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Caso 5: Rastreios na população idosa

Isabella Andrade
Miocárdio:
Envelhecimento cardiovascular: Ocorre mudanças na matriz extracelular, com
aumento do colágeno e do diâmetro fibroso.
Epidemiologia:  Observação: ocorre um aumento na proporção
Atualmente, as doenças cardiovasculares são
de colágeno dos tipos I e III, diminuição de
responsáveis por mais de 30% de todas as mortes no
elastina e fibronectina aumentada.
mundo.
A proliferação de fibroblastos é induzida por fatores
Homens e mulheres sadios apresentam, aos 40 anos,
de crescimento, em particular angiotensinas, fator
uma probabilidade de acometimento por DCV de
alfa de necrose tumoral e fator de crescimento
50%, hipertensão arterial de 85%, e insuficiência
derivado de plaquetas.
cardíaca de 20%.
No miocárdio há acúmulo de gordura principalmente
Os principais fatores de risco para doença coronária
nos átrios e no septo interventricular, mas pode
são:
também ocupar as paredes dos ventrículos. Na
 Hipertensão arterial; maioria dos casos não causa expressão clínica,
 Insuficiência cardíaca; sendo que em algumas situações parece favorecer o
 Acidente vascular encefálico (AVE). aparecimento de arritmias atriais.
Alterações morfológicas: Observa-se também moderada degeneração
Devido à elevada incidência de doenças cardíacas e muscular com substituição das células miocárdicas
vasculares no idoso, há dificuldade de por tecido fibroso. Essas alterações podem ser
reconhecimento das alterações decorrentes indistinguíveis das resultantes de isquemia crônica.
especificamente do processo de envelhecimento. Ocorre também depósitos intracelulares de
lipofuscina, chamada de pigmento senil. São
encontrados na velhice precoce e descritos como um
estado chamado de atrofia fosca ou parda,
caracterizado por atrofia miocárdica associada a
grande acúmulo de lipofuscina, comum em idosos
que apresentam doenças consumptivas.
O aumento da resistência
vascular periférica pode
ocasionar moderada
hipertrofia miocárdica
Pericárdio: concêntrica,
Na maioria das vezes, as alterações do pericárdio são principalmente de câmara
discretas. Ocorre um espessamento difuso, ventricular esquerda.
principalmente nas cavidades esquerdas do coração, Com o passar da idade,
sendo comum o aumento da taxa de gordura podemos encontrar depósitos de substância
epicárdica, não havendo alterações degenerativas amiloide (amiloidose senil), e sua prevalência
ligadas diretamente à idade. aumenta de forma rápida após os 70 anos, podendo
Endocárdio: atingir 50 a 80% dos indivíduos. Quando o depósito
As alterações encontradas no endocárdio são: ocupa o nódulo sinoatrial e/ou do nódulo de Tawara,
 Espessamento e opacidade (principalmente no pode acarretar arritmias atriais, disfunção atrial e até
coração esquerdo); bloqueio atrioventricular.
 Proliferação das fibras colágenas e elásticas,  Observação: a presença de depósitos amiloides
fragmentação e desorganização destas com está relacionada frequentemente à maior
perda da disposição uniforme habitual. incidência de insuficiência cardíaca,
Após os 60 anos, há focos de infiltração lipídica independentemente de outra causa
particularmente no átrio esquerdo. Na oitava
década, as alterações escleróticas são observadas de
modo difuso em todas as câmaras, sendo que em
qualquer idade o átrio esquerdo é o mais
profundamente afetado.
Alterações das valvas: acúmulo de lipídios, de fibrose e de degeneração
Com o envelhecimento, observam-se degeneração e colágena, que podem estender-se ao feixe de His,
espessamento das valvas. No entanto, apenas com a presença de áreas fibróticas nas bordas das
pequena proporção irá desenvolver anormalidades cúspides, constituindo as chamadas excrescências de
em grau suficiente para desencadear manifestações Lambia. A calcificação é mais frequente em
clínicas. indivíduos do sexo masculino. Na maioria dos casos,
As manifestações acontecem particularmente em as alterações estruturais não acarretam
cúspides do coração esquerdo, sendo raras em manifestações clínicas, observando-se sopro
valvas pulmonares e tricúspide. sistólico em área aórtica, não sendo, geralmente,
encontrada estenose valvar sem comprometimento
da abertura das cúspides.
Alterações do sistema de condução: processos
degenerativos e/ou depósitos de substâncias podem
ocorrer desde o nódulo sinusal aos ramos do feixe de
His. O envelhecimento é acompanhado de acentuada
redução das células do nó sinusal, podendo
comprometer o nó atrioventricular e o feixe de His. A
infiltração gordurosa separando o nó sinusal da
Nas fases iniciais, podemos ter alterações musculatura subjacente contribui para o
metabólicas com redução do conteúdo de aparecimento de arritmia sinusal, sendo a mais
mucopolissacarídios e aumento da taxa de lipídios. frequente nessa faixa etária a fibrilação atrial. Essas
Com o aumento da idade, ocorre esclerose discreta alterações se instalam de forma lenta e gradual após
e formação de nódulos na borda de fechamento das os 60 anos e geralmente não estão relacionadas com
cúspides, que se acentuam com a idade. a doença coronariana.
Alterações da aorta:
As principais alterações são:

