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replicação do dna + reação de pcr

Replicação do DNA que isso seja possível, é preciso que na interfase


a célula aumente de tamanho, que ocorra a
• Objetivos: duplicação dos seus componentes, formando 92
• Apresentar o processo de replicação do DNA e cromossomos, só depois disso ocorre uma
os seus principais componentes moleculares. divisão, gerando duas células com a mesma
• Caracterizar a técnica de reação em cadeia da quantidade de cromossomos inicial (46).
polimerase (PCR), correlacionando-a com a • Vemos então, que antes de dividir a célula
replicação do DNA in vivo. precisou duplicar, porque, segundo a mitose, a
• Explicar como a técnica de PCR pode ser utilizada célula filha tem que ter a mesma quantidade de
para o diagnóstico molecular de processos cromossomo da célula mãe.
infecciosos e patológicos. • Resumindo: O principal motivo para replicar o
DNA é a mitose. Isso ocorre na Interfase (fase
• Motivo para Replicar S) - síntese de DNA.

• Replicação Semi-Conservativa

Porque a célula precisa replicar o material genético


(DNA)? Qual a motivação?
• A principal motivação é a divisão celular. Essa
divisão pode ser para renovação, para a Uma característica do processo de replicação é o fato
desse evento ser semi-conservativo.
substituição de células perdidas.
Semi vem de metade. Isso significa dizer que as fitas
• A replicação acontece porque a célula vai fazer
a divisão. novas formadas ao final do processo de replicação
• Pensando nas células somáticas, segundo a
conservam metade do material genético anterior.
mitose: “As células filhas são geneticamente O material inicial (representado em roxo) se abre, forma
iguais às da mãe”. Isso não significa que o DNA duas fitas, essas fitas são utilizadas como molde para
das células filhas é igual ao da célula mãe, porque formar novas fitas (verde). Nas duas moléculas de DNA
ao longo do processo podem ocorrer mutações, novas que foram formadas vemos que tem a parte velha
(roxo) e a parte nova (verde).
além disso as células filhas são geradas a partir
Por esse motivo, não podemos dizer que as moléculas
de uma fita molde, na qual vamos ter nossos
elementos sendo adicionados. Essa afirmativa, na filhas são completamente idênticas à molécula mãe.
verdade, quer dizer que as células filhas têm a Apenas metade se conserva, é um processo
mesma carga genética, ou seja, a mesma semiconservativo.
quantidade de cromossomos. Então, se a célula A genética trabalha com hereditariedade e se eu sei que
mãe tinha 46 cromossomos, as células filhas o processo é semi-conservativo, conseguimos entender
sobre o processo de transmissão de genes e,
também vão precisar ter 46 cromossomos. Para

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consequentemente, das características de um indivíduo Isso serve para facilitar, esses pontos acabam se
para o outro, dentro de uma mesma família. ampliando até que se encontram e isso gera uma
• Podemos a partir disso entender a transmissão celeridade na replicação.
vertical que ocorre de uma geração para outra, • São pontos ricos em adenina e timina. Como
de genes. sabemos a adenina se liga com timina e guanina
• Essa transmissão de características acontece com citosina. Entre a adenina e timina temos uma
porque o DNA é passado de uma geração para maior facilidade em quebrar as pontes de
outra, sendo que parte leva características de hidrogênio, pois temos apenas 2 pontes. Já entre
quem doou o DNA e outra parte nova. guanina e citosina, temos 3 ligações de
Podemos associar com transmissão genética de hidrogênio, tornando mais difícil separar essas
características, de gene e aspectos de um indivíduo para fitas. Por esses motivos, no processo de
outro. separação, quebramos a ligação adenina e timina.
As origens de replicação são ricas em adenina e timina
• Existe um ponto específico de início? para facilitar a separação da dupla fita.
Depois vamos formando umas bolhas (bolhas de
replicação) proporcionadas pelo afastamento de uma fita
para outra. E depois vamos avançando em um processo
direcional, de um lado para o outro, até que essas bolhas
se encontrem. No final, vamos ter duas moléculas de DNA
que foram fruto de uma só.

