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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

NOEMA BASTOS RODRIGUES

ANATOMIA TOPOGRÁFICA:
PAREDE ABDOMINAL

SÃO PAULO
2020
NOEMA BASTOS RODRIGUES – 11287450

ANATOMIA TOPOGRÁFICA:
Parede abdominal

Trabalho para a disciplina de Anatomia Humana


Topográfica, apresentado ao curso de
Enfermagem, da área de Anatomia ministrada na
Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo.
Prof. Doutor. Alfredo Luiz Jacomo.

SÃO PAULO
2020
SUMÁRIO

LIMITES..........................................................................................................................4

ESTRATIGRAFIA..........................................................................................................7

IRRIGAÇÃO.................................................................................................................10

DRENAGEM VENOSA................................................................................................11

DRENAGEM LINFÁTICA..........................................................................................12

INERVAÇÃO................................................................................................................12

REFERÊNCIAS............................................................................................................15
LIMITES

A parede abdominal é a região limitada superiormente pelo processo xifoide


e margens costais, inferiormente pelos ossos pélvicos e ligamento inguinal e,
posteriormente, pela coluna vertebral.
A anatomia topográfica (de superfície) estuda as divisões da parede
abdominal em quadrantes e regiões abdominopélvicas. Identifica-se, então, quatro
quadrantes e nove regiões descritas abaixo.

Divisão anatômica topográfica em quadrantes

São divididos pelos planos transumbilical horizontal e mediano vertical, em


quadrantes superior direito e esquerdo, e quadrantes inferiores direito e esquerdo. Estes
comportam as seguintes regiões dos órgãos:

1. Quadrantes superiores:

Quadrante superior direito Quadrante sup. esquerdo

Fígado Lobo direito Lobo esquerdo


Estômago Piloro, início do estômago Regiões inferiores do estômago
Intestino delgado 1º a 3º partes do duodeno Jejuno e ílio proximal
Intestino grosso Parte superior do colo Parte superior do colo
ascendente e metade direita do descendente e metade esquerda
colo transverso do colo transverso
Pâncreas Cabeça Corpo e calda
Rim Direito Esquerdo
Glândulas Suprarrenal direita Suprarrenal esquerda
Outros órgãos Flexura direita hepática do Flexura esquerda esplênica do
colo; colo;
Vesícula biliar Baço
2. Quadrantes inferiores:

Quadrante inferior direito Quadrante inferior esquerdo


Intestino delgado Maior parte do íleo Região menor do íleo
Intestino grosso Ceco; Parte inferior do colo
Parte inferior do colo descendente;
ascendente; Colo sigmoide;
Ovário Direito Esquerdo
Tuba uterina Direita Esquerda
Ureter Direito, porção abdominal Esquerdo, porção abdominal
Funículo Direito, porção abdominal Esquerdo, porção abdominal
espermático
Útero Se aumentado (exemplo: Se aumentado (exemplo:
gestação) gestação)
Bexiga Se muito cheia (exemplo: Se muita cheia (exemplo:
contrações prejudicadas) contrações prejudicadas)
Outros órgãos Apêndice vermiforme -

Imagem ilustrativa dos limites abdominais nos quadrantes descritos anteriormente:


Divisão dos limites por regiões abdominopelvicas

São em todo nove regiões demonstradas na tabela e nas figuras abaixo:

Na região direita Na região central Na região esquerda


Hipocôndrio direito - Hipocôndrio esquerdo
Lateral direita (flanco) - Lateral esquerda (flanco)
Inguinal direita - Inguinal esquerda
- Epigástrico -
- Umbilical -
- Púbica (hipogástrico) -

Observação: a nomeação como “região direita, central e esquerda” foi adotada pela
aluna para melhor compreensão da tabela.

Em acordo com a divisão anatômica topográfica, as nove regiões da tabela anterior


podem ser visualizadas nas figuras abaixo:
ESTRATIGRAFIA

A estratigrafia é o estudo anatômico das camadas do corpo humano, que


inclui desde a mais externa a mais interna. Desse modo, abrange a fáscia, os músculos,
nervos, as artérias, veias e os linfonodos.

