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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR

CURSO DE BIOMEDICINA

Sânzio Santana
sanzio.santana@pro.ucsal.br

Salvador – Bahia
As técnicas de processamento atuais possibilitam:
✓ A Produção e o armazenamento de diferentes hemocomponentes em condições
adequadas para preservação de suas características terapêuticas;
✓ Que o receptor receba, em menor volume, somente elementos sanguíneos dos
quais necessita → minimiza os riscos inerentes à terapêutica transfusional.
→ A partir de uma única doação, vários pacientes poderão ser beneficiados de forma
mais segura.

A bolsas de sangue podem gerar:


▪ HEMOCOMPONENTES (HC) – Produtos gerados um a um nos serviços de hemoterapia,
a partir do sangue total, por meio de processos físicos (centrifugação, congelamento).
Também podem ser obtidos por aférese.
▪ HEMODERIVADOS (HD) – Produtos obtidos em escala industrial, a partir do
fracionamento do plasma por processos físico-químicos.
Produtos originados a partir do sangue total
Sangue Total (ST)

FONTE: https://slideplayer.com.br/slide/9418619
Conc de Hemácias Plasma Fresco Concentrado de Crioprecipitado
(CH) Congelado (PFC) Plaquetas (CP) (CRIO)
Soluções anticoagulantes-preservadoras e soluções aditivas são utilizadas para a
conservação dos produtos sanguíneos, pois impedem a coagulação e mantêm a viabilidade
das células do sangue durante o armazenamento.
Soluções Composição Validade (ST e CH)
ACD (ácido cítrico-citrato de sódio-dextrose) Ácido cítrico 21 dias
Citrato de sódio
Dextrose
CPD (citrato fosfato dextrose) Ácido cítrico 21 dias
Citrato de sódio
Fosfato de sódio
Dextrose
CPDA-1 (citrato fosfato dextrose adenina 1) Ácido cítrico 35 dias
Citrato de sódio
Fosfato de sódio
Dextrose e Adenina

FUNÇÕES DOS ANTICOAGULANTES E PRESERVANTES:


▪ Manter a fluidez do sangue, impedindo sua coagulação;
▪ Manter a função dos elementos celulares do sangue o maior tempo possível.
(OBS) As bolsas podem apresentar, ainda, aditivos como por exemplo o SAG-manitol (soro fisiológico,
adenina, glicose e manitol) que aumentam a sobrevida e possibilitam o armazenamento das hemácias
por até 42 dias entre 2 a 6 °C. Está presente nas bolsas satélites
Produção de Hemocomponentes baseados no peso/volume
HEMOCOMPONENTE COMPOSIÇÃO
Concentrado de hemácias (CH) Hemácias, plasma em pequeno volume, leucócitos e
plaquetas em pequena quantidade.
Plasma Fresco Congelado (PFC) Plasma com todos os fatores de coagulação preservados

Concentrado de Plaquetas (CP) Plaquetas, plasma em pequeno volume e leucócitos

Crioprecipitado (CRIO) Fibrinogênio, fatores de coagulação VIII e XIII, plasma e fator


von Willebrand.
CONCENTRADO DE HEMÁCIAS
Volume aprox.: 220 a 280 mL
CH Composição: Hemácias, plasma (pouco) e leucócitos
Validade: 21, 35 ou 42 dias
Temp. de armazenamento: 2 a 6 °C

CONCENTRADO DE PLAQUETAS
Volume aprox.: 50 a 60 mL
CP Composição: Plaquetas, plasma e leucócitos
Validade: 5 dias
Temp. de armazenamento: 20 a 24°C em agitação contínua

PLASMA FRESCO CONGELADO → PFC24, PPP ou PIC


Volume aprox.: 200 a 250 mL
PFC Composição: Plasma com todos os fatores de coagulação e
SANGUE TOTAL fribrinolíticos
(ST) Validade: 1 ano (entre -25 e -18 °C) ou 2 anos (< -25 °C)
Temp. de armazenamento: Entre -25 e -18 °C ou inferior