Alterações da valva mitral: calcificação e


degeneração mucoide são relativamente
frequentes. Normalmente as alterações iniciam-se na
parte média do folheto posterior e estendem-se para Os processos ocorrem na camada média, sob a
a base de implantação, podendo levar a deformação forma de atrofia, descontinuidade e desorganização
ou deslocamentos da cúspide. Na grande maioria, a das fibras elásticas, aumento de fibras colágenas e
calcificação mitral não provoca manifestações eventual deposição de cálcio, resultando, portanto,
clínicas importantes, mas em alguns casos observa- em redução da elasticidade, maior rigidez da parede
se um sopro sistólico nítido em área mitral e aumento do calibre.
apresentando: A dilatação da raiz da aorta é cerca de 6% em média
entre a quarta e a oitava década.
Normalmente, as implicações clínicas das
modificações da parede e do diâmetro da aorta são
pouco acentuadas e observa-se, aumento da pressão
A degeneração mucoide ou mixomatosa torna o sistólica e da pressão de pulso, com moderadas
tecido valvar frouxo e, com isso, poderemos ter repercussões sobre o trabalho cardíaco.
prolapso e insuficiência mitral. Em alguns casos podemos ter dilatação da artéria e
aumento do anel valvar com certo grau de
A frequência de endocardite infecciosa sem doença insuficiência das cúspides, a chamada insuficiência
cardíaca aumenta com a idade, devido às alterações aórtica isolada, quase sempre assintomática, com
degenerativas do envelhecimento cardíaco, levando sopro diastólico curto audível em área de base ou
alguns autores a indicar a profilaxia medicamentosa ápice do coração, sem os sinais periféricos da
antes de procedimentos de risco em idosos insuficiência aórtica significativa.
portadores de calcificação e degeneração
Outra alteração importante é a amiloidose senil da
mixomatosa.
aorta que se desenvolve independentemente da
Alterações da valva aórtica: o processo mais arteriosclerose, e ainda poderemos ter a calcificação
importante na valva aórtica é a calcificação, com da parede aórtica com graus diversos de intensidade
alterações pouco significativas sob a forma de e incidência.
Alterações arteriais do envelhecimento:
Com o envelhecimento ocorre uma redução da
distensibilidade e aumento da rigidez da parede
arterial. Caracteristicamente, há calcificação das
fibras elásticas, aumento da deposição de colágeno,
deposição amiloide na camada média e migração e Alterações do sistema nervoso autonômico:
proliferação de células vasculares do músculo liso Há uma grande influência do sistema nervoso
Além do aumento da pressão sistólica e da pressão autônomo sobre o desempenho cardiovascular.
de pulso, há diminuição da pressão diastólica. A Vários estudos demonstraram que a eficácia da
elevação crônica da pressão de pulso transmitida ao modulação beta-adrenérgica sobre o coração e os
cérebro e ao rim causa dano ao fluxo arterial destes vasos diminui com o envelhecimento, mesmo que os
órgãos, levando a encefalopatia vascular e níveis de catecolaminas estejam aumentados,
insuficiência renal crônica. principalmente durante o esforço. Acredita-se que
 Observação: embora essas alterações que haja uma falha nos receptores beta-adrenérgicos,
acompanham o avanço da idade tenham sido ocasionada pelo aumento dos níveis de
sempre consideradas como envelhecimento catecolaminas, principalmente a norepinefrina, que
arterial “fisiológico”, estas mudanças estão são frequentemente está aumentada nos idosos.
mais apropriadamente caracterizadas como As consequências funcionais da diminuição da
fisiopatológicas. influência simpática sobre o coração e vasos do idoso
são observadas principalmente durante o exercício.
Alterações da função cardiovascular:
O débito cardíaco pode diminuir em repouso,
principalmente durante o esforço, tendo influência

