Você está na página 1de 47

COMPOSIÇÃO

CORPORAL

1
Na avaliação da Composição corporal
há 2 indicadores fundamentais

- Composição corporal
- Índice de massa corporal (IMC)

2
Avaliação da composição corporal

O interesse pelo estudo da CC tem mais de um século e os


primeiros foram realizados em animais (com o intuito de
melhorar a qualidade e quantidade da sua carne, para
consumo humano).

A importância atribuída à sua investigação, em seres


humanos, foi particularmente evidente em dois períodos
(Norgan, 1995):
1º após a segunda Guerra Mundial, com o intuito de
conhecer o estado nutricional da população;
2º durante a década de 80, quando se reconheceu a
associação significativa entre os elevados níveis de gordura
corporal e determinadas doenças. 3
Objectivos da avaliação da CC

• identificar possíveis distúrbios de saúde associados a


níveis baixos ou elevados de gordura corporal;

• identificar possíveis distúrbios associados à acumulação


regional de gordura, particularmente a que se encontra na
zona perivisceral (abdominal);

• avaliar a eficácia de um programa de nutrição e/ou


actividade física, na alteração dos valores da CC;

• auxiliar na prescrição de exercício físico;

• monitorizar as alterações da CC ao longo do crescimento


4
Com a avaliação da CC pretende estimar-se a quantidade
absoluta e/ou relativa dos componentes químicos mais
importantes do nosso organismo. Destes podemos destacar:

- A massa muscular (MM) (constituída por cerca de 73,8 %


de água, 19,4 % de proteínas e 6,8 % de minerais e ácidos
gordos);
- O tecido adiposo ou massa gorda (MG) (constituído por
cerca de 60 a 95% de ácidos gordos e o restante por água);
- O tecido ósseo (constituído fundamentalmente por
minerais e água, para além de proteínas e ácidos gordos).

A MG é a componente mais variável do corpo humano, dada


a sua enorme sensibilidade às influências externas. 5
Tópicos fundamentais da avaliação da CC

São 3 as preocupações fundamentais


• Distribuição da gordura,
Avaliada pela relação entre dimensão da anca e da cintura

• Perfil de adiposidade subcutânea


Avaliado pelas pregas de adiposidade subcutânea.

• Quantidade de gordura corporal


Pode ser avaliada em termos absolutos (kg) e relativos (%)
6
A. Distribuição de gordura

7
Existem, métodos extremamente sofisticados
(TAC, ressonância magnética, etc.)

Nestas técnicas (invasivas - radiação) é possível


conhecer, com precisão os diferentes constituintes.

8
Outros menos sofisticados
(métodos antropométricos)

Perímetro da cintura e IAC


Permite identificar a localização preferencial ou excesso da
MG, tendo em conta 1 (cintura) ou 2 locais de referência
(anca e cintura).

• perímetro da cintura

• rácio entre os perímetros da cintura e da anca

IAC • classificação bi-polar.


• dela emergem 2 tipos somáticos extremos:
9
IAC

* Pescoço e nuca, ombros, região acima do abdómen

10
IAC

* Ancas, glúteos, coxas e zona sub-umbilical do abdómen

11
Há crescentes evidências de que a obesidade
apresenta vários fenótipos (tipos de distribuição de
gordura):

tipo 1. gordura excessiva distribuída por todas as


regiões do corpo;
tipo 2. gordura em excesso na região abdominal,
tanto externa (subcutânea) como internamente –
(distribuição androide);
tipo 3. gordura em excesso nas zonas glutídea e
femural (distribuição ginoide).