Onde começa a replicação? No meio da molécula, nas


extremidades? na ponta? na região 5’ ou 3’?
Se pensamos em modelos procariontes, como bactérias,
temos um genoma mais simples quimicamente e
quantitativamente falando. Ele só tem um cromossomo,
que é circular. O DNA é pequeno em relação ao nosso,
por esse motivo existe apenas um ponto onde o processo
Temos uma real obtida a partir de um microscópio
de replicação inicia.
eletrônico, o qual tem um poder de aumento maior. A
Quando pensamos na nossa espécie, em espécies
partir dessa imagem conseguimos flagrar as bolhas de
eucarióticas, o genoma tende a ter uma complexidade
replicação.
maior, quimicamente, quantitativamente e
sequencialmente falando. Principalmente na quantidade de Os esquemas mostram essas bolhas aumentando, temos
material genético que temos, pois enquanto temos 46 a algumas bolhas pequenas se abrindo, mas que ainda não
bactéria só tem 1. sofreram replicação.
Se só tivéssemos só um ponto de início para a nossa Na imagem 2, dentro de algumas bolhas, podemos
replicação de DNA, a interfase (fase S), demoraria muito perceber uma região avermelhada, que é uma fita nova
tempo. Evolutivamente, conseguimos desenvolver sendo sintetizada em cima da amarela. Construída por
múltiplas origens de replicação. ação da polimerase.
No esquema representativo do nosso genoma, imagem B, Temos regiões já replicadas, enquanto existem regiões
temos 4 origens de replicação. que ainda estão fechadas.
• As regiões fechadas ainda não foram replicadas.

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A replicação vai avançando e as bolhas vão se • Topoisomerases
encontrando, e depois temos apenas pequenas áreas Atuam desenrolando e relaxando a molécula de DNA.
sem replicação, mas que até o final do processo também
serão replicadas. Pois precisamos replicar todo o DNA
para produzir os 46 cromossomos.
Se tivéssemos apenas 1 ponto de início, teríamos que
sempre ir em uma única direção e depois ficar voltando
para esse ponto, deixando o processo mais lento. Como
nós temos vários pontos isso facilita, pois, a replicação
vai acontecendo e as bolhas se encontrando,
consequentemente temos uma celeridade maior nesse Vamos utilizar enzimas da classe das topoisomerases, as
evento. quais fazem giros na molécula de DNA, permitindo que a
helicase continue promovendo o rompimento das pontes
• Abertura da Dupla-fita de hidrogênio, sem causar rompimento na fita (quebra
filamentosa).
A topoisomerase atua desenrolando a fita de DNA e,
consequentemente, relaxando essa molécula. Com isso,
evita a quebra filamentosa da molécula de DNA.

• Proteínas ligadoras de fita simples

Para a molécula se abrir e depois ser replicada,


precisamos de um repertório enzimático.
• A principal enzima envolvida nesse processo de
abertura da dupla fita é a DNA helicase.
Porque essa enzima é chamada de DNA helicase? Porque
o DNA é uma dupla fita helicoidal. São fitas contorcidas.
A helicase quando quebra as pontes de hidrogênio entre Temos as proteínas ligadoras de fita simples.
as fitas complementares do DNA, desfaz o modelo Quando a helicase passa separando uma fita da outra, a
helicoidal, ou seja, vai linearizando as fitas de DNA, extremidade que ela abriu inicialmente vai tender a se
quebrando as pontes de hidrogênio, ela funciona como um reaproximar. Porque, como sabemos, se uma fita tem
zíper. adenina, na fita complementar vai ter timina, e como
• O problema é que no zíper existem nós, sabemos elas são quimicamente afins, e tendem a se unir
formados pela estrutura helicoidal da molécula de formando ligação de hidrogênio. Esse é um processo
DNA, e que acabam gerando uma tensão quando natural não catalítico.
o zíper passa. E se esse zíper continuar Precisamos evitar essa renaturação, porque precisamos
forçando ele pode gerar uma ruptura na deixar a fita aberta para que as duas sejam utilizadas
molécula de DNA. Porque se houver uma como molde para a construção das novas moléculas.
ruptura/lesão na molécula de DNA, a p53 vai • Para evitar que uma fita se junte a outra, vamos
identificar, bloquear o ciclo celular e se a célula às proteínas ligadoras de fita simples (SSB), que
não conseguir reparar, ela vai induzir a apoptose. são proteínas muito ávidas, ou seja, muito afins
Como não queremos que isso aconteça, utilizamos outras de quando o DNA é aberto (ou seja, de quando o
enzimas para evitar esse tipo de lesão. DNA se transforma em fita simples). Elas só se