Alterações das artérias coronárias: ocorre perdas de


tecido elástico e aumento do colágeno acumulando-
se em trechos proximais das artérias.
Eventualmente, ocorre depósito de lipídios com
espessamento da túnica média. É comum a presença
de vasos epicárdicos tortuosos, ocorrendo mesmo
importante do envelhecimento por meio de vários
quando não há diminuição dos ventrículos. No
determinantes listados a seguir:
coração, a coronária esquerda altera-se antes da
direita. Outra alteração significativa é a calcificação
das artérias coronárias epicárdicas. Alterações cardíacas no envelhecimento:
A calcificação da artéria coronária (CAC) resulta em A fração de ejeção e o débito cardíaco não se alteram
redução na complacência vascular, respostas com o envelhecimento. A menor capacidade de
vasomotoras anormais e perfusão miocárdica adaptação no idoso ocorre principalmente devido à
diminuída. Calcificação aterosclerótica ocorre diminuição da resposta beta-adrenérgica, pelo
principalmente na íntima. No entanto, a calcificação comprometimento do enchimento diastólico do
na média que anteriormente era considerada um ventrículo esquerdo e pelo aumento da pós-carga
processo benigno associa-se frequentemente com pela rigidez arterial.
idade avançada, diabetes e doença renal crônica
levando à rigidez arterial, aumentando assim o risco
de eventos cardiovasculares. A prevalência de CAC é
idade e sexo-dependente, ocorrendo em 90% dos
homens e 67% das mulheres com mais de 70 anos de
idade. A extensão da CAC correlaciona-se
fortemente ao grau de aterosclerose e à taxa de
futuros eventos cardíacos. A tomografia
computadorizada com base nos escores de cálcio
adiciona valor prognóstico nos eventos cardíacos.
 Observação: a manobra de Osler, que consiste
Doenças: na palpação do pulso radial na presença de
Hipertensão arterial: insuflação máxima do manguito, sugere
A hipertensão arterial, presente em mais de 60% dos fortemente a presença de pseudo-hipertensão.
idosos, encontra-se frequentemente associada a A hipotensão postural ou ortostática é um
outras doenças também altamente prevalentes fenômeno relativamente comum em pacientes
nessa faixa etária, como a arteriosclerose e DM. idosos, sobretudo na vigência de uso de fármacos
As VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial hipotensores. O diagnóstico é feito quando ocorre
(2010) consideram o limite de normalidade para PAS uma queda de 20 mmHg na pressão sistólica e/ou 10
valores abaixo de 130 mmHg e para PAD valores mmHg na pressão diastólica, dentro de três minutos,
abaixo de 85 mmHg. quando se muda o paciente da posição supina para a
ortostática.
Rastreamento:
Está recomendado o rastreamento da HAS nos
adultos (> 18 anos) sem o conhecimento de que
sejam hipertensos. A aferição ambulatorial com
esfigmomanômetro é a mais amplamente utilizada.
Tratamento:
As modificações no estilo de vida devem ser
estimuladas em todos os indivíduos e são
 Observação: quando as pressões sistólica e obrigatórias na abordagem dos hipertensos e
diastólica se situam em categorias diferentes, a naqueles com PA na faixa normal limítrofe. Em
maior deve ser considerada para a classificação. hipertensos de estágio 1 e baixo risco adicional, elas
Do ponto de vista clínico, a hipertensão arterial no podem representar a única modalidade de
idoso é avaliada como a do adulto jovem, das tratamento por período de 6 meses.
seguintes formas: O tratamento farmacológico inclui 6 classes:
 Hipertensão sistodiastólica; 1. Diuréticos;
 Hipertensão sistólica isolada; 2. Inibidores adrenérgicos (de ação central, α
 Hipertensão diastólica isolada; -bloqueadores e β-bloqueadores);
