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Processamento de proteínas no RE e

tráfego intracelular de vesículas

Profa. Ana Paula


Biologia Molecular e Celular II
_______________________________
IFSC, 2015
Retículo Endoplasmático
• Muitas proteínas transportadas
enovelam-se e são montadas no
lúmen do RE;

• Muitas estão em rota para outros


destinos;

• Outras são residentes…

– Proteínas importantes residentes no RE:


• PDI: catalisa oxidação de grupos SH livres para formar S-S
• Chaperona BiP: transporte pós-traducional de prot. p/ RE.
Modificações nas proteínas e controle de
qualidade no RE
As proteínas que passam pelo RE podem sofrer
4 modificações principais antes de alcançarem
seu destino final:

1. Adição e processamento de carboidratos no RE (N-


glicosilação);
2. Formação de ligações dissulfeto no RE;
3. Dobramento apropriado e montagem de subunidades
no RE;
4. Clivagens proteolíticas específicas no RE, Golgi e
vesículas secretoras.
A maioria das proteínas sintetizadas no RE
rugoso é glicosilada.

Oligossacarídeo precussor N-ligado


Adição e processamento inicial dos oligossacarídeos N-ligados ao RE
rugoso das células de vertebrados.
Os oligossacarídeos marcam o estado de
enovelamento
Degradação de proteínas mal enoveladas no RE
(ERAD = ER associated protein degradation)

Review in: Protein dislocation from the ER.


Biochimica et Biophysica Acta (BBA) –
Biomembranes, Vol. 1808, March 2011,
Pages 925–936

“Misfolded soluble proteins in the ER lumen are translocated back into the
cytosol, where they are deglycosylated, ubiquitylated, and degraded in
proteasomes. Misfolded membrane proteins follow a similar pathway. Misfolded
proteins are exported through the same type of translocator that mediated their
import; accessory proteins that are associated with the translocator allow it to
operate in the export direction”.
Ubiquitina
Controle de qualidade do enovelamento no RE

Proteassomo degrada proteínas indesejadas no citosol. (A) ME de proteassomos


(B) Imagem ampliada digitalmente (C) Esquema do funcionamento: as bolas
vermelhas representam peptídeos de ubiquitina na proteína (verde).
Endereçamento de Proteínas

1. Transporte mediado : importação p/ o


núcleo por poros nucleares: funcionam
como portões seletivos.

2. Translocadores proteicos: realizam o


transporte de proteínas através das
membranas das organelas.

3. Transporte Vesicular: vesículas


carregam proteínas a partir do RE.
Transporte vesicular:
visão geral das vias
secretora e endocítica
de distribuição de
proteínas

Qual o caminho das


proteínas a partir do
RE?
Como são carregadas?
O tráfego vesicular é organizado

• só a proteína a ser
transportada deve estar na Todos esses eventos de
vesícula
reconhecimento
• A fusão de membranas deve dependem de
ocorrer só na membrana alvo proteínas associadas
com as membranas
• Cada organela participante
deve manter sua identidade
das vesículas de
(composição) distinta. transporte
Brotamento de vesículas
A maioria das vesículas que brotam das
membranas
têm uma capa protéica

VESÍCULAS REVESTIDAS

Depois de formada, a vesícula perde seu


revestimento, permitindo sua interação
com a membrana destino.
Funções da capa:
- dar forma à membrana no brotamento;
- Concentrar proteínas numa região
específica, ajudando na captura de
moléculas p/ o transporte
Ex. vesículas com capas de clatrina; COPs.
A estrutura de uma capa de clatrina

(A) Micrografia eletrônica de trisquélions de clatrina sombreados por platina. (B) Um


desenho esquemático do provável arranjo dos trisquélions na superfície citosólica da
vesícula com capa de clatrina. (C) Reconstrução da estrutura tridimensional de uma
capa de clatrina (36 trisquélions arranjados em 12 pentágonos e 6 hexágonos)
Micrografia eletrônica da estrutura de clatrina que envolve
as vesículas transportadoras revestidas
A clatrina em si não toma parte na captura
das moléculas para o transporte.

Isto é feito pelas proteínas adaptadoras


(diferentes para cada membrana), as
quais “seguram" a capa de clatrina à
membrana vesicular e ajudam na seleção
das moléculas para o transporte;

Pequenas GTPases recrutadoras (Arf,


Sars) de revestimento participam na
montagem e desmontagem do
revestimento
As moléculas a serem transportadas têm
sinais reconhecidos por receptores de
carga, localizados na membrana
Vesículas revestidas de clatrina, vistas por ME
Modelo proposto para recrutamento de clatrina e AP2 (proteína adaptadora 2 –
em azul) durante os primeiros 5 segundos da formação da vesícula.

