidar de crianças 2,2
• De pé 1,5
• Lavar a louça 1,7
• Carregar água 4,1

33
Manual de Estágio

• Cortar lenha com machado 4,3


• Cozinhar 1,8
• Coletar folhas 1,9
• Pesca manual 3,9
• Pesca de caranguejos 4,5
• Triturar grãos com moinho de pedra 3,8
• Descascar frutos secos 1,9
• Trabalho de escritório 1,7
Indústria leve
• Padaria 2,5
• Ferramentas 2,7
• Fábrica de cerveja 2,9
• Química 2,9
• Elétrica 2,0
• Móveis 3,3
• Lavanderia 3,4
Agricultura
• Podar 3,8
• Cavar 4,6
• Plantar 3,9
• Trabalhos com enxada 4,4
• Coletar frutas 3,4
Atividades recreativas
• Sedentárias (jogo de cartas etc.) 2,1
• Leves 2,1 a 4,2
• Moderadas 4,2 a 6,3
• Intensas 6,3 ou +
• Ginástica 6,0

34
Serviço Social

7. DISTRIBUIÇÃO CALÓRICA E PERCENTUAL DOS MACRONUTRIENTES:

7.1 Cálculo da Distribuição Calórica da Dieta

Valor calórica da dieta (VCT) da dieta x % de Kcal do nutriente = número de calorias do


nutriente
número de calorias do nutriente = gramas do nutriente
número de calorias por grama do nutriente

EXEMPLO:
Calcular o requerido número de gramas de proteínas, carboidratos e lipídios desta dieta:
VCT = 2400 Kcal
20% das Kcal = proteína
50% das Kcal = carboidrato
30% das Kcal = lipídios

Proteína
2400 Kcal x 20% = 480 Kcal de proteína
480 Kcal de proteína
= 120 g de proteína
4 Kcal/g de proteína

Carboidrato
2400 Kcal x 50% = 1200 Kcal de carboidrato
1200 Kcal de carboidrato
= 300 g de carboidrato
4 Kcal/g de carboidrato

35
Manual de Estágio

Lipídios
2400 Kcal x 30% = 720 Kcal de lipídios
720 Kcal de lipídios
= 80g de lipídios
9 Kcal/g de lipídios

Dieta contêm: 120 g de proteína


300 g de carboidrato
80 g de lipídios

7.2 Para calcular a distribuição calórica de uma dieta de composição conhecida:


- Gramas de proteína da dieta x 4 Kcal = número de calorias de proteína
- Gramas de carboidrato da dieta x 4 Kcal = número de calorias de carboidrato
- Gramas de lipídios da dieta x 9 Kcal = número de calorias de lipídios
Kcal de Proteína + Kcal de Carboidrato + Kcal de Lipídios => TOTAL CALÓRICO DA DIETA
EXEMPLO: 120 g x 4 = 400 kcal de proteína
300 g x 4 = 1.200 kcal de carboidrato
80 g x 9 = 720 kcal de lipídios

7.3 Para determinar a porcentagem do VCT de macronutrientes:

Kcal do nutriente x 100 = % do total de Kcal do nutriente


Total Kcal da dieta

EXEMPLO:
- Calcular a distribuição percentual de calorias de uma dieta que contêm 100 g de lipídio, 100
g de proteína e 300 g de carboidrato.

Proteína
100 g de proteína x 4 Kcal = 400 Kcal de proteína

36
Serviço Social

400 Kcal de proteína


x 100 = 16% de proteína
2500 VCT

Carboidrato
300 g de carboidrato x 4 Kcal = 1200 Kcal de carboidrato

1200 Kcal de carboidrato


x 100 = 48% de carboidrato
2500 Kcal do VCT

Lipídios
100 g de lipídios x 9 Kcal = 900 Kcal de lipídios

900 Kcal de lipídios


x 100 = 36% de lipídios
2500 Kcal do VCT

7.4. Porcentagem de Macronutrientes:

Tabela 9: Porcentagem de macronutrientes, segundo OMS, DRI, Phillip, SBAN e Guia Alimentar.