Habitualmente um obeso combina o tipo 1 com outro tipo


de obesidade. É frequente na mulher a associação entre
tipo 1 e tipo 3 e no homem a tipo 1 com 2. 12
Limitações da avaliação do IAC

• Não faz a distinção entre a


gordura abdominal profunda e
subcutânea
• Os perímetros incluem, para
além do tecido adiposo, vários
tecidos e orgãos o que torna a
medição pouco fiável

• As zonas de referência
apresentam alguma
controvérsia, quando se
avalia pessoas obesas. 13
B. Perfil de tecido adiposo subcutâneo
Neste tópico pretende
conhecer-se os níveis de
gordura subcutânea em
diferentes locais de
referência.
É um complemento de informação para o IAC.

Está descrita uma relação importante entre determinadas


pregas de adiposidade da região do tronco (subscapular,
ilíaca e abdominal) e alguns factores de risco para a saúde
já expressos no IAC.

É realizado com recurso à medição das pregas de


adiposidade subcutânea (adipómetro). 14
Perfil de adiposidade subcutâneo

mm
30

25

20

15

10

0
Tric Subs Ilia Abdo Crural Gemin

15
C. Quantidade de gordura corporal

Através desta avaliação é possível estimar a quantidade


absoluta e relativa de massa gorda (MG) e de massa isenta
de gordura (MIG), de acordo com o modelo de dois
compartimentos.

McArdle, Kacth e Katch (1994) referem que a MG apresenta


dois depósitos fundamentais:

16
1. Gordura essencial: é um constituinte básico de
determinados orgãos, formações nervosas e
membranares tais como da medula óssea, sistema
nervoso central, glândulas mamárias e outros orgãos.

Tem um papel muito importante no processo de crescimento


e maturação, colabora no funcionamento do sistema
nervoso, do ciclo menstrual, do sistema reprodutivo, bem
como no transporte e armazenamento de determinadas
vitaminas essenciais - as designadas de lipossolúveis (A, D,
E e K).

O homem tem cerca de 2 a 3% e a mulher 4 a 6 %


17
2. Gordura armazenada: é composta pelos depósitos de
tecido adiposo. Constitui-se como uma reserva
nutricional e inclui:

• o tecido adiposo que protege os orgãos internos de


traumatismos e choques, bem como de variações
drásticas da temperatura;

• o tecido adiposo subcutâneo.

O homem tem cerca de 8 a 9 % e a mulher 10 a 12 %


18
Mulher de referência
57 (kg)
20 – 24 anos de idade
42 (kg)
164 cm de altura
(74%)

15 (kg)
10 (kg)
(26%)
(67%) 5 (kg)
(33%)

MG MG
Peso MIG MG armazenada essencial

Homem de referência
60 (KG) 20 – 24 anos de idade
70 (KG)
174 cm de altura
(74%)

10 (KG) 8 (KG) 2 (KG)


(26%) (67%) (33%)

MG MG
Peso MIG MG armazenada
essencial
19
Modelo Bioquímico
Água + Proteína + Minerais + Gordura

Modelo de 2 Compartimentos
Massa Magra + Massa Gorda

Gordura essencial (essential fat)


gordura acupulada aos ossos, coração, pulmões, fígado, intestinos, músculos, sistema
nervoso etc.

Gordura Armazenada (storage fat)


Gordura armazenada no tecido adiposo (função protectora e energética)

Massa livre de gordura (FFM)


Massa Magra (LBM) 20
Metodologias para a avaliação da CC

Existem dois métodos básicos de avaliação da CC.


os directos e os indirectos.

1. Métodos directos
Realizado em cadáveres (pos morten).
Recorre a metodologias altamente sofisticadas.
levanta inúmeros problemas logísticos e éticos na
obtenção de cadáveres.
É com base neste método que se elaboram a maioria das
equações para o cálculo da CC dos métodos indirectos;
21
2. Métodos indirectos

São os mais utilizados.

Realizado em indivíduos vivos (in vivo). Recorre a


diferentes metodologias das quais podemos destacar

• A hidrodensitometria
• A bioimpedância
• A interactância por infra-vermelhos
• A antropometria
22
Hidrodensitometria
Faz-se submergir o corpo do testado. Quanto
mais MIG tiver maior é a densidade corporal.