Fáscia da parede anterolateral do abdome

A fáscia superficial está localizada logo abaixo da epiderme e é formada por


tecido conjuntivo, sendo contínua à fáscia do corpo acima do umbigo. Abaixo dele, ela
possui subdivisão em duas partes:
1. Fáscia superficial de Camper: é a camada mais espessa e gordurosa,
diferenciando-se de acordo com o acúmulo adiposo de cada indivíduo. É também
chamada de panículo adiposo do abdome. Na sua constituição há muitas fibras
elásticas e colágenas.
2. Fáscia de Scarpa: é a fáscia de revestimento, uma membrana mais fina que
envolve a camada muscular da parede abdominal, presa à linha alba, que é uma
linha branca mediana robusta situada entre os dois retos abdominais. A linha alba é
formada pela união de aponeurose dos músculos presentes no abdome: oblíquo
interno, externo, transverso, com as aponeuroses dos músculos do lado oposto. A
fáscia de Scarpa também é presa à sínfise púbica, inferiormente contínua a fáscia de
Colles, na região perineal. Na sua constituição existem lâminas membranáceas e
areolares de espessura variável.

Músculos da parede anterolateral do abdome

São compostos de cinco pares que se subdividem anatomicamente em


músculos planos e músculos verticais. Ambos os músculos abdominais, de revestimento
e da camada profunda continuam anterior e medialmente como aponeuroses fortes
(fáscias profundas que prendem os músculos aos ossos).
1. Músculos planos ou laterais: são em três pares situados em cada lado do abdome,
incluem o músculo oblíquo externo, m. oblíquo interno e o m. transverso. A
orientação das camadas externas é diagonal e perpendicular entre si, e a orientação
das fibras da camada profunda é transversal.
2. Músculos verticais ou anteriores: são assim chamados pois se situam
bilateralmente à linha mediana abdominal (linha alba), e incluem os mm. reto
abdominal e piramidal. Os mm. reto abdominais são um par de músculos longos e
retos, e são assim denominados, pois estão dispostos em uma linha reta vertical na
região abdominal. O músculo piramidal possui a forma de um triangulo pequeno
anterior ao m. reto abdominal e contido na bainha dele.

Origem, inserção, inervação e principal ação dos músculos abdominais

Músculos abdominais laterais:

Músculo Origem Inserção Inervação Principal ação


Oblíquo Faces externas Linha alba, Nervos Comprime e
externo do das costelas tubérculo espinais T7– sustenta as
abdome V-XII púbico e T11 e nervo vísceras
metade subcostal abdominais; e
anterior da flexiona e roda
crista ilíaca o tronco
Oblíquo Fáscia Margens - -
interno do toracolombar, inferiores das
abdome parte da crista costelas X-XII,
ilíaca e tecido linhas alba e
conjuntivo pectínea do
profundo ao púbis através
ligamento da foice
inguinal inguinal
Transverso do Cartilagens Linha alba, Nervos Comprime e
abdome costais das aponeurose do intercostais sustenta as
costelas 7-12, músculo baixos T7-T11, vísceras
fáscia oblíquo interno nervo subcostal abdominais
toracolombar, do abdome, T12, nervo
crista ilíaca crista púbica, ilio-
anterior, arco linha pectínea hipogástrico
iliopectíneo  do púbis  L1, nervo
ilioinguinal L1
Reto do Sínfise púbica Processo Nn. toraco Flexiona o
abdome e crista púbica xifoide e 5ª a abdominais tronco e
7ª cartilagens (ramos comprime as
costais anteriores dos vísceras
nervos espinais abdominais;
T6– T12) estabiliza e
controla a
inclinação da
pelve

Músculos verticais:

Músculo Origem Inserção Inervação Principal função


Reto Sínfise púbica Processo Nervos Flexão tronco,
abdominal e crista púbica xifóide, intercostais compressão das
cartilagens T7-T11, vísceras
costais das nervo abdominais e
costelas 5-7 subcostal expiração 
T12
Piramidal Sínfise púbica Linha alba Nervo Tensão da linha
e crista púbica subcostal alba
T12
Em resumo, a estratigrafia da parede abdominal é composta pela fáscia de
revestimento e fáscia profunda, pelos músculos abdominais laterais, músculos
verticais e aponeuroses.