CRIOPRECIPITADO
Volume aprox.: 10 a 15 mL
CRIO Composição: Fator de von Willebrand e Fibrinogênio
PPP – Plasma pobre em plaquetas Validade: 1 ano (< -20 °C) e 2 anos (≤ -30 °C)
PIC – Plasma isento de crioprecipitado
PFC24 – Plasma fresco congelado de 24 h
Temp. de armazenamento: < -20 °C ou inferior
1. CONCENTRADO DE HEMÁCIAS (CH):

▪ O CH é obtido por meio da centrifugação de uma bolsa


de sangue total (ST) e da remoção da maior parte do
plasma;
▪ O CH também pode ser obtido por aférese, coletado de
doador único – Nesse caso, frequentemente o
procedimento permite a obtenção de duas unidades em um
único procedimento (coleta de hemácias duplas);
▪ Seu volume varia entre 220 e 280 mL;
▪ Assim como o ST, o CH deve ser mantido entre 2 °C e 6
°C e sua validade varia entre 35 e 42 dias, dependendo
da solução conservadora;
▪ Os CHs sem solução aditiva devem ter hematócrito Concentrado de hemácias
entre 65 e 80%. No caso de bolsas com solução aditiva, (CH)
o hematócrito pode variar de 50 a 70%;
1. CONCENTRADO DE HEMÁCIAS (CH):

Tipos de concentrados de hemácias:


1.1 Concentrado de hemácias lavadas – desplamatizados
pela técnica de lavagem com solução salina fisiológica
preferencialmente em sistema fechado.

1.2 Concentrado de hemácias desleucocitado – os CHs


podem ser desleucocitados com a utilização de filtros.
• Número de leucócitos no componente final menor que 5 x
106 leucócitos por unidade;
• A desleucocitação deve ser feita em até 48 h após a
coleta e antes do armazenamento.

1.3 Concentrado de hemácias congeladas – conservado Concentrado de hemácias


em temperaturas iguais ou inferiores a 65 ºC negativos, na (CH)
presença de um agente crioprotetor (glicerol ou amido
hidroxilado);
• Na utilização de glicerol (até 15 dias da coleta), este
deve ser removido por meio de lavagem, depois que as
hemácias forem descongeladas;
• Validade de dez anos.
1. CONCENTRADO DE HEMÁCIAS (CH):

Tipos de concentrados de hemácias:

1.4 Hemácias rejuvenescidas – São hemácias tratadas por


um método que restabelece os níveis normais de 2,3
Difosfato glicerol (2,3-DPG) e Adenina Trifosfato (ATP).

• As hemácias podem ser rejuvenescidas até três dias


após seu vencimento, desde que tenham sido mantidas a
4º- 2ºC;

• Depois desse procedimento, os glóbulos vermelhos


podem ser lavados e transfundidos dentro de 24 h;

• Os rótulos dessas unidades devem indicar o uso de


Concentrado de hemácias
soluções de rejuvenescimento. (CH)
2. CONCENTRADO DE PLAQUETAS (CP):

▪ O CP pode ser obtido a partir de unidade individual de


ST ou por aférese, coletadas de doador único.
▪ Cada unidade de CP contém aproximadamente 5,5 x 1010
plaquetas em 50 a 60 mL de plasma, já as unidades por
aférese contém pelo menos 3,0 x 1011 plaquetas em 200
a 300 mL de plasma;
▪ Armazenamento 22 ± 2°C, sob agitação constante em até
5 dias;
▪ Dois métodos são utilizados para a obtenção de
plaquetas pela centrifugação de sangue total.