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ligam quando o DNA está em uma fita simples. Entretanto, essa ligação estabelecida entre fitas
Representadas, na imagem, como bolinhas roxas. complementares (representada em amarelo) é feita por
Essa ligação entre as proteínas ligadoras de fita simples ligações de hidrogênio.
e as moléculas de DNA que foram recém desnaturadas, A enzima polimerase 3 está na parte superior da imagem
vai impedir o reanelamento das fitas, ou seja, que elas se (roxa). Ela começa a adicionar nucleotídeos na
reconectem. extremidade superior. Porém, ela não adiciona os
primeiros nucleotídeos, ela não é capaz de começar do 0,
• DNA Polimerase ela precisa ter sempre no início da fita superior uma
região 3’ com a hidroxila, só a partir disso ela é capaz de
dar continuidade ao processo e polimerizar a sua nova
fita até o final.
Quem vai colocar a primeira sequência de nucleotídeos, já
que não é a polimerase? É a DNA primase. Que adiciona
o primer, ou iniciador. Esse iniciador é importante para
que a polimerase inicie o processo de replicação e
polimerização do DNA.
Depois que separamos as fitas podemos utilizá-las como
molde para a formação de novas fitas. A enzima
• Enzima DNA polimerase
protagonista desse processo é a DNA Polimerase, ou
seja, ela constrói polímero (polimerização).
• O DNA é um polímero, formado por unidades
monoméricas, chamadas de nucleotídeos.
• Os nucleotídeos são formados por fosfato,
pentose e base nitrogenada, que pode ser
adenina, timina, guanina ou citosina.
A polimerase pega os monômeros e os unem, formando Essa enzima polimerase é um pouco complexa, no que diz
o polímero que é o DNA. respeito às suas necessidades para trabalhar/funcionar.
• Cada ponto na nova fita é um nucleotídeo, é um Por isso, precisamos entender algumas das suas
fosfato, pentose e base nitrogenada. características, para, em seguida, entendermos alguns
Como a polimerase une esses pontos para formar o mecanismos.
polímero DNA? Ela estabelece entre eles ligações Enzima que catalisa a adição de nucleotídeos à
específicas chamadas de ligações fosfodiéster. extremidade 3’ de uma fita de DNA.
• É uma ligação entre o açúcar e o fosfato. O • A enzima basicamente vai fazer adição de
açúcar de um nucleotídeo com o fosfato de um nucleotídeos do final de uma extremidade que ela
nucleotídeo vizinho. Ela vai catalisando essa vai encontrar que é a extremidade 3’(linha), por
reação até o final da cadeia. isso dizemos que o sentido da polimerização é 5’
Na imagem a polimerase está fazendo a fita vermelha, → 3’. Se o 5’ está do lado esquerdo e 3’ do lado
com ligações fosfodiéster. direito, a polimerase vai estender nesse sentido.
• A polimerase tem 4 tipos de nucleotídeos: Ela pega algo que está no 3’ e segue adiante. Ela
adenina, timina, guanina e citosina. Ela fica com nunca vai fazer polimerização para o lado
dúvidas sobre qual vai colocar, então ela olha esquerdo, porque o que tem no 5’ não é
para cima, e se o nucleotídeo de cima for C, importante para ela. O que importa para a
existe uma regra que diz que o de baixo deve ser polimerase está na região 3’, que é a região que
G. Então ela utiliza a fita antiga como molde para termina com o açúcar.
saber qual nucleotídeo deve colocar naquela Precisa de um molde.
posição.

