Capítulo 7- Sistema de Endomembranas(Digestão e Secreção)
O sistema é distribuído por todo o citoplasma e possui vários subcompartimentos interconectados - cisternas, sacos, túbulos. Em alguns momentos a comunicação é direta, enquanto em outros momentos é mediada por vesículas de transporte. Essas vesículas são geradas em um compartimento e transferidas para o outro graças a processos que envolvem perda e ganho de membrana. As vesículas de transporte funcionam da seguinte forma: elas brotam de uma membrana do compartimento chamada doador; e viajam através do citosol em busca de outro compartimento, chamado aceptor; assim, a vesícula e as membranas do compartimento se fundem. O sistema de endomembranas é composto pelas seguintes organelas: Retículo endoplasmático, que compreende duas partes, denominadas retículo endoplasmático liso e retículo endoplasmático rugoso. Complexo de Golgi Endossomas Lisossomos O complexo de Golgi consiste em uma ou mais unidades funcionais chamadas retículos. Nas células secretoras polarizadas, o complexo de Golgi possui uma grande rede que ocupa uma posição intermediária entre o núcleo e a superfície celular, de onde libera secreções. Uma célula produz novas membranas continuamente. Isso é feito para atender aos requisitos funcionais, para reabastecer as membranas senescentes ou para replicar as membranas antes da mitose. As células estão constantemente produzindo novas membranas. Isso é feito para atender aos requisitos funcionais, para reabastecer as membranas senescentes ou para replicar as membranas antes da mitose. A primeira etapa da síntese protéica para o RE ocorre no ribossomo, enquanto ela permanece livre no citosol. A ligação do ribossomo à membrana do RE ocorre se a proteína do ribossomo tiver um segmento peptídico contendo a mensagem apropriada, um peptídeo sinal específico para aquela membrana. Algumas proteínas transmembrana de etapa única são orientadas na direção oposta, com o terminal amino voltado para o lado citoplasmático. Essas proteínas fornecem apenas um peptídeo sinal, que não está localizado no terminal amino, mas próximo a ele. Os peptídeos de sinal não são clivados por peptidases de sinal devido à sua posição interna na cadeia de proteínas. A importância da chegada das enzimas hidrolíticas aos locais corretos do complexo de Golgi é reconhecida quando há defeito nessa função, acarretando uma rara doença lisossômica. Assim, na doença de células I (de inclusão), causada por defeitos genéticos, os fibroblastos não têm a enzima N-acetilglicosamina fosfotransferase, de modo que não há formação das manoses 6- fosfato nas enzimas hidrolíticas destinadas aos endossomas. As vesículas de transporte eliminam seu conteúdo para fora das células por um processo denominado exocitose. Além de receber as vesículas recicladoras, os endossomas das terminações nervosas produzem as vesículas sinápticas que carreiam os neurotransmissores, cuja exocitose completa o ciclo. O processo que provoca a liberação do conteúdo das vesículas de transporte para o meio extracelular é denominado secreção. A pinocitose (do grego pino-, "beber") envolve o suprimento de fluido e as macromoléculas e solutos nele dissolvidos. Isso ocorre porque a parte circunscrita do fluido em contato com a superfície externa da célula fica "presa" nas invaginações da membrana plasmática. Os endossomos desempenham sua função de maneira única, não apenas recebendo substâncias que entram na célula por endocitose (trazidas por vesículas pinocíticas ou fagossomas), mas também incorporando hidrólise a partir de vesículas da enzima do complexo de Golgi. Algumas substâncias endocitadas não são totalmente digeridas e permanecem nos lisossomos, chamados de remanescentes. Às vezes, o material não digerido é expelido da célula por meio de um processo semelhante à exocitose. Se isso não acontecesse, com o tempo essas substâncias se converteriam em pigmentos resistentes ao desgaste. Quando certas proteínas da membrana plasmática não são mais necessárias para a função celular, como os receptores de senescência, o sistema endomembranar é responsável por sua eliminação. O processo começa com a formação de vesículas endocíticas nos locais em que se localizam essas proteínas. As vesículas se fundem imediatamente com os endossomas primários e se invaginam no interior deles, formando novas vesículas. O envoltório de COP (do inglês coat protein) é formado graças à associação ordenada de múltiplas unidades proteicas. Existem dois tipos de envoltório de COP, que são diferenciados não apenas porque são constituídos por unidades proteicas distintas (denominadas COP I e COP II), mas também por formarem vesículas em locais diferentes do sistema de endomembranas. Assim, o envoltório de COP II dá origem às vesículas que se formam no RE e se dirigem para a face de entrada do complexo de Golgi, enquanto o envoltório de COP I dá origem tanto às vesículas que se formam na face de entrada do complexo de Golgi e retornam ao RE quanto às vesículas que se interconectam com as cisternas do complexo de Golgi. Já o envoltório de clatrina (do latim clathrum ou do grego kleîthron, “engradado”) resulta da associação de múltiplas unidades proteicas denominadas trisquélions (do grego skelos, “perna”). O envoltório de clatrina dá origem às vesículas que surgem da membrana plasmática durante a endocitose e as que se formam na face de saída do complexo de Golgi e se movem para os endossomas e para a membrana plasmática durante a secreção regulada. O primeiro envoltório de COP a ser revelado foi o das vesículas que interconectam com as cisternas do complexo de Golgi, composto por unidades COP I. Foi denominado coatômero (do inglês coat protomer). Como se pensava que todos os envoltórios a serem descobertos seriam iguais, os pesquisadores deram essa denominação a todos os envoltórios que não eram de clatrina. A clatrina tinha sido identificada muito tempo antes. Depois da descoberta das unidades COP II, foi mantida a denominação coatômero somente para os envoltórios constituídos apenas por unidades COP I. As ARF e as COP desempenham funções complementares, visto que as ARF determinam onde a vesícula de transporte será formada e recrutam as unidades COP I ou COP II. As unidades COP I ou COP II se associam e compõem o envoltório proteico que provoca a curvatura da membrana.
A forma associada de triskelions leva a curvaturas de membrana de diferentes raios e à
formação de vesículas de tamanhos diferentes. O processo de fusão da membrana consome energia, que é fornecida pelo ATP hidrolisado pela NSF ATPase. A energia é necessária após a fusão para quebrar o complexo de fosfogênio e separar SNAP e NSF da membrana. SNAP e NSF são devolvidos ao citosol onde podem ser reutilizados. Por sua vez, os v-SNAREs são integrados às vesículas circulantes e retornam ao compartimento doador, agora o aceptor, cuja membrana possui t-SNAREs complementares para reconhecer