IRRIGAÇÃO

A irrigação abdominal ocorre através de artérias. O sangue arterial dessa


região vem da aorta abdominal. A organização dos vasos sanguíneos profundos se
dispõe de mesmo modo que os músculos. Assim, os vasos circunferenciais da parede
anterolateral são continuações dos 7º a 11º vasos intercostais posteriores, vasos
subcostais e vasos circunflexos ilíacos profundos.

Artérias abdominais
As artérias do abdome e da pelve abrangem três ramos da aorta
abdominal: viscerais, parietais e terminais que, ao todo, formam dez ramos principais. A
aorta termina e bifurca-se, ao nível de L4, em artérias ilíacas comuns direita e esquerda
que irão irrigar a pelve.
O suprimento arterial abdominal provém dos seguintes vasos:
1. Artéria epigástrica superior: continuação direta da a. torácica interna.
2. Artéria epigástrica inferior: um ramo da artéria ilíaca externa.
3. Artérias superficiais ilíaca e circunflexa epigástrica: ramos da artéria femoral
4. 10ª e 11ª artérias intercostais e artéria subcostal
5. Artérias lombares: ramos da aorta abdominal

Trajeto e distribuição da irrigação arterial:

Artéria(s) Trajeto Distribuição


Musculofrênica Desce ao longo da margem costal Paredes superficial e
profunda do abdome no
hipocôndrio; diafragma
anterolateral
Epigástrica Desce na bainha do M. reto do M. reto do abdome; parede
superior abdome profundamente ao M. superficial e profunda do
reto do abdome abdome no epigástrio e na
região umbilical superior
Epigástrica inferior Segue superiormente e entra na M. reto do abdome; parede
bainha do M. reto do abdome; profunda do abdome nas
segue profundamente ao M. reto regiões púbica e umbilical
do abdome inferior
10ª e 11ª artérias Artérias continuam além das Paredes superficial e
intercostais costelas para descer na parede do profunda do abdome na
posteriores e abdome entre os Mm. oblíquo região lateral (lombar ou
subcostal interno e transverso do abdome flanco)
Circunflexa ilíaca Segue na face profunda da parede M. ilíaco e parede
profunda anterior do abdome, paralela ao profunda do abdome na
ligamento inguinal região inguinal; fossa
ilíaca
Circunflexa ilíaca Segue na tela subcutânea ao longo Parede superficial do
superficial do ligamento inguinal abdome na região inguinal
e na face anterior
adjacente da coxa
Epigástrica Segue na tela subcutânea em Parede superficial do
superficial direção ao umbigo abdome nas regiões púbica
e umbilical inferior

DRENAGEM VENOSA

A drenagem da parede abdominal pelas veias é feita em direção a veia


cava inferior.
Veias abdominais
As veias se dividem em cutâneas e profundas, sendo as principais veias da
irrigação da parede abdominal:
1. Veias cutâneas (circundam o umbigo): veias paraumbilicais, veia porta, veia
umbilical obliterada, veia epigástrica superficial e veia torácica lateral. Pode existir
ou se desenvolver uma anastomose superficial lateral chamada veia
toracoepigástrica, devido a alteração do fluxo venoso.
2. Veias profundas (parede anterolateral): recebem a mesma nomeação das artérias
que acompanham e pode existir ou se desenvolver uma anastomose venosa medial
profunda, entre a v. epigástrica (ramo da v. ilíaca externa) inferior e as vv.
epigástrica torácica interna (ramos da veia subclávia).
Um importante fato das anastomoses superficiais e profundas é que
podem garantir a circulação colateral caso haja uma obstrução de uma das veias
cavas.
A drenagem venosa abdominal provém dos seguintes vasos:
1. Veia epigástrica superior: um ramo da v. torácica interna
2. Veias epigástrica inferior e ilíaca circunflexa profunda: ramos da v. ilíaca
externa
3. Vv. superficiais ilíaca circunflexa e epigástrica: ramos das vv. femoral e
safena maior
4. 10ª e 11ª vv. intercostais e veia subcostal
5. Vv. lombares: ramos da veia cava inferior