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• Sempre olha para a complementar para saber
qual o nucleotídeo deve colocar. Se tem adenina,
coloca timina, se tem guanina, coloca citosina.
O mecanismo de polimerização é no sentido 5’ → 3’.
• A enzima trabalha nesse sentido fazendo a
polimerização, só que esse não é o único trabalho A polimerase precisa de uma hidroxila. Quem tem a
da enzima. Ela trabalha em sentido oposto hidroxila é a ribose, o açúcar de RNA. A desoxirribose,
fazendo a revisão, revertendo erros. que é o açúcar de DNA, perde oxigênio nessa posição.
Incapaz de fazer DNA do zero (precisa ter extremidade Então a desoxirribose não funciona para o DNA
3’OH livre). polimerase. Por isso é necessário o uso de um primer
Possui mecanismo de correção de erros no sentido 3’ inicializador de RNA.
→5’. Quer dizer que teremos RNA no nosso DNA? Inicialmente
• No sentido 5-3 a enzima tem função de
sim. Isso tudo é adicionado para que a enzima use como
exonuclease, ela vai corrigir possíveis erros. substrato inicial para dar seguimento ao processo de
replicação. Depois esse material acaba sendo removido
• Enzima DNA-Polimerase Necessita de um Primer porque não podemos ter um material genético híbrido.
O mecanismo de polimerização do DNA apresenta dois Ao final do processo de replicação, os primers
problemas: adicionados no início são removidos. A polimerase retira o
primer, e outra enzima faz a substituição.

• Replicação do DNA - Enzima DNA-Polimerase


2. A enzima DNA-polimerase só sintetiza fitas novas na
direção 5`à 3`, fazendo a leitura da fita molde na direção
3`à 5`;

Solução:
• Uma enzima chamada primase sintetiza um
PRIMER (10 nucleotídeos) de RNA.
• Ao final do processo de replicação o primer é O processo de replicação é bidirecional, já que a enzima
removido. só trabalha no sentido 5’→ 3’. Mas como é bidirecional,
DNA primase adiciona um primer ou iniciador, que é se só trabalha em um sentido? A enzima trabalha no
importante para que a polimerase inicie o seu processo sentido 5’→ 3’, mas as fitas são antiparalelas, elas têm
de replicação/polimerização do DNA. polaridade oposta. Uma é 5’→ 3’ e a outra 3’→ 5’.
A seta verde na imagem, que representa o início da Então ela trabalha na fita de cima para a direita, e na
molécula, não foi a polimerase que produziu. Quem fez fita de baixo para a esquerda. Por isso o processo é
isso foi a primase. Ela coloca um primer de RNA, que é bidirecional. Portanto, as duas justificativas são
um oligonucleotídeo iniciador com cerca de 10 importantes:
nucleotídeos. Mas por que é um primer de DNA? Porque • Enzima trabalha apenas no sentido 5’→ 3’.
a polimerase precisa da região 3’-OH livre, ela precisa • As fitas são antiparalelas.
desse substrato. Por isso o último nucleotídeo tem essa
característica. Por que não poderia ser um primer de
DNA? Existem diferenças entre o açúcar de DNA e RNA:

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Solução: O problema é solucionado por uma manobra da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)
enzima. A fita que deveria crescer no sentido 3'® 5' é
feita descontínuamente, em pequenos pedaços, com a
DNA polimerase trabalhando para trás a partir da
forquilha de replicação.
• Os fragmentos são posteriormente unidos
(DNA-ligase), formando uma fita contínua.

