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1. INTRODUÇÃO
A transfusão sanguínea é uma forma simples de transplante. Sangue (o órgão), com
suas hemácias transportadoras de oxigênio, proteínas e plaquetas da coagulação, é
transferido do doador ao paciente para a correção temporária de deficiência ou disfunção. A
segurança e eficácia do transplante exigem que o órgão (sangue) obtido de doador de baixo
risco seja armazenado e manipulado de modo a manter suas funções. Uma transfusão pode
ser rejeitada, eventualmente causando complicações profundas e potencialmente
representando riscos de vida para o receptor (KRISTENSEN & FELDMAN, 1997).
Há duas grandes razões para implementar a terapia com componentes do sangue em
pacientes críticos: a necessidade de aumentar a capacidade de carrear oxigênio e a
necessidade de melhorar a hemostasia. Os componentes sanguíneos também podem ser
usados para aumentar agudamente a concentração plasmática de proteínas em pacientes
com severa hipoproteinemia ou hipovolemia e para repor imunoglobulinas G em filhotes
que não receberam colostro (PEREIRA & RAMALHO, 2001).
7. REAÇÕES TRANSFUSIONAIS
Podem ser classificadas em imediatas e tardias, imunológicas e não imunológicas
(AUTHEMENT et al., 1987).
a) Imunológicas imediatas
As reações mais graves são as do tipo hemolítica, cujos sinais são inquietação,
tremores, febre, vômitos, salivação, taquipnéia, taquicardia e convulsões. A transfusão deve
ser interrompida imediatamente, e pode ser necessário o tratamento para choque à base de
glicocorticóide e fluidoterapia. A febre imunomediada ocorre devido à destruição dos
granulócitos do doador, promovendo a liberação de pirógenos na circulação do receptor;
urticária e angioedema dão-se pela liberação de aminas vasoativas frente às proteínas
plasmáticas do doador. Deve-se reduzir a velocidade de infusão e administrar anti-
histamínicos, podendo-se retornar à velocidade inicial após o controle dos sinais (BABO,
1998).
b) Imunológicas tardias
A reação mais comum é a destruição imunomediada de eritrócitos, em decorrência
do desenvolvimento de anticorpos. Pode ser observada redução no hematócrito, após
aumento inicial, bilirrubinemia e bilirrubinúria (KRISTENSEN & FELDMAN, 1997), além
de petéquias e hemorragias (BABO, 1998).
c) Não imunológicas
A sobrecarga vascular pode ocorrer devido à rápida infusão do fluido ou ainda à
quantidade de sangue total ou plasma exagerada, e os sinais apresentados são tosse,
dispnéia, vômitos, sugerindo quadro de edema pulmonar. Deve-se interromper a transfusão
e administrar diuréticos. Também pode ocorrer hipocalcemia devido ao excesso de
anticoagulante à base de citrato pois este pode quelar o cálcio do paciente, provocando
tremores musculares e tetania. O quadro é reversível se a transfusão for suspensa por 15
minutos e reiniciada mais lentamente (BABO, 1998).
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUTHEMENT, J.M.; WOLFSHEIMER, K.J.; CATCHINGS, S. Canine blood component
therapy: product preparation, storage and administration. Journal of the American
Animal Hospital Association, v. 23, p. 483-493, 1987.
BABO, V.J. Transfusão sangüínea em cães e gatos – revisão. Clínica Veterinária, n. 14,
p.28-32, 1998.
WEINGART, C.; GIGER, U.; KOHN, B. Whole blood transfusions in 91 cats: a clinical
evaluation. Journal of Feline Medicine and Surgery, v. 6, p. 139-148, 2004.