▪ MÉTODO 1 – Centrifugação do sangue em duas etapas:


Concentrado de plaquetas
1. Na primeira etapa, é feita uma centrifugação leve, em (CP)
que se obtém o plasma rico em plaquetas (PRP);
2. Em seguida, este plasma é novamente centrifugado,
desta vez em alta rotação (centrifugação pesada), para
a obtenção do CP.
2. CONCENTRADO DE PLAQUETAS (CP):

▪ MÉTODO 2 – Extração do buffy coat, geralmente com a


utilização de extratores automatizados de plasma e
com o uso de bolsas top and bottom (TAB).
1. O ST é submetido à centrifugação, visando à
separação da camada leucoplaquetária. O plasma
sobrenadante é transferido para uma bolsa-satélite,
pela saída superior (top) da bolsa e o concentrado de
hemácias é extraído pela saída inferior (bottom) da
bolsa. A camada leucoplaquetária permanece na bolsa
original.
2. O buffy coat de cada bolsa pode ser agrupado com
outros por meio de metodologia estéril, seguido de
sedimentação ou centrifugação para a separação e
Concentrado de plaquetas
transferência das plaquetas para uma bolsa-satélite,
(CP)
onde ficam armazenadas em pool. Este método
possibilita a redução no teor de leucócitos
contaminantes em aproximadamente 90% (1 log).
3. PLASMA:
3.1 Plasma Fresco Congelado (PFC)
▪ O plasma fresco congelado (PFC) consiste na porção
acelular do sangue obtida por centrifugação a partir de
uma unidade de sangue total e transferência em circuito
fechado para uma bolsa satélite;
▪ Também pode ser obtido a partir do processamento em
equipamentos automáticos de aférese;
▪ É constituído basicamente de água, proteínas (albumina,
globulinas, fatores de coagulação e outras),
carboidratos e lipídios;
▪ É completamente congelado até 8 h após a coleta e
mantido, no mínimo, a -18 °C, sendo, porém,
recomendada a temperatura igual ou inferior a -25 °C. Sua Plasma fresco congelado
validade se armazenado entre -25 °C e -18 °C é de 12 (PFC)
meses;
▪ Se mantido congelado a temperaturas inferiores a -25
°C sua validade é de 24 meses.
3. PLASMA:
3.1 Plasma Fresco Congelado (PFC)
▪ O congelamento permite a preservação dos fatores da
coagulação, fibrinolíticos e complemento, além de
albumina, imunoglobulinas, outras proteínas e sais
minerais, e mantém constantes suas propriedades;
▪ O componente assim obtido contém ≥ 70 UI de Fator
VIII/100mL e, pelo menos, quantidades semelhantes dos
outros fatores lábeis e inibidores naturais da
coagulação.

Plasma fresco congelado


(PFC)
3. PLASMA:
3.2 Plasma Fresco Congelado de 24 horas (PFC24)
▪ É separado do ST por centrifugação entre 8 e 24 h após a coleta e congelado
completamente, no máximo em uma hora, atingindo temperaturas iguais ou
inferiores a -30 °C;
▪ Deve ser armazenado à temperatura de, no mínimo, -18 °C, sendo, porém,
recomendada temperatura igual ou inferior a -25 °C;
▪ Sua validade é a mesma do PFC e seu volume aproximado de 200 a 250 mL;
▪ Apresenta uma redução variável de alguns fatores da coagulação em relação ao
PFC, principalmente fatores V e VIII, porém esta redução não tem significado clínico,
portanto possui as mesmas indicações que o PFC;
▪ A unidade de plasma deve apresentar volume superior a 180 mL, quando utilizado
para fins transfusionais, além de não conter anticorpos eritrocitários irregulares de
importância clínica.
3. PLASMA:
3.3 Plasma Isento de Crioprecipitado (PIC)
▪ O PIC é aquele do qual foi retirado, em sistema fechado, o crioprecipitado.

▪ É depletado de fator VIII, fibrinogênio e multímeros de alto peso molecular de


Fator de von Willebrand, embora contenha a metaloproteinase responsável por sua
metabolização.

