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REPLICAÇÃO DO DNA

SUMÁRIO
1. Princípios da Replicação do DNA........................ 3
2. Origem de Replicação............................................... 6
3. Forquilhas de Replicação.......................................10
4. Dna-Polimerase.........................................................15
5. Proteínas Acessórias da Replicação.................24
6. Reparo do DNA.........................................................32
Referências Bibliograficas..........................................43
REPLICAÇÃO DO DNA 3

O processo biológico fundamental da ter consequências desastrosas, como


reprodução requer a transmissão fiel o desenvolvimento de câncer.
da informação genética dos pais para
os filhos. Portanto, a replicação acu-
rada do DNA genômico é essencial 1. PRINCÍPIOS DA
para a existência de todas as células REPLICAÇÃO DO DNA
e organismos. A cada vez que uma A replicação do DNA é um proces-
célula se divide, todo o seu genoma so semiconservativo no qual cada
deve ser duplicado, sendo necessária fita parental serve como molde para
uma complexa maquinaria enzimáti- a síntese de uma nova fita-filha. Para
ca para copiar as grandes moléculas tal, ocorre a separação das fitas da
de DNA que constituem os cromos- dupla hélice de DNA com a quebra
somos procarióticos e eucarióticos. das ligações de hidrogênio entre as
Além disso, as células desenvolve- bases nitrogenadas, e então cada fita
ram mecanismos para corrigir os er- atuará como molde para a produção
ros eventuais que ocorrem durante de uma nova fita. Assim, cada nova
a replicação do DNA e para reparar molécula de DNA é uma cópia per-
as lesões que resultam da ação de feita de uma molécula preexistente.
agentes ambientais tais como as ra- Ocorre durante a fase S da interfase
diações. Anormalidade nestes pro- e a enzima central envolvida é a DNA
cessos resultam na falta de acurácia polimerase, que catalisa a junção de
na replicação e na manutenção do desoxirribonucleosídeos 5’-trifosfa-
DNA genômico – falha esta que pode tados (dNTPs) para formar a cadeia
crescente de DNA.

Fita S molde

Fita S
Fita S’ nova

Fita S nova
Fita S’
Dupla-hélice de DNA original

Fita S’ molde

Figura 1. A dupla-hélice atua como um molde para sua própria duplicação.


Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
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frequência de erros exigida para a re-


SE LIGA! A replicação correta da dupla produção celular. Proteínas adicionais
hélice original do DNA é assegurada e sequências específicas de DNA são
pelo pareamento adequado das bases
necessárias para iniciar a replicação e
nitrogenadas, isto é, cada timina é pa-
reada com uma adenina e cada guani- copiar as extremidades dos cromos-
na está associada a uma citosina. Erros somos eucarióticas.
nesse pareamento podem (ou não) ge-
rar mutações.
SE LIGA! A replicação do DNA é um
processo bastante complexo tendo em
Contudo, a replicação do DNA é mui- vista que envolve a duplicação de bi-
lhões de pares de nucleotídeos cada vez
to mais complexa que uma simples que a célula se divide. O processos de
reação enzimática. Outras proteínas cópia deve ocorrer com alta velocidade
estão envolvidas e mecanismos de e precisão, isto é, com o mínimo de er-
correção de erros são necessários ros possível. Esse feito é realizado por
um grupo de proteínas que formam uma
para garantir que a exatidão da re- máquina de replicações.
plicação seja compatível com a baixa

SAIBA MAIS!
A replicação do DNA também é dita assincrônica. Isto porque, em um dado tipo celular, re-
giões específicas do material genético, ou genes individuais, começam e terminam sua du-
plicação em momentos definidos na fase S. A eucromatina, que constitui a cromatina gene-
ticamente ativa, começa a replicar primeiro, fazendo-o desde o início da fase S, enquanto a
heterocromatina geralmente é a última a replicar, no final do período S, sendo considerada,
portanto, de replicação tardia.
REPLICAÇÃO DO DNA 5

MAPA MENTAL – VISÃO GERAL DA REPLICAÇÃO DO DNA

Molde Fita parental

Separação das fitas


Erros Mutações
na dupla - hélice

Cópias exatas Duas fitas - filhas

Pareamento
Processo
adequado das bases
semiconservativo
nitrogenadas

Fase S da interfase Quando ocorre? Alta velocidade

REPLICAÇÃO
DO DNA
Regiões específicas
do material genético Assincrônica Alta precisão
replicam-se em definidos
momentos na fase S

Principal enzima Outras proteínas

DNA polimerase Máquina de replicação


REPLICAÇÃO DO DNA 6

2. ORIGEM DE fitas parentais de DNA é realizada por


REPLICAÇÃO helicases específicas, começando em
segmentos únicos de uma molécula
Para que o DNA de fita dupla atue
de DNA, chamados origens de repli-
como molde durante a replicação, as
cação, ou simplesmente origens. As
duas fitas pareadas devem ser sepa-
sequências nucleotídicas das origens
radas, ou desnaturadas, para tornar
de replicação de diferentes organis-
as bases disponíveis ao pareamen-
mos variam bastante, embora geral-
to com as bases dos dNTPs que são
mente contenham sequências ricas
polimerizados nas novas fitas-filhas
em A – T (Adenina e Timina).
recém-sintetizadas. A separação das

Figura 2. A dupla hélice de DNA é aberta na origem de replicação. Fonte: Bruce Alberts, Dennis Bray, Karen Hopkin,
Alexander Johnson, Julian Lewis, Martin Raff, Keith Roberts, Peter Walter. (2017). Fundamentos da Biologia Celular. 6ª
Ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 864p. 
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sua replicação. Isso realmente não


SE LIGA! As origens de replicação são acontece, pois enquanto em células
compostas por sequências de DNA que procariontes a molécula de DNA ini-
atraem as proteínas iniciadoras e são
cia a replicação em um único local, em
segmentos de DNA particularmente fá-
ceis de separar. Nesse contexto, sabe- células eucariontes existem múltiplas
mos que o par de bases A – T é unido origens. Assim, essas células solu-
por menos pontes de hidrogênio do que cionaram o problema de replicar seu
o par G – C (Guanina e Citosina). Portan-
to, um segmento de DNA rico em pares
enorme genoma no curto espaço de
de bases A – T é relativamente mais fácil tempo do intervalo S e superaram a
de ser separados e, com isso, esses pa- baixa velocidade de sua replicação. O
res são normalmente encontrados nas número de origens de replicação de-
origens de replicação.
pende do organismo, do tipo celular
e é regulado ao longo do desenvol-
A velocidade de duplicação do DNA é vimento. Como exemplo, em um cro-
calculada em torno de 30 mm por mi- mossomo humano médio existem,
nuto, na bactéria Escherichia coli, e de pelo menos, 200 pontos de origem.
0,5 a 2,0 mm por minuto, nos núcle- Como muitos genes ativos replicam
os das células eucariontes dos ver- no início da fase S, é possível que o
tebrados. Com essa velocidade, se o papel de origens de replicação espe-
processo começasse por um extremo cíficas seja o de coordenar a replica-
da molécula de DNA e terminasse ção do DNA com a transcrição dos
no outro, o genoma dos vertebrados genes.
gastaria um tempo muito longo para
REPLICAÇÃO DO DNA 8

Origem
Origem de replicação
de replicação

Início
Início da da
replicação
replicação

Término
Término dada
replicação
replicação

Duas moléculas – filhas de DNA circular

Figura 3. A replicação do DNA de um genoma bacteriano.


Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
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Iniciação da replicação

Forquilhas movem-se
DNA-recém
em direções opostas
sintetizado

Figura 4. A replicação em eucarióticos inicia em múltiplas origens (ori). Fonte: Geoffrey M. Cooper & Robert E. Haus-
man. (2007). A Célula. Uma abordagem molecular. 3ª Ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 736p.

Para ser ativada, a origem de replica- pré RC. Quando o complexo pré-RC
ção é reconhecida por um complexo se liga a uma origem de replicação, o
proteico chamado complexo de re- complexo ORC é fosforilado e o pro-
conhecimento de origem (ORC, em cesso de replicação é iniciado. Depois
inglês). Ele liga-se às origens de re- de ocorrida a replicação, o complexo
plicação e sinaliza para que outras pré-RC se desliga daquela origem de
proteínas reguladoras venham a se replicação, impedindo outra leitura da
ligar também. Entre essas proteínas, mesma origem.
está o complexo pré-replicativo ou
REPLICAÇÃO DO DNA 10

MAPA MENTAL – ORIGEM DE REPLICAÇÃO

Única origem

Recruta as proteínas
Múltiplas origens
envolvidas na replicação
Células procarióticas

Complexo de
Células eucarióticas reconhecimento de
origem (ORC)
ORIGEM DE
REPLICAÇÃO
Local de início da separação
Sequências ricas em A - T
das fitas parentais de DNA

Ação das helicases

3. FORQUILHAS DE direções, separando o DNA à medida


REPLICAÇÃO que vão se afastando. Dessa forma, a
replicação do DNA nos cromossomos
A região do DNA na qual todas estas
bacterianos e eucarióticos é dita bi-
proteínas se reúnem para realizar a
direcional. As forquilhas se deslocam
síntese de fitas-filhas é chamada de
muito rapidamente – cerca de 1.000
forquilha de replicação, em forma de
pares de nucleotídeos por segundo
Y. Nessas forquilhas, a máquina de
em bactérias e 100 pares de nucle-
replicação se desloca sobre o DNA,
otídeos por segundo em humanos. A
causando a abertura das duas fitas
velocidade mais lenta do movimento
da dupla-hélice e usando cada um
da forquilha em humanos (e em todos
das fitas como um molde para pro-
os eucariotos) pode ser devida às di-
duzir uma nova fita-filha. Duas for-
ficuldades geradas pela presença da
quilhas de replicação são formadas a
estrutura da cromatina, mais com-
partir de cada origem de replicação, e
plexa, encontrada nos organismos
essas se afastam da origem nas duas
superiores.
REPLICAÇÃO DO DNA 11

Origens de replicação

Direção do movimento da forquilha

Forquilhas de replicação

Figura 5. As forquilhas de replicação se movem em direções opostas, a partir de diversas origens de replicação nos
cromossomos eucarióticos. Fonte: Bruce Alberts, Dennis Bray, Karen Hopkin, Alexander Johnson, Julian Lewis, Martin
Raff, Keith Roberts, Peter Walter. (2017). Fundamentos da Biologia Celular. 6ª Ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 864p. 

sintetiza o DNA novo utilizando uma


SE LIGA! O processo replicativo ocorre das fitas existentes como molde. Essa
muito mais rapidamente, pois o geno- enzima catalisa a adição de nucleotí-
ma é menor e encontra-se em um es-
deos à extremidade 3’ de uma cadeia
tado de compactação bem mais sim-
ples em comparação com os eucariotos, crescente de DNA pela formação da
proporcionando a adição mais veloz de ligação fosfodiéster entre a extremi-
nucleotídeos. dade 3’ e o grupo 5’-fosfato do nucle-
otídeo a ser incorporado. Os nucleo-
tídeos entram na reação inicialmente
No centro da máquina de replicação
como trifosfatos de nucleosídeo que
está a enzima DNA-polimerase, que
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fornecem energia para a polimeriza- fornece a energia para a reação que


ção. A hidrólise de uma ligação de alta liga um monômero nucleotídico à ca-
energia do trifosfato de nucleosídeo deia e libera pirofosfato (PPi).

Extremidade 3’ da fita

Extremidade 5’ da fita

FITA
INICIADORA FITA - MOLDE

Extremidade 3’ da fita

Pirofosfato

Desoxirribinucleosídeo trifosfato a ser incorporado

Extremidade 5’ da fita

Figura 6. Química da síntese de DNA.


Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017

A DNA-polimerase acopla a liberação a fosfato inorgânico (Pi), tornando a


dessa energia à reação de polimeriza- reação de polimerização irreversível.
ção. O pirofosfato é ainda hidrolisado
REPLICAÇÃO DO DNA 13

5’ - trifosfato
Fita
iniciadora Pirofosfato
Direção 5’
para 3’ do
crescimento
da cadeia

Fita - molde

Figura 7. A síntese de DNA é catalisada pela DNA – polimerase: A DNA-polimerase catalisa a adição sequencial de um
desoxirribonucleotídeo à extremidade 3’-OH de uma cadeia polinucleotídica, a fita iniciadora crescente que está pareada à
um fita-molde já existente. A fita de DNA recém-sintetizada é, então, polimerizada na direção 5’-3’. Como cada desoxirri-
bonucleosídeo trifosfato deve formar par com a fita-molde para ser reconhecido pela DNA-polimerase, essa fita determina
qual dos quatro desoxirribonucleotídeos possíveis (A, C, G ou T) será adicionado. A reação é promovida por uma grande
alteração favorável da energia livre causada pela liberação do pirofosfato e sua subsequente hidrólise em duas moléculas
de fosfato inorgânico. Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017

importante para o entendimento da


SE LIGA! A DNA-polimerase não se dis- bioquímica da replicação do DNA.
socia do DNA cada vez que adiciona um Uma vez que as duas fitas em uma
novo nucleotídeo na cadeia crescente;
molécula de DNA têm orientação
ao contrário, permanece associada ao
DNA e se desloca, a cada etapa, sobre a opostas, ou seja, são antiparalelas, a
fita-molde por vários ciclos da reação de síntese contínua das duas novas fitas
polimerização. na forquilha de replicação exigiria que
uma delas fosse sintetizada na dire-
ção 5’ para 3’, ao passo que a outra
A síntese de novas fitas complemen-
fita seria sintetizada na direção opos-
tares para ambas as fitas da molécu-
ta (3’ para 5’).
la parental apresentou um problema

