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BIOQUÍMICA E

BIOENERGÉTICA APLICADA
AO TREINAMENTO DE FORÇA
INTRODUÇÃO 3
Ementa 3
Obejtivo geral 4
Obejtivos específicos 4
Organização do caderno de estudos 4

1. CONTEXTO DA BIOENERGÉTICA E BIOQUÍMICA 6


Integração metabólica dos macronutrientes 7
Integração metabólica dos micronutrientes 9
Metabolismo anaeróbio e aeróbio 10
Metabolismo láctico e fadiga muscular na acidose 11
Zonas de Treinamento 13
Diferenças das fibras musculares no exercício de força 16
Exercícios concêntricos, excêntricos e isométricos 18
Biogênese mitocondrial 19
Avaliação bioquímica de ácido úrico, GGT e CPK 20
Estresse Oxidativo 21
Suplementos Antioxidantes 22

2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25
BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADA AO TREINAMENTO DE FORÇA

INTRODUÇÃO
Neste módulo abordaremos a temática referente a bioquímica e
bioenergética aplicada ao treinamento de força muscular. Todo o ensinamento
foi baseado na pesquisa, a qual está intimamente ligada a disciplina.

Esta apostila foi preparada com base nos conteúdos e materiais de artigos
científicos, bem como de referências complementares por meio de livros,
trazendo abrangência, a fim de fornecer conhecimento básico a respeito da dor.

Lembrando que todo conteúdo disponibilizado aqui é rico em informações


e dará a base necessária para que possa entender melhor o assunto e conseguir
visualizar com mais destreza tal conteúdo. Entretanto, vale ressaltar que todo
e qualquer ensinamento só é validado caso haja dedicação.

Ademais, desejamos a você um ótimo estudo!

Ementa

 Integração metabólica de macronutrientes

 Integração metabólica de micronutrientes

 Metabolismo aeróbico e anaeróbico

 Metabolismo láctico e fadiga muscular na acidose

 Zonas de treinamento

 Limiar de lactato 1 e 2

 Diferenças das fibras musculares no exercício de força

 Exercícios concêntricos excêntricos e isométricos

 Biogênese mitocondrial

 Avaliação bioquímica de ácido úrico, GGT e CPK

 Janelas de treinamento em grupos musculares

 Estresse oxidativo

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 Suplementação específica

Obejtivo geral

 Compreender a aplicabilidade da bioquímica e bioenergética para força

Obejtivos específicos

 Entender os elementos que compõe a bioquímica e bioenergética

 Entender os metabolismos aeróbios e anaeróbios

 Entender as zonas de treinamento

 Entender a diferença entre exercícios concêntricos e excêntricos

Organização do caderno de estudos

Para facilitar o seu estudo, o material foi organizado em unidades,


subdivididas em capítulos de forma didática e objetiva. Além disso, este
conteúdo foi baseado levando em consideração a aula presencial. A temática foi
abordada por meio de textos básicos, com a inserção de ícones para estimular
a reflexão, organizar as ideias e tornar a sua leitura mais agradável.

Ao final, serão indicadas, também, as referências bibliográficas utilizadas


neste material. Fique à vontade para utilizá-las como fonte de consulta para
aprofundar seus estudos.

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1. CONTEXTO DA BIOENERGÉTICA E BIOQUÍMICA

A bioenergética foi criada a denominadas de metabolismo. Os


partir de 1953, fruto inicial do processos celulares do organismo
trabalho dos médicos Alexander necessitam de energia tanto para
Lowen e John Pierrakos – que mais serem iniciados como para terem
tarde se retirou do campo e passou a continuidade. Essa energia advém
se dedicar a outra escola dos nutrientes alimentares, mas não
psicoterapêutica. A bioenergética é é aproveitada diretamente dos
uma parte da bioquímica que trata alimentos.
do estudo dos fenômenos
energéticos nos seres vivos. Estuda a
forma que ela é obtida, armazenada, “A bioenergética entende a
mobilizada e utilizada por meio de personalidade em termos do corpo”

processos metabólicos favoráveis Tal energia é recolhida e


(liberam energia) e/ou conduzida como uma forma
desfavoráveis (necessitam de acessível de energia através de um
energia). composto rico em energia (ATP –
adenosina trifosfato) por meio das
A cada minuto do dia milhares
vias metabólicas celulares, que são
de reações químicas ocorrem por
estudadas pela bioenergética.
todo o organismo, essas reações são