Qual fita é mais difícil de ser construída, a fita líder ou a


fita atrasada? A figa atrasada. Qual seria a justificativa
para o trabalho na fita atrasada ser mais desgastante e Processo de amplificação e replicação do DNA que ocorre
intenso? A fita se abre para a direita, então a polimerase dentro de um tubo de ensaio.
que age nesse sentido, têm mais facilidade. Na fita de Essa técnica foi desenvolvida na década de 1980 pelo
cima a polimerase não consegue trabalhar do 0, então o professor Kary Mullis. Esse professor trabalha em
primer é adicionado no início pela primase, deixando a laboratórios fazendo pesquisas na área de diagnóstico do
região 3’-OH livre, e a polimerase atua no sentido direto HIV, e os métodos sorológicos presentes na época para
até o fim acompanhando o sentido de abertura da o diagnóstico dessa infecção tinham algumas limitações. A
molécula. Na fita de baixo, a polimerase trabalha em um principal delas é o fato de nós apresentarmos uma janela
sentido contrário. A primase coloca o primer, a fita abre imunológica. A partir do início de uma infecção, até o
um pouco, e a polimerase estende a fita para a esquerda, desenvolvimento de uma resposta, há um tempo. Então,
a fita se abre mais um pouco, a primase adiciona outro se o indivíduo estava infectado, e tinha pouco tempo de
primer, e a polimerase continua polimerizando. A enzima infecção, muitas vezes os exames sorológicos não
tem que ir e voltar o tempo inteiro na fita de baixo. Por identificavam essa infecção, e os resultados acabavam
isso, essa fita é formada de forma mais lenta e sendo falsos-negativos. Isso era um problema já que eles
descontínua, porque ela é formada em fragmentos. Na acabam transmitindo a doença para as pessoas. Era uma
década de 60 foram observados pela primeira vez esses análise indireta, ter anticorpos para determinados
fragmentos de okasaki, que são formados apenas na fita patógenos não quer dizer que o indivíduo tem aquele
descontínua do material genético, que ocorre pelo patógeno. Para comprovar que se tem o patógeno, é
movimento de vai e volta da DNA polimerase. Ao final do necessário fazer o teste direto, a partir da identificação
processo, esses fragmentos são unidos através de de alguma parte do patógeno no indivíduo, como DNA,
ligações fosfodiester, a partir da ação da DNA-ligase, que RNA ou alguma proteína que ele produz.
torna a fita contínua. Kary Mullis começou a estudar como as replicações
ocorrem in vitro para entender o funcionamento in vivo
Conclusões: e amplificar regiões específicas de determinado
• O processo de replicação do DNA ocorre na
patógeno, no caso, do HIV. A partir disso, a metodologia
interfase do ciclo celular, mais especificamente do PCR foi desenvolvida. É uma metodologia cada vez mais
na fase S, onde temos a síntese. utilizada para diagnóstico. Anteriormente não era muito
• A replicação é semiconservativa, já que metade
utilizada devido ao custo elevado, não apenas a nível de
do material genético da mãe é conservado para equipamentos, mas também de mão de obra. Contudo,
as células filhas. atualmente há uma queda de muitas patentes e várias
• É um processo bidirecional, fato que é justificado
empresas produzem os insumos, por isso há um
pela polimerização da enzima no sentido 5’→ 3 barateamento da metodologia.
e pelo antiparalelismo das fitas. É uma metodologia com especificidade e sensibilidade
• Envolve várias enzimas.
muito elevada em relação às outras metodologias
diagnósticas.