23
Bioimpedância

• Baseia-se na natureza da condução de uma corrente


eléctrica aplicada ao organismo

• A corrente utiliza os fluidos extra e intracelulares como


condutores.

• A diferença de corrente é detectada pelos eléctrodos


receptores, sendo assim determinado o valor da impedância.

• Existem duas metodologias básicas:

24
Pressupostos!!!

1. O corpo humano é um cilindro com


comprimento e àrea transversal
uniforme

2. A um dado sinal de frequência a


impedancia (Z) ao longo do corpo
é directamente proporcional ao
comprimento (L) do condutor
(altura) e inversamente
proporcional à àrea transversal (A)

25
• sujeito deitado, (4 eléctrodos dois na mão e pulso e dois
na zona do pé) “Bio”

• outra avalia o indivíduo na


posição de pé. O aparelho
utilizado para tal é idêntico a
uma balança “Tanita”.

26
Vantagens
• fácil de aplicar;
• não invasivo;
• portátil;
• relativamente acessível em termos de custos;
• pode ser aplicado em diferentes idades e estados de
saúde (excepto em portadores de pace macker).

limitações
• normalmente sobrestima a MG em indivíduos muito
magros e subestima a MG em indivíduos obesos;
• cada pessoa apresenta uma grande variações no
equilíbrio hídrico (pressupostos). 27
Existe um conjunto de pressupostos a cumprir para
que este tipo de avaliação seja fiável:

• Não ter ingerido alimentos líquidos nem sólidos (há,


pelo menos, 2 h) – fase passiva de digestão

• Não ter efectuado uma actividade física intensa (há,


pelo menos, 12 h)

• Estar numa fase estável de peso (oscilações não


superiores a 1 a 2 kg nos últimos 2 meses)

• Não estar grávida ou no período menstrual (sexo


feminino)
28
Método da interactância por infra vermelhos

Baseia-se na emissão de um raio de “infra vermelhos”;

• A velocidade de condução do feixe


conduz à estimativa da CC;

• Para realizar a estimativa da CC é


necessário conhecer o perfil de
actividade física semanal, o peso, a
altura e o sexo do sujeito.
Futrex
29
Vantagens
• fácil de aplicar;
• não invasivo;
• portátil;
• relativamente acessível em termos de custos;
• pode ser aplicado em diferentes idades e estados de
saúde;
• contrariamente à bioimpedância não há pressupostos
para a sua realização.

30
Inconvenientes
• a zona de avalição é muito restrita (braço – região bicipital)
• a % de MG varia substancialmente em função do perfil de
actividade física
• É necessário fazer-se uma estimativa do “frame sise” e, não
há valores de referência.

31
Dual Energy Absorptiometry (DEXA)

32
Avaliação da CC - método antropométrico

A referida estimativa utiliza equações de regressão que


podem ser específicas (aferidas para determinadas
populações) ou universais.

Apresentamos 3 opções sendo duas para adultos


jovens e outra para crianças e jovens.

33
Jackson e Pollock (1989) – Adultos jovens

3 SKF - Tricipital / Abdominal / Ilíaca

Cálculo da % de MG para o Sexo masculino


% MG = 0.39287 ( 3) - 0.00105 ( 32) + 0.15772 (idade) - 5.18845

Cálculo da % de MG para o Sexo feminino


% MG = 0.41563 ( 3) - 0.00112 ( 32) + 0.03661 (idade) + 4.03653

Em que ( 3) é o somatório das 3 pregas de adiposidade


34
Exemplo para um homem
Peso 50 Kg.
skf tric (18 mm); skf abd (35 mm); skf ilíac (22 mm)
Somatório das 3 pregas = 75 mm
• % MG através da fórmula = 25,0%.
25,0% de 50 Kg = 12,5 Kg de gordura ou MG
50 Kg (peso) - 12,5 Kg (de MG) = 37,5 Kg de MIG.