Fonte:
The first five seconds in the life of a clathrin-coated pit. Cell. 2012 August 3;
150(3): 495–507. doi: 10.1016/j.cell.2012.05.047
A hidrólise de GTP pela dinamina é nessária para
o desprendimento das vesículas de clatrina

Broto de
vesícula

Dinamina (GTPase com domínio


de ligação a PIP2)
Preparação de terminações nervosas que foram incubadas com GTP não
hidrolisável, tratada com anticorpos anti-dinamina marcados com ouro e
analisados por MET.
Broto com longo pescoço que não pode se desprender uma vez
que a hidrólise de GTP não ocorre.
Veja a animação:

http://www.youtube.com/watch?v=o_EUHu4OJus
Como a vesícula encontra seu destino?

• A vesícula é transportada ativamente ao longo do


citoesqueleto;
• Marcadores de superfície identificam a origem da
vesícula e o tipo de carga;
• Atingida a organela alvo a vesícula tem que reconhecer
os marcadores e ancorar nela;

• A especificidade de ancoramento depende das


- SNAREs Rabs
Proteínas transmembrana GTPases de direcionamento
que certificam a seleção e
auxiliam no ancoramento.
Modelo de fusão mediado por SNAREs. v-SNARE em verde,
t-SNARE em rosa. Adaptado de Cell 92 (6).

O modelo postula que a fusão se dá pela interação das SNAREs


forçando as membranas a um contato próximo.

As SNAREs formam um extenso coiled-coil ancorado por regiões


transmembranas de v- e t-SNAREs. A interação deve induzir um
estresse local na membrana, resultando na fusão.
Modelo para fixação e fusão das vesículas
de transporte nas membranas alvo
A fusão da bicamada é proposta ocorrer em múltiplas etapas

https://www.youtube.com/watch?v=FqTSYHtyHWE
Table 13-1Subcellular Locations of Some Rab Proteins

PROTEIN ORGANELLE
Rab1 ER and Golgi complex
Rab2 cis Golgi network
Rab3A synaptic vesicles, secretory granules
Rab4 early endosomes
Rab5A plasma membrane, clathrin-coated vesicles
Rab5C early endosomes
Rab6 medial and trans Golgi cisternae
Rab7 late endosomes
Rab8 secretory vesicles (basolateral)
Rab9 late endosomes, trans Golgi network

(Alberts B, Johnson A, Lewis J, et al. Molecular Biology of the Cell. 4th edition)
Rotas secretoras
RE ou Golgi: o que determina se a proteína fica no
RE ou segue a rota de exocitose?

• Só proteínas enoveladas saem do RE


- aquelas parcialmente ou não enoveladas são retidas
- complexos proteicos são montados antes de sair;
- proteínas mal enoveladas são direcionadas para o
citosol para degradação.

• Proteínas que devem funcionar no RE: muitas têm


sinal de retenção no C-terminal. Se saírem, voltam...
- Solúveis- KDEL: reconhecido por uma proteína receptora
ligada à membrana do RE.
- De membrana: KKXX

• Sinais de saída do Golgi : não são bem conhecidos


O Aparelho de Golgi
A) Reconstrução tridimensional a partir de micrografia eletrônica do aparelho de Golgi de uma
célula animal secretora. A face cis do Golgi e a mais próxima do ER. (B) Detalhe da zona de
transição entre RE e Golgi de uma cél. animal. (C) Uma micrografia eletrônica do aparelho de
Golgi da alga Chlamydomonas em seção transversal.
http://www.youtube.com/watch?v=u38LjCOvDZU&NR=1
RE

Processamento de oligossacarídeos
nos compartimentos de Golgi

Fonte: Alberts et al. 2010


Modelo de maturação das cisternas x
transporte vesicular

“The Golgi Complex”.FEBS Letters.Volume


583, Issue 23, 3 December 2009, Pages
3764–3769
Transporte a partir do trans-Golgi
LISOSSOMO

Molecular Biology of the Cell. 4th edition.


Alberts B, Johnson A, Lewis J, et al.
New York: Garland Science; 2002.
Rota endocítica
• Captura fluidos, moléculas grandes e pequenas.
• O material a ser ingerido é progressivamente capturado
numa vesícula de membrana plasmática (endocítica)
• Pode ser mediada por receptor ou não;
• O pH ácido dos endossomos pode levar a dissociação
do receptor da carga:
→ a carga é entregue aos lisossomos e
o receptor é reciclado.
→ se houver a dissociação a carga seguirá
outro destino.
Endocitose
• Endocitose mediada por receptor (ex. LDL = lipoproteína de baixa densidade)
O Transporte retrógrado
Transporte retrógrado da ricina, uma proteína
inativadora de ribossomos, em células de
mamíferos

Hartley & Lord, 2004

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