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Reação em cadeia da Polimerase: • DNA Polimerase - TAC DNA polimerase, extraída
• Método in vitro de replicação do DNA. de uma espécie de bactéria chamada thermus
• Amplifica sequências específicas de DNA. Por aquaticus. Essas bactérias vivem em condições
exemplo, PCR para identificar o vírus da hepatite extremas, principalmente em relação à
C. Ao extrair o DNA do sangue do paciente, no temperatura, como em vulcões. Por conta disso,
sangue vêm o DNA de “tudo o que ele tiver”, as enzimas dessas bactérias são resistentes.
inclusive o DNA do próprio paciente. Se o foco é Como essa técnica acontece em ciclos
o vírus da hepatite C, não faz sentido amplificar, diferentes de várias temperaturas, procura-se
por exemplo, uma sequência do gene da usar enzimas mais termoestáveis.
hemoglobina do paciente. No processo de • MgCl2 - Cloreto de magnésio é um cofator para
replicação in vivo, tudo é replicado. In vitro, é o funcionamento da enzima polimerase. Ou seja,
replicado apenas o desejado, isso é feito a partir cofator é alguma molécula que não é proteica
da utilização de primers, que são os iniciadores (geralmente vitamina, metal ou íon orgânico) que
do processo de replicação. vai se associar à enzima e ativá-la. A polimerase
• Processo realizado em vários ciclos com pode não querer polimerizar, ao adicionar o
diferentes temperaturas. cloreto ele estimula a ação da polimerase. O
cloreto de magnésio é um dos componentes que
• Reação de PCR tem a sua concentração mais alterada ao longo
do PCR, se a reação não funcionar, mais cloreto
pode ser adicionado no tubo para tentar ativar a
enzima. Se o contrário ocorrer e a enzima se
ativar demais, determinada quantidade de cloreto
pode ser retirada. Por isso, esse ajuste é
importante.
• H2O, RNAse e DNAse FREE - Necessário uma
água ultrapura, que passa por processo de
destilação (normalmente 3x), deionização,
filtração, esterilização com radiação. Ela precisa
Alguns reagentes são adicionados no tubo para se ser livre de enzimas que degradam o material
realizar o PCR, dependendo do laboratório, outros genético. As enzimas que degradam o material
reagentes específicos para algumas reações podem ser genético são DNase e RNAse. Se a água não for
incrementados. Geralmente colocamos a amostra de DNA livre dessas enzimas, pode haver uma
ou RNA por último. Todos os reagentes abaixo são interferência no material genético do paciente.
adicionados: • Tampão - Fundamental para manter o pH, que
• DNA a ser amplificado. interfere na ação enzimática.
• Primers – Forward e Reverse. Primers são os
iniciadores, é adicionado um primer na fita de
cima e um na fita de baixo. Devem ser
adicionados nas extremidades opostas porque as
fitas são antiparalelas. Na fita superior a DNA
polimerase vai para o sentido direito, e na fita
inferior para o sentido esquerdo.
• dNTPs – Nucleotídeos. Adenina, timina, citosina e Exemplo de termociclador, que é um equipamento que
guanina. A polimerase pega esses nucleotídeos e tem a capacidade de variar as temperaturas em seu
faz a polimerização. interior.

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Ele tem um bloco de posicionamento dos tubos, onde vão O primer determina a especificidade da ligação. O primer
ser submetidos às temperaturas. No visor é onde são nada mais é do que uma sequência complementar.
reguladas essas temperaturas.
Para cada temperatura/fase vamos ter um objetivo
dentro do processo de amplificação.

• Reação de PCR
É constituída por 3 etapas/fases.
1ª Fase – Desnaturação: separar a dupla fita. In vivo é
feita por meio da helicase. Na reação in vitro isso é feito Nessa imagem temos uma temperatura de 60ºC e
a partir do aumento da temperatura, que possibilita a primer se ligando em cada fita.
quebra da ponte de hidrogênio.
• Aquecimento a mais de 90ºC para a separação
da dupla fita - para construir novas moléculas a
partir dessas que foram separadas.
• Separa tanto a Fita de DNA original quanto os
produtos de amplificação.
Há uma diferença importante entre a abertura da
molécula in vivo, que é feita através de mecanismos
enzimáticos, em que a helicase vai abrindo e a girase vai O que é uma sequência complementar? Vamos supor que
girando. In vitro, a 94° todas as pontes se desfazem temos uma sequência do ZIKA vírus e queremos
imediatamente, não é um processo gradativo como amplificá-la para fazer diagnóstico molecular. Como é uma
acontece in vivo, é um processo instantâneo, já que todas amostra pequena, fazemos uma amplificação, para
as pontes são submetidas à mesma temperatura. termos vários fragmentos e consigamos identificar por
metodologias moleculares.
Como construímos um primer para a sequência do zika
vírus? Compramos. Só dizemos qual é a sequência e a
empresa vai desenhar um primer para as duas fitas
baseada na sequência que demos para ela. Essa sequência
tem que ser complementar: citosina se liga com guanina,
adenina com timina e assim sucessivamente. Todos os
Essa imagem mostra a separação da dupla fita. nucleotídeos do primer se encaixam na sequência do vírus
Quando elevamos o termômetro para próximo de 100º, (segunda sequência da imagem - primer 1 e 2). Ocorre o
essa elevação acaba quebrando as pontes de hidrogênio anelamento nas duas pontas, com isso fica livre para a
e desnaturando a molécula de DNA, para usar as fitas polimerase a região 3’ com a hidroxila. A partir desse
que foram separadas como molde. ponto, a polimerase vai estender todo o restante até o
final da molécula (terceira sequência da imagem). A partir
2ª Fase - Anelamento dos primers: A polimerase não disso, formamos o fragmento.
pode começar do zero. Anelamento quer dizer ligação
Hibridização: junção de uma coisa com a outra. Os primers 3ª Fase – Extensão: é, de fato, a fase de atividade da
se ligam às fitas complementares a eles. polimerase.
A temperatura varia entre 40 a 70ºC conforme o par Atividade da Taq DNA polimerase.
de primers. Não vai chegar a 90°, porque não é uma Duplicação do DNA.
temperatura para realizar o anelamento, ligar uma Temperatura ótima em torno de 72ºC - a enzima
estrutura com a outra. funciona a vai polimerizando a nova fita a ser formada.

