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VALERIA RIBEIRO LEAL

NEOPLASIAS MAMÁRIAS EM CADELAS:


REVISÃO DE LITERATURA

Santo André
2022
VALERIA RIBEIRO LEAL

NEOPLASIAS MAMÁRIAS EM CADELAS:


REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho apresentado à Universidade


Anhanguera

Orientador: Rodrigo Monteiro

Santo André
2022
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Fêmea canina com neoplasia mamária em mama abdominal caudal (M4)
esquerda...................................................................................................................14
Figura 2 – Paciente com neoplasia mamária em mamas abdominais caudais (M4) e
mamas inguinais (M5), direita e esquerda................................................................14
Figura 3 – Imagem radiográfica em projeção lateral direita representativa de
metástases de carcinoma mamário em parênquima pulmonar................................17
Figura 4 – Mastectomia caudal................................................................................23
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 13
2. DIAGNÓSTICO.................................................................................................. 17
3. TRATAMENTOS................................................................................................20
4. TÉCNICAS CIRÚRGICAS..................................................................................22
5. PROFILAXIA......................................................................................................24
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................25
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 26
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1. INTRODUÇÃO

Neoplasias mamárias são proliferações progressivas, não funcionais, com


células que não respondem adequadamente aos mecanismos de crescimento
celular. (PEREIRA, M. et al., 2019; KASPER, 2015)
Tumores de glândulas mamárias são os mais freqüentes em cadelas,
representam 50 a 70% de neoplasias dessa espécie e acometem principalmente
fêmeas da faixa etária de 7 a 12 anos podendo variar de acordo com o tempo de
vida das diferentes raças caninas. (DALECK, C.R. & DE NARDI, 2016)
Sua alta incidência promove atenção em estudos comparativos com
humanos. (JERICÓ et. al., 2015)
Os canídeos mais acometidos por tumores mamários são fêmeas inteiras
ou submetidas à ovariectomia tardiamente, raramente observam-se em machos e
em animais jovens. (QUEIROGA & LOPES, 2002; MENEZES, 2015)
Machos apresentam menos de 1% de neoplasia de glândula mamária
devido à hereditariedade e pode- se tornar mais agressivo em relação às fêmeas,
pois relaciona-se às alterações hormonais. (COSTA, 2019; COSTA, 2021)
Os canídeos possuem duas cadeias mamárias (esquerda e direita)
contendo duas glândulas torácicas (torácica cranial -T1 e torácica caudal - T2)
duas glândulas abdominais (cranial – A1 e caudal-A2) e uma glândula inguinal
(inguinal - I1). (LANA, et. al., 2007; MENEZES, 2015)
As mamas abdominais caudais e inguinais são as mais acometidas, pois
possuem maior tamanho tecidual e apresentam maior alteração proliferativa em
resposta aos hormônios ovarianos (Fig. 1 e 2). Aproximadamente 66% das
neoplasias localizam- se nessas glândulas. (DALECK, C.R. & DE NARDI, 2016)
14

Figura 1. Fêmea canina com neoplasia mamária em mama abdominal caudal (M4)
esquerda. Tumor com mais de 5 cm de diâmetro, irregular, não aderido à
musculatura e não ulcerado. (DARECK & DE NARDI, 2016)

Figura 2. Paciente com neoplasia mamária em mamas abdominais caudais (M4) e


mamas inguinais (M5), direita e esquerda. Nota- se a presença de um par a mais de
glândula mamária caudal à M5. (DARECK & DE NARDI, 2016)

Cerca de 70% dos casos apresentam mais de um nódulo na mesma


glândula mamária e podem apresentar histologia distinta. Devido a esse fator
deve-se realizar a biópsia de todos os tumores mamários. Os nódulos com piores
prognóstico determinaram a evolução clínica do paciente. (DALECK& DE NARDI,
2016)
Hormônios esteróides podem ser importantes na etiologia de neoplasias
mamárias. Prolactinas e estrógenos são primordiais para o crescimento desses
tumores e a progesterona, quando elevada por longos períodos, possui ação
carcinogênica. (FONSECA & DALECK, 2000; FELICIANO, et al., 2012)
15