HORA DA REVISÃO!
As cadeias do DNA são tipicamente encontradas em uma dupla hélice, uma estrutura na
qual duas cadeias complementares estão ligadas. Os açúcares e fosfatos localizam-se na
parte externa da hélice, formando o arcabouço do DNA; esta porção da molécula é, algu-
mas vezes, chamada de esqueleto açúcar fosfato. As bases nitrogenadas se estendem
para o interior, como os degraus de uma escada, em pares; as bases de um par se unem
entre si por ligações de hidrogênio. As duas fitas da hélice vão em direções opostas, isto
é, o final 5’ de uma fita é pareado com o final 3’ da sua fita correspondente. Nos referimos
a isso como orientação antiparalela. Por exemplo, se você sabe que a sequência de uma
fita é 5’ -AATTGGCC-3’, a fita complementar deve ter a sequência 3’-TTAACCGG-5’. Isso
permite que cada base se combine com sua parceira. Quando duas sequências de DNA
se combinam desse jeito, possibilitando a ligação entre si de modo antiparalelo e forman-
do uma hélice, elas são consideradas complementares.
REPLICAÇÃO DO DNA 14

5’ A A T T G G C C 3’

3’ T T A A C C G G 5’

Figura 8. Complementariedade das fitas. Fonte: https://pt.khanacademy.org/science/biology/


dna-as-the-genetic-material/structure-of-dna/a/nucleic-acids

Entretanto, como já citado, a DNA- à direção da forquilha de replicação.


-polimerase só é capaz de sintetizada Esses pequenos pedaços de DNA re-
uma fita nova de DNA na direção 5’ cém-sintetizados, chamados de frag-
→ 3’. Este problema foi resolvido por mentos de Okazaki, são unidos pela
experimentos que mostraram que so- ação da DNA ligase, formando uma
mente uma das fitas de DNA é sinteti- nova fita intacta. A fita sintetizada de
zada de maneira contínua, na direção forma contínua é chamada de fita lí-
da replicação da forquilha. A outra fita der, pois sua extensão na direção do
é formada de pedaços curtos e des- movimento da forquilha de replica-
contínuos de DNA que são sinteti- ção expõe o molde para a síntese dos
zados no sentido inverso em relação fragmentos de Okazaki, que formam
a fita descontínua ou retardada.

Fitas
parentais

Síntese de fragmento União do fragmento de Síntese de um novo


de Okazaki Okazaki à fita descontínua fragmento de Okazaki

Forquilha de
replicação
Direção
geral da
replicação

Fragmento
de Okazaki
Fita Fita
contínua descontínua

Figura 9. Síntese das fitas contínua e descontínua do DNA. Fonte: Geoffrey M. Cooper & Robert E. Hausman. (2007).
A Célula. Uma abordagem molecular. 3ª Ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 736p.
REPLICAÇÃO DO DNA 15

MAPA MENTAL– FORQUILHAS DE REPLICAÇÃO

Forma de Y Sentido 5’ → 3’

Local onde as proteínas se


Fita contínua (líder)
reúnem para a replicação
FORQUILHAS DE
REPLICAÇÃO
Deslocamento da Fita descontínua
máquina de replicação (retardada)

Fragmentos de Okazaki
Alta velocidade Replicação bidirecional

Ação da DNA-ligase
Duas forquilhas se formam
a partir de cada origem

Sentido 3’ → 5’

pares de bases mais estáveis, mas


SE LIGA! Embora sejam diferentes em outros pares, menos estáveis – como
alguns detalhes, as forquilhas de repli- G-T e C-A, por exemplo – podem ser
cação de todas as células, procarióticas
formados. Esses pareamentos incor-
e eucarióticas, possuem fitas-líderes e
retardadas. Essa característica é comum retos são formados com muito me-
porque todas as DNA-polimerases uti- nos frequência comparados aos cor-
lizadas na replicação do DNA polimeri- retos, mas, se permanecessem no
zam apenas na direção 5’-3’.
DNA, matariam a célula pelo acúmulo
de mutações. Esses erros são evita-
4. DNA-POLIMERASE dos devido a duas características da
DNA-polimerase que aumentam a
A DNA polimerase é tão precisa que precisão da replicação do DNA. Pri-
produz apenas cerca de um erro a meiro, a enzima monitora cuidadosa-
cada 107 pares de nucleotídeos co- mente o pareamento de bases entre
piados. A-T e C-G são, de longe, os
REPLICAÇÃO DO DNA 16

cada nucleotídeo a ser incorporado verifica se o nucleotídeo inserido an-


e a fita-molde. A DNA-polimerase teriormente está pareado de forma
catalisa a reação de adição apenas correta à fita-molde. Se estiver, a po-
quando o pareamento está correto. limerase adiciona o próximo nucle-
Segundo, quando a DNA-polimera- otídeo; se não, a polimerase remove
se produz um erro raro e adiciona um o nucleotídeo mal pareado e tenta
nucleotídeo incorreto, ela pode verifi- novamente. Portanto, a DNA-poli-
car o erro por uma atividade chamada merase possui uma atividade de po-
de correção de erros. limerização 5’-3’ altamente precisa e
A correção de erros ocorre ao mesmo também uma atividade de correção
tempo que a síntese de DNA. Antes de erros 3’-5’. Essa correção é rea-
de adicionar um próximo nucleotídeo lizada por uma nuclease que cliva o
à cadeia crescente de DNA, a enzima esqueleto fosfodiéster.
REPLICAÇÃO DO DNA 17

DNA - polimerase
Fita-molde
de DNA

A POLIMERASE ADICIONA UM
NUCLEOTÍDEO INCORRETO

O NUCLEOTÍDEO MAL PAREADO É


REMOVIDO PELO MECANISMO DE
CORREÇÃO 3’ – 5’

EXTREMIDADE 3’ CORRETAMENTE
PAREADA PERMITE A ADIÇÃO DO
NUCLEOTÍDEO SEGUINTE

A SÍNTESE CONTINUA NA
DIREÇÃO 5’ – 3’

Figura 10. Durante a síntese de DNA, a DNA-polimerase verifica seu próprio trabalho. Fonte: Bruce Alberts, Dennis
Bray, Karen Hopkin, Alexander Johnson, Julian Lewis, Martin Raff, Keith Roberts, Peter Walter. (2017). Fundamentos
da Biologia Celular. 6ª Ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 864p. 
REPLICAÇÃO DO DNA 18

SAIBA MAIS!
Por que é importante que a síntese da nova fita ocorra sempre no sentido 5’ → 3’? Caso o
processo ocorresse no sentido 3’ → 5’, os nucleotídeos seriam inseridos e a fita seria sinte-
tizada normalmente. No entanto, a diferença estaria no fato de que a energia para a ligação
entre as subunidades viria da quebra da ligação entre os grupos fosfatos do nucleotídeo que
já estava inserido na fita. Então caso houvesse algum erro, a subunidade errada seria retira-
da, mas não haveria como prover energia para que a correta fosse inserida, pois a energia do
nucleotídeo ao qual ela iria se ligar já havia sido gasta. Já no sentido 5’ → 3’, a energia vem da
quebra no nucleosídeo livre que será inserido, então mesmo que ele esteja errado e tenha que
ser removido, o nucleosídeo correto proverá a energia para ligar-se à fita em síntese.