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Com as técnicas mais novas de PCR, conseguimos
quantificar o número de cópias do fragmento.

Com o aumento da temperatura para 72°C, podemos


visualizar as enzimas atuando na abertura das fitas.
Quando tiramos os tubos do termocirculador, apesar de
termos amplificado diversas vezes, os tubos vão estar
dessa maneira, com uma "água" dentro e não vamos
conseguir ver nada, pois são estruturas moleculares.

• Eletroforese

Existem alternativas para fazermos a identificação,


Temos um processo cíclico, com 3 etapas: mesmo que não seja visual. Temos alternativas químicas,
• Desnaturação. Com a abertura da dupla fita. através de compostos com as moléculas que queremos
• Anelamento dos primers. mostrar a presença.
• Extensão dos primers. A polimerase é Existem corantes que são utilizados em outras técnicas
responsável por fazer a extensão. moleculares, como a eletroforese, que podem evidenciar
Isso é cíclico, se repete entre 25-35 vezes, pode ser a presença de material genético naquela amostra.
até 40 vezes. É colocado o corante em contato com o DNA e isso gera
uma fluorescência, que pode ser vista através de luz
transultravioleta, que atravessa a matriz gelatinosa onde,
geralmente, o DNA é colocado.

A cada ciclo há o aumento da quantidade de cópias do


fragmento para identificar.
É como se tentássemos mostrar apenas um fio de cabelo
para alguém. Apenas um fio não é visível, mas vários fios
juntos possibilitam a visualização. O mesmo acontece na
reação PCR, em que geramos várias cópias da mesma Se o DNA estiver presente, vamos ver bandas (traços),
coisa só para identificar que ela está ali. como as da imagem. A amplificação gera as bandas, o
paciente é positivo.

BRUNA, DÁLETE E LARA – 4º SEMESTRE 9


Se pegássemos a amostra do paciente sem fazer o PCR, São utilizadas cores, são utilizadas sondas
não veríamos nada. Apesar de o paciente ter o patógeno, de primer que são fluorescentes e cada uma
o que ele tem é muito pouco para ser visualizado e tem uma cor, comprimento de onda e
elucidado. Para ser elucidado são necessárias milhares de fluorescência específicas. O equipamento que
cópias/amplificações. faz a leitura tem vários filtros, então o resultado
Precisamos amplificar milhões de fezes para identificar. da amplificação será lido em filtros diferentes,
Muitas vezes as reações dão errado e é preciso repetir. por isso não temos o mascaramento ou
Então, na imagem temos um gel de eletroforese em que interação dos resultados. Tem sido utilizado para
podemos identificar a amplificação. identificar 21 vírus respiratórios.