Anticontraceptivos contendo hormônios exógenos aplicados em fêmeas


podem ser considerados grandes responsáveis pelo desenvolvimento dos
tumores mamários. (COSTA, 2019, COSTA, 2021)
A nomenclatura dos tumores pode ser feita através dos critérios de
comportamento clínico (benigno ou maligno), critérios histomorfométricos e
critérios da origem histogenética do tumor. (JERICÓ et. al., 2015)
Segundo NELSON & COUTO, 2015 os tumores mamários são divididos em
nódulos hiperplásicos, tumores benignos e malignos.
Os benignos possuem células parecidas às de sua origem e possuem
crescimento lento, expansivo e bem delimitado. Apresentam pseudocápsulas e
não ocasionam metástases. Os malignos são pouco diferenciados ou
indiferenciados, crescem rapidamente, são infiltrativos e, em sua maioria,
originam metástases (QUEIROZ, 2012; KASPER, 2015; PEREIRA, et. al., 2019)
Carcinomas e sarcomas são identificados como tumores malignos e
adenomas como tumores benignos. O tipo de neoplasia mais comumente
encontrada são os adenocarcinomas e são considerados tumores da glândula
epitelial malignos. (ANDRADE, 2017; NEVES, 2018; PEREIRA, et. al., 2019)
Os tumores geralmente apresentam-se como nodulações circunscritas,
com consistência, tamanho e mobilidade variados. Neoplasias malignas podem
estar associadas a ulceras cutâneas e inflamações locais. (HANSEN, 2015).
Deve-se realizar um minucioso exame físico nas glândulas mamárias e
também observando o estado clínico geral do paciente. É importante analisar
localização, número, tamanho, consistência, sinais de aderência, deformações e
ulcerações (LANA et al., 2007)
Linfonodos podem ser atingidos através da drenagem linfática. As
metástases atingem mais comumente pulmões, diafragma, fígado, baço, rins,
adrenais, ovários, ossos, uretra, pâncreas, mucosa vestibular, musculatura
esquelética, coração,olhos e cérebro. (FELICIANO 2012; HANSEN, 2015;
PEREIRA, et. al., 2019)
Devem-se examinar os linfonodos, verificando ao tamanho e consistência
(HANSEN, 2015). Os linfonodos auxiliares e inguinais apresentarão aumento, e
em linfonodo sublombar, percebe-se aumento apenas através do exame retal.
(FOSSUM, 2015; PEREIRA, et. al., 2019).
16
17

2. DIAGNÓSTICO

O aumento da taxa de sobrevida dos animais de estimação vem sendo


possível devido a melhoria dos métodos diagnósticos dos nos últimos 10 a 20
anos. Sendo assim os animais vem apresentando doenças relacionadas
diretamente com o envelhecimento. A identificação precoce e o correto
diagnóstico de neoplasias é primordial para a realização de procedimentos
clínicos e cirúrgicos apropriados. (JERICÓ et. al., 2015)
Exames clínicos, exames laboratoriais e de imagem são importantes para o
diagnóstico dessa patologia. O prognóstico pode ser determinado a partir do
estado clínico do animal, através da classificação histológica do tumor e do
polimorfismo de interleucinas Dentre os exames de imagem que são utilizados
para o estadiamento das neoplasias mamárias estão o ultrassom, o raio x, e as
tomografias. (SOARES, 2015; SOUSA, 2021) (Figura 3)

Figura 3. Imagem radiográfica em projeção lateral direita representativa de


metástases de carcinoma mamário em parênquima pulmonar. (DARECK & DE
NARDI, 2016)

O exame histopatológico é sempre indicado, fazendo análise da mama


completa juntamente com o linfonodo regional (CASSALI et al, 2020). A punção
aspirativa com agulha fina pode ser utilizada para diferenciar os tumores
mamários, mas não como diagnóstico final da neoplasia. (CASSALI et al, 2007;
SIMON et al, 2009; PONTES, 2021)
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Através da aspiração das células tumorais realiza-se o diagnóstico citológico