MECANISMO DE CORREÇÃO MECANISMO DE CORREÇÃO

Extremidade 5’ produzida Extremidade 3’ produzida


quando um nucleotídeo é quando um nucleotídeo é
removido pelo removido pelo mecanismo
mecanismo de correção de correção

Trifosfato de Trifosfato de
desoxirribonucleosídeo desoxirribonucleosídeo
correto a ser incorporado correto a ser incorporado

A REAÇÃO NÃO PODE OCORRER A LIGAÇÃO DE ALTA ENERGIA É


PORQUE NÃO HÁ LIGAÇÃO DE ALTA CLIVADA, FORNECENDO A ENERGIA
ENERGIA PARA SER CLIVADA PARA A POLIMERAÇÃO

FIgura 11. A necessidade de correção explica por que as cadeias de DNA são sintetizadas apenas na direção 5’ – 3’. (A) No mo-
delo hipotético de polimerização na direção 3’ – 5’, o mecanismo de correção permitira a remoção de um nucleotídeo incorreto (em
verde-escuro), mas bloquearia a adição do nucleotídeo correto (em vermelho), portanto, impedindo o alongamento da cadeia. (B)
O crescimento na direção 5’ – 3’ permite que a cadeia seja continuamente alongada quando um nucleotídeo incorreto for adicio-
nado e removido pelo mecanismo de correção. Fonte: Bruce Alberts, Dennis Bray, Karen Hopkin, Alexander Johnson, Julian Lewis,
Martin Raff, Keith Roberts, Peter Walter. (2017). Fundamentos da Biologia Celular. 6ª Ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 864p. 
REPLICAÇÃO DO DNA 19

No entanto, é importante notar que se metade dos casos e, portanto, não re-
o sistema de correção simplesmente duziria a taxa total de erros. Para ser
reconhecesse um mal pareamento no eficiente, esse sistema deve ser capaz
DNA recém-sintetizado e corrigisse de diferenciar e remover o nucleotídeo
de forma aleatória qualquer um dos incorreto apenas na fita recém-sinte-
dois nucleotídeos, o sistema “corrigi- tizada, onde o erro aconteceu.
ria” erroneamente o molde original na

Figura 12. Erros originados durante a replicação do DNA devem ser corrigidos para evitar mutações.
Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017

NA PRÁTICA!
A importância da correção de pareamento incorreto em humanos é demonstrada em
indivíduos que herdam uma cópia defeituosa de um gene de reparo (com uma cópia
funcional do gene no outro cromossomo). Esses indivíduos apresentam uma predispo-
sição significativa para certos tipos de câncer. Por exemplo, em um tipo de câncer de
cólon – câncer de cólon hereditário sem polipose – mutações espontâneas no único gene
funcional produzem clones de células somáticas que, devido à deficiência no sistema de
reparo de pareamento incorreto, acumulam mutações rapidamente. A maioria dos cânce-
res surge a partir de células que acumularam múltiplas mutações, e as células deficientes
para esse sistema de reparo apresentam uma chance muito aumentada de se tornarem
cancerosas. Felizmente, a maioria dos humanos herda duas cópias corretas de cada gene
que codifica uma proteína de reparo de pareamento incorreto; isso nos protege, pois é
muito improvável que, na mesma célula, as duas cópias de um mesmo gene sofram uma
mutação.
REPLICAÇÃO DO DNA 20

SAIBA MAIS!
Em E. coli, a principal enzima na duplicação do DNA é a DNA-polimerase III, da qual existem
apenas 10 moléculas por célula. A DNA-polimerase I (300 a 400 moléculas por célula) e a
DNA-polimerase II (40 moléculas por célula) são mais abundantes na célula, uma vez que
elas têm funções adicionais, seja no processo de reparo do DNA, seja como exonucleases,
removendo nucleotídeos já incorporados. Já em células eucariontes, há cinco DNA polimera-
ses clássicas: α, β, γ, δ e ε. A polimerase γ está localizada na mitocôndria e é responsável pela
replicação do DNA mitocondrial. As outras quatro enzimas estão localizadas no núcleo e são,
portanto, candidatas a um envolvimento direto na replicação do DNA nuclear. As polimera-
ses α, δ e ε apresentam maior atividade em células em divisão, o que sugere sua atuação na
replicação. Já a polimerase β é ativa tanto em células que estão em divisão quanto naquelas
que não estão, o que é consistente com sua função no reparo de danos ao DNA.

DNA polimerase I DNA polimerase III


DNA ligase Primase Primer

Fita
descontínua

Fragmentos de Okazaki Helicase


Fita
contínua
Topoisomerase
Grampo deslizante
Proteína
DNA polimerase III ligadora de fita
simples (SSB)

Figura 13. Resumo da replicação do DNA em bactérias. Fonte: https://pt.khanacademy.org/science/biology/


dna-as-the-genetic-material/dna-replication/a/molecular-mechanism-of-dna-replication

Como vimos, a DNA polimerase só Para isso, existe a primase, enzima


pode ligar um nucleotídeo a um nu- que sintetiza pequenos segmentos
cleotídeo pareado na dupla-hélice de de RNA, usando a fita de DNA. Esse
DNA, ela não pode iniciar uma fita de pequeno segmento de RNA, com
DNA completamente nova. Uma en- cerca de 10 nucleotídeos, é pareado
zima diferente é necessária, a qual à fita-molde e fornece a extremidade
seja capaz de começar uma nova ca- 3’ pareada como ponto de início (ini-
deia polinucleotídica sem a necessi- ciador) para a DNA-polimerase, sen-
dade de uma extremidade pareada. do conhecido como primer.
REPLICAÇÃO DO DNA 21

é descontínua, novos iniciadores são


SE LIGA! A primase é um exemplo de continuamente necessários. À medi-
RNA-polimerase, uma enzima que sin- da que o movimento da forquilha de
tetiza RNA utilizando DNA como molde.
replicação expõe um novo segmen-
to de bases não pareadas, um novo
Na fita líder, apenas um iniciador de iniciador de RNA é produzido em in-
RNA é necessário para começar a tervalos na fita retardada. Assim, os
replicação na origem. No entanto, na fragmentos de Okazaki são sintetiza-
fita retardada, onde a síntese de DNA dos através da extensão, pela DNA
polimerase, destes primers de RNA.

Fita - Iniciação da Síntese do Extensão do primer de RNA


molde síntese de RNA primer de RNA pela DNA polimerase

RNA

DNA
Primase DNA polimerase

Figura 14. Iniciação dos fragmentos de Okazaki por primers de RNA. Fonte: Geoffrey M. Cooper & Robert E. Haus-
man. (2007). A Célula. Uma abordagem molecular. 3ª Ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 736p.