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Entre os processos do organismo e é um estudo


responsáveis pela produção de complexo, pois dele faz parte a
energia nos seres vivos temos harmonia do funcionamento do
respiração celular, que nada mais é organismo como um todo, dessa
que o processo através do qual as forma é indispensável analisar as
células obtêm energia e consiste na principais vias metabólicas do nosso
quebra de moléculas ricas em corpo.
energia (geralmente a glicose) com
auxílio do oxigênio, resultando na Todos os tecidos do organismo
produção de gás carbônico com humano são responsáveis pelo
consequente liberação de energia desenvolvimento de uma atividade
para o organismo. específica, o que retrata sua
estrutura organizacional e seu
metabolismo. Assim, basicamente, o
Integração metabólica dos tecido muscular esquelético age
macronutrientes para a realização de movimento
dirigido, o tecido adiposo, por sua
Os macronutrientes são
vez, conserva e compartilha
componentes presentes na
combustível no formato de gordura,
alimentação de fundamental
utilizada como fonte de energia para
importância para o organismo. Este
todos os tecidos e órgãos, e também
grupo compreende os carboidratos,
como isolante de temperatura; o
proteínas e lipídeos (ou gorduras) e
cérebro é capaz de bombear íons,
são responsáveis por fornecer 90%
através de suas células, para formar
do peso seco da dieta e 100% de sua
sinais elétricos.
energia.
Assim, a integração metabólica
Por serem estruturas grandes,
dos macronutrientes nos mamíferos
necessitam ser quebradas em partes
processam as principais substâncias
menores para que sejam absorvidas
nutritivas – proteínas, carboidratos
pelo organismo. Sua digestão ocorre
e gorduras – por meio da hidrólise
no intestino, dissociando-se nas
feita por enzimas. Esse processo é
suas unidades básicas: açúcares dos
essencial para que as células do
carboidratos, ácidos graxos e
epitélio (envolvem o lúmen do
glicerol das gorduras e aminoácidos
intestino) assimilem apenas
das proteínas.
moléculas relativamente diminutas.
Da mesma forma, a integração Em geral, a maioria dos
metabólica diz respeito a regulação monoacilgliceróis e ácidos graxos

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desprendidos pela degradação de epiteliais do intestino, passando


gorduras no sistema intestinal são pelos vasos sanguíneos, até
acumuladas sob a conformação de chegarem ao fígado. Os demais
triacilgliceróis no interior das triacilgliceróis são deslocados para o
células do epitélio intestinal. Depois tecido adiposo através dos nódulos
da absorção, vários aminoácidos e linfáticos ao fígado. Os demais
açucares, bem como determinados triacilgliceróis são deslocados para o
triacilgliceróis reconstituídos, são tecido adiposo através dos nódulos
transportados desde as células linfáticos.

Quando diz respeito o cetônicos do hepatócito e os ácidos


metabolismo energético no músculo graxos do tecido adiposo, sofrendo
esquelético destaca-se pelo oxidação e degradação para gerar
fornecimento de ATP como fonte acetil-CoA, que, por sua vez,
energética direta no momento de ingressa no ciclo do ácido cítrico
contração. O tecido muscular pode para ser reduzida a dióxido de
utilizar glicose, corpos cetônicos ou carbono. A consequente troca de
ácidos graxos livres como fonte de elétrons para a molécula de oxigênio
energia, a variar de acordo com o produz combustível para a síntese
nível de esforço. Quando o músculo de ATP, por meio da fosforilação
se encontra em inatividade, as oxidativa.
fontes utilizadas são os corpos

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Depois do exercício muscular microgramas. O défice de


em intensidade, o indivíduo segue micronutrientes pode provocar
respirando vigorosamente, doenças ou disfunções, ao passo que
utilizando bastante oxigênio para o excesso pode acarretar
processar a fosforilação oxidativa no intoxicações. Por esse motivo, a
fígado. O ATP gerado é empregado dieta deve ser sempre equilibrada e
na gliconeogênese, ainda no fígado, variada. Os micronutrientes
por meio do lactato (originado no compõem o sistema de defesa
tecido muscular). O produto antioxidante que protegem o
concebido, glicose, é redirecionado organismo de moléculas
para os músculos, pois haverá potencialmente prejudiciais
necessidade de reabastecer o (espécies reativas de oxigênio,
armazenamento de glicogênio. nitrogênio e cloro), colaborando
com a resposta imune do exercício.

Integração metabólica dos Desta forma, a deficiência de


micronutrientes micronutrientes impacta
negativamente na evolução de um
Os micronutrientes, também
treinamento de força ou aeróbio,
chamados oligoelementos, são
pois são cruciais para reações
vitaminas e minerais, necessários
específicas que resultam na
em pequenas quantidades à
formação de novas fibras
manutenção do organismo. Estão
musculares, além de participarem
em quantidades diminutas em todos
efetivamente do metabolismo dos
os alimentos, porém são de extrema
aminoácidos, aumentam a
importância para o organismo
sensibilidade à insulina entre outras
desempenhando funções específicas
funções.
e essenciais como processos
celulares relacionados ao Em resumo, as vitaminas e
metabolismo energético, defesa minerais participam de processos
antioxidante e resposta imune. celulares relacionados ao
metabolismo energético; contração,
Assim, como dito
reparação e crescimento tecidual e
anteriormente, os micronutrientes
muscular; defesa antioxidante,
são necessários para a manutenção
resposta imune, ritmo cardíaco,
do organismo, embora sejam
condução do impulso nervoso,
requeridos em pequenas
transporte de oxigênio, fosforilação
quantidades - de miligramas a
oxidativa e saúde óssea, atuando,