 Pressão de pulso. 3. IECA;
A diretriz americana recomenda que o tratamento 4. BCC;
farmacológico em indivíduos com idade igual ou 5. BRA;
superior a 60 anos somente deve ser iniciado quando 6. Vasodilatadores diretos.
os valores de PA forem ≥ 150/90 mmHg. Já a diretriz Fluxograma tratamento:
europeia, recomenda o início do tratamento
farmacológico apenas quando a pressão arterial
sistólica estiver ≥ 160 mmHg, ou seja, em
hipertensos em estágios 2 e 3. E a meta terapêutica
a ser alcançada nesta população, em ambos os
documentos, são valores < 150/90 mmHg.
Fisiopatologia:
O mecanismo básico que explica o progressivo
aumento da pressão sistólica observado com a idade
é a perda da distensibilidade e da elasticidade dos
grandes vasos, resultando no aumento da
velocidade da onda de pulso. Nessas circunstâncias,
a pressão diastólica tende a ficar normal ou até baixa
devido à redução da complacência dos vasos de
grande capacitância. Dislipidemia:
A pseudo-hipertensão decorrente do aumento da A dosagem lipídica pode identificar assintomáticos
resistência vascular periférica devido à calcificação elegíveis para a terapia preventiva. Níveis altos do
da parede arterial se dá quando a artéria se encontra colesterol total e da LDL, assim como baixos níveis de
muito endurecida e a insuflação máxima do HDL, são importantes fatores de risco para DAC.
manguito não faz desaparecer o pulso radial, Em homens > 35 anos, está recomendado o
registrando pressões muito elevadas não rastreamento das desordens lipídicas. Já em
compatíveis com a situação clínica do paciente.
mulheres, está recomendado naquelas com alto considerado repetir o rastreamento laboratorial em
risco para DAC e > 45 anos. intervalo não superior a 12 meses.
Tratamento: Diagnóstico e Rastreamento:
O grau de agressividade do tratamento dependerá O diagnóstico de DM deve ser estabelecido pela
de uma avaliação cuidadosa dos fatores de risco para identificação de hiperglicemia. Para isto, podem ser
evento coronariano. usados a glicemia plasmática de jejum, o teste de
Pacientes com doença arterial coronariana (DAC) tolerância oral à glicose (TOTG) e a hemoglobina
estabelecida ou múltiplos fatores de risco devem ser glicada (A1c).
considerados mais precocemente para tratamento É RECOMENDADO o rastreamento para todos os
medicamentoso além das medidas indivíduos com 45 anos ou mais, mesmo sem fatores
higienodietéticas. Aqueles com baixo perfil de risco de risco, e para indivíduos com sobrepeso/obesidade
devem ser tratados prudentemente com orientação que tenham pelo menos um fator de risco adicional
para hábitos de vida saudáveis, tais como dieta para DM2
adequada, programa apropriado de atividade física e
controle de peso.
Na decisão terapêutica da prevenção primária,
recomenda-se o uso de escore de risco global
(chance de eventos coronários, cerebrovasculares,
de doença arterial obstrutiva periférica ou de
insuficiência cardíaca congestiva, fatais ou não fatais
em 10 anos) e avaliação clínica, para decidir quando
iniciar estatinas em idosos sem manifestações
clínicas de doença coronariana.
A confirmação do diagnóstico requer repetição dos
Naqueles com idade superior a 75 anos que não
exames alterados, na ausência de sintomas
foram incluídos nos escores de estimação de risco
inequívocos de hiperglicemia:
cardiovascular, a avaliação clínica global torna-se o
 Na presença de sintomas clássicos (poliúria,
instrumento norteador para recomendar ou não o
polidipsia, polifagia), deve haver dosagem de
uso de estatinas nesta faixa etária.
glicemia ao acaso, não havendo necessidade de
confirmação pela 2a dosagem, caso se verifique
glicemia aleatória ≥ 200 mg/dL.