DRENAGEM LINFÁTICA
A drenagem linfática da parede anterolateral do abdome segue os padrões das artérias:

1. Vasos linfáticos superficiais: acompanham as veias subcutâneas


2. Vasos superiores ao plano transumbilical: drenam principalmente para os
linfonodos axilares, mas alguns drenam para os linfonodos paraesternais.
3. Vasos linfáticos superficiais inferiores ao plano transumbilical: drenam para os
linfonodos inguinais superficiais
4. Vasos linfáticos profundos: acompanham as veias profundas da parede do
abdome e drenam para os linfonodos ilíacos externos, ilíacos comuns e lombares
direito e esquerdo (cavais e aórticos).

INERVAÇÃO
A inervação da pele e da parede anterolateral do abdômen segue o seguinte
padrão:
1. Nervos toracoabdominais: são formados pelas partes abdominais, distais
dos ramos anteriores dos seis nervos espinais torácicos inferiores (T7 a
T11); correspondem aos nervos intercostais inferiores distais à margem
costal
2. Ramos cutâneos laterais (torácicos): dos nervos espinais torácicos T7 a
T9 ou T10
3. Nervo subcostal: o grande ramo anterior do nervo espinal T12
4. Nervos ílio-hipogástrico e ilioinguinal: ramificações terminais do ramo
anterior do nervo espinal L1

Trajeto e distribuição da inervação da parede anterolateral do abdome

Nervo(s) Origem Distribuição


Toracoabdominais entre a 2ª e a 3ª camadas de m. Músculos da parede
T7 a T11 abdominais; os ramos entram na anterolateral do abdome e
tela subcutânea como ramos pele sobrejacente
cutâneos laterais de T10 a T11 (na
linha axilar anterior) e ramos
cutâneos anteriores de T7 a T11
(linha paraesternal)
7º a 9º ramos As divisões anteriores continuam Pele dos hipocôndrios
cutâneos laterais através da margem costal na tela direito e esquerdo
subcutânea
Subcostal (ramo Segue ao longo da margem Mm. da parede
anterior de T12) inferior da costela XII para a anterolateral do abdome e
parede do abdome subumbilical a pele sobrejacente,
entre a 2ª e a 3ª camadas de mm. superior à crista ilíaca e
abdominais inferior ao umbigo
Ílio-hipogástrico Perfura o m. transverso do Pele sobre a crista ilíaca,
(L1) abdome para seguir entre a 2ª e a região inguinal superior e
3ª camadas de músculos hipogástrio; mm. oblíquo
abdominais; os ramos perfuram as interno e transverso do
aponeuroses do m. oblíquo abdome
externo do abdome (parte inferior)
Ilioinguinal (L1) Passa entre a segunda e a terceira Pele da região inguinal
camadas dos músculos inferior, monte do púbis,
abdominais; a seguir, atravessa o parte anterior do escroto
canal inguinal ou lábio maior do pudendo
e face medial adjacente da
coxa; parte inferior dos
mm. oblíquo interno e
transverso do abdome
REFERÊNCIAS

http://www.hepcentro.com.br/anatomia.htm
https://www.mulheresbemresolvidas.com.br/retencao-urinaria/
https://www.anatomiaonline.com/musculos-do-abdome/
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/vasos-sanguineos-do-abdomen-e-da-pelve
MOORE, Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2014.
NETTER, Frank Henry. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2015.

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