Para produzir uma fita nova contínua RNA, uma DNA-polimerase chama-
de DNA a partir dos vários segmen- da de polimerase de reparo substitui
tos de ácidos nucleicos produzidos o RNA por DNA (usando as extre-
na fita retardada, três enzimas adi- midades dos fragmentos de Okazaki
cionais são necessárias. Essas atuam adjacentes como iniciadores), e a en-
rapidamente para remover o inicia- zima DNA-ligase une a extremidade
dor de RNA, substituí-lo por DNA e 5’- fosfato de um fragmento novo
unir os fragmentos de DNA. Portanto, de DNA à extremidade 3’–OH do
uma nuclease degrada o iniciador de próximo.
REPLICAÇÃO DO DNA 22

Síntese do novo
Iniciador iniciador de RNA pela
de RNA DNA - primase

A DNA – polimerase adiciona –


Molde se ao novo iniciador de RNA,
da fita iniciando um novo fragmento
retardada de Okazaki

A DNA – polimerase termina


o fragmento de DNA

O fragmento antigo do
iniciador de RNA é removido
e substituído por DNA

A DNA – ligase liga os


novos fragmentos de
Okazaki à cadeia crescente

Figura 15. Síntese de um dos vários fragmentos de DNA da fita-retardada. Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia
Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
REPLICAÇÃO DO DNA 23

MAPA MENTAL – DNA POLIMERASE E DNA PRIMASE

Simultânea à síntese de DNA Sentido 3’ → 5’

Remove o nucleotídeo
Nuclease Alta precisão
mal pareado

Sistema de correção de erros

DNA-
POLIMERASE

Não é capaz de
iniciar uma nova fita

DNA –
PRIMASE

Síntese de pequenos
Fita contínua Fita descontínua
segmentos de RNA

Um primer a cada
Primers Apenas um primer
fragmento de Okazaki

Para formar uma fita contínua

Nuclease

DNA-ligase

Polimerase de reparo
REPLICAÇÃO DO DNA 24

5. PROTEÍNAS ser pareados com a fita-molde. Dois


ACESSÓRIAS DA tipos de proteínas de replicação –
REPLICAÇÃO DNA-helicases e proteína ligadora
de fitas simples (Proteína SSB) – se
A replicação DNA requer uma série
associam para essa tarefa. A DNA-
de proteínas que atuam em sintonia,
-helicase utiliza a energia da hidrólise
juntamente com a DNA-polimerase
do ATP para separar a dupla-hélice, à
e a primase, formando uma máqui-
medida que se desloca sobre o DNA,
na proteica que empurra a forquilha
enquanto a proteína ligadora de fita
de replicação para frente e sintetiza o
simples se liga à fita de DNA expos-
DNA novo atrás dela.
ta pela helicase, evitando tempora-
Para que a síntese de DNA possa riamente o repareamento de bases
ocorrer, a dupla-hélice deve estar e mantendo a fita alongada de modo
aberta à frente da forquilha de re- que possa atuar como molde para a
plicação, de modo que os trifosfatos DNA – polimerase.
de desoxirribonucleosídeo possam

DNA - polimerase Região de fita simples no


DNA – molde com pequenas
regiões de bases pareadas,
formando “grampos”

Monômeros da
proteína ligadora
de fita simples

A ligação cooperativa das proteínas estende as regiões da cadeia

Figura 16. Efeito das proteínas ligadoras de fita simples de DNA (proteínas SSB) na estrutura de DNA de fita simples.
Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
REPLICAÇÃO DO DNA 25

Ligação da
DNA - helicase

FIgura 17. Um ensaio para as enzimas DNA-helicases.


Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
REPLICAÇÃO DO DNA 26

Uma outra proteína que participa ATP cada vez que prende um gram-
da replicação é chamada de gram- po ao redor da hélice de DNA. Essa
po deslizante e ela atua mantendo a montagem deve ocorrer apenas uma
DNA-polimerase firmemente ligada vez por ciclo de replicação na fita-lí-
ao DNA-molde enquanto sintetiza der; na fita retardada, porém, o gram-
novas fitas de DNA. O grampo desli- po é removido e recolocado cada vez
zante forma um anel ao redor da hé- que um novo fragmento de Okazaki é
lice de DNA e, como está fortemente produzido.`
ligado à polimerase, permite que essa O deslocamento da forquilha de repli-
se desloque sobre a fita-molde sem cação ao longo da fita dupla de DNA
se desligar, à medida que sintetiza o cria o chamado “problema do enrola-
DNA de novo. mento”. As duas fitas parentais, que
estão enroladas uma sob a outra, de-
SE LIGA! Sem os grampos deslizantes, vem ser desenroladas e separadas
a maioria das moléculas de DNA-poli- para ocorrer a replicação. Em princí-
merase sintetizaria apenas pequenos
pio, esse desenrolamento pode ser
segmentos de nucleotídeos e então se
desligariam da fita-molde. obtido pela rotação acelerada de todo
cromossomo à frente da forquilha
em movimento; contudo, isso é mui-
A montagem desse grampo em vol- to desfavorável energeticamente (em
ta do DNA necessita da atividade de especial em cromossomos longos) e,
uma proteína adicional de replicação, pelo contrário, o DNA à frente da for-
o montador do grampo, que hidrolisa quilha torna-se supertorcido.

Molde da
fita-líder

Se o DNA não girar


rapidamente, o estresse da
torção se acumulará Molde da fita
retardada

Figura 18. O “problema do enrolamento “ que surge durante a replicação do DNA – Se as extremidades da dupla-
-hélice de DNA permanecerem fixas, a tensão se acumula à frente da forquilha de replicação à medida que vai sendo
supertorcida. Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
REPLICAÇÃO DO DNA 27

Essa supertorção, por sua vez, é topoisomerases: as topoisomerases


continuamente aliviada por proteí- I quebram somente uma das fitas do
nas conhecidas como DNA-topoiso- DNA, enquanto as topoisomerases II
merases. Uma DNA-topoisomerase introduzem quebras simultâneas em
pode ser entendida como uma nu- ambas as fitas.
clease reversível que se liga cova-
lentemente a um fosfato da cadeia SE LIGA! As topoisomerases atuam
principal do DNA, clivando uma liga- quebrando ligações fosfodiéster entre
ção fosfodiéster na fita de DNA. Essa nucleotídeos para desenrolar as fitas em
reação é reversível, e a ligação fos- duplas hélices e depois reconstituem as
ligações. Dessa maneira, a tensão criada
fodiéster é regenerada quando a pro- na molécula com a ampliação das for-
teína é liberada. Existem dois tipos de quilhas é reduzida, evitando um possível
rompimento da molécula.

Uma das extremidades da As duas extremidades da dupla – hélice de


dupla – hélice de DNA não DNA podem agora girar livremente uma em
pode girar em relação à outra relação à outra, aliviando a tensão
extremidade acumulada

DNA – topoisomerase
do tipo I com uma A energia da ligação fosfodiéster
tirosina no sítio ativo original é armazenada na ligação
fosfotirosina, tornando a reação
reversível

A ligação covalente da DNA A reformação espontânea da ligação


topoisomerase a um fosfato do fosfodiéster regenera a hélice de DNA
DNA promove a quebra de uma e a DNA - topoisomerase
ligação fosfodiéster em uma
das fitas do DNA

Figura 19. Reação reversível de quebra de DNA catalisada pela enzima DNA – topoisomerase I eucariótica. OBS.: As
duas imagem se completam na vertical – a imagem da direita é a continuação da esquerda. Fonte: ALBERTS, Bruce et
al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
REPLICAÇÃO DO DNA 28

SE LIGA! A maioria das proteínas envolvidas na replicação do DNA é mantida unida em um


grande complexo multienzimático que se desloca sobre o DNA como uma unidade, permi-
tindo que ele seja sintetizado de modo coordenado nas duras fitas. No entanto, sua forma de
atuação, com as proteínas funcionando em conjunto, ainda não é totalmente elucidada.

