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Exame físico do paciente diabético

Vitória Araujo T7

Retinopatia diabética e neuropatia autonômica


-São complicações crônicas do diabetes;
-O risco de desenvolver é superior ao de pessoas sem DM -> 30 vezes para cegueira e 40 vezes para amputações de membros inferiores;
-A patogenia ainda não está totalmente esclarecida;
-Fatores de risco:
® Duração do diabetes;
® HAS;
® Dislipidemia;
® Inflamação crônica e a disfunção endotelial (associados à doença aterosclerótica);
® Nefropatia;
® Gestação;
® Tabagismo;
-Retinopatia diabética:
® A perda de acuidade visual é comum após dez anos de diagnóstico;
® É assintomática nas suas fases iniciais, não sendo detectada sem a realização de fundoscopia;
® Fisiopatologia:
× Hiperglicemia crônica -> formação de fatores
inflamatórios, trombogênicos e vasoconstrictores ->
oclusão e fragilidade vascular
-> microaneurismas e extravasamento de plasma para
o interstício formando hemorragias e edema;
® Classificação:
× Retinopatia não proliferativa – leve/ moderada/
grave;
× Retinopatia proliferativa (presença de neovasos);
*O rastreamento desse problema tem como objetivo o diagnóstico precoce de retinopatia grave, uma vez que existe intervenção efetiva;
(rastreio anual)
• No DM1: o rastreio deve ser realizado em adultos ou crianças maiores de dez anos após cinco anos de diagnostico do diabetes;
• No DM2: o rastreamento deve iniciar no momento do diagnóstico;
® Manifestações clinicas:
× Baixa acuidade visual (BAV) aguda: frequentemente unilateral, ocorre por dois mecanismos principais -> hemorragia víterea e
deslocamento e retina do tipo tradicional;
× BAV crônica: causada principalmente pelo edema macular, mas pode ser causado por outras complicações, como o glaucoma
neovascular. Geralmente é bilateral e assimétrico, sendo um sintoma tardio da doença. Pode ocorrer também catarata
subcapsular posterior, rubeose de íris e déficits na movimentação ocular (estrabismo);
® Diagnóstico:
× Fotografia do fundo de olho sob dilatação pupilar (mais sensível) ou fundoscopia sob dilatação da pupila;
× A avaliação também engloba a medida da acuidade visual para longe e para perto;
RDP
-Neuropatia autonômica
® O sistema nervoso autonômico é o elemento fundamental na regulação da função da maior parte dos sistemas ou órgãos no
organismo;
® Lesão:
× Importantes alterações para as funções cardiovascular, respiratória, digestiva, urinaria e genital, o que pode alterar a função
vital de alguns desses órgãos ou sistemas;
® Envolve pequenas fibras amielínicas dos sistemas nervosos simpático e parassimpático;
® Fisiopatologia:
× É complexa, pode acometer vários aparelhos e os mesmos podem ser atingidos de maneira desigual e variável no tempo;
× Dentre os possíveis mecanismos propostos, estão incluídos distúrbios metabólicos, insuficiência neurovascular, lesão autoimune e
deficiência do fator de crescimento neuro-hormonal;
× Trata-se provavelmente, de um processo multifatorial que se inicia com a hiperglicemia persistente;
® Manifestações clinicas:
× Sistema cardiovascular:
1. É caracterizada pela resposta anormal da FC e diferentes estímulos (respiração profunda, levantar-se do decúbito, manobra
de Valsala);
2. Pode não manifestar sintomas por muito tempo;
3. Arritmias ou isquemia silenciosa;
4. Deve ser suspeitado na presença de taquicardia de repouso e/ou hipotensão;
× Hipotensão postural: queda na PAS de pelo menos 20 mmHg ou na diastólica de 10 mmHg, dentro de 3 minutos após a aquisição
da posição ereta, é uma manifestação muito limitante quando resulta sincopes posturais.
1. Sintomas: náuseas, astenia, tonturas, alterações visuais ou mesmo sincope ao se levantar;
× Sintomas GI:
1. Esôfago: disfagia para sólidos, pirose e sintomas de RGE;
2. Gastroparesia: hipoglicemia pós-prandial e hiperglicemia tardia -> plenitude, saciedade precoce, borborigmo e, com menos
frequência, vômitos;
3. Enteropatia: diarreia noturna, incontinência fecal, constipação;
4. O diagnostico é sempre de exclusão, sendo necessária investigação de lesão estrutural do TGI, má-absorção, exclusão da
causa por uso de metformina, laxativos ou adoçantes, como o sorbitol;
× Sintomas urogenitais:
1. Retenção urinaria, hesitação, infecções urinarias, aumento do resíduo urinário;
2. Homens: ejaculação retrograda, impotência;
3. Mulheres: dispaurenia, anorgasmia;
× Neuropatia submotora: manifesta-se pela anidrose plantar, com pele seca, fissuras e hiperqueratose nos pés (podendo casar
ulceras neuropáticas);
× Neuropatia pupilar: causa dificuldade para visão noturna (hemeralopia), que exige cuidados ao conduzir veículos a noite;

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