Assim temos
Peso 50 kg.
MG 12,5 kg correspondendo a 25 %
MIG 37,5 kg correspondendo a 75 % 35
Adultos jovens

Cálculo da Densidade Corporal (DC) – Katch e McArdle, 1973

DC=1.09665-0.00103(PASTri)-0.00056(PAS Subs)-0.00054(PAS Abd)

Cálculo da % MG - Siri (1956)

% Fat ou MG = (4.95/DC - 4.50) x 100

36
Fórmulas para atletas e não atletas - jovens
(Boileau et al. 1985)

 Dos 12 aos 15 anos


% MG = 1.35 (skftri. + skfsubs.) - 0.012 (skftri. + skfsubs.)² - 3.4

% MG - percentagem de Massa Gorda


Skf tri. - prega de adiposidade tricipital
Skf subs. - prega de adiposidade subescapular.

 Dos 16 aos 17 anos


% MG = 1.35 (skftri. + skfsubs.) - 0.012 (skftri. + skfsubs.)² - 4.0

37
Através da % MG, é possível calcular o valor da MG
em Kg bem como da MIG (Kg).

MG (kg) = Peso x % MG

MIG (kg) = Peso – MG (kg)

38
Segundo tópico da avaliação

Índice de massa Corporal (IMC)

• Avalia se o peso de cada sujeito esta


adequado, ou não, à estatura

IMC = P / A2 em que: P - é o peso (em kg)


A - é a altura (em metros)

• Importante para detectar peso abaixo do


recomendado 39
IMC

Vantagens Limitações
• Facilidade de • Pretende traduzir apenas com duas
consecução variáveis a CC.
• O valor expresso no numerador
(correspondente ao peso corporal), não
distingue a % relativa de MG e de MIG,
podendo reflectir valores elevados uma
ou outra.

40
Emagrecer?

41
Percentagem de Gordura Corporal

Classificação Homens Mulheres


Muito Baixo <6 < 12
Baixo 6 – 10 12 – 16
Normal 10 – 20 16 – 25
Mod. Alto 20 – 25 25 – 30
Alto 25 – 31 30 – 36
Muito Alto > 31 > 36

42
Dispendio Energético - Consumo Energético

43
44
Cruzamento de
diferentes métodos

45
Sexo masculino Calcular e relacionar (EXCEL)
Cálculo da Densidade Corporal (DC) – Katch e McArdle, 1973
DC=1.09665-0.00103(PASTri)-0.00056(PAS Subs)-0.00054(PAS Abd)
% MG = (4.95/DC - 4.50) x 100 Siri (1956)

% MG = 0.39287 ( 3) - 0.00105 ( 32) + 0.15772 (idade) - 5.18845


 3 SKF - Tricipital / Abdominal / Ilíaca Pollock (1978)

% MG = 1.20 (IMC) + 0.23 (idade) – 10.8 (sexo) – 5.4 Deuremberg (1991)

IMC = P / Am2 // Idade – anos // sexo fem = 0 e masc = 1

Bioimpedância
Interactância por infra vermelhos
IMC = P / Am2 46
Sexo feminino Calcular e relacionar (EXCEL)
Cálculo da Densidade Corporal (DC) – Katch e McArdle, 1973
DC=1.09665-0.00103(PASTri)-0.00056(PAS Subs)-0.00054(PAS Abd)
% MG = (4.95/DC - 4.50) x 100 Siri (1956)

% MG = 0.41563 ( 3) - 0.00112 ( 32) + 0.03661 (idade) + 4.03653


 3 SKF - Tricipital / Abdominal / Ilíaca Pollock (1978)

% MG = 1.20 (IMC) + 0.23 (idade) – 10.8 (sexo) – 5.4 Deuremberg (1991)


IMC = P / Am2 // Idade – anos // sexo fem = 0 e masc = 1

Bioimpedância
Interactância por infra vermelhos
47
IMC = P / Am2

Você também pode gostar