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também, como cofatores na tempo dependem basicamente da


metabolização de macronutrientes geração de ATP a partir das reações
para todos os processos fisiológicos, enzimáticas do sistema. O ATP
ou seja, manter níveis adequados de necessário à contração do músculo
micronutrientes no organismo é de está disponível tão rapidamente,
extrema importância para evoluir porque esse processo de geração de
adequadamente o treinamento. energia requer poucas reações
químicas, não requer oxigênio e o
ATP e o PC estão armazenados e
Metabolismo anaeróbio e disponíveis no músculo.
aeróbio

O metabolismo anaeróbio
2. Metabolismo Anaeróbio
refere-se a processos biológicos que
Lático
produzem energia para um
organismo sem usar oxigênio. Este O sistema anaeróbio lático ou
metabolismo é baseado em reações também chamado de glicolítico é
químicas dentro do corpo nas quais uma via metabólica utilizada por
os carboidratos são decompostos todas as células do corporal, na qual,
para liberar energia química. se extrai parte da energia existente
na molécula da glicose, dando
Esse processo ocorre
origem a duas moléculas de lactato,
principalmente quando um
sem consumo de oxigênio
organismo precisa de uma explosão
molecular, sendo por isso chamado
repentina de energia a curto prazo
de “fermentação” anaeróbica, local
ou durante períodos de intenso
esse, onde são gerados dois mols de
esforço.
ATP por cada mol de glicose.
Entretanto, nas células que possuem
1. Metabolismo Anaeróbio mitocôndrias, a glicólise pode
Alático ocorrer na presença de oxigênio
molecular, desde que o piruvato
O sistema anaeróbio alático, produzido não seja reduzido a
também denominado de sistema lactato
fosfagênio ou sistema ATP-CP,
representa uma fonte imediata de Já o metabolismo aeróbio,
energia para o músculo ativo. utiliza o oxigênio para remover a
Atividades que exigem altos índices energia da glicose e a armazena em
de energia durante breve período de

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uma molécula biológica chamada melhores parâmetros que


trifosfato de adenosina (ATP). representam esta capacidade.

O ATP é a fonte de energia do


corpo humano e a quebra de Metabolismo láctico e fadiga
moléculas de ATP libera energia que muscular na acidose
é usada para uma variedade de
Historicamente, o lactato foi
processos biológicos, incluindo o
descoberto no final dos anos de
movimento de moléculas através
1800, por Carl Wilhelm Scheele, ao
das membranas. Os principais
identificar aumento da acidez no
substratos energéticos utilizados no
leite após incomodar-se com o gosto
metabolismo aeróbio advêm dos
de azedo presente nele, sendo então
carboidratos, proteínas e lipídeos.
denominado “ácido do leite” e,
Sabe-se que exercícios posteriormente, ácido láctico.
considerados aeróbios têm a
O lactato é uma substância na
característica de ser contínuos, ou
forma ionizada do ácido láctico,
seja, sem pausa para descanso, por
produzido principalmente pelos
este motivo, seu volume tende a ser
músculos, glóbulos vermelhos e
mais alto do que sua intensidade.
células cerebrais durante a produção
Para que um exercício seja
de energia anaeróbica.
prolongado, a síntese de ATP deve
ocorrer na mesma proporção que A principal diferença entre o
seu consumo, suprindo, assim, a lactato e o ácido lático está na
demanda energética do músculo presença de um átomo de
esquelético. Quando o exercício tem hidrogênio (H+) a mais na estrutura
como característica o volume muito desse do ácido lático.
alto de tempo (acima de 90 minutos
e abaixo de 90% do VO2max) o Dessa forma, o lactato é um
glicogênio muscular será reduzido subproduto do metabolismo do
bruscamente, pela alta demanda sistema glicolítico e é formado no
calórica, com isso, costuma limitar- citosol celular a partir da quebra da
se pelo acúmulo de metabólitos. O molécula de glicose/glicogênio,
rendimento do sistema aeróbio é resultando na formação de piruvato.
determinado por três variáveis Nesse sentido, tem sido sugerido a
principais: VO2max, a resposta do utilização das concentrações de
lactato sanguíneo ao exercício e a lactato sanguíneo produzidas
eficiência muscular, sendo esses, os durante o exercício para estimar a

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contribuição do metabolismo piruvato como produto final.


glicolítico em unidades que Dependendo da capacidade
possibilitam a análise de forma mitocondrial de sustentar a
conjunta às outras vias energéticas. demanda exigida, o piruvato segue
Essa substância torna-se uma para a mitocôndria, onde é oxidada.
grande aliada no controle e no A outra alternativa de destino do
treinamento do sistema anaeróbico, piruvato é a formação de lactato.
sendo cada vez mais comum e com Durante o exercício, o lactato é o
importância expressiva no combustível predominante para o
desenvolvimento do atleta. O uso da coração.
concentração do lactato sanguíneo
como indicador da intensidade de
treinamento e condicionamento se
faz imprescindível nas competições
de alta performance.