▪ Deve ser armazenado à temperatura de, no mínimo, -18 °C, sendo, porém,
recomendada temperatura igual ou inferior a -25 °C.
▪ Sua validade é a mesma do PFC e seu volume aproximado de 150 mL a 200 mL.
4. CRIOPRECIPITADO (CRIO)

▪ O CRIO é uma fonte concentrada de algumas proteínas


plasmáticas que são insolúveis a temperatura de 1 a 6
°C;
▪ É preparado descongelando-se uma unidade de PFC à
temperatura de 1 a 6 °C;
▪ Depois de descongelado, o plasma sobrenadante é
removido deixando-se na bolsa a proteína precipitada e
10 a 15 mL deste plasma;
▪ Este material é então recongelado no período de 1 h e
tem validade de 12 meses;
▪ O CRIO contém glicoproteínas de alto peso molecular
como de Fator VIII, Fator VIII:vWF (fator von
Willebrand), fibrinogênio, fator XIII e fibronectina;
▪ Cada bolsa contém 10 a 15 mL com aproximadamente 80
a 150 unidades de Fator VIII, pelo menos 150 mg de
fibrinogênio e cerca de 20 a 30% (50 a 75 U) do Fator
XIII presente na bolsa inicial de PFC.
5. CONCENTRADO DE GRANULÓCITOS (CG)

▪ Os CGs são hemocomponentes obtidos por aférese de doador único, por meio de
máquinas separadoras de células, de fluxo contínuo ou descontínuo, cujo rendimento de
coleta pode ser melhorado pela utilização de doadores estimulados com a
administração de fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) e
corticosteróides;
▪ Cada concentrado deve conter no mínimo 1,0 x 1010 granulócitos em 90% das
unidades avaliadas, em um volume final inferior a 500 mL, (geralmente 200 a 300
mL) incluindo anticoagulante, plasma e também resíduo do agente hemossedimentante
utilizado no procedimento de coleta;
▪ Além dos granulócitos, usualmente estes concentrados contêm outros leucócitos,
plaquetas e cerca de 20 a 50 mL de hemácias;

▪ Como a função dos granulócitos se deteriora mesmo durante curto armazenamento, os


CG devem ser transfundidos assim que possível após a coleta, e, se for inevitável,
seu armazenamento deve ser em temperatura entre 20°C e 24°C, em repouso e
por, no máximo, 24 h;

▪ Para transporte deste hemocomponente, recomenda-se o uso de recipientes


próprios, que assegure a manutenção desta temperatura.
CH – Concentrado de hemácias
CP – Concentrado de plaquetas
Crio – Crioprecipitado
CH Plasma BOLSA DUPLA

CP
CH Plasma ou BOLSA TRIPLA
Crio

BOLSA QUÁDRUPLA
CH Plasma
CP Crio

[Fonte: Preparação de Hemocomponentes – Telelab – Ministério da Saúde]


Bolsa tripla: top and bottom

Plasma
Fresco
CP CH

Bolsa Primária

MÉTODO DE FRACIONAMENTO DE HEMOCOMPONENETES A PARTIR E ST:


1. Centrifugação da bolsa de ST;
2. Separação das hemácias do PRP;
3. Centrifugação do PRP para obtenção do CP que permanece na bolsa.
Bolsa tripla: top and bottom
Bolsa quádrupla: top and bottom

CP
Plasma
Fresco Plasma Buffy CH
Fresco coat
CP CH

Bolsa Primária

MÉTODO DE FRACIONAMENTO DE HEMOCOMPONENETES A PARTIR E ST:


1. O sangue total é submetido à centrifugação, visando à separação da camada
leucoplaquetária (buffy coat);
2. O plasma sobrenadante é transferido para uma bolsa-satélite pela saída superior (top) da
bolsa e o concentrado de hemácias é extraído pela saída inferior (bottom) da bolsa;
3. A camada leucoplaquetária permanece na bolsa original dando origem ao CP
que é transferido para bolsa satélite
O processamento é feito por meio de centrifugação refrigerada, por processos que
minimizam a contaminação e proliferação microbiana, nos quais se separa o sangue total em
hemocomponentes eritrocitários, plasmáticos e plaquetários;

▪ Em função das diferentes densidades e


tamanhos das células sanguíneas, o processo
de centrifugação possibilita a separação do
sangue total em camadas:
❖ Hemácias; Plasma
❖ buffy coat – camada leucoplaquetária, ou
seja, uma camada de leucócitos e plaquetas; Buffy coat
❖ Plasma – porção acelular o sangue que
contém plaquetas dispersas Hemácias