Figura 20. Essa figura mostra as enzimas funcionando independentemente; na célula elas estão unidas formando uma máquina de
replicação, como mostrando na imagem a seguir. Fonte: Bruce Alberts, Dennis Bray, Karen Hopkin, Alexander Johnson, Julian Lewis,
Martin Raff, Keith Roberts, Peter Walter. (2017). Fundamentos da Biologia Celular. 6ª Ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 864p. 

Figura 21. Esse diagrama mostra um modelo atual de como as proteínas da replicação estão dispostas na forquilha de
replicação em movimento. Fonte: Bruce Alberts, Dennis Bray, Karen Hopkin, Alexander Johnson, Julian Lewis, Martin
Raff, Keith Roberts, Peter Walter. (2017). Fundamentos da Biologia Celular. 6ª Ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 864p.
REPLICAÇÃO DO DNA 29

Ao contrário do cromossomo bacte- DNA, a qual varia entre os organismos,


riano, os cromossomos de eucariontes mas é 5’ – TTAGGG – 3’ em humanos
são lineares (forma de bastonetes), e outros mamíferos. As repetições que
que significa que têm extremidades. formam os telômeros são consumidas
Essas extremidades representam um lentamente ao longo dos vários ciclos
problema para a replicação do DNA. de divisão, estabelecendo uma barrei-
O DNA da extremidade do cromos- ra que protege as regiões internas dos
somo não pode ser totalmente copia- cromossomos que contêm os genes
do em cada ciclo de replicação, resul- (ao menos por certo tempo).
tando em um encurtamento lento e
gradual do cromossomo. SE LIGA! O encurtamento de telômeros
foi relacionado ao envelhecimento de cé-
lulas e a perda progressiva dos telômeros
SE LIGA! Por que isso acontece? Na
pode explicar a razão pela qual as células
fita descontínua, quando a forquilha de
somente podem se dividir um determina-
replicação alcança a extremidade do
do número de vezes.
cromossomo, há um pequeno prolon-
gamento do DNA (em muitas espécies,
incluindo os seres humanos) que não é
coberto por um fragmento de Okazaki – Algumas células têm a capacidade de
essencialmente não há maneira de ini- reverter o encurtamento dos telômeros
ciar o fragmento porque o primer cairia através da expressão da telomerase,
além da extremidade do cromossomo.
uma enzima que estende os telômeros
dos cromossomos. A telomerase é uma
Graças a esse problema, parte do DNA DNA polimerase RNA dependente, ou
na extremidade dos cromossomos eu- seja, uma enzima que pode produzir
carióticos seguem sem serem copia- DNA usando o RNA como molde.
dos, a cada ciclo de replicação, deixan- Como funciona a telomerase? A en-
do uma extensão de fita simples. Ao zima se liga a uma molécula especial
longo de vários ciclos de divisão celular, de RNA que contém uma sequência
o cromossomo vai se encurtar cada vez complementar à repetição do telômero.
mais e mais, enquanto o processo de Ela prolonga (adiciona nucleotídeos) a
repetir. extensão da fita do DNA do telômero
Para evitar a perda de genes com o usando um RNA como molde. Quan-
desgaste dos cromossomos, as ex- do a extensão está longa o suficiente,
tremidades dos cromossomos euca- pode-se fazer uma fita complementar
rióticos têm tampões de DNA espe- através do mecanismo comum de repli-
cializados chamados de telômeros. cação de DNA (isto é, usando um RNA
Telômeros consistem em centenas ou primer e DNA polimerase), produzindo
milhares da mesma curta sequência de uma fita dupla de DNA.
REPLICAÇÃO DO DNA 30

DNA telomérico
com extremidade
3’ protendida

Fita descontínua
recém-sintetizada
Ligação ao RNA
da telomerase

Telomerase
RNA da telomerase

Atividade da transcriptase
reversa da telomerase

Extremidade 3’ da fita
contínua é estendida por
uma unidade de repetição

Extensão da fita descontínua


pela primase e polimerase

Remoção do primer de RNA

DNA telomérico
estendido por uma
unidade de repetição

Figura 22. Ação da telomerase. Fonte: Geoffrey M. Cooper & Robert E. Hausman. (2007). A Célula. Uma abordagem
molecular. 3ª Ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 736p.

SAIBA MAIS!
A telomerase não é geralmente ativa na maioria das células somáticas (células do corpo),
mas é ativa nas células germinativas (as células que constituem o esperma e o óvulo) e em
algumas células-tronco adultas. Esses são tipos celulares que precisam passar por diversas
divisões ou, no caso das células germinativas, dar origem a um novo organismo.
REPLICAÇÃO DO DNA 31

MAPA MENTAL – PROTEÍNAS ACESSÓRIAS DA REPLICAÇÃO

Energia oriunda
Separa a dupla-hélice
da hidrólise do ATP

Mantem a fita
alongada para ação da DNA-helicase Estende os telômeros
DNA-polimerase dos cromossomos

Proteína ligadora DNA polimerase


Telomerase
de fitas simples RNA dependente
PROTEÍNAS
ACESSÓRIAS DA
REPLICAÇÃO
Grampo deslizante Topoisomerase Tipo I Atua sobre uma fita

Mantem a DNA- Atua em


Montador do grampo Tipo II
polimerase aderida ambas as fitas
à fita de DNA

Nuclease reversível Quebra ligações


que evita a fosfodiéster e depois
Prende o grampo
Energia oriunda da supertorção do DNA as reconstituem
deslizante ao redor da
hidrólise do ATP
hélice de DNA
“Problema do
enrolamento”
REPLICAÇÃO DO DNA 32

SAIBA MAIS!
Nas células eucariontes, como o DNA está ligado a proteínas, constituindo a cromatina, não é
apenas o DNA que deve ser replicado na fase S, mas também as histonas. O processo repli-
cativo envolve então a passagem do conjunto de enzimas da replicação através da molécula
de DNA, que se apresenta organizada em nucleossomos. A fibra nucleossômica certamen-
te se desorganiza durante essa passagem, mas ainda não se sabe se, nesse momento, as
histonas são completamente dissociadas do DNA. A montagem do DNA recém-duplicado
em nucleossomos parece ocorrer logo atrás da forquilha de replicação, de tal modo que, con-
forme esta avança, a fibra nucleossômica vai sendo imediatamente reestruturada nas duas
novas moléculas de DNA nascentes. Essa montagem é mediada por proteínas específicas
que se ligam às histonas nucleossômicas e as transferem ao DNA, primeiramente ocorrendo
a associação dos tetrâmeros de histonas H3 e H4, seguida da associação de dímeros de H2A
e H2B. Esses nucleossomos são formados tanto a partir de histonas recém-sintetizadas em
S como de histonas provenientes da desagregação de nucleossomos preexistentes, em uma
combinação ao acaso.