Até o momento. Qual a


diferença entre lactato e ácido lático?

Entendendo que no
metabolismo lático é possível
associar a fadiga muscular, uma vez A acidose que é encontrada
que há a associação entre o lactato e durante o exercício não pode estar
o processo de fadiga muscular, relacionada ao ácido lático e
resultando no aumento da acidose tampouco ao lactato, porém
celular. podemos observar que, quando uma
molécula de ATP é convertida a ADP
Assim, a demanda energética é
+ Pi, o grupo fosfato oriundo do
quem determina a necessidade de
ATP, para se formar em fosfato
energia para a realização da
inorgânico, se associa ao grupo
contração muscular. Em exercícios
hidroxil proveniente da molécula de
de alta intensidade, a necessidade de
H2O, ocorrendo então a liberação de
energia aumenta, incrementando
um íon H+, que por sua vez acidifica
assim a velocidade da glicólise, logo,
o meio.
é formada grande quantidade de

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Como visto anteriormente, há culpabilidade da acidose produzida


anos é estudado a relação de ácido durante o exercício intenso pois o
lático e fadiga muscular, e ainda, mesmo não é produzido a ponto de
também há controvérsias em relação conseguir causá-la, da mesma forma
aos benefícios e malefícios como o lactato não pode sê-lo,
ocasionados por ela. Parte das levando em consideração sua
divergências deve-se às participação no sistema de
características das metodologias tamponamento. Assim, o mais
empregadas nos estudos realizados condizente com os últimos estudos é
com músculos isolados e o índice elevado de H+, produzido
eletricamente estimulados. Por durante a glicólise, como causador
exemplo, Lamb refere-se a acidose da acidose e, possivelmente, da
celular como benéfica para a fadiga muscular.
contração muscular porque ela
permite a propagação do potencial
de ação mediante o bloqueio dos Zonas de Treinamento
canais de Cl- nos túbulos T. Quando realizamos alguma
atividade física, o coração,
Em oposição, Bangsbo relata
obviamente, acelera seu ritmo e isso
que a acidose celular é prejudicial à
é um bom estimulante e traz uma
contração muscular porque ela
série de benefícios à nossa saúde.
contribui direta ou indiretamente
Porém, é interessante conhecermos
para a redução da capacidade do
nossa condição física para estarmos
músculo gerar tensão, como por
atentos a essas variações de ritmo. E
exemplo, pela liberação de K+
manter sempre sob controle, não
extracelular, pelo aumento do
apenas para garantir o bem-estar,
tempo no trânsito de Ca+ e pela
mas para melhorar os resultados do
diminuição da afinidade do O2 com
treino.
a hemoglobina.
Para manter a atividade física
Dessa forma, parece que é
da forma correta e obter o melhor
precoce afirmar que a acidose lática
aproveitamento, é necessário saber
não está envolvida direta ou
as zonas de treino e saber
indiretamente com a fadiga
reconhecer em qual delas você está.
muscular durante o exercício
E como veremos agora existem
intenso. Por isso, o ácido lático
alguns benefícios que fazem a
diferencia-se do lactato: e não se
diferença a curto e longo prazo,
pode atribuir ao ácido lático a

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associado a outras boas práticas é - Z2: É a principal zona


claro. aeróbica. Esta zona é para corridas
longas e qualquer outro esporte de
Para manter a atividade física longa duração onde você está
da forma correta e obter o melhor correndo ou se movendo a um ritmo
aproveitamento, é necessário saber que te permita conversar com seu
as zonas de treino e saber parceiro de treino. 65%-75%
reconhecer em qual delas você está.
E como veremos agora existem - Z3: É a zona moderada. Ainda
alguns benefícios que fazem a dentro do alcance aeróbico,
diferença a curto e longo prazo, representa um ritmo aeróbico mais
associado a outras boas práticas é forte, embora você ainda seja capaz
claro. de falar frases completas com seu
parceiro de treino. O treino dentro
Zonas de treinamento são 5 desta zona é usado para estabilizar o
divisões de escala que determinam a nível de desempenho, e também
faixa de esforço, sendo a primeira para acelerar o metabolismo do
mais leve e a quinta a mais intensa. glicogênio. Esta zona prepara o
Em outras palavras, elas ajudam a corpo para sessões de maior
determinar quando o esforço é leve, intensidade. 75%-85%
moderado ou forte. Cada uma dessas
zonas possui características - Z4 e Z5: Estão na faixa
específicas que serão discutidas logo anaeróbica. A intenção aqui é treinar
mais. a resistência e a combinação de força
e resistência. Principalmente o
As zonas se dão a partir da treino intervalado entra nesta
relação linear entre frequência categoria, onde seria descrito como
cardíaca e intensidade de treino, e difícil ou muito difícil.
são determinadas como uma
porcentagem da sua frequência  Zona 4: de 85%-95%
cardíaca máxima. É assim que as
zonas de treino são definidas:  Zona 5: de 90%-100%

