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PACIENTES SISTEMICAMENTE COMPROMETIDOS

Doenças geniturinárias
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC) - Hipertensão (25%);
- Rins: Regulam o volume de líquido e equilíbrio -Glomerulonefrite crônica (16%);
ácido-base do plasma; excretam os resíduos de
-Lúpus, AIDS;
nitrogênio; sintetizam eritropoietina e renina;
Metabolismo e excreção de medicamentos; - Algumas alterações no organismo podem
culminar na IRC:
Fisiologia:
1) Anemia;
- Deterioração e destruição do funcionamento dos 2) Disfunção leucocitária;
néfrons; 3) Disfunção plaquetárias;
- Uma vez perdidos, os néfrons não são 4) Coagulopatias;
substituídos; 5) Desequilíbrio de eletrólitos e líquidos;
6) Hipertensão;
- Devido a hipertrofia compensatória 7) Intolerância medicamentosa;
remanescente, a função renal é mantida apenas por 8) Anormalidades esqueléticas;
um tempo pois a medida que a doença progredir a
hipertrofia não será suficiente para compensar; Classificação:
- Pode ser assintomática no início, porém - ESTÁGIO 1 - Reserva renal diminuída:
mudanças fisiológicas irão ocorrer conforme a
doença progride;  Assintomático;
 Creatinina levemente elevada;
- Incapacidade de concentrar e filtrar o sódio
ingerido -> acúmulo de líquido -> hipertensão ->  Discreto declínio na taxa de filtração
Risco de DCV e hiperparatireoidismo; clomerular (TFG);
 Perda de função em 10 a 20%;
- Defesa do hospedeiro: Comprometida por
deficiências nutricionais, mudanças na produção e - ESTÁGIO 2 - Insuficiência Renal:
função dos leucócitos. -> Suscetível a infecções;  Produtos do nitrogênio começam a acumular
- Sangramento, equimose e hematomas: agregação no dangue;
e adesão plaquetária anormais; Falha na conversão  Capacidade compensatória ainda mantida;
de protombina em trombina; Consumo de  Perda de função 25 a 50%;
protombina prejudicados; Falha na produção de - ESTÁGIO 3 - Falência renal:
plaquetas.
 Uremia;
- DCV: HA -> Retenção de NaCl, de líquidos e de
 Deterioração severa das funções excretórias,
renina; Insuficiência cardíaca congestiva, edema
endócrinas e metabólicas;
pulmonar, arteroesclerose, pericardite.
 Incapacidade dos rins para manter a
- Distúrbios ósseos: absorção intestinal de cálcio homeostase normal;
diminuída; nível elevado de fosfato sérico;  Perda de função em 50 a 75%;
desequilíbrio cálcio-fosfato; fragilidade óssea;  Manifestações sistêmicas: cardiovasculares
- Deterioração bilateral, progressiva, crônica dos hematológicas neuromusculares endócrinas
néfrons; gastrointestinais e dermatológicas;

Sinais e sintomas:
- Gastrointestinais:
Causas:  Anorexia;
 Náusea e vômito;
- Diabetes melitos 34%:
 úlcera gástrica hemorragia gastrointestinal;
 hepatite; - Dieta - restrição proteica e monitoramento da
 Peritonite; ingestão de líquidos, sódio e potássio;
- Neuromuscular: - Evitar drogas nefrotóxicas ou agentes
metabolizados principalmente pelos rins;
 Fraqueza e cansaço;
 Cefaleia; - DIÁLISE PERITONEAL:
 distúrbios de visão;  procedimento médico que filtra artificialmente
 distúrbios sensoriais - neuropatia periférica; o sangue;
 convulsões;  Desvantagens: risco de peritonite (1 paciente a
 espasmos musculares; cada 1,5 ano); hérnia abdominal; é necessário
- Cardiovascular: seções frequentes; efetividade
significativamente menor do que a da
 Hipertensão; hemodiálise;
 insuficiência cardíaca congestiva;  Vantagens: é recomendado para pacientes com
 cardiomiopatia; insuficiência renal aguda ou pacientes que
 pericardite; necessitam apenas de diálise ocasional; custo
 aterosclerose acelerada; baixo; facilidade de execução; reduzida
probabilidade de Transmissão de doenças
- Hematológicas: infecciosas; ausência de anticoagulantes;
 hemorragia;
 anemia;
 linfopenia e leucopenia;
 esplenomegalia e hiperesplenismo;
- Ósseos:
 Fragilidade óssea;
 Osteomalácia (matriz óssea, desmineralizada
aumentada);
 Osteíte fibrosa (lesões líticas de reabsorção
óssea e fibrose medular);
 Osteoesclerose em diversos graus (densidade
óssea aumentada);

Exames:
- Urinálise (proteínas e sangue);
- Creatinina sérica (alta); - HEMODIÁLISE:
- Clearance de creatinina (baixo);  Filtragem direta do sangue;
- Filtração glomerular (TFG) – (baixo);  90% dos pacientes em diálise;
 é necessário realizar a cada 2 a 3 dias;
- Mensuração de eletrólitos (altos).