6. REPARO DO DNA desenvolveram mecanismos para o


reparo de lesões no DNA.
O DNA, assim como qualquer outra
molécula, pode sofrer uma variedade
de reações químicas. Contudo, uma Principais alterações no dna
vez que o DNA serve à função de có-
Embora o DNA seja um material bas-
pia permanente do genoma celular,
tante estável – como exigido para o
mudanças em sua estrutura apresen-
armazenamento da informação ge-
tam consequências muito complexas.
nética – ele é uma molécula orgâni-
As mutações podem ser resultantes
ca complexa susceptível a alterações
da incorporação incorreta de bases
espontâneas, mesmo nas condições
durante a replicação do DNA, pas-
normais da célula, que resultariam em
sando despercebida pela correção da
mutações caso não fossem corrigidas.
DNA-polimerase. Além disso, diver-
sas alterações químicas podem ocor- Por exemplo, o DNA de cada célula
rer no DNA de maneira espontânea ou humana perde cerca de 18 mil puri-
como resultado da exposição a agen- nas (adenina e guanina) todos os dias
tes químicos ou radiação ionizante. em função da hidrólise das ligações
Tais lesões no DNA podem bloquear N-glicosil à desoxirribose, uma rea-
a replicação ou a transcrição, poden- ção espontânea denominada depu-
do resultar em uma alta frequência de rinação. Similarmente, uma desami-
mutações. Para manter a integridade nação espontânea da citosina para
de seus genomas, as células, portanto, uracila no DNA ocorre a uma propor-
ção de aproximadamente 100 bases
por célula por dia.
REPLICAÇÃO DO DNA 33

Figura 23. Depurinação e Desaminação.


Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017

As bases do DNA também são da-


nificadas ocasionalmente por meta- SE LIGA! Caso não fossem corrigidas,
bólitos reativos produzidos na célula, quando o DNA foi replicado, grande par-
te dessas alterações resultaria na dele-
incluindo as formas reativas do oxi-
ção de um ou de mais pares de bases ou
gênio, ou pela exposição a produtos na substituição de um par de bases na
químicos no ambiente. Da mesma cadeia-filha de DNA. As mutações se-
forma, a radiação ultravioleta do Sol riam propagadas em todas as gerações
celulares subsequentes. Uma proporção
pode produzir uma ligação covalente tão alta de alterações aleatórias na se-
entre duas pirimidinas adjacentes no quência de DNA fatalmente teria conse-
DNA, como veremos a seguir. quências desastrosas.
REPLICAÇÃO DO DNA 34

Figura 24. Como as modificações químicas dos nucleotídeos produzem mutações.


Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017

Mecanismos de reparo do DNA O tipo principal de lesão induzida pela


luz UV é a formação de dímeros de
Esses mecanismos de reparo do DNA
pirimidina, nos quais pirimidinas ad-
podem ser divididos em duas clas-
jacentes na mesma fita de DNA são
ses gerais: (1) reversão direta da re-
unidas pela formação de um anel ci-
ação química responsável pelo dano
clobutano, anel este resultante da sa-
ao DNA, e (2) remoção de bases ou
turação das ligações duplas entre os
nucleotídeos alterados seguida por
carbonos 5 e 6. A formação de tais dí-
substituição com DNA recém-sinte-
meros distorce a estrutura da cadeia
tizado. Onde o reparo do DNA falha,
de DNA e bloqueia a transcrição ou
mecanismos adicionais desenvol-
a replicação adiante do local da le-
vem-se para possibilitar que as célu-
são. Portanto, o reparo de tais lesões
las lidem com o dano provocado.
está intimamente ligado à habilidade
das células sobreviverem à irradiação
Reversão direta da lesão com luz UV.
Somente alguns poucos tipos de le-
SE LIGA! A luz UV é uma das principais
sões no DNA são reparados desta
fontes de dano ao DNA, sendo também
maneira, particularmente os dímeros aquela mais estudada com relação aos
de pirimidina (timina e citosina) que mecanismos de reparo. Sua importân-
resultam da exposição à luz ultravio- cia é ilustrada pelo fato de que a expo-
sição à radiação UV solar é a causa da
leta (UV) e resíduos de guanina al- maioria dos tipos de câncer de pele em
quilados que foram modificados pela humanos.
adição de grupos metila ou etila na
posição O6 do anel purínico.
REPLICAÇÃO DO DNA 35

Figura 25. Tipo mais comum de dímero de timina.


Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017

O reparo de dímeros de pirimidina porque a energia derivada da luz visí-


induzidos por luz UV se dá pela re- vel é utilizada para quebrar a estrutu-
versão direta da reação de dimeriza- ra. As bases pirimídicas originais per-
ção, um processo conhecido como manecem no DNA, restituídas ao seu
fotorreativação. Recebe esse nome estado normal.
REPLICAÇÃO DO DNA 36

Dímero de
timina

Luz

Enzima
fotorreativante

Figura 26. Reparo direto de dímeros de timina. Fonte: Geoffrey M. Cooper & Robert E. Hausman. (2007). A Célula.
Uma abordagem molecular. 3ª Ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 736p.

SAIBA MAIS!
Considerando que a radiação UV solar é uma grande fonte de lesão para diversos tipos ce-
lulares, o reparo de dímeros de pirimidinas por fotorreativação é comum a diversos tipos de
células procarióticas e eucarióticas, incluindo E. coli, leveduras, bem como algumas espécies
de plantas e animais. Contudo, não é um processo universal; muitas espécies (incluindo os
seres humanos) não apresentam este mecanismo de reparo do DNA lesado.
REPLICAÇÃO DO DNA 37

Outra forma direta de reparo lida O6-metilguanina, forma pareamento


com os danos resultantes da reação com a timina em vez da citosina.
de agentes alquilantes com o DNA. Esta lesão pode ser reparada por
Agentes alquilantes são compostos uma enzima, a O6-metilguanina me-
reativos capazes de transferir grupos tiltransferase, que transfere o grupo
metila ou etila para uma base do DNA, metila da O6-metilguanina para um
modificando quimicamente essa resíduo de cisteína em seu centro ati-
base. Um tipo importante de lesão é vo. Portanto, a modificação química
a metilação na posição O6 da guani- potencialmente mutagênica é remo-
na, uma vez que o produto resultante, vida, e a guanina original é restaurada.