Guia Alimentar
Nutriente OMS, 2003 DRI 2001 Philippi* SBAN, 1990
(MS, 2005)
Proteína 10 a 15 % 10 a 35% 10 a 15% 10 a 12% 10 a 15%
Lipídios 15 a 30 % 20 a 35% 20 a 30 % 20 a 25% 20 a 30%
Carboidratos 55 a 75% 45 a 65% 50 a 60 % 60 a 70% 50 a 60%

Fonte: * Pirâmide Adaptada para população brasileira Philippi (1999).

37
Manual de Estágio

8. DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL POR REFEIÇÃO

Quadro 11: Distribuição percentual do VCT por refeição.


Refeição % VCT
Desjejum 25%
Lanche 5%
Almoço 35%
Lanche 5%
Jantar 25%
Ceia 5%

9. CÁLCULOS DE NECESSIDADE PROTEICA

Tabela 10: Valores em gramas de necessidade de proteínas por faixa etária, segundo FAO
/ OMS, 1995
Proteína de boa qualidade Proteína alimentação
Idade
g/ Kg peso/ dia mista g/ Kg/ dia
Crianças
4-6 m 1,85 2,50
7-9 m 1,65 2,20
10-12 m 1,50 2,00
1,1-2 a 1,20 1,60
2,1-3 a 1,15 1,55
3,1-5 a 1,10 1,50
5,1-12 a 1,00 1,35
Homens
12,1-14 a 1,00 1,35
14,1-16 a 0,95 1,30
16,1-18 a 0,90 1,20
> 18 a 0,75 1,00

38
Serviço Social

Mulheres
12,1-14 a 0,95 1,30
14,1-16 a 0,90 1,20
16,1-18 a 0,80 1,10
> 18 a 0,75 1,00
Gravidez 6,00 8,00
Lactação
17,00 23,00
6 primeiros meses
Lactação após
12,00 16,00
6 meses

Fonte: FAO / OMS / UNU, 1985 17.

Tabela 11: Recomendações de Proteína de Referência de Alta Qualidade para seres


humanos normais.
Idade Peso Dieta Recomendada para a
(anos) (kg) Concessão de Proteína (g/kg/dia)
0-0,5 6 2,2
0,5-1 9 1,6
1-3 13 1,2
4-6 20 1,1
7-10 28 1,0
Homens Mulheres Homens Mulheres
11-14 45 46 1,0 1,0
15-18 66 55 0,9 0,8
19+ 72-79 58-65 0,8 0,8

(g/dia)
Gravidez Adicional +10
Lactação, 1º Semestre +15
Lactação, 2º Semestre +12

39
Manual de Estágio

Tabela 12: Recomendações de proteínas, segundo SBAN.


Proteína de Alimentação Mista* SBAN
Idade
(1990) (g/Kg/dia) (g/dia)
Adultos
18,0 ou + anos 1,0

Gestantes +8

Lactantes
1° semestre + 23
2° semestre + 16

* Proteína com digestibilidade verdadeira de 80-85% e qualidade aminocídica de


90% em relação ao leite ou ovo.
Fonte: Guia de nutrição: nutrição clínica no adulto, 200218.

10. RECOMENDAÇÕES DE CONSUMO DE NUTRIENTES PARA


PREVENÇÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

Tabela 13: Recomendações de nutrientes para Prevenção de DCNT, segundo a


OMS, 2007.
Nutriente Quantidade (% do total de energia)
Gordura Total 15-30%
Ácidos graxos saturados < 10%
Ácidos graxos polinsaturados (PUFAs) 6 –10%
Ácidos graxos polinsaturados n-6 (PUFAs) 5 – 8%
Ácidos graxos polinsaturados n-3 (PUFAs) 1 – 2%
Ácidos graxos trans < 1%
Ácidos graxos monosaturados (MUFAs) Pela diferença *
Total de carboidratos 55 – 75%

40
Serviço Social

Açúcares < 10%


Proteínas 10 – 15%
Colesterol < 300 mg por dia
Sódio < 5 g por dia
Frutas e vegetais >= 400 g por dia

* Isto é calculado como: gordura total – (Ácidos Graxos saturados+Ácidos Graxos


polinsaturados+Ácidos Graxos trans)
Fonte: OMS, 200719.

11. NPU E NDPCAL

NPU = utilização de proteína líquida, que é obtida por meio dos fatores de correção.
Deve-se multiplicar a quantidade de proteína de cada fonte pelo fator de correção
correspondente.