auxiliando na diferenciação dos tecidos inflamatórios, benignos e malignos. A
aspiração dos linfonodos também é importante para determinar o estadiamento
da patologia. O diagnóstico definitivo pode ser feito através da histopatologia de
tecido excisado ou oriundo de biópsia. (HEDLUND, 2008; GOMIDE, 2011)
Levando em consideração que os pulmões são o sítio mais comum de
metástases à distância para a maioria dos tumores mamários malignos, a
radiografia é de caráter quase obrigatório (CASSALI et al., 2014; SOUSA, 2021).
Radiografias abdominais devem ser realizadas para avaliação de tamanho dos
linfonodos ilíacos para os casos em que os tumores se localizam nas glândulas
mais caudais. (MACPHAIL, 2007; SOUSA, 2021)
Para avaliação de possíveis metástases pulmonares e pleurais devem-se
realizar três projeções radiográficas, a ventrodorsal, e a laterolateral esquerda e a
laterolateral direita. Áreas de metástases mostram-se como densidades
intersticiais, nas imagens radiográficas. (LANA et al., 2007)
Em 25% a 50% dos casos de neoplasias malignas ocorrem metástases em
tórax. (HEDLUND, 2008; GOMIDE, 2011). Para a pesquisa de metástases pode
ser utilizada a tomografia computadorizada, pois ela é capaz de detectar lesões
de cerca de um milímetro, radiografias identificam lesões a partir de 5 e 7
milímetros.(SLEECKX et al., 2011; GOMIDE, 2011)
A ultrassonografia dos tecidos mamários é útil para verificar ecotextura,
ecogenicidade, tamanho, compressibilidade e alterações porém, devido ao fato de
haverem muitos tipos de tumores, a especificidade para identificar se os tumores
são benignos ou malignos é baixa. O Doppler colorido é útil para observar
vascularizações, e o pico de velocidade sistólica. Velocidades sistólicas maiores
que 20 cm/s indicam neoplasias malignas. (FELICIANO, 2010; Feliciano et al.,
2012)
Assim, é importante a escolha do melhor tratamento para as neoplasias
mamárias. A mastectomia é um dos procedimentos indicados podendo ser
simples ou completa unilateral e completa bilateral, dependendo do acometimento
e gravidade da neoplasia. Através da mastectomia, de raio x e ultrassonografias
pós cirúrgicas a patologia pode ser acompanhada e controlada. Verificando se a
neoplasia extinguiu-se ou não. (SOUSA, 2021)
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Utilizam-se estudos imunohistoquímicos para o auxílio no diagnostico e


prognóstico de neoplasias. Métodos de análise molecular dos tecidos permitem
definir o tipo histológico tumoral, principalmente em neoplasias pouco
diferenciadas. (ZUCCARI et al., 2008; GOMIDE, 2011)
O prognóstico é definido por meio do estudo clinicopatológico e o mesmo é
importantíssimo para a realização de um tratamento correto. Também é útil para
investigar novos parâmetros relacionados à sobrevida livre da doença e à
sobrevida total. (GOMIDE, 2011)
20

3. TRATAMENTOS

A terapia é escolhida a partir do estado clínico e do estágio da patologia.


São utilizados tratamentos cirúrgicos, radioterapia, quimioterapia e terapia
hormonal (SORENMO, 2003; GOMIDE, 2011). GOMIDE cita novas opções de
terapias direcionadas a alvos moleculares.
Com exceção em casos de carcinoma inflamatório e metástases, o principal
tratamento, é a remoção cirúrgica completa, com margem de segurança.
(HEDLUND, 2008; LANA et al., 2007; HANSEN, 2015)
A escolha da técnica cirúrgica a ser utilizada irá depender do tamanho,
localização e consistência do tumor, além do estado clínico do paciente
(HEDLUND, 2008). Os procedimentos para a excisão cirúrgica são: nodulectomia
- consiste na remoção da massa tumoral com uma margem de tecido mamário
circundante; mamectomia - retirada completa de apenas uma mama; mastectomia
regional - remoção da glândula afetada e das glândulas circundantes e
mastectomia radical - remoção de uma ou ambas as cadeias mamárias por
inteiro. É importante garantir a excisão cirúrgica da lesão e de todo o tecido
interposto entre a glândula mamária e a drenagem linfática. (CASSALI et al.,
2001; GOMIDE, 2011)
A mastectomia é o tratamento de escolha. Dependendo Na mastectomia
completa faz – se a retirada de uma cadeia unilateral ou bilateral. Essa técnica
possui caráter profilático, pois há células neoplásicas que não podem ser vistas
macroscopicamente. (MONTEIRO et al., 2011; GONÇALVES, et al., 2020)
A nodulectomia é uma técnica indicada para tumores benignos pequenos,
menores do que cinco milímetros, não invasivos, circunscritos e encapsulados.
Faz-se a remoção do tumor com margem de um cm de tecido normal, não é feita
a remoção da glândula circundante. É indicada para tumores benignos pequenos,
com menos de cinco milímetros, circunscritos, não invasivos e encapsulados.
(BOJRAB, 2005; TAKAHASHI, 2001; HANSEN, 2015)
O sistema linfático é considerado a principal via para metástases de tumores
malignos da glândula mamária em cães e, por isso, é necessária a remoção do
tumor e dos linfonodos ligados á drenagem linfática das glândulas acometidas.
(CASSALI et al., 2001; GOMIDE, 2011)
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A quimioterapia é indicada como tratamento de patologias sistêmicas e