[Fonte: Preparação de Hemocomponentes – Telelab – Ministério da Saúde]


Dois tipos de centrifugação são utilizados para obtenção de Hemocomponentes:
▪ LEVE
→ Velocidade e tempo baixos possibilita a sedimentação dos elementos figurados do sangue
de maior densidade (hemácias e leucócitos);
Condições: 1800 a 2000 rpm por 2 a 5 min.
▪ PESADA
→ Velocidade e tempo maiores que possibilita a sedimentação de todos elementos figurados
do de menor densidade (plaquetas).
Condições: 5000 rpm por 5 a 10 min.

Centrífugas para bolsas de sangue utilizadas na separação de hemocomponentes


Centrifugação e separação dos hemocomponentes
1. OBTENÇÃO DE CONCENTRADO DE HEMÁCIAS (CH) E PLASMA RICO EM PLAQUETAS

1 2

Centrifugação
leve

Sangue Total Bolsas satélites Sangue Total


(ST) (ST)

Separação

Conc. de Plasma Rico em


Hemácias (CH) Plaquetas (PRP)
Extração (fracionamento do CH e PRP)

Centrifugação leve do ST → Hemácias depositam-se → ARMAZENAMENTO Passo seguinte...


Separação do CH e do Plasma Rico em Plaquetas (PRP). (2 a 6 °C) (20 – 24 °C)
2. OBTENÇÃO DE CONCENTRADO DE PLAQUETAS (CP) E PLASMA FRESCO
CONGELADO (PFC)
Selagem e secção

CONGELAMENTO
(-25 e -18 °C ou inferior)
Centrifugação
pesada

Conc. de Plasma Rico em Conc. de Plasma Fresco


Hemácias (CH) Plaquetas (PRP) plaquetas (PF)

REPOUSO
(20 a 24 °C por 90 min)

ARMAZENAMENTO
(20 a 24 °C em agitação constante)

Centrifugação pesada do PRP → Plaquetas depositam-se → Separação do CP e do Plasma Fresco.


3. OBTENÇÃO DE CRIOPRECIPITADO (CRIO) E PLASMA ISENTO DE CRIO (PIC)

Centrifugação
Descongelamento
pesada
(1 a 6 °C)
Plasma Fresco CRIO PIC
Congelado (PFC) (precipitado) (Sobrenadante)

CONGELAMENTO
(-25 e -18 °C ou inferior)

Centrifugação pesada do PFC descongelado a 4 ºC ± 2 até 12 h → Crioprecipitado: separação do


CRIO e do Plasma Isento de Crio (PIC).
Fracionamento manual

Bolsa de ST Obtenção do CH e PRP

Fracionamento automático
Os critérios utilizados para preparação de hemocomponentes são:
1. Volume de ST coletado;
2. Tempo de duração da coleta (máx. 15 min);
3. Temperatura em que a unidade é mantida antes de ser processada;
4. Tempo transcorrido entre a coleta e a preparação dos hemocomponentes → até 8 h.
1. VOLUME DO SANGUE TOTAL (ST) COLETADO:

Peso bruto do ST – peso da bolsa vazia (172 g)


Volume de ST =
Densidade do ST (1,053)

Produção de Hemocomponentes baseados no peso/volume


PESO VOLUME (mL) HEMOCOMPONENTES
Sangue Total (g) PREPARADOS
≤ 487 g ≤ 299 mL Nenhum (ST será descartado)
488 a 597 g 300 a 404 mL CHPV*
598 a 693 g 405 a 495 mL CH, CP, PFC, CRIO e PIC
≥ 694g ≥ 496mL Nenhum (ST será descartado)
* Concentrado de hemácias de pequeno volume
2. TEMPO DE DURAÇÃO DA COLETA:

TEMPO DE COLETA HEMOCOMPONENTES


PRODUZIDOS
12 min (Ideal) a 15 min CH, CP, PFC, CRIO e PIC

3. TEMPERATURA DE REPOUSO PRÉ-PROCESSAMENTO:

TEMPERATURA HEMOCOMPONENTES
PRODUZIDOS
20 a 24 °C CH, CP, PFC, CRIO e PIC
4 °C PFC
1. A bolsa de sangue total é colocada numa caçapa da centrífuga para que seja centrifugada.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


2. A caçapa é pesada juntamente com a bolsa de sangue para balancear a centrífuga.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


3. Sempre se deve balancear o peso das caçapas na centrífuga.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


4. Distribuindo-se o peso uniformemente.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


5. A centrífuga deve ser programada dependendo da rotina (tempo, velocidade e
temperatura)

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


6. A bolsa de sangue total já centrifugada é retirada de dentro da centrífuga e depois de
dentro da caçapa cuidadosamente

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


7. Posicionar imediatamente a bolsa no extrator e manter as bolsas satélites na bancada.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


8. Acionar a alavanca de extração que iniciará a transferência do plasma rico em plaquetas
(PRP) da bolsa primária para a satélite.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


9. A pinça hemostática é utilizada sempre que queremos interromper a passagem de fluido
após termos aberto o lacre das bolsas.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


10. Observar a transferência do PRP para as bolsas satélites.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


11. Interromper o fluxo do PRP ao perceber que o mesmo foi transferido para a bolsa satélite.
Manter uma pequena quantidade de plasma para diminuir a viscosidade do CH, e evitar
contaminação da bolsa satélite de plasma com hemácias.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


12. O plasma é separado do CH.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


13. O SAG-Manitol (preservante) é adicionado à bolsa de CH (caso a bolsa contenha este
preservante).

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


14. A bolsa de CH é separada da bolsa de PRP.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


15. Bolsa de CH vai ser armazenada em geladeira específica; o PRP será submetido a uma
segunda centrifugação, ou congelamento, a depender da rotina e necessidade.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


16. Para obtermos plaquetas a partir do PRP, centrifugar novamente. Para isto pesamos e
balanceamos novamente as caçapas.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


17. Posicionar as bolsas nas caçapas atentando para o balanceamento das mesmas.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


18. A bolsa de PRP e a bolsa satélite são retiradas da caçapa.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


19. Após a centrifugação pesada plaquetas depositam-se no fundo aderidas à superfície
interna da bolsa.

Plasma

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


20. Após a centrifugação pesada plaquetas depositam-se no fundo aderidas à superfície
interna da bolsa.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


21. Posicionar a bolsa de PRP após centrifugação pesada no extrator.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


22. O plasma não é retirado completamente, mesmo assim a bolsa é denominada de
concentrado de plaquetas (CP). O plasma isento de plaquetas é denominado de plasma
pobre em plaquetas (PPP).

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


23. Cerca de 50 a 60 mL de plasma devem ficar na bolsa de plaquetas que deve pesar cerca
de 75 g no final.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


24. Os CPs devem ficar em repouso por cerca de 90 min após separação do plasma.

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


25. Em seguida, os CPs são mantidos entre 20 – 24 °C em agitação constante.

[Fonte: https://www.casalab.com.br/produtos/104/410_]
[Fonte: http://www.medicalexpo.com/pt/prod/helmer-scientific/product-80348-657995.html
26. As bolsas de plasma devem ser embaladas em saco plástico e depois, submersas em
uma solução de álcool e gelo seco. Ou então devem ser levadas ao freezer para congelar.

Congelamento rápido em solução de gelo e álcool Congelamento do plasma em freezer

[Fonte: BARONE A; FERNANDES, A. Hemocomponentes]