Fatores de Correção: proteína de origem animal – 0,7


proteína de leguminosas – 0,6
proteína de cereais, frutas, vegetais – 0,5

NPU = proteína (g) x fator correção => somar todas as proteínas líquidas do cardápio
(considerando cada fator de correção)
NDPCal – é a quantidade de calorias fornecidas pela proteína líquida do cardápio (NPU).
Para calcular o NPCAL basta multiplicar o valor proteico de cada alimento do cardápio pelo
valor calórico da proteína.

41
Manual de Estágio

NPCaL = NPU (g) x 4 calorias


NDPCal% =______NPCal X 100_______
VET (Valor Energético Total)

No Brasil, este indicador é utilizado no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT)


que recomenda refeições com valores de NDPCal% entre 6 e 10%.

EXEMPLO:
Avalie o caso a seguir: AFD 35 anos, sexo masculino, eutrófico.
a) Identifique em cada alimento desta dieta, o Fator de Utilização Proteica;
b) Calcule o NPU ;40,64 g c) Calcule o NPCal 162,56 Kcal
d) Calcule o NDPCal%: NDPCal% = NPCal x 100/ VET = 162,56 Kcal x 100/
1367,38 Kcal = 11,89%
e) Qual é a porcentagem indicada pela FAO/OMS de NDPCal%? Esta dieta está adequada?
Descreva a recomendação.
R: A dieta não tem a porcentagem de proteína líquida recomendada que é de 6 a 10.
f) qual o valor energético e de macronutrientes da dieta?
VET = 1367,38 Kcal CHO%: 56,82% Lipídios %: 24,24% Proteínas %: 18,84%
g) Está adequado segundo as recomendações das DRI de macronutrientes? Descreva a
recomendação.
R: A dieta está adequada segundo a distribuição de macronutrientes, segundo a DRI,
que é de 45-65% para CHO, 20 – 35% para Lipídios e de 10 a 35% para proteínas.
Quanto à distribuição de energia por refeição, a dieta excede em calorias no café da
manhã e necessita aumentar a densidade energética do lanche da tarde.

42
Serviço Social

Total de
Quant. Carb. Lip. Prot. NPU NPcal
Refeição Alimento Fator Energia/
(g) (g) (g) (g) (NPUx 4Kcal)
refeição
Café Café (infusão) 25 * * * - - -

Manhã Leite integral 240 12,00 7,20 7,20 0,7 5,04 20,16
Açúcar 16 15,92 0,00 0,00 05 0 0
Pão francês 50 28,70 0,10 4,65 0,5 2,32 9,28
Manteiga c/
19 0,01 8,24 0,04 0,7 0,028 0,112
sal
Subtotal CM
56,63 5,52 11,89 - - CM
(g)
Subtotal CM 413,94
226,52 139,86 47,56 - -
(Kcal) (30,27%)
Almoço Alface 30 0,87 0,06 0,39 0,5 0,195 0,78
Tomate 100 4,60 0,30 0,80 0,5 0,40 1,60
Arroz cozido 120 38,76 3,48 2,40 0,5 1,20 4,80
Feijão-preto
100 12,20 0,30 4,40 0,6 2,112 8,448
cozido
Frango assado 80 0,00 4,32 14,56 0,7 10,19 40,76
caqui 100 19,30 1,00 0,40 0,5 0,20 0,80
Subtotal ALM
75,73 9,46 23,95 - Almoço
(g)
479,86
Subtotal ALM Kcal
302,92 85,14 91,80 -
(Kcal)
(35,09%)
Lanche Iogurte 200 12,60 5,80 7,80 0,7 5,46 21,84

Tarde Subtotal LT (g) 12,60 5,80 7,80 - LT


133,80
Subtotal LT Kcal
50,40 52,20 31,20 -
(Kcal)
(9,78%)
Jantar Agrião 40 1,32 0,16 1,12 0,5 0,56 2,24
Pão aveia 50 29,80 2,85 6,20 0,5 3,10 12,40
atum 50 0,0 3,0 13,1 0,7 9,17 36,68
cenoura 10 0,77 0,02 0,13 0,5 0,065 0,26