metastáticas e deve ser aplicada como terapia adjuvante às neoplasias mamárias,
tendo como finalidade, juntamente às técnicas cirúrgicas, a cura do animal
acometido. A quimioterapia pode eliminar células neoplásicas residuais que
eventualmente podem surgir após a retirada do tumor, bem como evitar recidivas
locais e o surgimento de metástases. Para o protocolo quimioterápico podem ser
utilizadas duas a três drogas associadas e a escolha desses fármacos é feita
através de critérios clínicos e histológicos. A quimioterapia pode ser indicada para
animais com tumores diferenciados, tais como adenocarcionomas de grau II ou III,
carcinomas e sarcomas indiferenciados e quando há êmbolos vasculares.
(CIRILLO, 2008; SOUSA, 2021)
A eletroquimioterapia juntamente com a eletroporação é capaz de ocasionar
lesões nas células tumorais. (CEMAZAR et al., 2008 ; PONTES, 2021) A
eletroporação é realizada através de pulsos elétricos curtos e intensos. Trata-se
de uma técnica que consiste em formar poros que transpassam as membranas
das células tumorais fazendo com que as medicações associadas atravessem e
lesionem essas células. (SILVEIRA et al., 2016; PONTES, 2021)
É necessário o uso de quimioterápicos e eletroporização. Existem fármacos
que, associados a eletroporação, podem diminuir a circulação sanguínea do
tumor, promovendo hipóxia e necrose das células tumorais. (OLIVEIRA et al.,
2009; PONTES, 2021) O tratamento com eletroquimioterapia auxilia na redução
dos efeitos colaterais dos quimioterápicos, pois diminui a quantidade de fármacos
utilizados, assim como os custo do tratamento. Porém, para isso o animal precisa
ser submetido à sedação ou anestesia geral. (PONTES, 2021)
22

4. TÉCNICAS CIRÚRGICAS
Em FOSSUM,, 2015 é relatado a técnica cirúrgica para mastectomia caudal:

“Faça uma incisão elíptica ao redor da(s) glândula(s)