HEMOCOMPONENTES VALIDADE TEMPERATURA EQUIPAMENTO
CH (CPDA-1)* 35 dias 4 ± 2 °C Refrigerador
CP 5 dias 22 ± 2 °C Incubadora e agitador de plaquetas
PFC 1 ano -20 a -29 °C Freezer
2 anos ≤ -30 °C Freezer
Crio 1 ano -20 a -29 °C Freezer
2 anos ≤ -30 °C Freezer
PIC 1 ano ≤ -20 °C Freezer
* Se houver aditivo de SAG-manitol: 42 dias
HEMOCOMPONENTES, FORMAS DE OBTENÇÃO, CARACTERÍSTICAS E TEMPERATURA
DE ARMAZENAMENTO
HEMOCOMPONENTES, FORMAS DE OBTENÇÃO, CARACTERÍSTICAS E TEMPERATURA
DE ARMAZENAMENTO
HEMOCOMPONENTES, FORMAS DE OBTENÇÃO, CARACTERÍSTICAS E TEMPERATURA
DE ARMAZENAMENTO
Concentrado de hemácias (CH)

Concentrado de plaquetas (CP)


Plasma Fresco Congelado (PFC) e Crioprecipitado
DOADOR CANDIDATO A DOAÇÃO

SANGUE

TRIAGEM CLÍNICA INAPTO SAÍDA


AMOSTRAS

PROCEDIMENTOS
APTO
COMPLEMENTARES HIDRATAÇÃO/
COLETA DE SANGUE
ALIMENTAÇÃO

PROCESSAMENTO

EXAMES EXAMES
SOROLÓGICOS IMUNOHEMATOLOGIA
ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO
(QUARENTENA)

HEMOCOMPONENTE NÃO
OU HEMODERIVADO DESCARTE DE
LIBERADO BOLSA
SIM

PREPARAÇÃO PARA
TRANSFUSÃO
LAVAGEM,
ALIQUOTAGEM E IRRADIAÇÃO

TRANSFUSÃO
Algumas situações na clínica hemoterápica exigem cuidados adicionais na transfusão dos
hemocomponentes entre eles a desleucocitação, irradiação, lavagem com solução salina e
fenotipagem.

1. DESLEUCOCITAÇÃO:
▪ É um procedimento realizado através de filtros específicos para remoção de leucócitos
de um componente sanguíneo celular (glóbulos vermelhos e plaquetas). Uma unidade
de sangue total contém cerca de 2 a 3 x109 leucócitos;

▪ O componente desleucocitado deve conter menos que 5 x 106 leucócitos;


▪ Com este procedimento ocorre redução de 99% dos leucócitos no produto inicial,
restando no produto final menos que 5 x 106 leucócitos;
▪ A maioria dos equipamentos para coleta por aférese já produzem hemocomponentes
desleucocitados (contaminação leucocitária inferior a 106);
▪ Está indicado nas prevenções de complicações relacionadas à transfusão de
hemocomponentes alogênicos devido à exposição do receptor aos leucócitos do
doador.
2. IRRADIAÇÃO:
▪ A irradiação dos hemocomponentes é realizada para a
prevenção da doença do enxerto versus hospedeiro
associada à transfusão (DECH-AT), complicação
imunológica usualmente fatal, causada pela enxertia e
expansão clonal dos linfócitos do doador em receptores
suscetíveis.

▪ Com a finalidade de prevenir esta complicação, os


hemocomponentes celulares (concentrado de hemácias
e de plaquetas) devem ser submetidos à irradiação
gama na dose de, pelo menos, 2500 cGy (25 Gy),
impossibilitando a proliferação dos linfócitos.

Aparelho de irradiação de bolsas


de sangue
3. LAVAGEM COM SOLUÇÃO SALINA
▪ É obtida através de lavagens dos hemocomponentes celulares (glóbulos vermelhos e
plaquetas) com solução isotônica de cloreto de sódio estéril em quantidade suficiente
(1 a 3 litros), com a finalidade de eliminar a maior quantidade possível de plasma;
▪ Este procedimento é realizado em serviço de hemoterapia produtor utilizando sistema
fechado ou em condição que minimize o risco de contaminação (cabine de segurança
biológica/fluxo laminar).

4. AQUECIMENTO DE HEMOCOMPONENTES
▪ Consiste no aquecimento de hemocomponentes através de equipamentos especiais e
em temperatura controlada.
▪ Contraindicação: os componentes plaquetários não devem ser aqueci-
dos por comprometer a função das plaquetas transfundidas.

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