- Z1: É usada para aumentar a Desta forma, as primeiras 3


capacidade do corpo de se recuperar estão relacionadas a processos
mais rápido, bem como acelerar o metabólicos aeróbicos abaixo do
metabolismo. <70% limiar de lactato, enquanto que a 4ª
e 5ª zona correspondem
principalmente a processos

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anaeróbicos no limiar de lactato ou estar. A melhor forma e mais


acima dele. As zonas de intensidade assertiva para se calcular a zona de
são usadas nos esportes porque o treino é através de um exame
treino em diferentes intensidades ergométrico ou ergoespirométrico.
esforça seu corpo de formas
diferentes, se adaptando Porém existe uma fórmula
fisiologicamente de formas simples para se calcular, que é o
diferentes e resultando em valor 220 – (Idade) = Frequência
benefícios diferentes. Cardíaca Máxima. Mas o mais
indicado é realizar os exames para
Saber controlar a intensidade evitar erros e futuros danos ao
nos treinamentos é fundamental desempenho e a saúde.
para que o atleta não subestime ou
superestime seu potencial e,
consequentemente, deixe de Limiar de Lactato 1 e 2
progredir ou sofra alguma lesão/ O uso do lactato sanguíneo
perda de rendimento. como marcador de intensidade de
As intensidades das exercício, também é um excelente
diferentes zonas de treinamento aliado para analisar as zonas de
são totalmente individuais, treinamento. A concentração
portanto, saber qual a intensidade sanguínea de lactato é um indicador
(frequência cardíaca, pace ou de intensidade de exercício. A
potência) em cada uma dessas elevação do lactato em decorrência
zonas é a melhor maneira de do exercício não é linear, parecendo
planejar (treinadores) e controlar assumir uma cinética biexponencial,
(atletas) os treinamentos. e, portanto, um “ponto de quebra
(inflexão)” entre a primeira e
Não basta apenas utilizar a segunda proporcionalidade. Assim,
escala de sensação de esforço para o limiar anaeróbio é correspondente
medir a zona de treino. É à máxima intensidade de exercício
necessário ter um onde há equilíbrio entre a produção
autoconhecimento mínimo para e remoção do lactato no sangue.
saber em qual zona você se encontra Esse equilíbrio é conhecido como
e assim poder desempenhar uma máxima fase estável de lactato.
melhor performance e maior bem-

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A figura acima representa este encontramos as demais zonas de


aumento do limiar do lactato. Ou treinamento (Z3, Z4, Z5), na qual é
seja, o primeiro aumento quando realizado apenas exercícios já
realizado o exercício denominado citados no capítulo anterior, com
de limiar 1, onde se concentra a características, intermitente, com
zona de treinamento 1. duração de 10-20 minutos e
Treinamento este que pode ser realizado apenas de 1 a 2 vezes na
indicado durante todos os dias, ser semana.
contínuo, com duração de 1 hora e
mantendo a intensidade: baixa a
média. Diferenças das fibras
musculares no exercício de
Já o segundo aumento de força
limiar de lactato denominamos de
Existem três tipos de fibras
limiar 2. Entre o limiar 1 e 2,
musculares primárias nos seres
encontramos a zona de treinamento
humanos:
2. Na qual é indicado realizado de 2
a 3 vezes por semana, o exercício Tipo 1: são referidos como
pode ser tanto intermitente quanto contração lenta oxidativa
contínuo, a intensidade será
realizada entre moderado e alto e a Tipo 2A: contração rápida
duração de exercício irá variar entre oxidativa
20-40 minutos.
Tipo 2B: contração rápida
Acima do limiar de lactato 2, glicolítica