Tratamento:
As intervenções no estilo de vida devem ser
precocemente instituídas e compreendem
aconselhamento nutricional, orientação sobre
atividade física e programa de educação de
Diabetes Mellitus: pacientes e de cuidadores, particularmente no caso
Hábitos dietéticos e inatividade física, que dos idosos.
contribuem para a obesidade, destacam-se como os As medidas medicamentosas incluem os
principais fatores de risco para o DM-2, além de hipoglicemiantes orais e as insulinas. A abordagem
histórico familiar, HAS, dislipidemia e diabetes farmacológica pode ser iniciada precocemente,
gestacional. quando há marcada hiperglicemia, HbA1c > 9%, em
A prevalência é de 15-20% para entre 60 e 75 anos, combinação com as medidas não farmacológicas.
com taxas maiores para os com > 75 anos. A metformina, nos idosos, é preferível devido ao
Ainda que assintomáticos, a presença de fatores de baixo risco de hipoglicemia, contudo é
risco já impõe rastreamento para diagnóstico contraindicada nos pacientes com tendência ao
precoce. Se a investigação laboratorial for normal, desenvolvimento de acidose láctica, portadores de
sugere-se repetição em intervalos de 3 anos. insuficiências cardíaca, renal, respiratória e hepática,
Intervalos mais curtos podem ser adotados quando sepse, anemia grave e alcoolismo.
ocorrer ganho de peso acelerado ou mudança nos
fatores de risco. Em adultos com exames normais,
porém mais de um fator de risco para DM2, deve ser
Antes dos 25 anos prevalecem as infecções por HPV
e as lesões de baixo grau, que regredirão
espontaneamente na maioria dos casos e, portanto,
podem ser apenas acompanhadas conforme
recomendações clínicas. Após os 65 anos, por outro
lado, se a mulher tiver feito os exames preventivos
regularmente, com resultados normais, o risco de
desenvolvimento do câncer cervical é reduzido dada
a sua lenta evolução.
A continuidade do rastreamento > 60 anos deve ser
individualizada e, > 65 anos, a recomendação é de
suspender o rastreamento se os últimos exames
estiverem normais.