 é necessário o uso de heparina para o sangue


Tratamento: não coagular no processo;
 Acesso ao SCV: Fístula arteriovenosa com veia
-Retardar a progressão da doença e preservar a ou com prótese; Cateter diretamente na veia
qualidade de vida; subclávia (no átrio do coração);
-Controle da hipertensão arterial sistêmica e  Desvantagens: pode ocorrer infecção nos
demais comorbidades; acessos; alto risco de Transmissão de doenças
virais; Tendência ao sangramento (pela doença
-Controle de fluidos e desequilíbrio eletrolítico; e pela heparina);
- Metronidazol: reduzir a dose em 50% quando a
doença renal estiver no estágio 3;
- Clindamicina e Dexametasona: não é necessário
ajuste.
SE O PACIENTE FAZ HEMODIÁLISE:
- Mesmas recomendações dos pacientes em
tratamento conservador;
- Fístula arteriovenosa -> infecções;
- Maior chance de sangramento e infecção;
- Evitar aferir a Pressão Arterial no braço com o
Shunt;
- Evitar tratamento odontológico no dia diálise;
- Melhor dia para o tratamento: no dia seguinte à
hemodiálise (pois a heparina não estará mais
Tratamento odontológico: fazendo efeito e o sangue estará “limpo”;
SE O PACIENTE FAZ TRATAMENTO - Considerar profilaxia antibiótica;
CONSERVADOR:
- Avaliar o estado de função hepática e a presença
- Consulta ao médico responsável sobre de infecção oportunista;
medicações em uso e medicações que serão
prescritas; MANIFESTAÇÕES ORAIS:

- Adiar tratamento se a doença estiver instável; - Palidez da mucosa oral -> anemia;

- Considerar comorbidades (DM, HAS, LES); - Xerostomia;

- Monitorar sinais vitais; - Pigmentação da mucosa oral;

- Solicitar e analisar um hemograma e - Infecções da parótida;


coagulograma; - Disgeusia;
- Risco maior de infecção; - Candidíase;
- Evitar drogas nefrotóxicas (aciclovir, aspirina, - Petéquias e equimose na mucosa oral;
AINES);
- Hipoplasia do esmalte;
- Ajuste da dosagem das drogas metabolizadas
pelos rins; - Osteoradiografia (lesões radiolúcida nos
maxilares);
- Tratamento agressivo de infecções;
-Estomatite Urêmica.
-Hospitalização para infecções graves ou
procedimentos maiores; QUESTÕES:

- Considerar suplementação de corticosteróides - Como os pacientes com IRC apresentam grau


quando indicada; variável de hipertensão arterial, a pressão arterial
sanguínea e a frequência cardíaca devem ser
- Risco de sangramento; avaliadas antes e durante a intervenção;
- AINES: não prescrever, ou reduzir a dose; -Evitar o uso de AINEs, pois aumentam a retenção
- Lidocaína: não é necessário ajuste de dose; de sódio e interagem com os anti-hipertensivos e
diuréticos, aumentando a pressão arterial, além de
- Amoxicilina: aumentar o intervalo das doses (a interferirem negativamente na agregação
cada 12h ou 24h); plaquetária. Dar preferência ao uso dos
corticosteroides (dexametasona ou betametasona),
em dose única ou por tempo restrito;
-Empregar menores volumes possíveis de
Articaína 4% ou Lidocaína 2%, com epinefrina
1:100.000 ou 1:200.000 (até 2 tub./sessão).
Quando a epinefrina estiver contraindicada, usar a
Prilocaína 3% com felipressina (exceto em
pacientes com anemia). Evitar o uso da
mepivacaína, cujas metabolização hepática e
excreção renal são mais lentas;
Terapêutica medicamentosa em odontologia, 2014

- Um Dos tipos de remédios mais nefrotóxicos


mais comuns no acometimento dos rins são anti-
inflamatórios não esteróides (AINES). Essa classe
de fármacos pode reduzir a filtração renal,
diminuindo a capacidade dos rins de filtrar o
sangue;

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