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Como os seus nomes sugerem, aeróbico fadigando menos que as


cada tipo tem características fibras tipo IIb, de contração rápida.
funcionais diferentes. O calibre, ou
grossura, dos motoneurônios é que - Fibra muscular tipo IIb –
irá definir o tipo da fibra muscular. contração rápida. As fibras rápidas,
Um motoneurônio mais grosso inervadas por motoneurônios mais
permite que uma quantidade maior grossos, por sua vez estão equipadas
de impulsos passe numa mesma para realizar trabalhos de maior
quantidade de tempo e vice-versa. potência e força, porém perdem sua
Atualmente se consideram três capacidade de trabalho em pouco
tipos de fibras: as do tipo I, tipo IIa tempo. Fatores musculares e
e tipo IIb; ou fibras lentas, treinamento A – Motoneurônio
intermediárias e rápidas, Inervando Fibras Musculares. B –
respectivamente. Vários Motoneurônios inervando
um único músculo. A desinibição
- Fibra muscular tipo I – psicológica e os fatores relacionados
contração lenta. Este tipo de fibra ao aprendizado modificam
lenta, é inervada por motoneurônio grandemente a força muscular.
de menor calibre, possui maior
irrigação sanguínea e maior Os efeitos do treinamento de
quantidade de mioglobina, o resistência sobre as fibras
equivalente aos glóbulos vermelhos musculares em geral, estão
do sangue, só que no músculo, e relacionados com adaptações nas
glicogênio, para poder carregar estruturas contráteis, elas
mais facilmente oxigênio e realizar acompanham habitualmente
trabalhos de longa duração. aumentos na força e potência
muscular. As fibras de contração
- Fibra muscular tipo IIa – lenta (tipo I) são as primeiras a
contração intermediária. Este tipo serem recrutadas em qualquer tipo
de fibra muscular possui menor de treinamento, já as de contração
número de capilares sanguíneos rápida (tipo IIa e IIb) são recrutadas
apresentando, assim, menor em momentos específicos, como
suprimento de oxigênio. Apesar nos trabalhos de potência e
dessa característica, possuem boa contrações de alta intensidade.
capacidade de metabolismo
aeróbico fadigando menos Treinamento de resistência de
característica, possuem boa longa duração. As fibras de
capacidade de metabolismo contração lenta (tipo I) geram

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BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADA AO TREINAMENTO DE FORÇA

energia para formar uma nova Funcionalmente estas contrações


molécula de ATP (adenosina estabilizam articulações. Por
trifosfato, fonte primária de exemplo, para alcançar à frente com
energia), predominantemente a mão, a escápula precisa ser
através do sistema aeróbico de estabilizada de encontro ao tórax.
energia. As fibras de contração lenta Exercícios: pranchas, se pendurar
recebem uma pigmentação na barra, handstand holds, wall
vermelha, características de seu rico sit.
número de mitocôndrias,
componente celular responsável Contração Concêntrica: Um
pela respiração e produção de encurtamento do músculo durante
energia, e mioglobina, proteína a contração é chamado uma
globular que contém ferro cuja contração concêntrica (dinâmica
função é armazenar o oxigênio no positiva) ou de encurtamento.
músculo. Exemplos seriam os músculos
quadríceps quando um indivíduo
está se levantando de uma cadeira,
Exercícios concêntricos, ou os flexores do cotovelo quando
excêntricos e isométricos um indivíduo está levando um copo
até a boca. Nas contrações
A maior e mais frequente fonte
concêntricas a origem e a inserção
de força gerada dentro do corpo
se aproximam, produzindo a
humano é pela contração dos
aceleração de segmentos do corpo,
músculos. Forças passivas
ou seja, acelera o movimento.
adicionais ocorrem pela tensão das
fáscias, ligamentos e estruturas não Exercícios:
contráteis dos músculos.
 Tirar um peso do chão –
Contração Isométrica: Quando primeira metade do deadlift
um músculo se contrai e produz
força sem alteração macroscópica  Empurrar durante uma
no ângulo da articulação, a push-up
contração é dita isométrica. As
contrações isométricas são muitas  Levantar durante um squat
vezes chamadas de contrações  Primeira parte do pull-up
estáticas ou de sustentação,
normalmente é usada para Contração Excêntrica: Quando
manutenção da postura. um músculo se alonga durante a

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contração, esta é chamada uma mitocôndria que a oxidação lipídica