Câncer de cólon:
O Ministério da Saúde e o INCA recomendam a
pesquisa de sangue oculto nas fezes a partir dos 50
anos como estratégia de rastreamento e realização
de colonoscopia diagnóstica apenas nos pacientes
com teste positivo. A maioria das diretrizes
internacionais recomenda colonoscopia a cada 5 a 10
anos ou a pesquisa anual de sangue oculto nas fezes.
As pessoas em bom estado geral de saúde e
expectativa de vida de mais de 10 anos devem
manter o rastreamento do câncer colorretal
Rastreamento de cânceres: regularmente até os 75 anos de idade. Para pessoas
com idades entre 76 e 85 anos, a decisão de fazer o
Câncer de Mama: rastreamento deve estar baseada em suas
O CA de mama em mulheres idosas geralmente inclui preferências pessoais, expectativa de vida, estado
tumores menos agressivos e marcadores tumorais geral de saúde e histórico de rastreamento anterior.
favoráveis, como maior grau de expressão de Pessoas com mais de 85 anos não precisam mais
receptores hormonais, favorecendo o diagnóstico fazer o rastreamento de câncer colorretal.
precoce. Câncer de próstata:
A mamografia é recomendada na faixa etária de 50 a O pico de incidência do câncer de próstata ocorre
69 anos, a cada dois anos. Atualmente não se após os 70 anos, quando a expectativa de vida de
recomenda o autoexame das mamas como técnica a muitos homens já é limitada, sendo o rastreamento
ser ensinada às mulheres para rastreamento do bastante controverso. O Ministério da Saúde não
câncer de mama. Grandes estudos sobre o tema recomenda o rastreio.
demonstraram baixa efetividade e possíveis danos
associados a essa prática.
Em nível individual recomenda-se a continuidade da
Avaliação geriátrica ampla:
A AGA é um processo de avaliação multidimensional
realização de mamografias juntamente com exame cujo objetivo básico é reconhecer as deficiências, as
clínico bianual das mamas após os 70 anos, desde incapacidades e as desvantagens apresentadas pelos
que a paciente tenha boa expectativa de vida e idosos, podendo-se determinar um plano de
condições adequadas na avaliação geriátrica global. assistência e reabilitação, evitar agravos,
Câncer de colo de útero: complicações e desfechos indesejáveis, seja do
O método principal e mais amplamente utilizado ponto de vista médico, psicossocial ou funcional.
para rastreamento do câncer do colo do útero é o Uma avaliação global do idoso é feita por meio de
teste de Papanicolaou (exame citopatológico do escalas e testes quantitativos, com o objetivo de
colo do útero). Deve ser oferecido às mulheres ou identificar sua condição funcional e garantir sua
qualquer pessoa com colo do útero, na faixa etária qualidade de vida.
de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual. A Função cognitiva e condições emocionais:
rotina recomendada para o rastreamento no Brasil é A cognição é o processo de aquisição de
a repetição do exame Papanicolaou a cada três anos, conhecimento e inclui a atenção, o raciocínio, o
após dois exames normais consecutivos realizados pensamento, a memória, o juízo, a abstração, a
com um intervalo de um ano. linguagem, etc. As alterações cognitivas podem
levar a perda da autonomia e progressiva  Audição: pode ser analisada por meio de
dependência. anamnese ou do teste do sussurro, no qual o
Miniexame do estado mental: examinador fica fora do campo visual, a cerca de
É o teste de rastreio mais empregado, além de ser de 33 cm da pessoa, e sussurra uma questão breve
fácil e rápida aplicação. e simples em cada ouvido e observa o
entendimento.

Capacidade funcional:
A capacidade funcional é definida como a aptidão do
idoso para realizar determinada tarefa que lhe
permita cuidar de si mesmo e ter uma vida
independente.

Condições socioambientais:
Constituem a dimensão mais difícil de se avaliar, por
seu grau de complexidade, envolvendo uma grande
heterogeneidade dos componentes. São avaliados
as relações e atividades sociais, e o suporte
disponível, seja social, familiar ou financeiro, para
definir o plano de intervenção terapêutico.
 Apgar da família e amigos: é um dos parâmetros
para avaliação do suporte social.

Fluência verbal:
Avalia linguagem, memória semântica e função
executiva, podendo também ser definida pela
escolaridade. É solicitado que o paciente cite o maior
número de itens de uma categoria semântica (frutas,
animais etc.) ou fonêmica (palavras que se iniciam
com uma determinada letra) no período de 1 minuto.
Polifarmácia e medicações inapropriadas:
Teste do desenho do relógio: A polifarmácia é definida como o uso regular de
Testa funções executivas, memória, habilidades múltiplos medicamentos (5 ou mais).
visuoconstrutivas, abstração e compreensão verbal.
Após fornecer papel em branco, lápis ou caneta,
solicite que o paciente desenhe um relógio com
todos os números e os ponteiros marcando 2:45 h.
Escala de depressão geriátrica:
É usada para rastreio de depressão em idosos. O
paciente responde questões de modo dicotômico
(sim/não). Vale ressaltar que os testes são de rastreio
e não de diagnóstico.

Deficiências sensoriais:
Déficits visuais e auditivos, frequentes em idosos,
comprometem sua qualidade de vida. São mais bem
avaliados pelos especialistas, porém é possível
realizar um rastreio no consultório.
 Visão: solicita-se que o paciente leia palavras de
diversos tamanhos impressas em uma revista ou
jornal. Outra opção é o Cartão Jaeger, colocado
a 35 cm do indivíduo, testando cada olho
separadamente.

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