43
Manual de Estágio

Mamão
150 17,4 0,15 1,2 0,5 0,60 2,40
formosa
Subtotal JAN
49,29 6,18 21,75 - Jantar
(g)
339,78
Subtotal JAN Kcal
197,16 55,62 87,0 -
(Kcal)
(24,85%)
SOMA
NPU
TOTAL 194,25 36,98 64,39
40,64
Macro (g)
X4 X9 X4 X4
Energia
Macro (NDPcal)
NDPcal
----- ----- 777,0 332,82 257,56 162,56
(Kcal) 162,56 Kcal
Kcal
56,82% 24,34% 18,84%
%
DRI Reco- NDPcal%
menda- 45-65% 20-35% 10-35%
ção 11,89%
VET(Kcal) 1367,38 Kcal/dia

REFERÊNCIAS

1
Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO consultation.
World Health Organ Tech Rep Ser, v. 894, p. i-xii, 1-253, 2000. ISSN 0512-3054. Disponível
em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11234459.

2
LIPSCHITZ, D. A. Screening for nutritional status in the elderly. Prim Care, v. 21,
n. 1, p. 55-67, Mar 1994. ISSN 0095-4543. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/
pubmed/8197257.

44
Serviço Social

3
(OPAS)., O. P.-A. XXXVI Reunión del Comitê Asesor de Ivestigaciones
en Salud – Encuestra Multicêntrica – Salud Beinestar y Envejecimiento (SABE) en América
Latina e el Caribe 2002.

4
MAHAN LK, E.-S. S. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. Rio de Janeiro, Brasil:
Elsevier, 2002. 1227 ISBN 978-85-352-5512-6.

5
AUGUSTO ALP, A. D., MANNARINO IC, GERUDES M. Terapia Nutricional. Atheneu,
1995.

6
(WHO)/, F. A. A. O. F. W. H. O.; (UNU)., U. N. U. Human Energy Requirements. Rome,
2004.

7
HARRIS, J. A., & BENEDICT, F. G. A biometric study of basalmetabolism in man.
Washington, DC: Carnegie Institution of Washington. p. 279. 1919.

8
VANNUCCHI, H. et al. Aplicações das recomendações
nutricionais adaptadas à população brasileira. Ribeirão Preto: 1990. p. 156.

9
The application of risk communication to food standards and safety matters. Report
of a Joint FAO/WHO Expert Consultation. Rome, 2-6 February 1998. FAO Food Nutr Pap,
v. 70, p. i-iii, 1-42, 1999. ISSN 0254-4725. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/
pubmed/10445166.

45
Manual de Estágio

10
MEDICINE, I. O. Frontiers in the Nutrition Sciences: Proceedings of a Symposium.
Washington, DC. The National Academies Press, 1989.

11
N. R. C. U. S. O. T. T. E. O. T. R. D. A. Recommended Dietary Allowances: 10th Edition.
Washington (DC): National Academies Press (US), 1989.

12
MARTINS, C.; CARDOSO, S. P. Terapia nutricional enteral e parenteral. Manual de
rotina técnica. Curitiba: Nutroclinica, Brasil, 2000.

13
WAITZBERG, D. L. R., JOAQUIM JOSÉ. Nutrição Enteral e Parenteral na Prática Clínica.
Gasto energético e cálculo de necessidade calórico-proteica. São Paulo: Atheneu, 1995.

14
FERRANNINI, E. The theoretical bases of indirect calorimetry: a review. Metabolism,
v. 37, n. 3, p. 287-301, Mar. 1988. ISSN 0026-0495. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.
nih.gov/pubmed/3278194.

15
MEDICINE, I. O. Dietary reference intakes; the essential guide to nutriente
requirements. Washington (DC): National Academy Press, 2006.

16
ACADEMIES., I. O. M. O. T. N. DRI – dietary reference intakes for energy, carbohydrate,
fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids. Food and Nutrition Board.
Washington: The National Academies Press, 2002.

46
Serviço Social

17
Energy and protein requirements. Report of a joint FAO/WHO/UNU Expert
Consultation. World Health Organ Tech Rep Ser, v. 724, p. 1-206, 1985. ISSN 0512-3054.
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3937340.

18
L., C. Guia de Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto. São Paulo: Manole, 2002.

19
SAÚDE, O. O. M. D. Who Expert Consultation on Preventing Chronic
Diseases: A framework for action. Geneva, 2007.

47

Você também pode gostar