mamária(s) acometida(s),a no mínimo 1 cm do tumor (Fig. 4-,
A). Continue a incisão através dotecido subcutâneo ate a fáscia
da parede abdominal externa. Evite cortar otecido mamário;
entretanto, isto é geralmente impossível, pois o tecidomamário
pode ser confluente entre as glândulas adjacentes. A linha
média deseparação entre as cadeias mamárias é distinta.
Controle a hemorragia superficial com eletrocoagulação, pinças
hemostáticas ou ligaduras. Realize uma excisão em bloco
elevando uma das extremidades da incisão e dissecando o
tecido subcutâneo da fáscia peitoral até o reto abdominal,
utilizando movimentos suaves com a tesoura (Fig. 4- B). Use
tração sobre a pele elevada para facilitar a dissecção. As
glândulas abdominais e caudais são fracamente fixadas pelo
tecido conectivo e adiposo, e são facilmente separadas da
fáscia do reto abdominal. As glândulas torácicas se aderem ao
músculo peitoral subjacente por intermédio de um pouco de
tecido conectivo e adiposo. Retire a placa de gordura e o(s)
linfonodo(s) inguinal(is) junto com a glândula mamária inguinal.
O linfonodo axilar não está incluído na ressecção em bloco das
glândulas torácicas. Retire a fáscia se o tumor tiver invadido o
tecido subcutâneo. Algumas lesões neoplásicas podem invadir
a musculatura abdominal, e a excisão deve incluir uma porção
da parede abdominal. Continue a dissecção com a tesoura até
que os vasos principais da glândula sejam encontrados (i.e.,
epigástrica superficial cranial e epigástrica superficial caudal).
Isole e ligue esses vasos (Fig. 4- C). Ligue o vaso epigástrico
superficial cranial no local onde ele penetra no músculo reto
abdominal entre as glândulas mamárias, torácica caudal e
abdominal cranial (terceira). Ligue o vaso epigástrico superficial
caudal adjacente à placa de gordura inguinal próximo ao anel
inguinal. Ligue os ramos que irrigam a primeira e a segunda
glândulas mamárias torácicas, à medida que forem sendo
encontrados penetrando no músculo peitoral. Lave a ferida e
avalie se ainda há tecido anormal. Divulsione a pele das bordas
da ferida e avance-a em direção ao centro do defeito com
suturas móveis. Se o espaço morto for muito grande, coloque
uma sucção fechada ou um dreno Penrose para evitar o
acúmulo de líquido. Aproxime a extremidade da pele com
sutura subcutânea ou hipodérmica (Fig. 4 - E). Use fio de
sutura agulhado cilíndrico absorvível monofilamento 3-0 ou 4-0
(polidioxanona [PDS], poliglecaprona 25 [Monocryl®],
glicômero 631 [Biosyn®] ou poligliconato [Maxon®]) com um
padrão contínuo ou descontínuo. A aproximação da pele é
mais difícil na região torácica, pois a pele é menos móvel e as
costelas tornam a área menos compressível do que o abdome.
Use uma dobra de pele axilar ou do flanco para fechar o defeito
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se a tensão for excessiva. Use sutura de aproximação com fio


absorvível monofilamento (p. ex., fio 3-0 a 4-0 de náilon,
polibutester [Novafil®] ou polipropileno [Proleno®]) ou grampos.
Coloque uma bandagem circunferencial para comprimir o
espaço morto, o tecido mobilizado e apoiar a ferida.”

Figura4. A, Para a mastectomia caudal, fazer uma incisão elíptica ao redor das
glândulas a serem excisadas. B, Fazer uma incisão no tecido subcutâneo para
expor a fáscia abdominal. Elevar a ponta cranial do segmento e separar o tecido
subcutâneo da fáscia deslizando uma tesoura afiada ao longo da fáscia abdominal.
C, Ligar e dividir os vasos epigástricos superficiais caudais próximos ao anel
inguinal. D, Avançar as bordas da pele para o centro do defeito com sutura móvel e
suturas hipodérmicas. E, Aproximar as bordas da pele com suturas de
aproximação. (FOSSUM, 2015)
24

5. PROFILAXIA

A prevenção das neoplasias mamárias pode ser realizada com a


ovariohisterectomia, porém seu efeito protetor varia conforme o número de ciclos
estrais apresentados pela cadela. Animais castrados antes do primeiro cio têm
0,05% de chance de desenvolverem tumores nas glândulas mamárias, após o
segundo cio essa probabilidade aumenta para 8% e se o procedimento cirúrgico
for realizado depois do terceiro ciclo estral essa cadela tem 26% de chance de
desenvolver os tumores. (FONSECA, 2000; FOSSUM, 2015; PEREIRA et. al.,
2019)
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neoplasias mamárias são proliferações progressivas, não funcionais, com


células que não respondem adequadamente aos mecanismos de crescimento
celular A terapia é escolhida a partir do estado clínico e do estágio da patologia.
A excisão cirúrgica atualmente é o método mais utilizado para o tratamento
dessa patologia. O prognóstico é definido por meio do estudo clinicopatológico e o
mesmo é importantíssimo para a realização de um tratamento correto. Também é
útil para investigar novos parâmetros relacionados à sobrevida livre da doença e à
sobrevida total.
A prevenção das neoplasias mamárias pode ser realizada com a
ovariohisterectomia, porém seu efeito protetor varia conforme o número de ciclos
estrais apresentados pela cadela.
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7. REFERÊNCIAS

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