Cisteína

O6-metilguanina O6-metilguanina
metiltransferase

Metilcisteína

Guanina

Figura 27. Reparo de O6-metilguanina. Fonte: Geoffrey M. Cooper & Robert E. Hausman. (2007). A Célula. Uma abor-
dagem molecular. 3ª Ed. Editora Artmed, Porto Alegre, 736p.
REPLICAÇÃO DO DNA 38

Para tal, existem duas vias que dife-


SE LIGA! Enzimas que catalisam dire- rem na maneira pela qual a lesão é
tamente esta reação de reparação estão removida do DNA.
presentes tanto em procariotos quanto
em eucariotos, incluindo humanos.
Excisão de bases
Reparo por excisão O reparo por excisão de bases, envol-
ve uma bateria de enzimas denomina-
É uma forma mais geral para reparar
das DNA-glicosilases, cada um capaz
uma ampla variedade de alterações
de reconhecer um tipo específico de
químicas no DNA, constituindo os
base alterada no DNA e de catalisar
mecanismos mais importantes tanto
sua remoção hidrolítica. Existem pelo
em procariotos, quanto em eucariotos.
menos seis tipos dessas enzimas, in-
Nesse tipo de reparo, a lesão é remo-
cluindo as que removem citocinas de-
vida, a sequência de DNA original é
saminadas, adeninas desaminadas,
restaurada por uma DNA-polimerase
diferentes tipos de bases alquiladas
que utiliza a fita não danificada como
ou oxidadas, bases com anéis rompi-
molde, e a quebra resultante na du-
dos e bases nas quais a ligação dupla
pla-hélice é ligada pela DNA-ligase.
carbono-carbono foi acidentalmente
convertida em ligação simples entre
carbonos.

SAIBA MAIS!
Como a DNA-glicosilase encontra a base alterada na dupla-hélice? É fundamental a projeção
do nucleotídeo alterado para fora da hélice, em um processo mediado por enzimas que per-
mite que a DNA-glicosilase procure uma lesão em todas as faces da base. Acredita-se que
essas enzimas se deslocam pelo DNA usando a projeção das bases para avaliar a situação de
cada par de bases. Uma vez reconhecida a lesão, a enzima remove a base do açúcar.
REPLICAÇÃO DO DNA 39

Figura 28. Reconhecimento de um nucleotídeo incomum no DNA pela torção de base. Fonte: ALBERTS, Bruce et al.
Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017

A “lacuna” criada pela ação da DNA- praticamente qualquer alteração vo-


-glicosilase é reconhecida por uma lumosa na estrutura da dupla-hélice
enzima chamada endonuclease AP de DNA. Essas “lesões volumosas”
(AP para apúrica ou apirimídica, e incluem aquelas produzidas pela li-
endo para indicar que a nuclease cliva gação covalente de bases do DNA
dentro da cadeia polipeptídica) que aos hidrocarbonetos (como o carci-
cliva a cadeia principal fosfodiéster, nógeno benzopireno, encontrado na
depois do qual a lacuna resultante é fumaça do tabaco, alcatrão e exaus-
corrigida. tão do diesel) e os vários dímeros de
pirimidina (T-T, T-C e C-C) causados
pela luz do sol. Nessa via, um enorme
Excisão de nucleotídeos complexo multienzimático verifica o
A segunda principal via de repa- DNA à procura de distorções na du-
ra é chamada de reparo por excisão pla-hélice, em vez de uma alteração
de nucleotídeos. Esse mecanismo específica de bases. Uma vez encon-
pode corrigir uma lesão causada por trada uma lesão, a cadeia fosfodiéster
REPLICAÇÃO DO DNA 40

da fita anormal é clivada nos dois produzido na hélice de DNA é, então,


lados da distorção, e a DNA-helica- corrigido pela DNA-polimerase e pela
se remove o oligonucleotídeo de fita DNA-ligase.
simples contendo a lesão. O intervalo

REPARO POR EXCISÃO DE BASES REPARO POR EXCISÃO DE NUCLEOTÍDEOS

Dímero de pirimidina

C desaminado

Pares de bases ligados por Pares de bases ligados por


ligações de hidrogênio ligações de hidrogênio

NUCLEASE DE
URACINA DNA - EXCISÃO
GLICOSILASE

Hélice de DNA
faltando uma base

DNA-
ENDONUCLEASE AP E
HELICASE
FOSFODIESTERASE REMOVEM O
AÇÚCAR - FOSFATO

Hélice de DNA com Hélice de DNA com


intervalo de um lacuna de 12 nucleotídeos
único nucleotídeo

DNA – POLIMERASE ADICIONA O DNA-POLIMERASE


NOVO NUCLEOTÍDEO, DNA- E DNA-LIGASE
LIGASE SELA A QUEBRA

Figura 29. Comparação entre as duas principais vias de reparo do DNA.


Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
REPLICAÇÃO DO DNA 41

MAPA MENTAL – MECANISMOS DE REPARO DO DNA

Energia derivada da luz


visível quebra o dímero
Reparo

Fotorreativação
Lesões volumosas
Causados pela
radiação UV
Remoção dos
Formação de um nucleotídeos pela
anel ciclobutano DNA - helicase

Excisão de
Dímeros de pirimidina
nucleotídeos

Em ambos os
MECANISMOS
casos, após a excisão,
Reversão direta DE REPARO Reversão por excisão
a DNA-polimerase
DO DNA reconstitui a fita

Resíduos de
Excisão de bases
guanina alquilados
Ação da enzima
O6-metilguanina Ação das
Reparo
metiltransferase DNA-glicosilases

Metilação na Presença de uma


Principal tipo Ação da
posição O6 da guanina “lacuna” pela retirada
endonuclease AP
das bases
Transferência de
grupos metila ou etila
para uma base
REPLICAÇÃO DO DNA 42

MAPA MENTAL – RESUMO GERAL REPLICAÇÃO E REPARO DO DNA

Complexo de Durante a fase


reconhecimento de S da interfase
origem (ORC)

Sequências ricas Processo


em A - T semiconservativo
Identificar a(s)
DNA topoisomerase DNA - helicases origem(ns) de Sentido 5’ → 3’
replicação
Adenina - Timina Evita a
Evita a supertorção Desenrolamento da propagação
da hélice dupla - hélice Descompactação Pareamento das mutações
da cromatina Guanina - Citosina
das bases
DNA - helicases Separação das fitas
Manter a
Deslocamento Etapas Objetivo integridade do
da maquinaria de REPLICAÇÃO genoma
replicação E REPARO
Formação da
forquilha de DO DNA
Fita contínua Outras enzimas Principais Desaminação
replicação
da replicação alterações no DNA

Fita descontínua Depurinação


Grampo deslizante
Mecanismos de Ação de
Fragmentos Proteína ligadora reparo do DNA metabólitos reativos
de Okazaki de fita simples
Exposição a
Excisão de bases produtos químicos
DNA - polimerase Telomerase Reparo por
Síntese das excisão
novas fitas Excisão de
DNA - primase Montador nucleotídeos
do grampo Ação da enzima
Reparo da ação de O6-metilguanina
agentes alquilantes metiltransferase
Primers Reversão
direta Reparo de dímeros de
Fotorreativação
Compactação pirimidina
da cromatina
Causados por
radiação UV
REPLICAÇÃO DO DNA 43

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
https://pt.khanacademy.org/science/biology/dna-as-the-genetic-material
Bruce Alberts, Alexander Johnson, Julian Lewis, Martin Raff, Peter Walter, Ketih Roberts,
David Morgan, John Wilson, Tim Hunt. (2017). Biologia Molecular da Célula, 6ª Ed. Edito-
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Bruce Alberts, Dennis Bray, Karen Hopkin, Alexander Johnson, Julian Lewis, Martin Raff,
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REPLICAÇÃO DO DNA 44

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