contração excêntrica (dinâmica ocorre. Logo, o Triacilglicerol (TAG)
negativa) ou de alongamento. Por mobilizado inicialmente do tecido
exemplo, o quadríceps quando o adiposo ou do tecido muscular, é
corpo está sendo abaixado para quebrado pela ação da enzima
sentar-se e os flexores do cotovelo lipase hormônio sensível, e
quando o copo é abaixado até a posteriormente, o ácido graxo
mesa. Nas contrações excêntricas a gerado a partir desse TAG, através
origem e inserção se afastam do complexo da lançadeira de
produzindo a desaceleração dos carnitina entra na mitocôndria para
segmentos do corpo e fornecem sua oxidação. Exercícios aeróbicos
absorção de choque como corrida e ciclismo melhoram o
(amortecimento) quando condicionamento
aterrissando de um salto, ou ao cardiorrespiratório, também
andar, ou seja, freia o movimento. conhecido como condicionamento
aeróbico certo? Este
condicionamento é melhorado em
Biogênese mitocondrial parte pelo aumento do número e
A biogênese mitocondrial é um tamanho de mitocôndrias,
processo originado a partir do organelas responsáveis pela
estímulo ao recrutamento e a respiração celular. A biogênese
síntese de proteínas mitocondriais, mitocondrial no músculo
que tem como resultado o aumento esquelético está associada a um
do tamanho, do volume e do aumento do consumo máximo de
número de mitocôndrias presentes oxigênio Então, o de alta
na célula. intensidade e curta duração,
também incluindo treinamento de
A mitocôndria é uma organela força e hipertrofia não afeta as
responsável por processo mitocôndrias? Muitas pesquisas na
fundamentais ao praticante do área indicam que as vias de
exercício físico. Pode-se dizer que é sinalização ativadas pelo
a organela chave do metabolismo treinamento aeróbico (via do fator
energético, tendo em vista que a de transcrição PGC1a) e anaeróbico
fosforilação oxidativa ocorre com (via AKT/mTOR) são bem distintas.
participação fundamental dessa Uma das vias promoveria aumento
organela, mas a sua importância do VO2 (e um dos mecanismos era
não para por aí. É dentro da aumentar o número e tamanho das

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BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADA AO TREINAMENTO DE FORÇA

mitocôndrias), a outra atuava Avaliação bioquímica de ácido


principalmente na miofibrila úrico, GGT e CPK
aumentando o tamanho da área de
O ácido úrico, também
secção transversa da fibra
chamado de urato, é o produto final
(promovendo hipertrofia
do catabolismo completo das
muscular).
purinas, que são bases nitrogenadas
Estudos mais recentes sugerem encontradas nos ácidos nucleicos
que o treino de força e hipertrofia (RNA e DNA). Ele apresenta
pode sim ativar a biogênese síntese, majoritariamente, hepática
mitocondrial em menor grau que o e na mucosa intestinal, locais onde
exercício aeróbio, porém, seus existem a enzima xantina-oxidase; a
mecanismos e implicações clinicas maioria do ácido úrico dissolve-se
precisam ser melhores no sangue, e em seguida, é filtrado
compreendidos. nos rins, sendo posteriormente
expelido do organismo através da
Alguns autores sugerem um urina.
fenômeno descrito como uma
“diluição do volume mitocondrial” O nível máximo de segurança
que seria desencadeado pelo para o ácido úrico no sangue é de 5
treinamento de força uma vez que mg / dL (0,30 mmol / L) e não 7
ocorre aumento do volume do como mostra os exames controles
músculo (hipertrofia) sendo que o da maioria dos laboratórios. O
número de mitocôndrias (biogênese exercício pode ajudar a conseguir
mitocondrial) não se alteraria. Não isso, mas você deve fazer o
há evidências de que o treinamento tratamento de redução das taxas
de força promoveria uma “perda” de ácido úrico e se necessário
relativa nas mitocôndrias. Alguns manter esse nível segurança.
dados apontam que o treinamento
Já a avaliação bioquímica de
de força poderia (em sedentários)
GGT, também conhecido por Gama
aumentar discretamente o VO2max
GT ou gama glutamil transferase, é
sugerindo que a função
normalmente solicitado para
mitocondrial poderia ser
verificar a presença de problemas
aprimorada com o treinamento de
no fígado ou obstrução biliar, já que
força.
nessas situações a concentração de
GGT está elevada. A gama
glutamil transferase é uma enzima

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BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADA AO TREINAMENTO DE FORÇA

produzida no pâncreas, coração e CPK 3 ou MM: Está presente


fígado, principalmente, podendo em o tecido muscular e representa
estar elevada quando há 95% de todas as
comprometimento de algum desses creatinofosfoquinases (BB e MB).
órgãos, como pancreatite, infarto e
cirrose, por exemplo. Assim, para
auxiliar o diagnóstico de problemas Estresse Oxidativo
hepáticos e biliares o médico Na escala evolutiva, a
normalmente solicita sua dosagem capacidade de utilizar o oxigênio
juntamente com TGO, TGP, (O2) para o processo de síntese de
bilirrubinas e fosfatase alcalina, que energia representa um dos
é uma enzima também dosada pra principais avanços dos seres vivos.
auxiliar o diagnóstico de problemas No entanto, uma vez que o O2
no fígado. também age como um aceptor
universal de elétrons, o
A creatinofosfoquinase,
metabolismo oxidativo constitui
conhecida pela sigla CPK ou CK, é
uma fonte de síntese de várias
uma enzima que atua
substâncias com propriedades
principalmente nos tecidos
tóxicas, as quais incluem os radicais
musculares, no cérebro e no
livres.
coração, sendo solicitada a sua
dosagem para investigar possíveis O aumento das espécies
danos a esses órgãos. Os valores de reativas do oxigênio (ERO) pode
referência da creatinofosfoquinase reduzir a capacidade antioxidante
(CPK) são de 32 e 294 U/L para corporal, situação conhecida como
homens e 33 a 211 U/L para estresse oxidativo. O estresse
mulheres, mas podem variar oxidativo tem sido relacionado ao
dependendo do laboratório onde é aumento de lesões a diversos
realizado o exame. constituintes celulares,
principalmente sobre as
CPK 1 ou BB: Pode ser
membranas, haja vista desencadear
encontrada nos pulmões e
um processo de degeneração dos
no cérebro, principalmente;
fosfolipídios, conhecido como
CPK 2 ou MB: É encontrada peroxidação lipídica (PL).
no músculo cardíaco e por isso pode
Dentre as fontes de síntese de
ser utilizada como marcador de
ERO, induzidas pelo exercício físico
infarto, por exemplo;
estão às mitocôndrias, o processo de