• Tipos de PCR • Aplicações do Conhecimento


Ao longo dos anos a PCR convencional apresentou Diagnóstico de infecções: Bactérias, vírus, fungos,
algumas limitações, que geraram novas ideias para o protozoários.
melhoramento da metodologia.
• PCR convencional;
• Nested PCR: É uma metodologia onde
amplificados utilizando produtos do PCR
convencional. Então, depois de ter utilizado PCR
convencional, utilizamos o produto e continuamos
amplificando. A diferença é que no PCR pegamos
o DNA da amostra do paciente, e na Nested
pegamos do produto do PCR convencional. Isso é
feito para aumentar o sinal, que às vezes fica
fraco.
• PCR em tempo real (qPCR): É uma técnica muito
utilizada para avaliar carga viral (quantos vírus
tem, não apenas o tipo de vírus). Isso é
importante para alguns tipos de tratamento, Laudo emitido no Centro de Neurociências, quando é feito
carga viral baixa e alta, hepatite, HIV, HTLV etc. o exame por eletroforese em um paciente e dá um
• RT-PCR: Utilizada para a COVID-19, pois o resultado indefinido (nem positivo nem negativo). É feita
coronavírus transforma a molécula de RNA em uma análise molecular de PCR.
DNA, então ele precisa fazer uma transcrição É feita a reação em cadeia da polimerase para um gene
reversa (RT). Só conseguimos fazer as RT-PCR, viral tax do HTLV-1. Ele é amplificado, é solicitado na
depois da transcrição reversa, quando temos empresa os primers, que vão ser colocados em contato
uma amostra RNA. Também pode ser feito em com a amostra do paciente, é feito o PCR e depois vai
células nervosas, por exemplo. ser verificado por eletroforese se aquilo é positivo ou
• PCR Multiplex: Por exemplo, paciente com negativo, se tem amplificação ou não.
sintoma de contágio por alguma arbovirose e foi Na imagem em azul, temos o resultado do gel de
coletada uma amostra. A amostra era submetida eletroforese que foi realizado com a amostra do
a três reações diferentes, uma para zika, uma paciente. Na primeira linha temos um marcador de peso
para chikungunya e outra para dengue. Hoje, molecular, que é um controle da reação para saber o
utiliza-se apenas uma técnica que utiliza três tamanho da banda. Se é feito o PCR e a banda ficar um
pares de primers em apenas um tubo de ensaio, pouco acima do que deveria, vemos que amplificou um
um para zika, um para chikungunya e outro para pouco acima e solicitamos a repetição da metodologia.
dengue.

BRUNA, DÁLETE E LARA – 4º SEMESTRE 10


É um guia para saber se aquela banda que está sendo No exemplo acima temos uma análise sobre cardiopatia
amplificada é a correta ou se é fruto de uma amplificação congênita. A metodologia utilizada foi PCR, eletroforese
inespecífica ou de alguma coisa que deu errado na reação. e sequenciamento, para tentar identificar as mutações
É também uma forma de controle. pontuais, envolvendo substituições, inserções e deleções.
Temos o controle da reação para saber se os regentes
estão contaminados. Pode ser água, cloreto de magnésio Conclusões
etc. O normal é não amplificar nada, porque os reagentes • A PCR é um processo de replicação do DNA in
não são amostras. vitro.
De todas as amostras acima (do paciente, controle • Amplifica fragmentos específicos do DNA total.
negativo, controle positivo e controle da reação), a única • Ocorre em 3 etapas.
que apresentou amplificação foi o controle positivo, ou • O papel da maior parte das enzimas é substituído
seja, foi a única amostra que apresentou banda. por temperaturas ou reagentes da técnica.
Laudo: Não foi detectada na técnica de PCR à • É aplicada para fins diagnósticos na identificação,
amplificação do gene viral. quantificação e análise de processos
fisiopatológicos.
Quantificação de DNA ou RNA viral/célula hospedeira

Principalmente para pacientes infectados por vírus


incurável.
Publicação sobre doenças negligenciadas: Carga viral de
HTLV nos pacientes infectados e se isso tem relação com
o desenvolvimento da doença ou não.
A quantificação da carga pró-viral foi feita a partir de
um PCR em tempo real para identificar características
de flutuação da carga viral do paciente.

Diagnóstico de mutações gênicas e doenças genéticas

Muitas mutações podem ser diagnosticadas a partir de


PCR combinada com a técnica de sequenciamento.

BRUNA, DÁLETE E LARA – 4º SEMESTRE 11

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