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BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADA AO TREINAMENTO DE FORÇA

isquemia e reperfusão tecidual, a capacidade de recuperação. Deste


inflamação e a exacerbada liberação modo, face essencial o
de íons metais de transição. Quando conhecimento dos mecanismos e
ocorrido cronicamente, o estresse efeitos das ERO induzidas por
oxidativo pode reduzir a massa e a exercícios físicos, bem como seus
força muscular, bem como, efeitos sobre o sistema antioxidante
aumentar a gravidade de lesões às corporal.
células, resultando em menor

O corpo humano possui um compostos não enzimáticos


complexo sistema de defesa fornecidos ao organismo humano,
antioxidante que neutralizam os principalmente, através da
radicais livres e EROs formados alimentação.
continuamente no processo
metabólico normal do organismo.
Este sistema é constituído por Suplementos Antioxidantes
enzimas como a superóxido Como o exercício aumenta a
dismutase (SOD), catalase (CAT) e produção de radicais livres gerando
glutationa peroxidase (GPx), além estresse oxidativo, muitos atletas
de compostos não enzimáticos como fazem uso de suplementos
o ácido ascórbico (vitamina C), α- antioxidantes para tentar controlar
tocoferol (vitamina E), o selênio, a esse estresse.
glutationa, a ubiquinona e os
flavonóides, sendo a maioria destes

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BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADA AO TREINAMENTO DE FORÇA

Os principais suplementos melhora do humor e sensação de


antioxidantes utilizados são as bem-estar, ganho de massa
vitaminas A, E, C, betacaroteno, muscular, perda de gordura e
polifenóis, além de muitos longevidade. Lembrando que a
alimentos administrados de forma suplementação é realizada única e
sistemática como a uva, groselha, exclusivamente por um profissional
mirtilo e chá verde. Também capacitado, seja nutricionista,
podemos encontrar suplementação nutrólogo ou até mesmo endócrino,
pela creatina, glutamina, minerais, mas nunca é feito de maneira alheia
zinco, ácido ascórbico. e sem orientação, pois o efeito pode
ser o contrário do esperado.
A síntese de espécies reativas é
importante para diversas funções
celulares, o que inclui a própria
maior eficiência do sistema de
defesa antioxidante. Entretanto,
exercícios físicos intensos e
prolongados ou exaustivos
promovem um desequilíbrio entre
agentes oxidantes e antioxidantes,
situação conhecida como estresse
oxidativo. O duplo papel exercido
pelas espécies reativas estimula
novas pesquisas a compreenderem
melhor este sistema. A utilização de
suplementos alimentares com a
intenção de atenuar o estresse
oxidativo, embora interessante,
ainda carece de informações com
base científica a respeito de seus
reais efeitos, doses e posologia
adequada.

A suplementação é uma
estratégia que ajuda otimizar o
funcionamento do nosso organismo
nos proporcionando benefícios no
condicionamento físico e mental,

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BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADA AO TREINAMENTO DE FORÇA

2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAR-OR, D.; GARRET, R. E. Is low
plasma selenium concentration a
true reflection of selenium
deficiency and redox status in
critically ill patients?. Critical Care
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Manual de Nutrição para o exercício


físico- Sueli Longo, Atheneu – 2º
edição

LEHNINGER, A. L. Princípios de
bioquímica. São Paulo: Servier,
2000

Archer L, Grant BF, Dawson DA.


What if americans drank less? The
potential effect on the prevalence of
alcohol abuse and dependence. Am
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Nutrição do exercício físico ao


esporte – Antônio Lancha Jr e Sueli
Longo – Ed. Manole – 1º edição

Nutrição no esporte: Diretrizes


nutricionais e bioquímica e
fisiologia do exercício- Asker PhD
Jeukendrup, Michael PhD Gleeson-
Ed Manole- 2021

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02
6

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